"Conquista de Lisboa aos Mouros"

Cidade de Lisboa, 24SET00


(photo by Nuno Antunes / Bike Magazine)

LISBOA CIDADE ANTIGA

Organização Bike Team / Ciclonatur

Ruas da cidade alternando o asfalto plano com as calçadas inclinadas

Distância Total: 25 kms
Grau de Dificuldade: ** em *****
Duração Aproximada: 03:00

MAPA DO PERCURSO


LOCAIS MONUMENTAIS DE PASSAGEM

(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)

Torre de S. Vicente de Belém, Restelo...

Padrão das Descobertas, Belém ...

Palácio de S. Bento ...

Estação Ferroviária do Rossio...

Panorâmica Aérea do Castelo, Costa, Mouraria, Alfama e Graça ...

Castelo de São Jorge ...

Sé Patriarcal de Lisboa ...

Praça do Comércio (Terreiro do Paço) ...

photos by: http://www.portugal-live.net/P/library/lisbon/lisbon02.html


Para: velocipedia egroup <[email protected]>
Assunto: Conquista de Lisboa aos Mouros
Data: Quarta-feira, 27 de Setembro de 2000 0:04

Ave e-VL,

Pela segunda vez em menos de três dias a bicicleta conquistou a cidade de
Lisboa. A iniciativa "Lisboa Antiga em BTT" promovida pelo Bike Team no
passado dia 24 de Setembro ocorreu, precisamente, dois dias após o "dia sem
carros" no qual milhares de ciclistas haviam, literalmente, invadido a
capital e constatado a maravilha que seria essa utópica cidade sem a "praga
automóvel".

Nesta versão 2000 a partida e a chegada foram transferidas para o largo da
Torre de Belém, medida acertada uma vez que com os problemas que o Terreiro
do Paço tem sofrido arriscavamo-nos a ter uma prova aquática...

Quando chegamos ficámos assustados com a imensa ciclo-floresta. De facto se
em 1999 havia muitas bicicletas, em 2000, como que duplicaram. A esta
circunstância não será alheia, certamente, a realização do aludido "dia sem
carros", precisamente dois dias antes e o estupendo dia de sol com que fomos
brindados.

Desta vez o "Diogo" não passou por aquelas bandas e todos tivemos direito a
uma T-Shirt, de resto a organização esteve, como sempre, a bom nível, o que,
de resto não era uma tarefa nada fácil tendo em conta o número elevado de
ciclistas presentes e olhem que estamos a falar de largas centenas.

Com o atraso nacional da praxe lá fomos, pelas 10:30, em direcção a Oriente,
pela Avenida de Brasília, com o batedor da PSP a fazer as honras da casa. Os
automobilistas que paravam nos cruzamentos devem ter sofrido atrozmente ou
tédio ou de raiva já que vários minutos distavam entre a passagem dos
primeiros e dos últimos. Só tomámos verdadeiramente consciência desse facto
quando, ao curvarmos no viaduto que liga a zona das docas à Avenida Infante
Santo, demos conta da multidão que nos seguia (nestas coisas não há como
andar à cabeça do grupo).

Entrámos na Lapa e começou o interesse deste tipo de jornada, as ruas
estreitas, as calçadas escorregadias as travagens apertadas - o teste ao
domínio da máquina, tal como na montanha. Foi assim que cruzamos a Madragoa
perante a incredulidade dos seus habitantes. Temos que admitir que é uma
grande maldade alterar a pacatez dominical daquela autêntica aldeia
lisboeta, para mais com hordas de ciclistas.

Seguimos para S. Bento, sede do poder legislativo da República e entramos no
Bairro Alto. Por muito que conheçamos o Bairro Alto a sua arquitectura e
urbanismo refinados deslumbrar-nos-ão sempre, é assim na rua da Academia das
Ciências, na Rua do Século ou na Travessa dos Inglesinhos. Atravessar essas
artérias de bicicleta é uma experiência gratificante, se bem que grande
parte da nossa concentração esteja deslocada dos aspectos estéticos e
absorvida com coisas mais prosaicas como sejam a trajectória da curva
apertada que temos por diante ou o companheiro que segue na nossa dianteira
e que resolveu meter os travões a fundo sem se saber bem porquê.

A chegada ao Carmo foi apoteótica sobretudo porque os "slick" que levávamos
desentenderam-se com o carril do eléctrico e motivaram-nos um indesmentível
contacto de terceiro grau com a calçada daquele estupendo largo lisboeta.
Nada de extraordinário, de resto para quem anda à chuva o desfecho mais
certo é molhar-se...

