Fátima
O Caminho do Tejo
Almada / Lisboa - Fátima, 02AGO00
(logo by http://www.cnc.pt) |
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(brasões by http://www.anmp.pt)
ALMADA / LISBOA - SANTUÁRIO DE FÁTIMA
Organização Livre "Homini Velox" |
Terreno variado: asfalto, tout-venant, terra batida alternando entre o plano e o montanhoso |
Distância Total: 165 kms. |
Grau de Dificuldade: Elevado |
Duração Aproximada: 16:00 (com pausas) |
MAPA DO PERCURSO
(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)
(mapa by http://www.cnc.pt) |
LOCAIS DE INTERESSE PAISAGÍSTICO NA INCURSÃO
PARQUE DAS NAÇÕES, MARGENS DO TEJO E DO TRANCÃO
LEZÍRIA, DIQUES E PRAIAS FLUVIAIS DO TEJO
TERRENOS DE CUMEADA APÓS SANTARÉM
OLHOS DE ÁGUA - ALVIELA
MACIÇO CALCÁRIO DA SERRA D'AIRE
PARQUE NATURAL DAS SERRAS D' AIRE E CANDEEIROS
NA BENÇÃO DO CAMINHO DO TEJO
Uma peregrinação é sempre um momento importante na vida. É um momento de descoberta de uma nova maneira de olhar em volta ou de uma nova maneira de olhar para dentro. Por isso este é um dia de festa particularmente esperado. Porque todos os portugueses, todos os católicos, todos os ambientalistas, todas as famílias, todos os viajantes passam a dispor de um caminho que foi arranjado a pensar neles, para lhes facilitar esse encontro, ou reencontro, com o essencial de que todos precisamos; a pensar em criar um novo espaço de fruição da natureza, de fruição do silêncio, de fruição do ser e do estar, como necessário contraponto a este nosso tempo em que os valores dominantes são a velocidade, a competição e a exibição; a pensar em evitar aos peregrinos os perigos e os incómodos da estrada e a pensar em devolver às pessoas em geral o gosto pelo convívio com Deus, consigo próprias, com a família, com os amigos, com o país real, tão bonito e tão desconhecido e mal tratado. Maltratado, em grande parte, porque desconhecido. Ninguém luta pelo que não conhece, pelo que não experimentou, pelo que não pôde descobrir que é bom, sejam autarcas, sejam cidadãos.
Mas é também dia de festa porque este foi um gigantesco trabalho de equipa bem sucedido. Em Portugal, onde reina a cultura das "quintas" e das "capelinhas", ver uma obra surgir da articulação dos meios de poderes nacionais e locais, de públicos e privados, de colectivos e de indivíduos é razão de festa. E a verdade é esta: isto não se fez sem um enorme e continuado esforço da equipa executiva do CNC - que trilhou estes 129 km vezes sem conta - a estudar, a definir e depois a verificar, a sinalizar, a incitar, a esclarecer. Um obrigado especial - porque a sua teimosia e dedicação o merecem - à Ana Paula Januário, ao Lourenço de Almeida, ao James Risso-Gill e ao João Junqueira. E também ao Jorge Arnoso e à Maria Antónia Vasconcelos. Mas a verdade (e julgo poder falar em nome de todos eles) é que voltaríamos sem hesitação a fazer o mesmo. Porque se aprendeu muito e se vai poder aplicar o que se aprendeu e porque se criou mais um instrumento de qualificação do país. E Portugal precisa muito de aprender boas práticas para aplicar e reproduzir e precisa muito de requalificar o seu território e o seu modo de vida em geral. Nós somos neste momento na Europa o país com mais potencial desperdiçado, porque o progresso por cá se faz ainda no sentido de destruir qualidade e não no de conservá-la ou recuperá-la.
O Caminho do Tejo fica a partir de hoje à disposição de quem o quiser percorrer em total liberdade. Termina aqui o papel do CNC, já que o CNC não é organizador de peregrinações e a sua manutenção passa a ser tarefa das respectivas autarquias. Deixamos o Guia do Peregrino como ferramenta para quem quiser percorrer o caminho sabendo melhor o que faz porque o Guia, além de indicar o itinerário pedestre com todo o pormenor, fala do património construído e do património natural - as quintas, as casas, as igrejas, a fauna, a flora - que se vai encontrando.
Vamos ter oportunidade de ver o primeiro Caminho de Fátima abençoado pelos bispos das três dioceses que são atravessadas pelo Caminho do Tejo. É um momento de alto significado para todos nós porque, se não se congregarem as forças do espírito e as forças do século, a harmonia não reinará. Ao Senhor Patriarca de Lisboa, ao Senhor Bispo de Leiria/Fátima e ao Senhor Bispo de Santarém o nosso obrigado por terem querido reforçar o sentido desta ocasião.
O Senhor Presidente da Câmara do Cartaxo, concelho onde nos encontramos, aceitou dirigir-nos umas palavras em nome de todos os autarcas presentes que contribuíram para as obras do Caminho, sem o empenhamento dos quais ele não se teria feito. Um obrigado, ou mais que obrigado, os nossos parabéns pela lucidez com que as Câmaras aceitaram entregar-se à tarefa.
