MUDANÇAS NA SOCIEDADE X MUDANÇAS NA ESCOLA
 
Maria Lucia Soares Martins
 
 
Atualmente, tendo em vista a rápida evolução da tecnologia, surpreendemo-nos freqüentemente com o surgimento de novas formas de pensar e de se relacionar com os objetos do conhecimento. A telecomunicação e a informática contribuíram para a agilização e rapidez das comunicações e, conseqüentemente, para a transformação da forma como decorre a construção dos conhecimentos e dos conteúdos dos próprios conhecimentos.
 
O mundo que hoje surge, constitui-se um desafio ao mundo da educação e uma oportunidade. É um desafio porque o universo de conhecimentos está sendo revolucionado tão profundamente que ninguém vai sequer perguntar à educação se ela quer se atualizar. A mudança é uma questão de sobrevivência. A oportunidade surge na medida em que o conhecimento, matéria prima da educação, está se tornando o recurso estratégico do desenvolvimento moderno. Ao mesmo tempo em que a Educação se torna um instrumento estratégico da reprodução social, as tecnologias permitem dar um grande salto nas formas, organização e conteúdo da Educação. Informática, multimídia, telecomunicações, banco de dados, vídeos e tantos outros elementos se generalizam rapidamente.
 
O domínio da técnica torna-se hoje, portanto, uma das habilidades fundamentais que possibilita e favorece o desenvolvimento da competência do indivíduo, capaz de levá-lo a interferir, transformar e se relacionar com o mundo em que vive. Apesar disso, a utilização simples da técnica não pode e não deve ser o único papel da escola. É preciso que o domínio dessa técnica se transforme em fundamento, em base para a construção de novos e a transformação de antigos conhecimentos.
 
Há, portanto, duas tendências em ebulição no mundo atual. Uma delas é a tecnológica, responsável pela necessidade de se aprender melhor e que possibilita os meios para se adotar ações mais eficazes. As tecnologias da informação abrem oportunidades sem precedentes para a ação de melhorar os ambientes de aprendizagem.
 
A outra tendência é epistemológica, alicerçada em um novo conceito de aprendizagem que pressupõe permanentes mudanças nas estruturas mentais, biológicas e cognitivas – uma revolução acerca do conhecimento. A contribuição de novas tecnologias no aumento da aprendizagem cria possibilidade do surgimento de diferentes estilos intelectuais, de criação de uma identidade intelectual própria para cada um daqueles usuários das ferramentas computacionais.
 
Um conceito de Educação se abre para um enfoque mais amplo: já não basta trabalhar com simples propostas de modernização da Educação. Trata-se de repensar a metodologia do tratamento do conhecimento no seu sentido mais amplo e as novas funções do educador como mediador desse processo. Não se trata de entupir as escolas com computadores. Há de se propiciar novas formas mais flexíveis e acessíveis para a aprendizagem. A Educação tem de aprender a utilizar as novas tecnologias para transformar a Educação, na mesma proporção em que essas tecnologias estão transformando o mundo.
 
Portanto, é natural que a escola, para quem o conhecimento é a matéria prima, tenha de abrir o seu horizonte, aproveitando o manancial de possibilidades que se abrem, batalhando por espaços mais amplos e renovados, com tecnologia e soluções institucionais novas. A escola tem que passar a ser menos “lecionadora” e mais mobilizadora e organizadora de um processo que integre os diversos espaços educacionais existentes. Ajudando a criar um ambiente que leve à ampliação das opções ou reforço das atividades criativas do cidadão.
 
Cabe às instituições educacionais não só assegurar a democratização do acesso aos recursos digitais, mas ir além e dar condições para preparar as novas gerações para a apropriação crítica e criativa dessas novas tecnologias.[1]
 
 
 
 
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