Foi tempo para o reagrupamento pois as ruas estreitas haviam alongado o
pelotão. O largo, consequentemente foi inchando, abarrotando de bicicletas e
de ciclistas. Quem também parecia incrédulo era o sargento de dia do quartel
que, provavelmente, desde o tal dia, na Primavera de 1974, nunca deveria ter
visto tanta gente no local, só que aí as bicicletas eram outras...

Foi então a vez de descer ao Rossio, contorná-lo, cruzar S. Domingos e
avançar para a efectiva conquista do castelo. No Martim Moniz correu tudo
bem e não demos conta de ninguém ter ficado entalado, só que a hora da
verdade aproximava-se: a tomada da Mouraria pela temível Calçada dos
Cavaleiros: carril do eléctrico, desnível acentuado e longo, empedrado
irregular e escorregadio são os seus cartões de visita e aí as pernas e os
pulmões falaram mais alto pelo que a chegada à Costa do Castelo
assemelhou-se ao descanso do guerreiro, de pouca dura, de resto, é que
contornada a Costa havia que subir os metros finais até ao castelo. Mas,
finalmente alcançámos as muralhas e a conquista estava consumada. Lisboa
estava ali, magnífica, aos nossos pés!

As tropas instalaram-se às portas das muralhas ocupando o espaço perante a
admiração de muitos turistas estrangeiros com especial destaque para os
indefectíveis japoneses, provando porque é que são o povo que mais fotografa
em todo o mundo. Assim muitos de nós arriscamo-nos a ficar, para sempre,
guardados num álbum de recordações da visita a Lisboa de uma família da
classe média de Tóquio - "Domo Arigato Akiro San".

Pausa indiscutível, o Tejo e a cidade aos nossos pés, mais um daqueles
momento em que redescobrimos a superioridade do BTT, verdadeira modalidade
de eleição.

Retomada a marcha, encetamos a clássica abordagem descendente de Alfama:
Santa Luzia, S. Tomé e a incontornável descida da Rua da Regueira autêntico
"single-track" alfacinha embora este ano sem febras a grelhar no meio da rua
e sem lençóis brancos a secar como no ano transacto. Em Alfama o povo é mais
extrovertido e incita os ciclistas batendo palmas como na "Volta" e gritando
pelo "Benfica", certamente inspirados pela jerseys encarnadas dos elementos
da "Bike Magazine"...

Chegamos ao largo da Sé, descemos para a baixa e alcançamos os bacalhoeiros
onde passamos ao Terreiro do Paço. Transposto o Caís do Sodré e, porque a
fome já apertava, foi uma correria até regressar ao Restelo. Aí os nossos
"slick" demonstraram toda a sua grande utilidade em asfalto. Era possível
circular na casa dos 40 kms. por hora! Daí que as sanduíches e o Compal
Light nem tiveram tempo de aquecer.

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Saudações Virtuais, Virtual Best Regards

António Pedro Roque Oliveira
[email protected]
http://www.geocities.com/caminhos_2000
__O
_-\<,_
(_)/ (_) moderador "Velocipedi@"


PLANOS FOTOGRÁFICOS DA INCURSÃO BTT

(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)

 

. A "hora da verdade" - a subida da calçada do Cavaleiro na Mouraria, ligando o Martim Moniz à Costa do Castelo ...

. No largo de S. Tomé o arquitecto Miguel Barroso enquadrando o eléctico na sua GT Avalanche...

. 500 ciclistas desfilando na Av. de Brasília, com o Autor na dianteira do lado direito da imagem ...

. Detalhe onde se nota também Eduardo Dias "o Mouro" logo atrás...

( photos BTT by Nuno Antunes / Bike Magazine)

 


Na ligação Cacilhas - Caís do Sodré a bordo do ferry boat João Sousa (JB12), Francisco Carapinha , Hugo Santos, Paulo Parreira e Eduardo Dias ...

. Idem com o Autor ao centro ...

Ciclofloresta na concentração do largo da Torre...

JB12, Duracell e o Autor em pose apurada...

Um original capacete alentejano maquinado a partir de um bloco de cortiça, com o "duplo" sempre alerta ...

Avançando na Avenida de Brasília ...

Em ritmo muito relaxado ...

Reagrupamento no Largo do Carmo ...

Confusão junto ao Quartel do Carmo, onde é que eu já vi isto antes?...

Pausa castelar após as duras subidas ...

Parreiras sentados ...

Prestando vassalagem a el-rei D. Afonso Henriques ...

O trio mais desejado deste inicio de temporada ...

Ainda há mouros no castelo ...

No final nova pose encarnada ...

O filho pródigo e JB12...

( photos BTT by Pedro Roque)

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