O representante da Companhia de Seguros Bonança falará em nome dos mecenas privados - que são, além da seguradora, as Selecções - que produziram o Guia - e a Fundação Cidade de Lisboa.
Agradecemos a presença de Suas Excelências o Núncio Apostólico e o Embaixador de Portugal no Vaticano e de todos os representantes de departamentos públicos, de empresas e de instituições de Fátima - Santuário, Mensagem - que deram o seu contributo. A todos o devido reconhecimento que se encontra também consagrado em letra de forma no Guia do Peregrino.
A inauguração deste Caminho foi guardada para este mês por coincidir com a visita do Papa a Fátima. Sabemos quanto o Papa guarda Fátima no seu coração e estamos certos de que, quando chegar ao seu conhecimento a abertura deste Caminho de Fátima, ele terá também um lugar no seu coração.
Não foi possível, como era legítimo esperarmos, ir oferecer ao Papa pessoalmente o estojo que preparámos para ele com o Guia do 1º Caminho de Fátima. Mas há uma outra dimensão que não a visível em que as coisas se passam. E nessa, lá estaremos no dia 13 a pedir ao Papa, olhos nos olhos, que abençoe o Caminho de Fátima.
Obrigado, em nome do CNC, pela presença de todos. E boa caminhada.
9 de Maio de 2000
Helena
Vaz da Silva
(na inauguração do Caminho do Tejo)
(in http://www.cnc.pt/pages/caminhos.html)
ALGUMAS IMAGENS RELACIONADAS COM FÁTIMA
(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)
. Com o "Caminho" pretende evitar-se a perigosa EN1 |
. Imagem da inauguração do "Caminho do Tejo" em Valada, Cartaxo |
. Imagem do Santuário |
. Interior da Igreja |
. A famosa azinheira onde a Virgem terá surgido aos pastorinhos |
. Outra imagem do Santuário |
. A Capelinha das Aparições |
. Cruzeiro do Santuário |
. Um trecho simbólico do "Muro de Berlim" |
. Escultura representando a Virgem surgindo aos três pastorinhos. |
(photos by http://www.cnc.pt/pages/caminhos.html, http://www.expresso.pt/ed1356/big-f1-n131.asp?n131.asp, http://www.santuario-fatima.pt, http://www.fatimavirtual.com, http://www.oribatejo.pt/1105.htm/ )
COMENTÁRIOS
De: A.
Pedro Roque Oliveira <[email protected]>
Para: velocipedia egroup <[email protected]>
Assunto: Caminho do Tejo em Bicicleta - "Diario de Bordo"
Data: Domingo, 6 de Agosto de 2000 0:19
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"No fundo o que está em causa é sempre o mesmo: o apelo do
Homem para se ultrapassar a si mesmo, a sua eterna inquietação,
a sua condição de ser que procura ... É de esperar, porém,
que os peregrinos de hoje só sintam uma
efectiva satisfação com a ida a Fátima ou a outro santuário
qualquer se ela envolver alguns riscos e alguns incómodos, se
ela for a incursão a um tempo e a um espaço muito diferentes da
vida quotidiana."
José Mattoso, "Caminho do Tejo", p.5, Readers Digest,
Lisboa, 2000
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"O Caminho de Fátima é uma longa provação e o Peregrino
tem de estar preparado para sofrer, para aceitar o desafio e
superar-se pelo efeito da sua própria sublimação espiritual."
Pedro Roque (após a chegada ao santuário pelas 22:30).
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PRÓLOGO
Sejam quais forem os motivos (espirituais, religiosos, culturais,
aventureiros, turísticos) a peregrinação a Fátima sempre
seduziu inúmeros portugueses e até estrangeiros, crentes ou não.
Nesse pressuposto a iniciativa do CNC (Centro Nacional de Cultura)
de delinear o chamado "Caminho do Tejo" no âmbito dos
diferentes "Caminhos de Fátima" é extremamente louvável.
Pensado para afastar os peregrinos dos perigos da partilha da EN
1 com as viaturas motorizadas e do consequente desnível de
massas em presença, o "Caminho" transita por algumas
zonas muito agradáveis e de enorme valia paisagística,
ambiental e patrimonial que normalmente passam despercebidas ao
viajante dos tempos actuais, mais interessado em poupar tempo de
trajecto do que em contemplar a envolvente.
De salientar que os 129 kms. evocados no guia do CNC correspondem
a uma medição algo benévola e equivalem a uma distância
linear através de auto-estrada entre Lisboa e Fátima (que tive
ocasião de comprovar isso no odómetro da minha viatura). Quanto
à distância real do "Caminho" isso já é uma história
bem diferente - o meu ciclometro (que julgo correctamente aferido)
marcava, no Santuário, à chegada, 165 kms.! Se tivermos em
consideração que uma vintena deles corresponderam à distância
Almada -
Parque das Nações (13 kms.) e a alguns pequenos desvios, então
estamos na presença de cerca de 145 kms. efectivos, já que o
"Caminho" não é linear antes segue um itinerário
caprichoso procurando misturar os mais diversos tipos de pisos e
ambiencias.
