A Clássica de Sintra
Serra de Sintra, Sintra, 19MAR00
SINTRA |
Distância Total: 26 kms. - 2 níveis |
Grau de Dificuldade: Elevado |
Tipo de Terreno: Muito Acidentado e com bastantes Passagens Técnicas |
Duração Aproximada: 04:00 - Local de Partida: Convento dos Capuchos |
Organização de Bike Team e CicloNatur, Patrocínio No Fear |
+ RITMO E TRAÇADO ESCOLHIDO LANCHE AUSÊNCIA DOS "HABITUAIS" BRINDES |
- QUANTIDADE DE BETETÍSTAS PONTUALIDADE NA SAÍDA |
Grau de Agradibilidade Betetística * * * * * |
ROAD BOOK
(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)
LOCAIS DE INTERESSE NA INCURSÃO
CONVENTO DOS CAPUCHOS
ALBUFEIRA DE RIO DA MULA
MONUMENTO AOS SOLDADOS MORTOS NO INCÊNDIO
"THOLOS" DO DELTA MONGE
CONVENTO DA PENINHA
COMENTÁRIOS
De: A. Pedro Roque
Oliveira <[email protected]>
Para: Pedro Carvalho <[email protected]>; Artur
Ferreira <[email protected]>; Cristina Pereira <[email protected]>
Assunto: As Nossas Aventuras na "Clássica"
Data: Terça-feira, 21 de Março de 2000 0:54
As Nossas Aventuras na "Clássica"
Foi com uma Serra de Sintra estranha e excepcionalmente
ensolarada que teve lugar mais uma "clássica" edição
anual da passeata do BT nestas bandas no passado dia 19MAR00.
Comparativamente ao BT de Azeitão a 16JAN00 é de referir que o
numero de adesões foi algo inferior, talvez pelo facto da serra
possuir, habitualmente, a maior densidade nacional de betetístas
por quilometro quadrado e de, por essa circunstância
eventualmente, não despertar a mesma curiosidade de outros
destinos betetísticos provavelmente mais "exóticos".
Sem embargo, este pormenor até pode abonar em favor da "clássica"
uma vez que permitiu que o passeio se desenrolasse com menor
confusão. A organização esteve ao nível habitual, isto é:
muito bem (desta vez o "briefing" foi perfeitamente audível...)
se bem que a quantidade de "mimos" (leia-se "brindes")
tenha sido reduzida comparativamente aos anteriores passeios BT,é
que não houve a "t-shirtezita" da praxe (imaginem só
qual terá sido a decepção do Diogo ...). O BT habitua-nos mal
e depois quando falta algum "mimo" que nós já
consideramos como adquirido, achamos estranho.
Do ponto de vista puramente betetístico a Serra fala por si.
Parece que o Criador a talhou a pensar especialmente no BTT, desníveis
permanentes e constantes, verde e água em abundância para
contrariar os efeitos da canícula e para que o pedaleio duro não
nos desmotive em excesso. Ela é toda, mas mesmo toda, ciclável
do sopé ao topo para que nada permaneça inalcançável para um
betetísta que se preze.
Assim ao BT e à Ciclonatur só bastou, portanto, traçar um
percurso que, por muito que desejassem, dificilmente seria menos
desnivelado (só se fosse na "Várzea de Sintra"). A
Serra de Sintra não é, assim, para todo o pedal, mesmo no
"supostamente" acessível nível 1. É necessário músculo
na perna, espaço nos pulmões e capacidade mental para suportar
esforços consideráveis (ia referir que era só para betetístas
de "barba rija" mas isso seria politicamente incorrecto
e importa incentivar os elementos femininos a participarem em
maior número).
Mesmo com estas condicionantes orográficas a organização foi
muito pouco benevolente na escolha do percurso, mas algo
optimista na classificação dos graus de dificuldade (médio e médio
/ elevado) para os níveis 1 e 2 é que, ficamos a pensar, qual
será o seu critério de "elevado" ? (será essa a
surpresa que nos esperará em Manteigas ?, pessoalmente até já
estamos a "temê-las"...).
A juntar a estes ingredientes aquela "brilhante" ideia
de nos fazerem (aos participantes do nível 2) descer e subir a
serra duas vezes, ainda por cima atrás do António Malvar que
subia aquelas encostas como um autêntico desvairado,(onde é que
o "velhinho" arranja tanta energia ?) aliás importa
referir que, na frente do grupo eram os cabelos grisalhos que
imperavam (apesar de disfarçados pelos lustrosos capacetes) o
que nos leva a interrogar: será que a experiência e o querer
ainda contam mais, a subir, do que corações e pulmões mais
jovens e, supostamente, mais potentes? Quiçá !
