Superman Contra a Shadow Law

Capítulo 1 - Uma aliança malévola.


Manhã seguinte.

Clark Kent entrou apressado na redação do Planeta Diário, ajeitando sua gravata. Acabou esbarrando num repórter, desculpando-se de forma desajeitada. Após passar por mais alguns funcionários do jornal, o recém-chegado encontrou Lois Lane sentada em sua mesa.

– Bom dia! - saudou Clark.

– Bom dia! - respondeu a bela repórter. - Prepare-se, pois o Perry provavelmente mandará que cubramos o caso da explosão!

– Explosão, do que está falando? - perguntou Kent, franzindo as sobrancelhas.

– Clark, em que planeta você vive? Ontem à noite uma explosão no último andar do prédio da Lex Corp matou os mais importantes executivos da empresa! Não se fala em outra coisa!

A desinformação de Clark devia-se ao fato do Superman ter passado a noite toda resgatando os sobreviventes de um naufrágio no Mediterrâneo. Mas já que Kent não podia revelar sua dupla-identidade, apressou-se em inventar uma desculpa:

– É que eu quase não assisto TV, sabe...

– Sei... - disse Lois num sorriso maroto.

Nesse instante surgiu diante deles Perry White, editor-chefe do jornal. Depois de olhar para as faces de seus dois melhores repórteres por alguns segundos, o chefe de Clark e Lois exclamou:

– Vocês dois seguirão até a Lex Corp! Quero uma matéria digna de um Pulitzer sobre aquela explosão! Ah, e estejam aqui no final da tarde para recepcionarem minha sobrinha que chegará da Inglaterra!

Dizendo isso Perry se afastou, ao mesmo tempo em que Lois olhava para Clark, murmurando enquanto pegava sua bolsa:

– Dito e feito... Mas que história é essa do Perry ter uma sobrinha?

– Você não ficou sabendo? Parece que ele descobriu há pouco tempo ser tio de uma jovem inglesa, filha de seu meio-irmão, e agora ela está vindo para Metropolis viver com o Perry.

– Nossa, eu realmente não sabia...

– Vejo que não sou o único desinformado por aqui... - disse Clark ajeitando seus óculos astutamente.

Lois olhou para o parceiro com vontade de esganá-lo, mas apenas deu um sorrisinho cínico. Em seguida saiu em disparada na direção de um elevador, exclamando em tom irônico:

– Vamos logo, Clark! O Perry quer uma matéria digna de um Pulitzer, lembra? -

Rindo, Kent seguiu a repórter.

Sorrindo satisfeito, Lex Luthor tirou o charuto da boca, enquanto observava alguns dos capangas de Bison pendurando numa das paredes da sala uma bela pintura a óleo que o retratava de forma imponente. Logo que os integrantes da Shadow Law concluíram a tarefa, o milionário os dispensou com um gesto, ao mesmo tempo em que a porta do local, uma espécie de escritório, se abria.

Lex virou-se para trás, vendo-se de frente para Bison, que entrava na sala andando normalmente, seguido por três ameaçadores comandados. O primeiro, careca, trajava apenas um calção azul, possuindo um tapa-olho no rosto e uma grande cicatriz no tórax. O segundo era um forte e musculoso boxeador negro, de camiseta e short azuis, além de botas pretas, sem contar as luvas vermelhas apropriadas ao seu estilo de luta. O último usava roupa de toureiro, tendo no rosto uma máscara branca com apenas dois buracos para os olhos. Na mão direita possuía três compridas e afiadas lâminas presas a uma espécie de pulseira dourada. Garras mortais.

– Vejo que já está alterando a decoração à sua maneira... - murmurou Bison, olhando para o quadro de Luthor na parede.

– Espero que isso não o incomode, prezado sócio! - sorriu Lex traiçoeiramente.

O temido comandante da Shadow Law não respondeu. Apenas se aproximou da pintura, fitando-a atentamente. O proprietário da Lex Corp caminhou até o terrorista, perguntando em tom amistoso:

– O senhor aprecia as belas-artes?

– Se sua cara fosse bela, Luthor, com certeza os elefantes seriam capazes de voar! -

Diante de tal insinuação por parte do sócio, Lex resolveu calar-se, colocando novamente o charuto na boca. Em seguida Bison voltou-se para o milionário, dizendo:

– Você mencionou que há um super-herói nesta cidade capaz de atrapalhar nossos planos...

– Sim, o Superman! - exclamou Luthor. - Ele já interferiu diversas vezes em meus assuntos! Para obtermos sucesso em nossa aliança, precisamos eliminá-lo!

