Capoter@pia       Um novo estilo de vida
Atividades Fisicas na Melhor idade
Introdu��o

    Conforme atesta (SILVA & BARROS, 1998; BARBOSA, 2001), a expectativa m�dia de vida vem sofrendo um acr�scimo. Isto se d�, devido � melhora da qualidade de vida, que "e a satisfa��o harmoniosa dos objetivos e desejos de algu�m, al�m de implicar numa id�ia de felicidade, ou seja, a aus�ncia de aspectos negativos", afirma BERGER & MCINMAN apud BORGUETTI et al. (2000).

    Assim, para se obter essa qualidade de vida � necess�ria que haja um equil�brio e um bem-estar entre o homem como ser humano, a sociedade em que vive e as culturas existentes.

    Devemos sempre estar cientes de que, "uma velhice tranq�ila � o somat�rio de tudo quanto beneficie o organismo, como por exemplo, exerc�cios f�sicos, alimenta��o saud�vel, espa�o para o lazer, bom relacionamento familiar, enfim, � preciso investir numa melhor qualidade de vida" PIRES et al. (2000, p. 2). Com isso, este estudo vem buscar a qualidade de vida e a longevidade, pela atividade f�sica na �gua - "hidrogin�stica". Esta modalidade aqu�tica que traz grandes benef�cios, devido ao meio, para uma popula��o muito especial que � a 3� idade.

    Por outro lado, sabe-se que o processo de envelhecimento � acompanhado por uma s�rie de altera��es fisiol�gicas ocorridas no organismo (LEITE, 1990; WEINECK, 1991; SKINNER, 1991; FEDERIGHIL, 1995; FARO JR., LOUREN�O & BARROS NETO, 1996a; ZOGAIB, BITTAR & BICARRELO, 1996), bem como pelo surgimento de doen�as cr�nico - degenerativas advindas de h�bitos de vida inadequados (tabagismo, ingest�o alimentar incorreta, tipo de atividades laboral, aus�ncia de atividade f�sica regular, etc.).

    Em virtude desses aspectos, acredita-se que a participa��o do idoso em programas de exerc�cio f�sico regular poder� influenciar no processo de envelhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria das fun��es org�nicas, garantia de maior independ�ncia pessoal e um efeito ben�fico no controle, tratamento e preven��o de doen�as como diabetes, enfermidades card�acas, hipertens�o, arteriosclerose, varizes, enfermidades respirat�rias, artrose, dist�rbios mentais, artrite e dor cr�nica (MATSUDO & MATSUDO, 1992; SHEPHARD, 1991).

    Afirmam (BARBOSA, 2001; SILVA & BARROS, 1996 e BONACHELA, 1994) que, a hidrogin�stica protelar� o processo de envelhecimento e trar� benef�cios anatomo-fisiol�gicos, cognitivos e s�cio-afetivos aos idosos, tornando-os mais sadios (aus�ncia de doen�as), independentes, soci�veis e eficientes, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida.

    Por esses motivos, diversos estudos nessa �rea t�m procurado descrever os benef�cios, dificuldades e peculiaridades do condicionamento f�sico, visando prevenir e atenuar o decl�nio funcional decorrente do processo de envelhecimento (LEITE, 1990; YAZBEK & BATIATELLA, 1994; ACSM, 1994; FEDERIGHI, 1995; MATSUDO & MATSUDO, 1993); outros trabalhos analisaram o risco � sa�de decorrente da participa��o do idoso em programas de exerc�cios (WEINECK, 1991), ou os crit�rios m�nimos de aptid�o cardiorrespirat�ria e motora para sustentar o programa sem risco � sa�de (LEITE, 1990). O treinamento esportivo para os idosos, n�o como campo de realiza��o de altas performances, mas como meio para manuten��o e alcance da sa�de, tem sido estudada por APELL & MOTA (1991); outros trabalhos procuraram enfocar a capacidade de desempenho ou treinamento do idoso verificando os decl�nios funcionais e comparando-os aos de outros indiv�duos (atletas, sedent�rios, pessoas jovens, etc.) (SKINNER, 1991; WEINECK, 1991).

