" Pelo Granito da Serra de Monfurado "
Serra de Monfurado, Montemor o Novo - 11JUN00
(photo by http://www.terravista.pt/enseada/2510/locais/montemor/montemor.htm)
MONTEMOR O NOVO
Organização - Grupo Cicloturístico de Montemor o Novo - CMM |
Terreno algo acidentado e com passagens técnicas |
Distância Total: 41 kms. |
Grau de Dificuldade: Médio |
Duração Aproximada: 04:00 |
+ DIVERSIDADE PAISAGÍSTICA BELEZA DE ALGUNS LOCAIS ORGANIZAÇÃO RITMO À CABEÇA DUCHE QUENTE |
- INEXISTÊNCIA DE DOIS NÍVEIS EXIGUIDADE DO LOCAL ESCOLHIDO PARA O LANCHE |
Grau de Agradibilidade Betetística * * * * * |
MAPA DA REGIÃO DO PERCURSO E ROAD BOOK
(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)
LOCAIS DE INTERESSE NA INCURSÃO
TRAVESSIAS A VAU DO RIO ALMANSOR
SERRA DE MONFURADO
PAISAGEM SERRANA
CASTELO DE MONTEMOR O NOVO
A CIDADE DE MONTEMOR O NOVO
De prata, com um monte de negro, rematado por um castelo de azul, aberto iluminado e lavrado do primeiro, encimado por uma romã de verde, rachada de vermelho e rematada por uma cruz latina de negro; o castelo acompanhado à dextra de um crescente e à sinistra de um sol, ambos de vermelho; em contra chefe assente na base do monte, uma ponte de três arcos de prata, sobre uma ponta ondada de faixetas de azul e prata. Coroa mural de cinco torres de prata. Listel de prata com legenda a negro: CIDADE DE MONTEMOR-O-NOVO.
A cidade de Montemor-o-Novo situa-se no coração de três colinas, as quais suportam no seu cume o Paço e o morro do Castelo, o Convento da Visitação e o Convento da Senhora da Saudade.
Este último Convento foi o que deu nome ao concelho, pois além de ser o de maior importância, é o que se localiza no monte maior.
Esta cidade tem raízes muito antigas. Apesar de não se saber ao certo em que época surgiu, Montemor-o-Novo foi habitado por diversas civilizações, as quais perduram nos imensos vestígios arqueológicos, como os monumentos megalíticos, ou as pinturas e gravuras do paleolítico superior da gruta do Escoural.
Há quem diga que tenha sido a romana Castrum Malianum, pondo-se a hipótese de que o castelo tenha servido de base a uma povoação romana.
No entanto, o alicerce histórico de Montemor-o-Novo só surgiu dos mouros, em 1167, altura em que o castelo foi conquistado por D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal.
Mais tarde, em 1201, D. Sancho I terá reedificado o castelo, e em 1203 concedeu foral à cidade, o qual foi renovado em 1503, por D. Manuel I.
Actualmente, em Montemor-o-Novo predomina a actividade agrícola, nomeadamente a produção de azeite, vinho, cereais, cortiça e mel, sendo também relevante a criação de gado.
No sector industrial, destacam-se os artigos de cortiça e madeira, os produtos metalúrgicos, bem como a indústria de produtos alimentares.
A SERRA DE MONFURADO
(photo by http://www.terravista.pt/baiagatas/1667/)
Rede Natura 2000 - Sítio nº 77
NOME: SERRA DE MONFURADO ( aprox. 30 000 ha )
Inclui o Biótopo Corine "Serra de Monfurado".
JUSTIFICAÇÃO:
Trata-se de uma zona climacicamente dominada por importantes montados de sobro e azinho, bastante bem conservados, cuja importância é realçada pela sua situação geográfica à escala nacional, bem como pelas diversas influências climáticas que esta zona sofre. Ocorrem também resquícios de carvalhais de Quercus faginea e Quercus pyrenaica (limite sul da sua distribuição em Portugal), assim como importantes comunidades arbustivas dominadas por Calycotome villosa.
Em termos faunísticos, em particular no que diz respeito aos Quirópteros, trata-se de uma zona de grande importância, não só de hibernação como também de reprodução.
HABITATS NATURAIS do Anexo I da Directiva "Habitats":
Charcos temporários mediterrânicos (3170)
Vegetação flutuante de ranúnculos dos cursos de água submontanhosos e de planície (3260)
Cursos de água mediterrânicos intermitentes (3290)
Charnecas secas (todos os subtipos) (4030)
Florestas termomediterrânicas e pré-estépicas de todos os tipos (5330)
Substepes de gramíneas e anuais ( Thero-Brachypodietea) (6220)
Montados de Quercus suber e/ou Quercus ilex (6310)
Freixiais de Fraxinus angustifolia (91B0)
Florestas aluviais residuais (Alnion glutinoso-incanae) (91E0)
Florestas mistas de carvalhos, ulmeiros e freixos das margens de grandes rios (91F0)
Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus ptrenaica (9230)
Carvalhais de Quercus faginea (Península Ibérica) (9240)
Florestas de Quercus suber (9330)
Florestas de Quercus ilex (9340)
ESPÉCIES DA FAUNA constantes da Directiva "Habitats":
? Lynx pardinus - lince-ibérico -an. II e IV DH; an. II CB; an. I CITES.
