Pungência
                As pimentas sempre fascinaram os homens. Além das cores vivas e sabor único, o “calor” que provocam em que se aventura a consumi-las tem arrastado multidões de adeptos da culinária apimentada que hoje caracteriza a cultura de algumas regiões e até países, como o México, cujos pratos “calientes” são conhecidos e admirados em todo o mundo.
                Mas as pessoas se perguntam, porque é que as pimentas ardem.  O que têm esses frutinhos que chegam a queimar a boca de alguns incautos?
                 O responsável por essa característica é um grupo de substâncias denominadas capsacinoides, entre as quais, a capsaicina (8-metil-N-vanilil 1-6-nonamida) entra em maior quantidade. Essas substâncias são produzidas por glândulas situadas na placenta, as nervuras brancas que dão sustentação às sementes no interior dos frutos. As moléculas dessa substância alojam-se nos receptores nervosos das células sensoriais presentes em nossa pele e mucosas, causando a sensação de calor. Quanto maior é a concentração de capsaicina, maior é a sensação de queimação.
                 Em 1912, o químico americano Wilbur Scoville desenvolveu um método para medir o nível de calor presente nas pimentas. Esse método consistia em diluir as pimentas em uma solução de água açucarada. Um grupo de provadores testava a substância, que era cada vez mais diluída, até que o grupo não sentisse mais a ardência. A quantidade de água necessária até chegar a esse ponto, estabelecia o nível de calor da pimenta. Desse modo, ele criou uma escala de pungência que passou a ser conhecida como Escala de Calor Scoville, dividida em unidades chamadas unidade de calor Scoville ou simplesmente SHU.  Se uma pimenta possui 300.000 SHU, significa dizer que foram necessários 300.000 vezes o volume dessa pimenta diluído em água para que o grupo de provadores não sentisse mais a sua ardência. Assim, quanto maior for a quantidade de água necessária, mais pungente será a pimenta testada, recebendo, portanto, uma maior graduação em SHU. Hoje em dia, existem métodos laboratoriais de grande precisão, como a cromatografia, que estabelecem o nível exato de capsaicina das pimentas, mas a escala Scoville foi mantida em homenagem ao seu criador.
                  Veja ao lado a classificação de algumas variedades de pimentas na escala Scoville, de acordo com o seu grau de pungência.
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