OS CICLOPEREGRINOS E AS SUAS MÁQUINAS
Foi pois, com um "espírito de peregrinação" que
encetamos o "Caminho" no passado dia 02AGO00 pelas 06:00
em Cacilhas. No dia anterior tínhamos colocado as viaturas em Fátima
para obviar o regresso.
O grupo era constituído por mim, Pedro Roque, que me fiz
transportar na minha "muleto" (bicicleta de reserva)
uma pesada "Confersil" de montanha de cor prata, por
Eduardo Dias na sua Sintesi X-Wing, por Fernando Soares na sua
Wheeler 9700 ZX encarnada e por último, mas não por menos,
Paulo Parreira em Scott Boulder.
Optei pela "muleto" por ter uma posição de condução
muito mais relaxante devido à sua geometria e guiador
sobrelevado, sem embargo as ascensões foram penalizadas, quer
pela geometria do quadro, quer pelo seu peso excessivo. Mas a
minha confiança era tal que entendi ser possível efectuar a
travessia naquela bicicleta (tal como se veio a verificar, de
resto).
MOTIVAÇÕES
Será que é verdadeiramente necessária uma motivação muito
forte para um português ir a Fátima? Acho que não.
No nosso caso houve um mínimo divisor comum que se chama
ciclismo de montanha. Gostamos de bicicletas pelo desporto, pela
evasão e pelo contacto com a natureza e com o património que
nos proporcionam. Percorrer o "Caminho" foi, apesar da
sua enorme dureza, o paradigma de tudo isto.
Pessoalmente que me situo a meio caminho entre o agnóstico e o
católico não praticante as motivações de natureza religiosa
"tout court" estiveram ausentes no momento de me
decidir a encetar este projecto (que, de resto, fui o mentor).
Elas prenderam-se mais com motivos espirituais genéricos,
culturais, ambientais e desportivos - o desafio que constituía
era, por
demais, apelativo.
Apenas Paulo Pereira aí se deslocava por motivos religiosos, daí
que tenha sido com uma certa mágoa que não tive o prazer da sua
companhia até ao final como, inclusivamente, de o ter
aconselhado, via telemóvel, a fixar-se no local onde estava e
aguardasse pelo resgate auto devido ao adiantado da hora e ao
estado de exaustão que apresentava.
Para o compensar terá oportunidade de realizar o troço final,
entre Minde e Fátima, ainda durante o mês de Agosto, assim
teremos todos uma possibilidade de efectuar (dois de nós pela
segunda vez) esta última fracção do "Caminho" por
forma a permitir-lhe cumprir o seu desiderato espiritual e de Fé.
. 1.º Troço - Lisboa - Vila Franca de Xira
A travessia fluvial do Tejo correspondeu ao despertar solar,
pelas 06:30, perante os já habituais olhares atónitos dos cidadãos
que se deslocam paraos seus empregos relativamente aos ciclistas
em "trajes de lycra" e às respectivas bicicletas.
É algo que, de início, estranhamos, mas a que já nos vamos
habituando e perante o qual até reagimos positivamente: afinal
quem não gosta de sair do anonimato? Ainda por cima por uma boa
causa.
Apenas quando estava a bordo descortinei que, apesar de me ter
minuciosamente preparado para a travessia, me esquecera do do
guia do CNC. Mas nem tudo estava perdido: no dia anterior tinha
passado duas expectantes horas no consultório do
otorrinolaringologista e tinha optado pela releitura atenta
daquela publicação em detrimento das revistas sociais de
Fevereiro ou Março de 1999 que abundam nas salas de espera dos
clínicos portugueses.
De resto tinha tido a informação, por intermédio do meu
companheiro ciclista Pedro Brites, de Leiria, de que a rede de
marcos balizadores do CNC era irrepreensível, tal como, de resto,
pude constatar.
Rapidamente, após passarmos numa semi-destruída Praça do Comércio,
vencemos a ligação até ao "Parque das Nações" pela
lateral do Porto de Lisboa. Aí chegados procedemos à foto da
praxe debaixo da pala de Siza Vieira naquele que é oficialmente
considerado o "quilómetro zero" do "Caminho".
O percurso junto ao Tejo que começa junto à Torre Vasco da Gama
é sempre muito agradável (sobretudo áquela hora da manhã)
pese embora a dificuldade de circular em passadiços com as tábuas
dispostas longitudinalmente naquela que, supostamente, é também
uma ciclovia.
Atingida a foz do Trancão seguimos a Sacavém, transpusemos a
ponte e continuámos pelo dique limitador da margem junto à
"Salvador Caetano" onde, uma centena de metros após,
encontramos o primeiro dos estupendos marcos.
Pode ler-se, aí, num azulejo branco, pintado a azul, por cima de
uma seta direccional: "Caminho de Fátima", trata-se de
uma visão tranquilizante já que representou o primeiro de uma
sucessão de contactos com este tipo de estruturas de betão
responsáveis por nos levar a bom porto.