    De acordo com PIRES et al. (2002), com o decl�nio gradual das aptid�es f�sicas, o impacto do envelhecimento e das doen�as, o idosos tende a ir alterando seus h�bitos de vida e rotinas di�rias por atividades e formas de ocupa��o pouco ativas. Os efeitos associados � inatividade e a m� adaptabilidade s�o muito s�rios. Podem acarretar numa redu��o no desempenho s�rios, na habilidade motora, na capacidade de concentra��o, de rea��o e de coordena��o, gerando processos de auto-desvaloriza��o, apatia, inseguran�a, perda da motiva��o, isolamento social e a solid�o.

    Assim, segundo (PIRES et al., 2002; BARBOSA, 2001; BONACHELA, 1994; KRASEVEC & GRIMES; POWERS & HOWLEY, 2000; SILVA & BARROS, 1996) as capacidades f�sicas, as modifica��es anatomo-fisiol�gicas, as altera��es psicos-sociais e cognitivas, s�o regredidas ao decorrer do processo de envelhecimento, bem como:

Capacidades F�sicas - h� uma diminui��o de: coordena��o motora grossa e fina, habilidades, equil�brio, esquema corporal, vis�o e audi��o;

Modifica��es Anatomo-fisiol�gicas - hipotrofia cerebral e muscular, diminui��o da elasticidade vascular e muscular, concentra��o de tecido adiposo, tend�ncia � perda de c�lcio pelos ossos, desvios de coluna, redu��o da mobilidade articular, altura, densidade �ssea, volume respirat�rio, resist�ncia cardio-pulmonar, freq��ncia card�aca m�xima, d�bito card�aco, consumo m�ximo de oxig�nio e mecanismos de adapta��o (hermodin�micos, termorreguladores,imunit�rios e hidrata��o), insufici�ncia card�aca;

Fun��o Cognitiva - � expressa pela velocidade de processamento das informa��es, assim influenciadas pela quantidade de motiva��o e estimula��o. Com isso, s� sofrer� negativas se n�o for estimulada.

Altera��es Psicossociais - ocorre, a diminui��o da sociabilidade, a depress�o, mudan�as no controle emocional, isolamento social e baixa auto-estima, ocasionadas pela aposentadoria, pela dificuldade auditiva, visual e motora, pela s�ndrome do ninho vazio (sa�da dos filhos, de casa), pela impot�ncia sexual, entre outras.

    Al�m do mais, essas altera��es podem ocasionar v�rias patologias f�sicas e ps�quicas. Cabe a n�s, educador f�sico, usarmos da nossa profiss�o, como um dos meios de minimizar e prevenir estas, tornando-os indiv�duos/idosos mais saud�veis, mais aptos, bem dispostos, independentes, reintegrados, com melhores condi��es de vida, valorizando-se e sendo valorizado.

    PIRES et al. (2002) consideram que, a velhice sempre � vista como um per�odo de decad�ncia f�sica e mental. � um conceito equivocado, pois muitos cidad�os que chegam aos 65 anos, j� que esta � a idade oficializada pela Organiza��o das Na��es Unidas, como limite entre fase adulta e velhice, ainda s�o completamente independentes e produtivos. Acreditamos na decad�ncia sim, mas da sociedade que perde, n�o dando valor ou criando espa�os adequados para as necessidades de nossos velhos. A popula��o idosa, em nosso pa�s, cresce a cada dia e com ela as dificuldades e as necessidades de adequar solu��es eficientes, junto aos �rg�os p�blicos, com o objetivo de tornar digna a vida de nossos idosos.

    Na elabora��o de um programa de exerc�cios f�sicos � importante ter o conhecimento espec�fico sobre a faixa et�ria em que o indiv�duo est� inserido e sobre as modifica��es que ocorrem neste per�odo, al�m de considerar tamb�m as peculiaridades individuais. Neste sentido, diversos autores t�m procurado apontar altera��es decorrentes do processo de envelhecimento, bem como as implica��es dessas altera��es na elabora��o e supervis�o desses programas.

