Cantigas de Roda utilizadas na Capoterapia | ||||
1.INTRODU��O
Pode parecer curioso para alguns falar-se em cantigas de roda nos dias de hoje. Em tempos, em que estas manifesta��es da cultura popular espont�nea est�o com o seu espa�o t�o diminu�do. Nas ruas, nas pra�as, nos quintais est�o mais raros de se ver ou ouvir-se das bocas infantis aquelas can��es que, na simplicidade das suas melodias ritmos e palavras, guardam s�culos de sabedoria e a riqueza condensada do imagin�rio popular. Por�m, sem estarem em alta, tamb�m n�o est�o extintas. E configurando uma situa��o contrastante e quase contradit�ria - � certo que muitas vezes tendo partes omitidas ou formas esquecidas e transformadas, elas sobrevivem � era do computador. Talvez como um reflexo da busca do contato com a express�o genu�na e ancestral que �, em �ltima inst�ncia, insubstitu�vel. O fato �, que toda esta conjuntura n�o altera em nada o teor valoroso intr�nseco �s Cantigas e Brincadeiras-de-roda. Elas continuam contendo s�mbolos fecundadores de toda a vida subjetiva, e continuam funcionando como pretextos maravilhosos para a crian�a experimentar o seu corpo, a linguagem, e para descobrir-se a si pr�pria ao mesmo tempo se revelando ao outro e inserindo-se no conv�vio social. Quando criou a Capoterapia mestre Gilvan j� chamava aten��o para a enorme import�ncia das manifesta��es do folclore tradicional, apontando para a perda irrepar�vel' que sofrem aqueles que descartam ou desprezam as suas imagens. Em tempos em que o folclore � muitas vezes - mais do que injustamente- relegado a um plano inferior, ou esquecido, pela pr�pria gente a qual ele pertence. Um dos objetivos da Capoterapia � resgatar estas can��es, ou, mergulhar no tempo nos recordando das Brincadeiras-de-roda vivenciadas na pr�pria inf�ncia, percebendo que algo precioso se processa. Trata-se de um movimento de entrega, de alegria e de intensidade vital. � ineg�vel que as Cantigas e Brincadeiras de roda ocupam um lugar especial no contexto da vida das pessoas. Muitas cantigas apresentam em sua din�mica convites - impl�citos ou expl�citos - para que os participantes se abracem: contato corporal e a troca de afetos - t�o necess�rios ao pleno desenvolvimento emocional - ocorrem de forma natural e prazerosa dentro da seguran�a dos limites das pr�prias brincadeiras. CANTIGAS DE RODA NA CAPOTERAPIA Sumario: CANTIGAS DE DOMINIO P�BLICO 1- O CRAVO BRIGOU COM A ROSA 2- PIRULITO QUE BATE,BATE 3- SAMBA-LEL� 4- SE ESTA RUA FOSSE MINHA 5- "PEIXINHO DO MAR" 6- "CIRANDA, CIRANDINHA" 7- "MARINHEIRO S�" 8- "MARCHA SOLDADO" 9- "NESTA RUA" 10- ATIREI O P�U NO GATO 11- ESCRAVOS DE J� 12- FUI NO TOROR� 13-TEREZINHA DE JESUS 14- NA BAHIA TEM 15- PEIXE VIVO 16- AIAI DOUTOR... 17- E AUE, AUE. 18- UM DOIS TR�S 19- PARANAUE 20- XUE...XU�... 21- PENEIRA... 22- A PULGA E O PERCEVEJO (AUTOR/GILIARD) 23- ADEUS,ADEUS 1- O CRAVO BRIGOU COM A ROSA O cravo brigou com a rosa Debaixo de uma sacada; O cravo saiu ferido E a rosa despeda�ada. O cravo ficou doente, A rosa foi visitar; O cravo teve um desmaio, A rosa pos-se a chorar. 