Lá fomos nós pela margem esquerda do Trancão. Foi a primeira
grande surpresa do dia: então este é que é o Trancão
nauseabundo? Nada disso este é um Trancão saudável ladeado de
sapais e com os seus ecossistemas, encaixado num espectacular
vale onde apenas destoam alguns montes de entulhos e visões longínquas
de inestéticas construções de génese ilegal no topo dos
Montes.
Pelo contrário, a visão de Unhos, no outro lado do rio e da sua
afilada torre de Igreja são um momento memorável destes
primeiros quilómetros. A paisagem chega até a ser bucólica
tendo nós avistado dois enormes rebanhos de ovinos um dos quais
era, por sinal, bastante educado tendo nós conseguido passar
pelo seu interior sem que os animais se tivessem assustado.
As ruínas da Quinta do Monteiro - Mor conferem-lhe o toque final.
A ruralidade ainda está presente às portas de Lisboa, afinal
ali tão perto no outro lado do morro sobranceiro à A1.
Passámos então à Granja e a Alpriate, duas pitorescas povoações
perto de Vialonga. Transposto o túnel da auto estrada entrámos
noutro universo: o do reino do betão e da confusão urbanística.
Iniciávamos, assim, a parte mais incaracterística e
potencialmente perigosa da travessia: a ligação de Alverca a
Vila Franca de Xira pela EN 10, uma estrada ao pior estilo: ultra
movimentada, sem bermas e onde impera a lei do mais pesado.
Não é fácil partilhar esta língua de asfalto com as incontáveis
viaturas motorizadas pelo que a melhor táctica consistiu em
pedalar o mais rápido que podíamos para, após cruzarmos
Alhandra, alcançar a visão da Praça de Touros de Xira (propositadamente
"a taurina" no dizer de Garrett) que nos permitiu
flectir para o interior daquela povoação e entrar em glória no
vistoso jardim "Constantino Palha".
Não sei, até que ponto seria possível, com a colaboração da
autarquia, criar uma passagem pelo sapal e junto às indústrias
instaladas a partir da gare de Alverca, do outro lado da ferrovia,
por forma a evitar que os peregrinos e os transeuntes que
circulam pela EN 10 passassem em completa segurança.
. 2.º Troço - Vila Franca de Xira - Azambuja
A travessia até à Vala do Carregado, após escassas centenas de
metros na EN10 á saída de Xira, e após o supermercado "Lidl",
foi feita por uma estrada secundária que aliava o bom piso à
escassez de tráfego automóvel condições de excelência para
que uma boa média fosse efectuada, de resto tendo o mesmo
sucedido entre a Central Termoeléctrica e Vila Nova da Rainha,
isto apesar de um dos marcos estar completamente tapado por um
cartaz de propaganda política.
Chegados a esta povoação e após termos transposto a EN 3 deparámos
com um marco derrubado embora estando intacto. Restauramos as forças
e repusemos a energia dispendida através de uma pequena diminuição
do peso que transportávamos às nossas costas sob a forma dos
mais variados tipos de alimentos: sanduíches, bolachas, frutos
secos, cereais, pastilhas isotónicas, barras energéticas, fruta...
a que se seguiu uma pausa no "Café Sevilha", ainda
naquela povoação, para tomarmos quatro deliciosas chávenas da
quente bebida que nomeia este tipo de estabelecimentos de
hotelaria.
A chegada à Azambuja é efectuada de novo pela EN 3,
simplesmente esta estrada, neste local, é espaçosa e tem amplas
bermas que permitem circular em condições mínimas de segurança
pelo que, não tendo a mais agradável das paisagens (sobretudo
pelo contacto olfactivo com o ar que rodeia um aviário
industrial logo após a fábrica da Opel) este troço efectua-se
celeremente e em curto espaço de tempo estávamos junto à gare
da Azambuja.
. 3.º Troço - Azambuja - Santarém
Transpusemos então a linha férrea de forma original: a passagem
desnivelada de acesso à gare permite o trânsito de cadeiras de
rodas por um intrincado conjunto de rampas ascendentes e
descendentes que são extremamente divertidas de ciclar evitando
o sempre desagradável transporte dos velocípedes ao ombro.
Começa então a parte mais rápida da travessia e que nos
conduzirá até à cidade de Santarém através da plana lezíria
que nos permitiu manter médias horárias surpreendentes,
sobretudo até ao Reguengo (onde avistamos o dique do Tejo pela
primeira vez) em que um excelente asfalto se alia à quase
inexistência de viaturas circulantes e de ventos nos leva a
velocidades da
ordem dos 40 kms. hora sempre com o pulso devidamente controlado.
De resto a paisagem é algo monótona, campos de milho de perder
de vista, valas e um aeródromo perdido no meio da lezíria pelo
que a chegada ao dique, no Reguengo, foi aproveitada para uma
desejada aguada num café local mesmo defronte do muro de protecção.
É aconselhável transitar a partir desse local e sempre que possível
no topo do dique uma vez que o Tejo é absolutamente deslumbrante
nessa zona com o seu ar preguiçoso e cálido. De tal forma que,
na Valada, não resistimos e banhámo-nos nas águas do rio numa
magnífica praia fluvial enquadrada pelo harmonioso casario
pombalino da povoação e pelos salgueiros das margens. Foi uma
pausa fantástica.