    O envelhecimento � um processo que, do ponto de vista fisiol�gico, n�o ocorre necessariamente em paralelo ao avan�o da idade cronol�gica, apresentando consider�vel varia��o individual; este processo surge acompanhado por uma s�rie de modifica��es nos diferentes sistemas do organismo, seja a n�vel antropom�trico, muscular, cardiovascular, pulmonar, neural ou de outras fun��es org�nicas que sofrem efeitos delet�rios, al�m do decl�nio das capacidades funcionais e modifica��es no funcionamento fisiol�gico (FARO JR., LOUREN�O & BARROS NETO, 1996a, 1996b; YAZBEK &

    BATISTELLA, 1994; MATSUDO & MATSUDO, 1993; SKINNER, 1991; MCARDLE,, KARTCH & KARTCH, 1986).

    O envelhecimento � marcado por um decr�scimo das capacidades motoras, redu��o da for�a, flexibilidade, velocidade e dos n�veis de VO2 m�ximo, dificultando a realiza��o das atividades di�rias e a manuten��o de um estilo de vida saud�vel (MARQUES, 1996). Ocorrem altera��es fisiol�gicas durante o envelhecimento que podem diminuir a capacidade funcional, comprometendo a sa�de e qualidade de vida do idoso. Essas altera��es acontecem: ao n�vel do sistema cardiovascular; no sistema respirat�rio com a diminui��o da capacidade vital, da freq��ncia e do volume respirat�rio; no sistema nervoso central e perif�rico, onde a rea��o se torna mais lenta e a velocidade de condu��o nervosa declina e; no sistema m�sculo-esuqel�tico pelo decl�nio da pot�ncia muscular, n�o s� pelo avan�o da idade mas pela falta de uso e diminui��o da taxa metab�lica basal (FARO JR., LOUREN�O & BARROS NETO, 1996c; MATSUDO & MATSUDO, 1992; SKINNER, 1991).

    Antes de iniciar qualquer tipo de exerc�cio, considera-se importante que o idoso seja submetido a uma avalia��o m�dica cuidadosa, constando preferencialmente de um teste de esfor�o para prescri��o do programa, quanto a essa recomenda��o � importante levar em conta alguns crit�rios que dever�o influenciar a sele��o do protocolo e servem, tamb�m, para ilustrar algumas das importantes restri��es impostas pelo envelhecimento quanto � realiza��o de exerc�cios: a diminui��o de VO2 m�ximo pode requerer que se opte por um teste de baixa e moderada intensidade e maior dura��o, isso se deve tamb�m a um maior tempo requerido para que se alcance o stead - stead; usar maior per�odo de aquecimento e pequenos incrementos nas cargas ou incremento em intervalos de tempo maior; em fun��o da maior fadigabilidade deve ser diminu�da a dura��o total do teste; a diminui��o dos n�veis de equil�brio e for�a indica o uso priorit�rio da bicicleta (erg�metro); a redu��o na coordena��o muscular exige, muitas vezes, a realiza��o de mais de um teste que se chegue a um resultado confi�vel; outros fatores como o uso de dentaduras, a diminui��o da acuidade visual e auditiva, devem ser tamb�m considerados (MATSUDO & MATSUDO, 1993).

    A partir do reconhecimento desses fatores � poss�vel compreender que o idoso � relativamente mais fraco, mais lento e menos potente; verificando-se com o avan�o da idade uma redu��o no desempenho que requer regula��o do sistema nervoso, como no caso do equil�brio e do tempo de rea��o (SKINNER, 1991).


Hidrogin�stica na terceira idade

    Como diz o nome, hidrogin�stica � a gin�stica na �gua, a qual se diferencia das outras atividades, real�ando alguns benef�cios, devido �s propriedades f�sicas que o meio oferece. BONACHELLA (1994) classifica as propriedades f�sicas da �gua em densidade, flutua��o, press�o hidrost�tica e viscosidade.