Mas os requintes de "malvadez organizativa" não se
ficaram por aí senão vejamos:
. a primeira descida até à Barragem do Rio da Mula para além
de extremamentetécnica implicava que não tropeçassemos nos inúmeros
betetístas desmontados. Foi então, aí que descobri a razão do
patrocínio do "No Fear" é que paradescer aqueles
trilhos em condições era necessário uma dose extra de "No
Fear" (e para alguns de "No Pain" ... );
. aquela descida não era mais do que um aperitivo pois no BTT a
lei da gravidade é terrível e, uma vez chegados "lá
abaixo", era preciso voltar "cá para cima" e
penosamente o fizemos debaixo de uma canícula em crescendo,
observando, durante a nossa ascensão, os betetístas apeados
empurrando o velocípede, e lá continuámos, metro após metro,
curva após curva, procurandomanter o pulso debaixo de controlo
apenas tendo em mente a mirífica chegada ao cruzamento dos
Capuchos;
. aí finalmente chegados, qual não foi a nossa surpresa - era
preciso subir ainda mais, até ao "delta" Monge, que é
apenas o segundo ponto mais alto da Serra. Era assim que
determinava aquela rubra seta apontada para a esquerda e para
cima;
. quanto mais subíamos, paradoxalmente, mais calor fazia pelo
que o reagrupamento à sombra fresca no topo, junto ao Monge
soube
maravilhosamente, pareceu-nos o paraíso na Terra (quantos saberão
que existe naquele local um monumento megalítico em razoável
estado de conservação?);
. o "single-track" que se seguiu foi de antologia,
afinal de contas não é todos os dias que se cruza a floresta
daquele modo sobretudo quando a Serra é excepcionalmente verde
naquele local;
. daí até á Peninha e depois até ao sopé da Pedra Amarela (pelo
trilho paralelo à estrada da Peninha) tudo correu pelo melhor,
pudera, tratava-se de uma descida pouco acentuada, mas técnica (com
um panorama magnífico sobre o Cabo Raso e o Guincho) e na qual
os betetístas montados em "integrais" se vingaram dos
seus companheiros "hard-tails" e das suas prestações
nas
subidas anteriores.... chegados ao sopé da Pedra Amarela,
pensando nós, ingenuamente, que o "suplício" estava
prestes a finalizar e que iríamos ter um tranquilo "regresso
á base" nos Capuchos, eis que as malfadadas setas
encarnadas apontam para baixo lançando-nos em mais uma
vertiginosa descida (No Fear...), de novo, ate à Barragem (faltava
ver, afinal, o lado do paredão eos seus "grafittis" pós
modernistas...);
. e, sem um segundo de hesitação, de novo em direcção ao topo
e ao cruzamento dos Capuchos, meu Deus, com 23 quilómetros de
montanha já percorridos aquilo mais parecia a "via sacra"
com betetístas parados em cada uma das 13 "estações"
pelo que, á chegada aos Capuchos, os rostos de alívio eram bem
reveladores da dureza destes inesquecíveis 28 quilómetros,
ficamos obviamente muito contentes por termos chegado no "top
ten" e é sempre interessante estar tranquilamente sentado
á sombra a observar quem chega jámuito cansado em cima da sua
metálica montada...
Passados os cinco minutos da praxe para o "descanso do
guerreiro" com um copo de sumo de maracujá numa mão e uma
sanduiche de queijo flamengo na outra, com um soriso nos lábios
já nos tinhamos esquecido das "maldades" inflingidas e
da dureza, preparados e ansiosos para a próxima aventura do BT.
Até lá pois, já sabe, se você não participa nestas aventuras,
então não sabe
o que perde !
PEDRO ROQUE - ALMADA (sócio BT n.º 942)
Saudações Virtuais, Virtual Best Regards
António Pedro Roque Oliveira - [email protected]
__O
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(_)/ (_)
http://www.geocities.com/caminhos_2000
PLANOS FOTOGRÁFICOS DA INCURSÃO BTT
(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)
hhhhh |
Descida do single-track no Monge |
Descendo da peninha em direcção à Pedra Amarela |
Pedro Carvalho, director da BM rolando isolado... |
Passagem particulamente difícil na primeira descida em direcção à Barragem do Rio da Mula na frente do grupo e de costas temos LP (jersey encarnada) e PR (jersey verde) ... |
O andamento impetuoso de HS impressionou francamente o fotógrafo da BM que lhe reserveou este primeiro plano ...
( photos by Nuno Antunes / Bike Magazine)