Continuámos pelo dique até ao Porto de Muge cuja ponte permite
já a passagem de peões até á margem esquerda. E, a partir
desse ponto, pelo caminho de terra batida que ladeava, pela
esquerda, o dique já que, a partir de algumas centenas de metros
desta localidade, o dique deixa de servir de caminho paralelo.
Algumas paragens à sombra para reagrupar permitiram colher
algumas amoras silvestres de gosto requintado. Rapidamente começamos
a vislumbrar as esguias torres da nova ponte Salgueiro Maia,
perto de Santarém e alcançamos a estrada de asfalto que nos
conduzirá por debaixo da ponte até junto ao aeródromo de
Santarém e mais adiante, até ás Ómnias, não sem antes
depararmos com um marco onde se afixam os níveis das diversas
inundações que ciclicamente afectam aquela zona do Vale do Tejo.
Chegados às Ómnias iniciamos uma prolongada e quente subida
pelo asfalto, por entre os montes bem enxameados de oliveiras até
Santarém pelo que, a pausa a meio da ascensão, no chafariz da
Junqueira, em que brotava uma água fresca e cristalina, nos
tivesse parecido uma mirífica visão de um oásis tornando a
nossa chegada a Santarém, assim, menos penosa.
4.º Troço - Santarém - Monsanto
Em Santarém foi onde sentimos a falta do guia pela primeira vez.
De facto quando se alcança a cidade os marcos desaparecem. Não
adianta questionar os cidadãos da urbe ou mesmo as autoridades
pois indicam-nos a direcção de Fátima pela EN - é a única
que conhecem.
Felizmente a memória não me traiu e recordava-me que o quarto
troço começava no Largo do Liceu naquela cidade e prosseguia
pela estrada militar que passa junto à Escola Prática de
Cavalaria e por aí seguimos e logo topamos o marco - afortunada
visão - lá fomos.
Após mais uma pausa num café, mesmo à saída de Santarém,
antes dos Missionários Combonianos,
onde ingerimos
mais alguns suplementos energéticos lá continuámos entrando
num tipo de paisagem completamente diferente: maiores deníveis a
exigirem maior dispêndio de energia; pisos mais técnicos a
solicitarem uma maior concentração no pedaleio; mais vegetação
e sombras num quadro rural de grande beleza onde a paisagem
natural se casa harmoniosamente com a ocupação humana.
O calor aumentou devido à ausência de vento pelo que dois dos
companheiros ciclistas começaram a manifestar os primeiros
sintomas de cansaço que era agravado pelas mudanças constantes
de cota típicas do relevo desta zona.
Atrás de nós, para Sul, Santarém ia tornando-se cada vez mais
pequena e mais baixa, sinal que estávamos agora a ascender em
altitude. Os pisos alternavam entre o asfalto (que começava
agora a ser bem recebido pelos incondicionais apreciadores de
terra), a terra batida e a pedra solta ("tout-venant"
no dizer do guia do CNC) as diferenças de andamento entre os
elementos do grupo
estavam agora mais nítidas já que inevitavelmente os dois
primeiros tinham de efectuar pausas periódicas para reagrupar os
restantes.
Daí que a pausa em Santos nos soube maravilhosamente, havia que
efectuar aguada (a reserva constituída no chafariz da Junqueira
estava esgotada para alguns e horrorosamente quente para outros)
e aí culminei as minhas sanduíches de queijo.
Mais grave foi quando o simpático proprietário do
estabelecimento, ao responder a uma interpelação sobre a distância
remanescente até Fátima, afirmou, sem hesitar: quarenta quilómetros!
Ia caindo o "Carmo e a Trindade", para Fernando Soares,
visivelmente o mais desgastado, era o "coup de misericorde"
daí que tivesse soltado um genuíno "fico já aqui!".
Demonstrei-lhe que não poderia ser essa a distância (embora não
ficasse muito longínqua da real) e lá continuámos.
Começámos, então a ascensão até à magnífica Cumeada dos Três
Moinhos quando numa pausa eu e Eduardo Dias, já no cume, junto
ao terceiro moinho, vemos surgir apenas Fernando Soares
gesticulando para que voltássemos para trás.
Confesso que receei o pior já que, o elemento em falta, Paulo
Parreira, já tivera duas quedas relativamente graves em passeios
anteriores. Quando chegamos, estava ele à sombra do primeiro
moinho com a corrente partida. O alívio foi tal que desatei a
rir, perante a surpresa do "acidentado" com uma
corrente partida na mão e sem saber exactamente o que fazer.
Rapidamente
resolvemos a situação utilizando o saber empírico, um
desencravador de correntes e um elo especial próprio para situações
deste tipo e logo seguimos caminho pela cumeada com o perfil da
Serra d'Aire a adensar-se, cada vez mais, no horizonte. Havia então
que desdramatizar pelo que gracejei afirmando que deveria de
haver um túnel que evitasse a, previsivelmente dura, ascensão.