    Relatam (ROCHA, 1994; BONACHELA, 1994; MARQUES & PEREIRA, 1999), que as propriedades f�sicas da �gua ir�o auxiliar, ainda mais os idosos, na movimenta��o das articula��es, na flexibilidade, na diminui��o da tens�o articular (baixo impacto), na for�a, na resist�ncia, nos sistemas cardiovascular e respirat�rio, no relaxamento, na elimina��o das tens�es mentais, entre outros. Em suma, a piscina para o trabalho com a terceira idade, deve obter diferente plano de acesso como, degraus, rampas, barras de apoio ao redor das paredes das bordas, preferencialmente um piso antiderrapante, �gua bem tratada, profundidade crescente (n�o ocorrendo quedas bruscas) e varia��o da temperatura entre 28� a 30� C, RAUCHBACH,1990).

    � importante considerarmos que, antes de incluirmos o idoso nas aulas de hidrogin�stica, � necess�rio que o educador f�sico, tenha em m�os uma avalia��o m�dica, para uma maior seguran�a do programa da atividade e do idoso, a fim de verificar a real capacidade funcional do aluno e de poss�vel exist�ncia de problemas f�sicos.

    Segundo HARRIS apud KRASEVEC & GRIMES "o exerc�cio adequado pode adiar ou menos retardar as altera��es associadas � idade nos sistemas m�sculo-esquel�tico, respirat�rio, cardiovascular e nervoso central". Com isso, considera-se importante o conhecimento da popula��o em que iremos desenvolver nosso trabalho (no nosso caso, o idoso), para podermos prescrever os exerc�cios adequados atendendo as necessidades morfol�gicas, org�nicas e emocionais do grupo, assim colhendo bons resultados, tornando a atividade mais produtiva e l�dica, para a terceira idade.


Objetivos do programa de exerc�cios dirigidos a idosos

    Existe um consenso, que os objetivos de um programa de exerc�cios devem estar diretamente relacionados com as modifica��es mais importantes e que s�o decorrentes do processo de envelhecimento. Desse modo, um programa de exerc�cios para idoso deve estar direcionado: a) ao melhoramento da flexibilidade, for�a, coordena��o e velocidade: b) eleva��o dos n�veis de resist�ncia, com vistas a redu��o das restri��es no rendimento pessoal para realiza��o de atividades cotidianas; c) manuten��o da gordura corporal em propor��es aceit�veis. Esses aspectos ir�o influenciar na melhoria da qualidade de vida (MATSUDO & MATSUDO, 1992; APELL & MOTA, 1991; MARQUES, 1996) e poder� atenuar os efeitos da diminui��o do n�vel de aptid�o f�sica na realiza��o de atividades di�rias e na manuten��o de um maior grau de independ�ncia (MARQUES, 1996).

    O programa de exerc�cios para idosos deve proporcionar benef�cios em rela��o �s capacidades motoras que ap�iam a realiza��o das atividades da vida di�ria, melhorando a capacidade de trabalho e lazer e alterando a taxa de decl�nio do estado funcional (MARQUES, 1996; FARO JR., LOUREN�O & BARROS NETO, 1996c; ACSM, 1994).

    Afirmam (MATSUDO & MATSUDO apud SILVA & BARROS, 1998; PIRES et al., 2002; BARBOSA, 2001; BONACHELA, 1994; KRASEVEC & GRIMES), que os objetivos de um programam de atividade f�sica, como hidrogin�stica, para a terceira idade, deve obter exerc�cios diretamente relacionados com as modifica��es mais importantes e que s�o decorrentes do processo de envelhecimento. Tais como:

Promover atividades recreativas (para a produ��o de endorfina e andr�geno respons�vel pela sensa��o de bem-estar e recupera��o da auto-estima);

Atividades de sociabiliza��o (em grupo, com car�ter l�dico);

Atividades moderadas e progressivas (preparando gradativamente o organismo para suportar est�mulos cada vez mais fortes);

Atividade de for�a, com carga (principalmente para os m�sculos respons�veis por sustenta��o/postura, evitando cargas muito fortes e contra��es isom�tricas);

Atividades de resist�ncia (com vista a redu��o das restri��es no rendimento pessoal);

Exerc�cios de alongamento (ganho de flexibilidade e de mobilidade) e

Atividades de relaxamento (diminuindo tens�es musculares e mentais).

