A pedra no caminho

  • Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso.
  • “Nada de bom pode vir a uma nação” – dizia ele – “cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria”.
  • Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que aconteceria.
  • Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que levava para a moagem na usina.
  • “Quem já viu tamanho descuido?” Disse ele contrariado, enquanto desviava sua carroça e contornava a pedra.
  • “Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada?”
  • E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.
  • Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela estrada. A longa pluma de seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia da sua cintura.
  • Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra e não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento.
  • Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado aquela pedra imensa na estrada.
  • Então, ele também se afastou sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra.
  • E assim correu o dia...
  • Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra no meio da estrada, mas ninguém a tocava.
  • Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadora e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho, mas disse a si mesma: “Já está escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho”. E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar.
  • Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu-a. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: “Esta caixa pertence a quem retirar a pedra”.
  • Ela a abriu e descobriu que estava cheia de ouro.
  • O rei então apareceu e disse com carinho: “Minha filha, com freqüência encontramos obstáculos e fardos no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles, se assim preferimos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A decepção, normalmente, é o preço da preguiça”.
  • Então, o sábio rei montou em seu cavalo e, com um delicado boa noite, retirou-se.
  • (Autor Desconhecido)
Hosted by www.Geocities.ws

1