Passados alguns quilómetros chegámos aos Olhos de Água onde se
situa uma praia fluvial no rio Alviela, mais um oásis na nossa
travessia. Aí a nossa paragem foi mais demorada. Tempo para nos
sentarmos na magnífica esplanada e saborearmos uma bifana uma
vez que a sensação de fome era uma realidade. Esta paragem
acabou por ser, a um tempo, bem-vinda mas excessiva já que se
perderam alguns minutos que no final seriam preciosos para
evitarmos a noite.
Após retemperarmos as nossas forças em breve alcançámos
Monsanto. Dois dos elementos do grupo, Fernando Soares e Paulo
Parreira já davam bastantes sinais de cansaço e a visão
imponente do maciço da Serra d'Aire que ia aumentando à medida
que nos aproximávamos não era propriamente tranquilizadora.
5.º Troço - Monsanto Fátima
Partimos para os últimos e mais duros quilómetros da nossa
travessia. Ao chegarmos ao Covão dos Fetos no sopé do maciço
começámos a subir pelo asfalto em direcção à Serra de Santo
António e aí as diferenças de rendimento eram já notórias
porque tínhamos de aguardar, permanentemente, por aqueles nossos
companheiros de viagem, O pior foi o caminho de pé posto
em direcção ao cume. Mais duro seria impossível. Como queríamos
seguir integralmente o caminho foi por aí que nos abalançámos
e a chegada ao topo foi um duro teste físico e mental, para além
de termos de transportar o velocípede ao ombro (onde devido ao
peso fui talvez o mais penalizado), já no final tivemos de
atravessar cerca de 300 metros de denso matagal de
carrasco que massacraram as nossas desgastadas coxas. Foi aí que
comecei a esboçar a frase com que inicio este "diário de
bordo" - foi, este, sem dúvida, o momento mais duro da
nossa travessia. As bicicletas servem para transportar-nos e não
vice-versa pelo que, bem vistas as coisas teriam sido preferíveis
os quatro quilómetros extra do asfalto, por mais dura que fosse
essa subida.
Assim a chegada ao topo foi recebida com enorme alívio a que não
foi alheio o deslumbrante panorama que contemplámos para os
lados de Minde e Mira d'Aire, é mais uma daquelas ocasiões
sublimes que o ciclismo de montanha nos proporciona e que nos
fazem esquecer, como que por milagre, o sofrimento da ascensão.
O estoicismo antecede e valoriza o epicurismo!
Pior mesmo era o moral de um dos participantes que, para além do
esgotamento físico, estava psicologicamente derrotado,
provavelmente a escassez de oxigénio inerente à dura subida
pode também ter sido responsável.
A descida até Minde é vertiginosa e tive de usar alguma contenção
para não ultrapassar os 70 quilómetros por hora já que aquelas
velocidades a bicicleta é uma tipo de veículo que não oferece
grande sensação de segurança.
Rapidamente atravessámos Minde com o sol a esconder-se por detrás
dos montes, tempo de recolher os óculos escuros e descobrir que
a roda dianteira estava furada. Pausa e mudança rápida, era
necessário não perder um segundo pois a noite aproximava-se a
passos largos. A íngreme ascensão para o Covão do Coelho,
juntamente com a luz que escasseava foi responsável por um golpe
de teatro: o caminho virava à direita, saindo do asfalto e os
dois mais atrasados com a subida falharam-no continuando pelo
asfalto, enquanto isso a noite era uma realidade.
Não só, os dois mais lentos, se perderam do contacto comigo e
com Eduardo Dias, como também entre eles. O contacto por telemóvel
permitiu resolver de imediato uma das situações. Aconselhei
Paulo Parreira a voltar ao Covão e aí
aguardar o resgate automóvel.
Mais grave foi que não conseguíamos contactar Fernando Soares
que, por sinal, era o mais desgastado física e mentalmente.
Resolvemos continuar apesar de ser já de noite, de não termos
iluminação, de estarmos em pleno campo e de a lua apresentar um
tímido quarto crescente.
Foi uma jornada final de aventura pura, sempre a apalpar o
terreno, embora sem baixar muito ritmo, tentando evitar,
instintivamente, os regos e as pedras que povoavam os trilhos e
procurando não falhar um único marco.
Provavelmente por a sorte proteger os audazes conseguimos
prosseguir, isto apesar de ainda demorarmos alguns minutos a
descortinar um dos marcos, era essencial não falhar nenhum pois
não se viam casas, nem pessoas.
Foi um passeio nocturno ao melhor estilo, tínhamos de encostar o
nariz ao marco para visualizar correctamente a direcção que a
seta indicava.
Quase no final conseguimos contactar Fernando Soares - estava num
café perto da Giesteira e só agora o seu telemóvel conseguira
ter acesso á rede celular. Foi um alívio enorme e em breve estávamos
em Fátima após termos cruzado a auto-estrada.
A chegada ao Santuário pelas 10:30, com a igreja e a esplanada
iluminada e com uma procissão de velas que saía da capelinha
das aparições composta por algumas centenas de pessoas que
entoavam cânticos religiosos transmitiu-me uma sensação de glória.
Tínhamos conseguido. Foi possível apesar da provação. É
muito diferente da cómoda viagem de automóvel e de demorarmos
apenas uma hora em auto-estrada.