2- PIROLITO QUE BATE,BATE Pirulito que bate, bate, Pirulito que j� bateu... Quem gosta de mim � ela; Quem gosta dela, sou eu. Pirulito que bate, bate, Pirulito que j� bateu. A menina que eu amava, n�o amava como eu. 3- SAMBA-LEL� Samba-Lel� est� doente, Est� com a cabe�a quebrada. Samba-lel� precisava De umas dezoito lambadas. Samba, samba, samba, � Lel� ! Pisa na barra da saia, � Lel� ! � morena bonita, Como � que se namora ? Bis : - - P�e o lencinho no bolso, Deixa a pontinha de fora. - D� o fora de casa. � morena bonita, Como � que se casa? - P�e o v�u na cabe�a, - � morena bonita, Como � que se cozinha? - P�e a panela no fogo, Vai conversar com a vizinha. - � morena bonita, Onde � que voc� mora? - Mora na Praia Formosa, Digo adeus e vou embora. 4- SE ESTA RUA FOSSE MINHA Se esta rua Se esta rua fosse minha, Eu mandava, Eu mandava ladrilhar. Com pedrinhas Com pedrinhas de brilhantes, Para ver Para ver meu bem passar. Nesta rua, nesta rua. Tem um bosque Que se chama que se chama. Solid�o Dentro dele, dentro dele. Mora um anjo Que roubou que roubou. Meu cora��o Se eu roubei, se eu roubei. Teu cora��o Tu roubaste, tu roubaste. O meu tamb�m Se eu roubei, se roubei. Teu cora��o � porque, � por que Te quero bem 5- "PEIXINHO DO MAR" Quem te ensinou a nadar? Quem te ensinou a nadar? Foi, foi, marinheiro, Foi o peixinho do mar. Foi, foi, marinheiro, Foi o peixinho do mar. 6- "CIRANDA, CIRANDINHA" Ciranda, cirandinha, Vamos todos cirandar, Vamos dar a meia volta, Volta e meia vamos dar. O anel que tu me deste Era vidro e se quebrou, O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou. 7- "MARINHEIRO S�" Eu n�o sou daqui, Marinheiro s�. Eu n�o tenho amor, Marinheiro s�. Eu sou da Bahia, Marinheiro s�. De S�o Salvador. Marinheiro s�. Oi, marinheiro, marinheiro, Marinheiro s�. Quem te ensinou a navegar? Marinheiro s�. Foi o balan�o do navio, Marinheiro s�. Foi o balan�o do mar. Marinheiro s�. L� vem, l� vem, Marinheiro s�. Como vem faceiro, Marinheiro s�. Todo de branco, Marinheiro s�. Com seu bonezinho. Marinheiro s�. L� vem, l� vem, Marinheiro s�. Como vem faceiro, Marinheiro s�. Todo de branco, Marinheiro s�. Com seu bonezinho. Marinheiro s�. 8- "MARCHA SOLDADO" Marcha, soldado, Cabe�a de papel. Quem n�o marchar direito Vai preso pro quartel. Quartel pegou fogo, Maria deu o sinal Acode, acode, acode A bandeira nacional. 9- "NESTA RUA" Nesta rua, nesta rua tem um bosque Que se chama, que se chama solid�o. Dentro dele, dentro dele mora um anjo Que roubou, que roubou meu cora��o. Se eu roubei, se eu roubei teu cora��o, Tu roubaste, tu roubaste o meu tamb�m. Se eu roubei, se eu roubei teu cora��o, � porque, � porque te quero bem. 10- ATIREI O P�U NO GATO Atirei o p�u no gato t� t� Mas o gato t� t� N�o morreu reu reu Dona Chica c� Admirou-se se Do berro, do berro que o gato deu Miau !!!!!! 