Lutra lutra - lontra - an. II e IV DH; an. II CB; an. I CITES.
? Microtus cabrerae - rato de Cabrera - an. II e IV DH; an. III CB.
Miniopterus schreibersii - morcego-de-peluche - an. II e IV DH; an. II CB; an. II C. Bona.
Rhinolophus euryale - morcego-de-ferradura-mediterrânico - an. II e IV DH; an. II CB; an. II C. Bona.
Rhinolophus ferrumequinum - morcego-de-ferradura-grande - an. II e IV DH; an. II CB; an. II C. Bona.
Rhinolophus hipposideros - morcego-de-ferradura-pequeno - an. II e IV DH; an. II CB; an. II C. Bona.
Rhinolophus mehelyi - morcego-de-ferradura-mourisco - an. II e IV DH; an. II CB; an. II C. Bona.
Myotis myotis - morcego-rato-grande - an. II e IV DH; an. II CB; an. II C. Bona.
Emys orbicularis - cágado-de-carapaça-estriada - an. II e IV DH; an. II CB.
Mauremys leprosa - cágado - an. II e IV DH; an. II CB
COMENTÁRIOS
De: A.
Pedro Roque Oliveira <[email protected]>
Para: velocipedia egroup <[email protected]>
Assunto: Pedal de Fim de Semana: o melhor e o pior
Data: Segunda-feira, 12 de Junho de 2000 20:03
Ave Velox Lvsiphonae,
(...)
2.
DOMINGO ESTUPENDO - SERRA DE MONFURADO, MONTEMOR NOVO
Admito aqui que as minhas expectativas pessoas relativamente a
esta incursão promovida pelo "Grupo de Cicloturísmo de
Montemor Novo" eram à priori bastante elevadas. O facto de
conhecer a região em questão (parte das minhas origens
familiares situam-se aí) embora de modo "asfáltico"
assim o determinou.
Assim sendo, tenho que confessar que as expectativas foram não só
satisfeitas como até largamente superadas. Até a meteorologia
ajudou com um tecto de nuvens que permitiu, durante toda a manhã,
esconder o sol abrasador desta altura do ano.
A organização esteve em muito bom nível e nem sequer faltou um
agradável lanche (sobretudo se tivermos em conta que a inscrição
era gratuíta).
Havia cerca de meia centena de participantes que formavam um
conjunto garrido e algo heterogéneo quer a nível etário, quer
a nível de máquinas, quer a nível de performance velocipédica
as únicas coisas homogéneas eram o amor ao pedal e o sexo dos
participantes (honrosa excepção seja feita, todavia, a uma
representante feminina - tudo o resto era a habitual paisagem
varonil).
2.1. PERCURSO
O percurso era algo acidentado com desníveis curtos mas
razoavelmente inclinados e técnicos o que, aliado ao elevado
ritmo imposto à cabeça do grupo, levou a que o pulso se
mantivesse, durante boa parte do traçado, acima das 165 b.p.m. e,
no meu caso, fotógrafo amador de serviço, a tarefa ainda era
mais extenuante já que, para obter alguns planos diferentes
tinha que pedalar adiante, aguardar a passagem de parte
substancial dos ciclistas, aumentar o ritmo do pedaleio para
voltar a reencontrar a cabeça do grupo.
2.2. AMBIENTE
De referir a enorme beleza paisagística do percurso na granítica
Serra de Monfurado, estamos num local integrado na Rede Natura
2000 (sítio n.º 77) e constituinte de um "Biótopo Corinne"
o que atesta bem da sua mais valia ambiental. A paisagem era tudo
menos monótona, alternando montanha com planalto, montado com
zona silvestre e a água abundava em quantidade e
qualidade. O ponto mais interessante situa-se antes da descida
para Santiago do Escoural um apertado vale ao longo de um ribeiro,
onde abundavam os fetos e outro tipo de vegetação que nos
faziam esquecer, facilmente, que nos encontrávamos em pleno
Alentejo.
Do ponto de vista pecuário também o passeio foi recheado de
interesse: vacas, toiros bravos e ovinos em fartura. Deu até
para nos cruzarmos com uma cena macabra (ou melhor "maovelha")
- um ovino morto, sabe-se lá como, esventrado, em adiantado
estado de decomposição e parcialmente devorado pelos corvos (felizmente
esta crónica não tem cheiro).
2.3. RITMO DE PEDALEIO
Uma referência muito especial para a prestação do "Homini
Velox" que como tem sido habitual não deixam os seus créditos
por mãos alheias. Foi excelente sobretudo se tivermos em conta
que à cabeça circulavam, sobretudo, jovens "sub 23"
de pernas rapadas, o que indicia trato competitivo.
Assim os HV estiveram ao seu melhor nível e foram dos que mais
contribuíram para o "aborrecimento" dos mais lentos (de
que daremos conta mais adiante).