Tempo de rumarmos às viaturas e de recuperarmos os nossos amigos
juntamente com as respectivas bicicletas.
EPÍLOGO
Provavelmente efectuar esta travessia num único dia seja
bastante duro. No entanto senti que era possível e a experiência
foi bastante interessante a este nível.
Um conselho que deixo a quem se queira aventurar-se num único
dia é de que parta cedo e de Verão, escolha companheiros de
viagem com um ritmo de andamento e forma física semelhantes aos
seus (supostamente elevados), que não se deixem vergar perante
as inevitáveis dificuldades e evite as pausas muito prolongadas.
Aproveite os quilómetros de lezíria para ganhar tempo embora
sem exceder o seu limiar aeróbico - as reservas energéticas vão
ser bem necessárias de Santarém em diante!
Para além disso é importante que esteja bem motivado, não
encare esta travessia de ânimo leve nem de modo diletante, a máxima
de Juvenal "mens sana in corpore sano" deve ser
adoptada cabalmente.
Se seguir estas recomendações verá que, apesar da provação,
apenas reterá boas recordações e apenas pensará, tal como eu,
em repetir a travessia.
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Saudações Virtuais, Virtual Best Regards
António Pedro Roque Oliveira
[email protected]
http://www.geocities.com/caminhos_2000
__O
_-\<,_
(_)/ (_) moderador "Velocipedi@"
De:
<[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ velocipedi@ ] Batedores
Data: Sábado, 22 de Julho de 2000 18:58
Caminho do Tejo
15 de Julho de 2000
Junto ao antigo pavilhão de Portugal, ao pé de um marco redondo
sem qualquer inscrição, colocámos os ciclómetros a zero. Saímos
do Parque das Nações pela margem do Tejo e por baixo da Ponte V.
Gama surgiu o primeiro contratempo. A zona está em obras pelo
que foi necessário transpor vedações e circular entre homens e
máquinas até retomar novamente a margem do Tejo. Chegados ao
parque junto ao Trancão subimos o rio pela sua margem direita,
mais à frente passamos a ponte e continuamos pela margem
esquerda com o Salvador Caetano do lado direito. Até aqui
desconfiei da sinalização pois não tinha ainda encontrado
nenhum marco. No final do SC afastamo-nos do rio para a direita e
junto à encosta lá estava o primeiro marco (que eu tenha visto)
a indicar para a esquerda (cuidado com os cães ao passar debaixo
da A1). A partir daqui seguimos sempre junto ao Trancão por
terra. Não vou detalhar muito mais o percurso já que a partir
daqui a sinalização é óptima e não oferece qualquer dúvida.
No entanto não se deve partir para este percurso sem o Guia que
tem sempre informação complementar e que em caso de dúvida é
muito útil.
Até passarmos novamente por baixo da A1(de Vialonga para P. Stª
Iría) o piso é sempre em terra ou por alcatrão em mau estado.
O único furo que tivemos foi em alcatrão. Na P. Stª Iría
cruzamos a linha do comboio e seguimos até Alverca rolando um
bocado em terraCruzamos novamente a linha na estação de Alverca
e depois de algumas incursões pela terra vai-se pela EN 10 até
V.
F. Xira . Como devem imaginar este troço é extremamente
perigoso e sentimos um grande alívio (foi mais um XTR) quando
finalmente entrámos no jardim desta cidade, ponto de paragem
obrigatório pela forma como está cuidado e pela frescura que
oferece o Tejo. À saída do jardim andámos à procura do marco
por uns instantes, finalmente lá o descobrimos do lado direito.
É que no meio das localidades, com tantos carros, placas,
caixotes do lixo, etc. por vezes os marcos ficam como que
camuflados.
A partir de V.F.Xira segue-se para Vala do Carregado, Central
Termoeléctrica, V.N. Rainha, Azambuja e até à ponte metálica
sobre a vala com o mesmo nome é sempre alcatrão.
Entramos então na Lezíria e na terra, praticamente até Santarém,
tirando pequenos troços nas localidades que se atravessam.
Pode-se dizer que a chegada a Santarém foi a única subida que
fizemos neste dia. Ficámos na Residencial Abidis, que fica mesmo
no centro histórico, onde a recolha das nossas companheiras não
levantou qualquer problema. Foi-nos dito que todos os anos
pernoitam ali dezenas de cicloturistas.
16 de Julho de 2000
A saída de Santarém não foi cumprida à risca. Saímos em
direcção a Torres Novas sempre com muita atenção à procura
de um marco. Facilmente o encontramos antes de uma pequena
descida fazendo-nos sair da estrada principal para uma rua à
direita que mais à frente passa sobre a A 1.
Neste segundo dia, até aos contrafortes da Serra de Aire, o
percurso é ondulado e por isso mais interessante. O piso alterna
entre a terra e algum alcatrão mas onde os carros quase não
passam (domingo de manhã). De salientar também que as subidas são
sempre mais suaves do que as descidas. Aproveito para chamar à
atenção que quando se anda com um porta-bagagens as reacções
das bicicletas e a distancia de travagem são diferentes, pelo
que é preciso ter cuidado. PREVENIR.