    Tamb�m (KRASEVEC & GRIMES; BONACHELA, 1994), aconselham aos educadores f�sicos, a obterem de cada aluno idoso um exame m�dico, a freq��ncia card�aca m�xima, o per�odo de aus�ncia das atividades f�sicas, o n�vel de aptid�o, sua idade atual, seus objetivos, suas insatisfa��es e satisfa��es emocionais, entre outras, para e por uma avalia��o, assim podendo aplicar a aula respeitando a individualidade de cada aluno e as capacidades do grupo.

    Por conseguinte, atesta BONACHELA (1994) que a pr�tica da hidrogin�stica, met�dica e freq�ente na terceira idade, � capaz de promover modifica��es morfol�gicas, sociais fisiol�gicas, melhorando as fun��es org�nicas e ps�quicas.

    Segundo WEINECK (1991 e ACSM (1994) devem estar inclu�dos em um programa de exerc�cios para idosos o treino da for�a muscular, da mobilidade articular e da resist�ncia; a preocupa��o quanto a essas vari�veis se deve a not�vel diminui��o da for�a muscular ap�s os 60 anos de idade (PHILLIPS & HASKEL apud MARQUES, 1996), do mesmo modo, a flexibilidade e a resist�ncia diminuem com a idade, sabe-se, por�m, que este perda e maior quando os indiv�duos n�o fazem qualquer atividade f�sica. Desse modo, mesmo que se verifique uma redu��o da capacidade de trabalho com o avan�o da idade, a atividade f�sica e o treino podem contrabalan�ar estas altera��es j� mencionadas (MARQUES, 1996)).

    A composi��o do programa dever� observar os resultados obtidos em testes e medidas da aptid�o f�sica e depender� dos objetivos, necessidades, estado de sa�de e condicionamento do indiv�duo, assim como do tempo, equipamentos e instala��o dispon�veis. O programa dever� conter basicamente um per�odo de aquecimento e esfriamento, uma atividade de predomin�ncia aer�bia e outra de predomin�ncia neuro muscular. No aquecimento devem ser realizados alongamentos e movimentos articulares para evitar les�es e contribuir para a manuten��o da mobilidade articular. A atividade f�sica bem estruturada e elaborada para os idosos, pode recuperar o ritmo e a expressividade do corpo, agilizar os reflexos e adequar os gestos a diferentes situa��es (SKINNER, 1991; LEITE, 1990; MATSUDO, 1992). S�o recomendados exerc�cios que estimulem a melhora cardiovascular (exerc�cios de endurance), devendo ser inclu�dos nos programas exerc�cios de aquecimento e volta � calma al�m de um trabalho de for�a muscular. Para YAZBECK & BATISTELLA (1994) o programa de exerc�cios para idosos deve ser composto basicamente por exerc�cios din�micos (predominantemente isot�nicos) para gerar benef�cios ao sistema cardiovascular e respirat�rio. Em s�ntese o programa de exerc�cios dever� ser constitu�do por partes que est�o relacionadas a objetivos espec�ficos e, conseq�entemente, visando promover melhorias quanto � sensa��o de bem estar e n�vel de sa�de.


Cuidados e restri��es

    A participa��o do idoso em programas de exerc�cios f�sicos deve observar os cuidados e restri��es indicadas abaixo:

Restri��es

Altas intensidades de exerc�cios (MARQUES, 1996; MATSUDO & MATSUDO, 1993; FARO JR., LOUREN�O & BARROS NETO, 1996c)

Solicita��o do sistema anaer�bico deve ser evitada (MARQUES, 1996, LEITE, 1990; FARO JR., LOUREN�O & BARROS NETO, 1996c)

Exerc�cios isom�tricos (MARQUES, 1996, LEITE, 1990; FARO JR., LOUREN�O & BARROS NETO, 1996c)

Movimentos r�pidos e bruscos (MATSUDO & MATSUDO, 1992)

Cuidados

N�o ultrapassar a amplitude m�xima dos movimentos (MARQUES, 1996)

N�o prolongar exerc�cio na presen�a de dor (MARQUES, 1996)

Uso de medicamentos (YAZBECK & BATISTELLA, 1994)

N�o levar a exaust�o (MATSUDO & MATSUDO, 1992)

