Boletim Mensal * Ano VI * Outubro de 2007 * Número 55

           

 

“Em oito anos que esteve por aqui, o Conde Mauricio de Nassau, que governou durante o Brasil Holandês, fez mais pelo registro da memória do País do que os portugueses em 300”.
   
 
            Foi este comentário feito à entrevista dada pelo Editor deste Boletim á revista “ALGO MAIS”, Recife, Agosto de 2007, pelo historiador Prof. Marcos Galindo, Ph.D., Líber, Departamento de Ciência da Informação, da Universidade Federal de Pernambuco e, embora não conste do currículo encontrado na Internet, Doutorado em História pela Universidade de Leiden, na Holanda.
            Não compreendi como no comentário à entrevista dada sobre a Fortaleza de Santa Cruz, na Ilha de Itamaracá, o historiador Marcos Galindo vai falar dos registros históricos deixados pelo conde Mauricio de Nassau quando, em declarações dadas ao caderno “Turismo & Lazer”, publicado pelo “Jornal do Commercio”, de 17 de Junho de 2004, foto ao lado,diz:- Ele tinha um plano pessoal de Governo, queria fazer fortuna para se destacar e receber o titulo. Ele era apaixonado por projeto próprio. Nassau levou para a Europa tudo o que  havia produzido no Brasil. Ele trocou, vendeu, negociou e virou príncipe como queria”.      Depois desta vossa opinião, voltemos ao seu comentário.
            O Dr. Marcos Galindo sabe, muito melhor do que eu, que registros históricos sobre a construção da Fortaleza de Santa Cruz existem, em abundancia, no Brasil e em Portugal, como também sabe que o seu Mauricio de Nassau e a Companhia das Índias Ocidentais não deixaram no Brasil, depois de 24 anos de ocupação em Pernambuco, 3 no Gurupá e um pouco mais de um ano na Bahia, nada mais do que uma dúzia de azulejos colocados numa das torres  (aproveitada na reconstrução do Convento de Santo António) de uma casa portuguesa que Nassau reformou para Palácio da Boavista, primeira residência dos governadores holandeses na parte do Brasil por eles invadido.
            Depois, mais adiante, diz:- “História não é necessariamente triunfo, mas ciência”. Eu acrescentaria que também é muito estudo, muita pesquisa e, por vezes, a satisfação de se encontrar a verdade, destruindo as fantasias com que neo-historiadores, movidos por interesses que não conseguimos compreender, tentam modificar a verdadeira história de Pernambuco.
            E diz também o seguinte:- “... após a expulsão dos flamengos, em 1654, somada à vontade natural de apagar os vestígios de um período de guerra, vieram as construções portuguesas, novamente, passando como um trator por cima do que restou”. Dr. Marcos Galindo, de conformidade com os registros históricos que narram a guerra de libertação de Pernambuco, foi a guarnição do Forte das Cinco Pontas, o mercenário exército da Companhia das Índias Ocidentais que, para puder abrir a linha de fogo para que sua artilharia, que tinha sido construída para defender ataques vindos do mar,
mudasse o alvo contra os ataques das tropas luso brasileiras que atacavam de terra, que destruiu o Convento que havia
sido transformado em Forte Ernest, o Palácio da Boa Vista e a maior parte das casas que haviam sido construídas na nova cidade Mauricia. O Palácio das Torres também estava na lista para ser derrubado e escapou por pouco.
            O que deixaram de pé, não foi preciso derrubar, os terrenos de mangue onde tinham sido construídas atacaram com a sua acidez as fundações construídas em tijolo e, uma a uma, foram sendo derrubadas quando ameaçavam cair.
            O Palácio das Torres 40 anos depois de ser construído foi todo recuperado porque apresentava rachaduras e risco de ruir e nos finais do século XVIII teve que ser derrubado porque apresentava risco eminente de cair e não havia, na época tecnologia para que se pudessem recuperar as suas corroídas fundações de tijolo.
            Quando se desviou do tema da entrevista, porque não escolheu um português, chamado Pedro, que governou o Vice Reino do Brasil por 16 meses (de 25 de Abril de 1821 a 7 de Setembro de 1822) e deixou mais registros históricos que todos os governadores holandeses deixaram nas colônias por eles saqueadas a Espanha e Portugal?
            Se o Príncipe (da Igreja Calvinista) era assim uma pessoa tão importante, como escrevem alguns historiadores, porque a Republica das Províncias Unidas, mais tarde chamada Republica Batava e, em 1805, Reino da Holanda, não lhe prestaram qualquer homenagem que tenha durado até aos nossos dias?

    

 

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