" Estrela, Dureza "Amanteigada"

Manteigas, Serra da Estrela - 14MAI00




MANTEIGAS

Organização - Bike Team / Grupo de BTT de manteigas

Terreno muito acidentado e em altitude com algumas passagens técnicas

Distância Total: 36 kms.
Grau de Dificuldade: Médio / Alto
Duração Aproximada: 04:00
+

ESPECTACULARIDADE PANORÂMICA

DESCIDAS PARA O MONDÊGO

"VACA FUGITIVA"

DUCHE QUENTE E SUPER - ALMOÇO

-

UM POUCO DE ASFALTO A MAIS


Grau de Agradibilidade Betetística

* * * * *


MAPA DA REGIÃO DO PERCURSO

(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)


 

 

Vila, sede de concelho de comarca, distrito e diocese da Guarda.

 Situada a aproximadamente 700m de altitude, num vale glaciar da Serra da Estrela, onde corre o rio Zêzere.

Três freguesias: S.Pedro, St. Maria e Sameiro.

Indústria de fiação de tecidos, água engarrafada e produção artesanal de azeite e queijo da serra.

O seu 1º foral data de 1188.


COMENTÁRIOS

De: A. Pedro Roque Oliveira <[email protected]>
Para: Manuel Mendes <[email protected]>; Cristina Pereira <[email protected]>; Artur Ferreira <[email protected]>; Pedro Carvalho <[email protected]>
Assunto: Passeio BT em Manteigas - "Crónica de Viagem"
Data: Quarta-feira, 17 de Maio de 2000 17:52


ESTRELA, A DUREZA AMANTEIGADA

Pensávamos já tudo conhecer em matéria de BTT. É esse o deslumbramento ufano de quem já vai conhecendo, de cor e salteado, todas as curvas, todas as subidas, todos os saltos e todos os buracos das Serras de Arrábida, Sintra
ou Monsanto. Assim sendo, intuímos, erradamente, que o pedaleio já não nos
reservava quaisquer surpresas.

Mas, de uma agradável e dura surpresa, se tratou o passeio do Bike Team e do Grupo BTT de Manteigas no ponto mais alto de Portugal Continental, ali, na imponente e inigualável Serra da Estrela. Talvez devido à grande distância que separa os grandes centros do litoral da simpática vila de Manteigas (só de Lisboa são 315 kms.) o número de participantes foi algo reduzido, circunstância que, diga-se em abono da verdade, até resultou qualitativamente. Assim éramos "poucos, mas bons" e, como habitualmente, bem enquadrados pelos companheiros do Bike Team (com as suas jerseys encarnadas justamente no que haveria de ser o "dia do Leão") e do Grupo de Manteigas para quem desníveis desta grandeza são mais familiares.
Deu para tudo, este passeio: começámos por rolar "à Pantani" (não, não substituímos os capacetes por lenços) subindo, por asfalto, dos 700 aos 1200 metros, em cerca de sete quilómetros, para aquecer bem o conjunto e logo aí se viram as diferenças de rendimento ciclístico quando o "pelotão" se esfrangalhou por completo. O mais curioso de tudo foi o calor - esteve um
dia de Verão, a prova disso foram os bronzeados duplos, bem à ciclista, que se produziram, só que, o ambiente parecia surrealista, pois bastava olhar para Oeste e via-se a Torre ainda com neve !


Saímos finalmente da estrada (as rodas finas, afinal, tinham ficado em casa)e iniciamos o "downhill". Quando julgávamos que iria ser permanente eis que curvamos para a esquerda e deparamos com uma rampa íngreme, a subir, de piso muito técnico que obrigou, quase todos, a desmontar (a nós também, pronto, admitimos, e qual é o mal ?). O que era mais curioso é que até já havíamos subido coisas mais inclinadas e com o piso mais difícil, só que o problema, meus amigos, é que já estávamos para lá dos 1100 metros de altitude e, a acreditar nos especialistas, com menos 10 a 15% de oxigénio do que ao nível do mar ! Nestas circunstâncias o pulso subia bem mais rápido e demorava mais tempo a recuperar e, consequentemente, contra factos não há argumentos.

Após uma pausa num mirante, onde para além das inevitáveis apostas sobre o Sporting (o jogo decisivo era às 19:00), observávamos Manteigas e o estupendo vale Glaciar do Zêzere de cima para baixo, avançamos como águias avançamos até ao
"tecto", após cruzarmos uma zona de paisagem lunar e ventosa.Chama-se o "corredor dos mouros" e está situado a 1301 metros de altitude.
Como não podia deixar de ser este é um lugar de lendas imemoriais. A panorâmica era simplesmente fabulosa e só por ela mereceu a nossa deslocação - 360 graus, inteirinhos, à nossa total disposição ! A norte, quase no horizonte, a cidade da Guarda, a sudeste e lá em baixo a vila de Belmonte, mesmo a calhar agora que se comemoram os 500 anos do Brasil já que aquela localidade beirã é a terra natal de Cabral e, a sudoeste, o maciço imponente da Torre ainda nevado. De tal forma impressionante a panorâmica que houve, inclusive, quem gritasse: "look momma, I'm in the top of the world !".