    Exerc�cios de elevada intensidade e a conseq�ente solicita��o do sistema anaer�bio devem ser evitados, por conduzirem a um maior desgaste muscular e aumentarem o risco de les�es nessas estruturas, al�m de produzirem efeitos sobre o VO2 m�ximo, limiar anaer�bio e respostas cardiorrespirat�rias, que s�o muito similares �queles obtidos atrav�s de exerc�cios de baixa e moderada intensidade (MARQUES, 1996; MATSUDO & MATSUDO, 1993; FARO JR., LOUREN�O & BARROS NETO, 1996c). Os exerc�cios nunca devem ser realizados at� a exaust�o, fadiga e na presen�a de dor, pois esses s�o fatores que podem indicar a realiza��o de atividades intensas, resposta dessa natureza, recomendam a interrup��o da sess�o de exerc�cios e a necessidade de redimensionamento da prescri��o (MARQUES, 1996; MATSUDO & MATSUDO, 1992).

    Existem indica��es de que os exerc�cios est�ticos (MARQUES, 1996) e utiliza��o da manobra de valsalva (MATSUDO & MATSUDO, 1992) s�o contra indicados em programas dirigidos para idosos, devido as suas implica��es sobre a eleva��o da press�o arterial. Da mesma maneira, movimentos abruptos, transi��es entre altas e baixas intensidades, mudan�as bruscas de posi��o e movimentos r�pidos da cabe�a s�o atividades que podem representar um risco desnecess�rio em programas destinados a esse tipo de p�blico.

    Os movimentos podem se realizados com extens�o completa, mas a amplitude m�xima de uma articula��o n�o deve ser ultrapassada, pois os movimentos de hiper extens�o afetam a estabilidade das articula��es e podem ter como conseq��ncia, danos e dores mais ou menos permanentes (MARQUES, 1996).


Objetivos

Quantificar alguns efeitos da atividade f�sica para pessoas com faixa et�ria superior a 60 anos.

Oportunizar melhor qualidade de vida para pessoas com idades mais avan�adas.


Metodologia

    Participaram destas avalia��es 30 pessoas com faixa et�ria superior a 60 anos. Estes volunt�rios foram avaliados sem duas ocasi�es, uma em mar�o de 2003 e outra em setembrode2003, caracterizando as avalia��es iniciais e finais.

    Utilizamos nestas avalia��es uma balan�a para controle do peso corporal e a pista de atletismo do est�dio Municipal de Guararapes - SP.


Resultados

    O gr�fico 1 mostra a faixa et�ria dos indiv�duos participantes das atividades, onde 70% dos mesmos tem idades entre 60 e 70 anos, 26,6% entre 71 e 80 anos e 3,3% acima de 81anos.

    Quando observamos o peso corporal apresentado pelos volunt�rios observamos que: 10% delas aumentaram o peso corporal, 60% mantiveram o peso corporal durante este per�odo e que 30% reduziram o peso corporal quando comparamos a avalia��o inicial e final. Estes valores est�o representados no gr�fico 2.


Gr�fico 1: Representa a idade dos volunt�rios participantes.


Gr�fico 2: Representa o peso corporal dos avaliados.
    Para avalia��o da flexibilidade, utilizamos a t�cnica de sentar e levantar e ainda separamos os indiv�duos por grupos: Pessoas que n�o conseguiam fazer atividades de sentar e levantar (grupo 1), 13,3% na primeira avalia��o e 0% na segunda avalia��o. Grupo 2 (pessoas que apresentavam muita dificuldade em fazer atividades de sentar e levantar do ch�o, precisavam de ajuda) 23,3% na primeira avalia��o e 0% na segunda avalia��o. Para as pessoas que apresentavam alguma dificuldade, mas conseguiam realiz�-las sem ajuda (grupo 3) o percentual da primeira avalia��o era de 40%, passando para 26,6% na segunda avalia��o. No grupo 4 (pessoas que n�o apresentavam dificuldades para a atividade) na primeira avalia��o era de 23,3%, passando, na segunda avalia��o para um percentual de 73,3%. Todos estes valores est�o representados no gr�fico 3.



