Para contar a história de Mitsuo, um menino comum no Japão (meados dos anos 60) que foi recrutado por um alienígena humanóide (chamado no Brasil de Super Homem), Fujio-Fujiko constrói todo um universo altamente consistente, onde cada um dos personagens atua com personalidade própria, não somente fazendo fundo para o Super Dínamo e oferece uma excelente obra de animação, uma vez que a produção é absolutamente fiel ao original - o mangá.

      As histórias do Super Dínamo traziam grande divertimento para quem teve o privilégio de acompanhá-las como eu tive em meados dos anos 70. Cada novo episódio era um verdadeiro momento de euforia, tamanha empatia com o conceito do desenho. Afinal, para um garoto assistir um desenho que trazia coisas de garoto era como uma projeção de um desejo, ou seja, era possível entrar nas histórias e se ver na pele de Mitsuo. Algumas das histórias traziam algum elemento de mistério também, ou suspense e mesmo a sonoplastia era ótima.

      A relação de Mitsuo com sua irmã Ganko, os colegas sacanas como Kabao e Sabu, o robô-cópia pegando no pé de Mitsuo, o Super-Homem sempre pronto a acabar com o sossêgo de Mitsuo, o conhecido que só queria comer seu macarrãozinho e Mitsuo sempre lendo sua revistinha do Obake no Qtaro são momentos fabulosos que toda criança deveria conhecer.

      Muito embora seja possível adquirir as fitas VHS com os desenhos, a maioria tem defeitos de telecinagem que prejudicam muito sua audiência, apesar do tempo de duração de cada história ser de apenas 12 minutos. O ideal seria que os proprietários da série no Japão colocassem à venda os episódios com qualidade de digitalização, como foi feito com o 8o. Homem. Aí seria possível resgatar integralmente essa série impagável e inesquecível.