11- ESCRAVOS DE J� Escravos de J� jogavam caxang� Tira, bota deixa o Z� Pereira ficar Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue za (bis) 12- FUI NO TOROR� Fui no Toror� beber �gua n�o achei Achei linda Morena Que no Toror� deixei Aproveita minha gente Que uma noite n�o � nada Se n�o dormir agora Dormir� de madrugada Oh ! Dona Maria, Oh ! Mariazinha, entra nesta roda Ou ficar�s sozinha ! Sozinha eu n�o fico Nem hei de ficar ! Por que eu tenho o Para ser o meu par ! 13-TEREZINHA DE JESUS Terezinha de Jesus deu uma queda Foi ao ch�o Acudiram tr�s cavalheiros Todos de chap�u na m�o O primeiro foi seu pai O segundo seu irm�o O terceiro foi aquele Que a Tereza deu a m�o Terezinha levantou-se Levantou-se l� do ch�o E sorrindo disse ao noivo Eu te dou meu cora��o D� laranja quero um gomo Do lim�o quero um peda�o Da morena mais bonita Quero um beijo e um abra�o 14- NA BAHIA TEM Na bahia tem vou mandar buscar Berimbau de ouro o maninha E ferro de engomar 15- PEIXE VIVO Como pode o peixo vivo Viver fora da �gua fria Como pode o peixe vivo Viver fora da �gua fria Como poderei viver Como poderei viver Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia Os pastores desta aldeia Ja me fazem zombaria Os pastores desta aldeia Ja me fazem zombaria Por me verem assim chorando Por me verem assim chorando Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia 16- AI AI DOUTOR... Aiai doutor... Capoeira me curou Aiai... Doutor... Capoeira me curou Aiai... doutor Oi curou a minha dor Aiai... Doutor A press�o j� calibrou Aiai Doutor Capoeira � bom demais Aiai Doutor Artrose n�o n�o quero mais Aiai doutor A glicose controlou 17- E AUE, AUE. E aue,aue,aue Eu sou mais a capoeira E aue, aue, aue Eu sou mais qualidade de vida E aue,aue,aue Eu sou capoterapia E aue, aue, aue. E aue, aue,aue Quero brincar com voc� E aue,aue,que 18- um dois tr�s Um dois tr�s Um dois tr�s Capoterapia � um dois tr�s Um dois tr�s Um dois tr�s Batam palma mais uma vez Um dois tr�s Um dois tr�s � bom estar com voc�s 19- PARANAUE Paranaue, paranaue, Paran�. Voc� diz que preto � feio � mentira eu vou falar Branca fica na janela S� pra ver preto passar Paran� 20- XUE...XUE... XU� Eu piei na folha seca Vim fazer xue, xu�. Xue, xue, xu�. Eu vim fazer xue,xu� Na volta que o mundo deu Vim fazer xue, xu�. Na volta que o mundo d� Vim fazer xue, xu�. Se voc� n�o canta eu canto Vim fazer xue, xu�. Estamos aqui � pra cantar Vim fazer xue, xu�. Capoeira � luta nossa da era colonial 21- PENEIRA... Eu tava na peneira Eu tava peneirando Eu tava no namoro Eu tava namorando 22- A PULGA E O PERCEVEJO A pulga e o percevejo Fizeram combina��o. Fizeram serenata Debaixo do meu colch�o. Torce, retorce, Procuro, mas n�o vejo N�o sei se era a pulga Ou se era o percevejo A Pulga toca flauta, O Percevejo viol�o; E o danado do Piolho Tamb�m toca rabec�o. Torce, retorce, Procuro, mas n�o vejo N�o sei se era a pulga Ou se era o percevejo. 23- ADEUS,ADEUS Adeus, adeus... Boa Viagem Eu vou me embora Adeus, adeus... Volto outra hora Adeus, adeus... Mais eu to com vontade Adeus, deus... De continuar Adeus, deus... Eu j� to com saudade Adeus, deus... N�o quero parar Adeus, deus... Adeus, deus... Mais pode deixar Amanh� vou voltar Adeus, deus... Boa viagem |