A partir de Arneiro das Milhariças os marcos desapareceram (pelo
menos deixámos de os ver). Foi necessário recorrer ao Guia
quando chegámos a uma bifurcação (alcatrão). Seguindo a
indicação do guia virámos á esquerda em direcção a
Espinheiro. Aqui a estrada bifurca, à esquerda desce e à
direita sobe ligeiramente. Fomos pela direita. Ao sair da aldeia
a estrada sobe mais e depois de passar por uns depósitos de água
(curva à direita), há um caminho de terra batida à direita que
segue pela cota. Penso que o percurso será por aí (lembro-me
agora que podia ter procurado melhor se haveria algum marco
derrubado). Resolvemos não arriscar e seguimos pelo alcatrão até
Amiais de Baixo. Aqui virámos à direita e mais acima à saída
virámos à esquerda para
Olhos de Água (nascentes do Alviela). Neste entroncamento voltámos
a encontrar os marcos mas virados ao contrário relativamente ao
nosso trajecto e daí eu ter ficado com a ideia que o tal caminho
de terra sería o trilho correcto.
A partir daqui não há mais problemas com os marcos continuando
a excelente sinalização até Fátima. Nas nascentes do Alviela
há um parque de campismo e uma praia fluvial com respectivo bar.
Daqui até Monsanto é um instante e nesta localidade há um
chafariz onde se deve aproveitar para abastecer. Covão do feto
é logo a seguir e ao entrar nesta aldeia vira-se à esquerda por
uma rua muito inclinada. Aqui começa a escalada da serra de Aire
(também não é assim nada de especial). Quando chegamos ao
cimo da aldeia, entramos na estrada que vem de Moitas Vendas e
sobe para Serra de Stº António. Sobre a esquerda um marco
indica um caminho de pé posto que continua a subir a encosta.
Meus amigos, NÃO SUBAM POR AÍ a menos que vão a cumprir alguma
promessa. A escadaria é mesmo até ao cume. A
pedaleira e os pedais da minha bicicleta foram sempre a bater nas
pedras até lá acima. Trata-se do único troço que não é
ciclavel. A alternativa é seguir o alcatrão a subir e na Serra
de Stº António virar à direita em direcção a Minde. Mais à
frente, num miradouro e parque de merendas (onde termina a tal
escadaria)
estão outra vez no percurso. Faz-se a velocidade máxima até
Minde, sobe-se até ao Covão do Coelho e no cimo desta
localidade vira-se à esquerda saindo do alcatrão (de Monsanto
até aqui é sempre alcatrão). Entramos então na parte mais
bonita de
todo o Caminho do Tejo pois estamos em pleno parque natural, numa
zona onde os trilhos não são muito duros.
Sem dar por ela chegamos ao parque de estacionamento nº11 e o
que era bom acabou-se
Este Caminho do Tejo foi feito num fim de semana de muito calor e
pelo que sofri aconselho a fazê-lo com o tempo mais fresco. No
entanto Junto ás margens do Trancão e na Lezìria há zonas
onde a terra estava gretada. Normalmente isto significa que à
mais pequena queda de água este piso se transforma num grande
lamaçal. Assim será aconselhável fazer este Caminho do Tejo
com o tempo seco.
Até Fátima serão aproximadamente 145 km (tendo em conta um ou
outro pequeno engano) com muito alcatrão.Não vi ninguém em
todo o percurso com ar de peregrino.Espero que este resumo vos
possa ser útil caso venham a fazer o Caminho do Tejo (os Homini
Velox já vão praticamente a caminho) e estou à vossa disposição
para qualquer ajuda que necessitem.
Pedro Brites
PLANOS FOTOGRÁFICOS DA INCURSÃO BTT
(aguarde pacientemente o carregamento das imagens)
. Foto da Partida Oficial por debaixo da pala de Siza Vieira |
. Pedro Roque posando junto a um marco na bonita margem do Trancão |
. No jardim "Constantino Palha" em Xira, da esquerda para a direita, Paulo Parreira, Fernando Soares e Eduardo Dias |
. A original travessia da linha férrea na Azambuja |
. Pedro Roque no arranque para a lezíria após a travessia da Azambuja |
. Paulo Parreira e Eduardo Dias numa ensombrada pausa na Lezíria |
. A pausa no Reguengo, à direita o dique do Tejo |
. Paulo Parreira com a bonita prai fluvial de Valada |
. Rolando a bom ritmo a caminho de Santarém , ao fundo podem já vislumbrar-se as torres da ponte Salgueiro Maia |
. Fernando Soares na estrada que atravessa sob a ponte o marco que indica as diferentes alturas das ciclicas cheias do Tejo |
. Paulo Parreira e Eduardo Dias numa pausa após Azóia de Baixo |
. Fernando Soares descansando á sombra |
. Eduardo Dias à sombra bem enquadrado pela buganvílea |
. Na cumeada dos três moinhos repara-se a corrente quebrada |
. O Alviela ainda purissímo saíndo das rochas en Olhos de Água |
. Idem |
. O imponente maciço da Serra d'Aire observado à entrada do Covão dos Fetos
( photos BTT by Pedro Roque)