Gr�fico 3: Representa a flexibilidade no teste de sentar e levantar.
    No gr�fico 4 representamos a resist�ncia atrav�s da caminhada com dura��o de 30 minutos, numa pista com 405 metros, onde encontramos no in�cio 4 pessoas (15%) dando apenas 2 voltas na pista. Ap�s este per�odo nenhuma pessoa foi classificada com duas voltas de percurso. Para 18 pessoas (60%) a dist�ncia percorrida na primeira avalia��o foi de 3 voltas, j� na segunda avalia��o apenas 3 pessoas (10,2%) deram somente 3 voltas na pista. 20% delas (6 pessoas) deram 4 voltas na pista em 30 minutos na primeira avalia��o, na segunda avalia��o estes valores foram de 26,6% (8 pessoas). Duas pessoas (5%) deram 6voltas na primeira avalia��o, comparados com 14 pessoas (46,6%) na segunda avalia��o. Na segunda avalia��o, ainda, 5 pessoas (16,6%) caminharam mais de 6 voltas, quando no in�cio nenhuma pessoa atingiu esta dist�ncia. Todos estes valores est�o representados no gr�fico 4.



Gr�fico 4: Representa a resist�ncia nas atividades de caminhada num tempo de 30 minutos.
    Al�m disso, todos os avaliados relataram que houve uma diminui��o no uso de medicamentos, diminui��o da taxa de colesterol e trigic�ris no n�vel do diabetes.


Conclus�es

    O decl�nio das capacidades f�sicas e as modifica��es fisiol�gicas decorrentes do envelhecimento s�o aspectos fundamentais para a elabora��o de programas de exerc�cios para idosos. Viu-se que os objetivos desses programas dever�o estar diretamente relacionados com as altera��es decorrentes do processo de envelhecimento, assim as metas associadas � pr�tica de exerc�cios deveriam ser: melhoria da qualidade de vida, retardamento das altera��es fisiol�gicas, melhoria das capacidades motoras e benef�cios sociais, psicol�gicos e f�sicos.

    Quanto � composi��o da sess�o de exerc�cios existem refer�ncias, nos trabalhos consultados, em rela��o aos seguintes componentes:

Aquecimento - incluindo exerc�cios de alongamento e atividades f�sicas de baixa intensidade;

Parte principal - incluindo exerc�cios de resist�ncia aer�bia, for�a e resist�ncia muscular e;

Volta � calma - incluindo exerc�cios de alongamento. Quanto a esse assunto, uma grande lacuna observada diz respeito a disposi��o seq�encial adequada, do mesmo modo, falta um maior esclarecimento sobre a fun��o e organiza��o das atividades em cada um desses componentes.

    N�o foram verificadas diverg�ncias quanto ao tipo e freq��ncia semanal, contudo, observou-se grandes varia��es na indica��o da dura��o e intensidade recomendada em programas de exerc�cios dirigida para idosos. Existiu uma abordagem diversificada quanto ao modo de progress�o dos exerc�cios, al�m de existirem poucas refer�ncias na literatura a respeito das atividades visando desenvolvimento da for�a muscular e flexibilidade.

    A maioria das idosas come�ou a praticar atividade f�sica e n�o parou mais. Relatam que hoje coisas m�nimas que antes n�o conseguiam fazer, j� fazem com facilidade, como o ato de sentar no ch�o.

    Uma aluna relatou que com a hidrogin�stica n�o sentiu mais dores lombares e na cervical e diminuiu o uso de medicamentos. Que antes tinha muita ins�nia e que isso melhorou muito depois que come�ou a praticar atividade f�sica.

    Enfim, com a pr�tica de qualquer atividade f�sica, a terceira idade se sentir� mais �til, independente, com mais esperan�a e vontade de viver, mais auto-estima, com maior vitalidade e disposi��o, tornando-se seres mais saud�veis, soci�veis e felizes.

    Que a atividade f�sica proporciona bem estar, al�m de proporcionar em alguns casos diminui��o do peso corporal, aumento da flexibilidade, aumento da resist�ncia e diminui��o do uso de medicamentos.


Refer�ncias bibliogr�ficas

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