Tudo isto apesar da divertida incursão pela valeta de FS (perante
a risada geral) e a "queda técnica" de LP que não
guardou a distância devida para o ciclista que o antecedia e que
se havia desequilibrado com enorme aparato diante de si (LP é um
destruidor nato de raios e as rodas do acidentado foram a prova
acabada disso).
2.4. ARMADILHAS
Pormenor de interesse apreensivo nesta incursão foram as
constantes armadilhas do terreno. Não estávamos no terreno
ideal para o ciclista incauto, decididamente. Pedras ocultas,
valas prontas a engolir uma bicicleta inteira e regos inopinados,
constituíram uma mistura explosiva conducente a algumas quedas e
que só elevadas concentração e contenção de excessos
descendentes permitiram superar sem problemas.
No meu caso pessoal alguma experiência foi necessária para
resolver uma situação de apuro resultante do facto de numa
descida rápida e técnica as rodas se terem perfilado com um
rego existente e no qual o desequilíbrio esteve eminente - tempo
de "provocar" o despiste (ou o "destrilho" se
quiserem) sair daquela trajectória fatídica e, após evitar uma
árvore com um golpe de rins, aplicar os travões em potência e
imobilizar o trem, tudo numa fracção de segundo bem inferior ao
tempo que leva a ler o relato do incidente, Ufa ! O BTT PODE SER
UMA ACTIVIDADE PERIGOSA ...
2.5. PONTOS FRACOS
Também os houve, como não podia deixar de ser. As inevitáveis
diferenças de andamento, sobretudo quando os percursos são
acidentados, aliadas ao alto ritmo imprimido à cabeça, levavam
a que as sempre arreliadoras pausas fossem constantes. Assim
tivemos os mais rápidos a protestarem porque se parava demais e
os mais lentos a protestarem por considerarem o ritmo diabólico.
A solução, se bem que possa exigir um maior esforço
organizativo, passa pela criação de dois níveis de andamento.
Esta circunstância, normalmente, resulta positivamente. Por
outro lado o local escolhido para o lanche retemperador, se bem
que
interessante do ponto de vista paisagístico, era muito acanhado
para a quantidade de participantes e respectivas bicicletas.
2.6. A "DETENTE" OU O "AFTER CYCLE"
Constou de um retemperador duche nos balneários municipais (next
time don't forget your towel HS !) e o delicioso almoço regional
(não incluído, obviamente, no "pack" organizativo) no
restaurante Sampaio que serviu de palco para uma cruzada anti-tabagística
de FS (ash-fascism?) muito pouco indulgente perante a
pontualidade britânica de um dos comensais que, de 10
em 10 minutos alumiava mais um dos seus cigarros.
Saudações Virtuais, Virtual Best Regards
António Pedro Roque Oliveira
[email protected]
http://www.geocities.com/caminhos_2000
__O
_-\<,_
(_)/ (_) moderador "Velocipedi@"
ALGUMAS IMAGENS DE MONTEMOR O NOVO
Panorâmica da zona histórica e do castelo ...
Idem ... |
Panorâmica da cidade vista do Castelo ... |
Interior da Gruta do Escoural (Paleolítico Superior) ... |
Sobreiro na Serra de Monfurado ... |
Desbaste dos Sobreiros na Serra de Monfurado ... |
Uma vara de porcos pastando na Serra de Monfurado ... |
(photos Montemor by http://www.terravista.pt/aguaalto/3377/local.htm/)
(photo gruta Escoural by http://www.terravista.pt/meco/2310/escoural.htm/)
(photos Serra Monfurado by http://www.terravista.pt/baiagatas/1667/)
PLANOS FOTOGRÁFICOS DA INCURSÃO BTT
(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)
Uma das muitas pausas devido ao cruzamento dos portões que delimitam as propriedades ... |
Rolando tranquilamente ... |
Nas zonas mais rápidas era altura de o "pelotão" esticar .... |
HS em pose bucólica ... |
Vacas de raça alentejana pastando indiferentes á passagem dos ciclistas ... |
PR em pose empenhada ... |
. Nova pausa após a transposição de mais uma cancela ... |
. Rolando de forma compacta ... |
. LP e HS em plena progressão ... |
. Ciclista rolando solitário ... |
. Pelotão compacto aproximando-se do fotógrafo ... |
. Cruzando uma ribeira ... |
. Pausa para tentar reagrupar os mais atrasados após se ter vencido um desnível mais pronunciado ... |
. De "jersey" encarnada PR desafia o perigo sob a forma de toiros de lide ... |
. Rolando no montado (HS à esquerda) e um ciclista sem capacete, o que, se atendermos á imprevisibilidade do traçado, se pode considerar "temerário" ... |
. Subindo num monte forrado de um aveludado feno, um dos momentos altos da incursão ... |
. Um grupo de cinco ciclistas iniciando a subida do feno ... |
. Nenhuma pausa para "Kit Kat" ou o ciclista mais bizarro da incursão ... |
( photos BTT by Pedro Roque)