Passo seguinte, descer, abruptamente, até aos 940 metros do vale do Mondego, em cerca de dois quilómetros, a justificar, mais uma vez, o patrocínio "No Fear" precisamente até um sítio que parecia tirado de um postal suíço, bem encaixado nas montanhas, a que correspondeu uma pausa, junto à capela e à sombra das árvores, onde a água pura da serra corria a rodos (a água corrente constitui, aliás, uma presença permanente na Serra). Tempo de substituir a mistela, já quente, que trazíamos às costas, por aquele líquido fresco e cristalino. A pausa aí durou um pouco mais já que havia que reparar as consequências do excesso de adrenalina que desequilibrou a descida de um dos participantes, embora sem consequências graves, felizmente. A partir desse ponto percorremos o vale do Mondego durante alguns quilómetros. Parecia agora que estávamos noutra serra, mais verde e menos pedregosa com uma leve ocupação humana.

Perto do Covão da Ponte deu-se o episódio mais pitoresco da incursão: uma vaca que, apesar do seu enorme porte, resolveu fugir, amedrontada, dos betetistas e dos seu donos saltando uma vedação com quase dois metros perante a incredulidade geral.
Inevitavelmente pensámos: "mas porque é que os cães não são todos como esta vaca ?" (o contrário levar-nos-ia a desistir do BTT se bem que num qualquer passeio na lezíria ribatejana sempre possa acontecer ...).

Regressados ao asfalto após mais uma daquelas "ligeiras" subidas e uma vez que a fome já apertava (passava já das 13:45) descemos a mesma estrada do início até a Manteigas, de novo "à Pantani" e o "pelotão" tornou a chegar esfrangalhado só que, neste ponto, já não foram as pernas, os pulmões ou o coração que operaram a selecção mas a adrenalina de cada um e, no nosso caso, a fome descomunal. O melhor estava ainda para vir. Não nos referimos já a quaisquer detalhes velocipédicos (esses estavam já definitivamente arrumados após 34 extenuantes quilómetros). Falamos sim, quer do reconfortante duche nos
balneários do pavilhão municipal de Manteigas, quer, sobretudo e, mais concretamente, do super-almoço. É que, para além de muito bem confeccionado (embora a fome seja, sempre, o melhor dos cozinheiros e já passava das 15:00) permitiu um salutar convívio entre todos os participantes.


O convívio é fundamental neste tipo de eventos, normalmente nunca há ocasião para isso - chega-se, inevitavelmente, em cima da hora, monta-se o "trem" velocipédico, pedala-se, volta-se a desmontar tudo e zarpa-se, cada um para o seu lado. Nunca há tempo para conviver e dialogar com os nossos "pares" - aqueles que, tal como nós, optaram por esta autêntica filosofia de vida - pedalar em todo e qualquer terreno em intensa comunhão com a Natureza. Assim esta iniciativa do Bike Team, para além da mais valia velocipédica, atrás descrita, foi o paradigma e a síntese de tudo isto.

Pedro Roque
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Saudações Virtuais, Virtual Best Regards

António Pedro Roque Oliveira - [email protected]

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http://www.geocities.com/caminhos_2000


A Vila de Manteigas no Inverno ...

Idem ...

Igreja de São Pedro, patrono de Manteigas ...

Vista do Poço do Inferno ...

Cruzamento das Penhas da Saúde ...

Uma das inúmeras fontes de água cristalina ...


LOCAIS DE INTERESSE NA INCURSÃO

VALE GLACIAR DO ZÊZERE

CORREDOR DE MOUROS (1301 m.)

PANORÂMICAS ÍMPARES

VALE DO MONDEGO

CAPELA DA SENHORA DE ASSEDASSE

COVÃO DA PONTE

VIVEIROS DE TRUTAS


PLANOS FOTOGRÁFICOS DA INCURSÃO BTT

(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)

Rolando pelo vale do Mondego , a mais de 900 m de altitude ...

Zona de Bosque de enorme beleza ...

Idem ...

Na zona de Corredor de Mouros a mais de 1300 metros de altitude ...

Idem ...

( photos BTT by Nuno Antunes / Bike Magazine)

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