– Isso não será problema... - riu Bison, olhando brevemente para seus três maiores lutadores.

– Não será tão fácil... Os poderes daquele maldito são incríveis! Ele pode voar, disparar raios de calor pelos olhos, enxergar através de objetos... Mas sei de algo capaz de detê-lo!

Dizendo isso, Lex retirou algo de um dos bolsos, estendendo a mão para que Bison pudesse examinar o artefato. Tratava-se de uma pedra esverdeada do tamanho de uma batata.

– Isto é kriptonita, a grande fraqueza do Superman! - explicou Luthor.

O comandante da Shadow Law apanhou o mineral, observando-o atentamente em sua mão. Lex cruzou os braços atrás da cintura e começou a circular pela sala, falando em tom profético e sonhador:

– Imagine, senhor Bison! Com o meu dinheiro e os seus guerreiros, seremos invencíveis! Nosso poder será ilimitado! Juntas, a Lex Corp e a Shadow Law serão capazes de dominar primeiramente Metropolis, em seguida os Estados Unidos e por fim todo o planeta!

Nesse instante a porta da sala se abriu mais uma vez. Um dos assessores de Lex entrou rapidamente, mas deteve-se ao notar a presença de Bison e seus capangas. Receoso, o recém-chegado informou:

– Senhor Luthor, está na hora!

O milionário caminhou até a porta, dizendo antes de sair:

– Preciso dar algumas declarações à imprensa sobre o ocorrido ontem à noite, cavalheiros. Voltaremos a conversar mais tarde!

Lex deixou o recinto, enquanto Bison continuava contemplando a kriptonita.

O prédio da Lex Corp, situado no coração de Metropolis, fora cercado por repórteres e curiosos. Já que a polícia havia isolado o local da explosão, os jornalistas não poderiam subir até a cobertura. Naquele momento, todos aguardavam a chegada de Lex Luthor, que concederia algumas palavras à mídia sobre o provável atentado terrorista.

Clark e Lois se encontravam na calçada de frente para o edifício, segurando blocos de notas e canetas. Após passarem alguns minutos olhando para os lados impacientemente, a repórter murmurou:

– Eu não consigo me conformar...

– Com o quê? - perguntou Kent. - O fato de não nos deixarem subir até a cobertura?

– Não, com o cabelo daquele cara... - respondeu Lois, apontando discretamente para um homem próximo. - Olhe só! Parece até um escovão!

O parceiro de Lane olhou para o indivíduo, que possuía cabelos loiros e fortes músculos. Usava uniforme militar e tinha seus olhos cobertos por um par de óculos escuros. Assim como os dois repórteres, ele tinha em mãos um bloco de papel onde fazia anotações. Quem seria?

Nisso, a rua foi tomada por grande alvoroço com a chegada de uma limusine. Todos os jornalistas a cercaram rapidamente, enquanto Lois exclamava:

– Veja, Clark! O Lex chegou!

Com todo aquele tumulto, Kent acabou perdendo o misterioso homem fardado de vista. Puxado pela parceira, aproximou-se do carro de Luthor, o qual Lex deixava por uma das portas traseiras. Assim que colocou os pés sobre o asfalto da via, o milionário, vendo-se rodeado por dezenas de câmeras, gravadores e microfones, ouviu a primeira pergunta da imprensa, feita pelo repórter de uma rede de TV local:

– Senhor Luthor, gostaria de fazer alguma declaração sobre o incidente ocorrido na noite passada?

– Foi uma tragédia, realmente algo lamentável - respondeu Lex aparentando revolta. - Perdi homens de confiança ontem à noite, e juro que os responsáveis por essa barbárie não sairão impunes!

– Então o senhor confirma que foi um atentado terrorista? - indagou a repórter da principal estação de rádio de Metropolis.

– Tudo leva a crer que sim. Já iniciamos uma investigação em conjunto com o Departamento de Polícia e prenderemos os culpados o mais breve possível. Enviei cheques com a quantia de quinhentos mil dólares para as famílias das vítimas e as novas filiais da Lex Corp a serem abertas ao redor do globo serão batizadas com o nome dos executivos falecidos numa homenagem a esses dedicados funcionários que tanto contribuíram para o crescimento da empresa.

– O senhor suspeita de alguém? - perguntou Lois Lane.

– Não exatamente, mas creio numa ação efetuada por criminosos ou sabotagem por parte de uma companhia rival - afirmou Luthor demonstrando leve nervosismo. - De qualquer forma, em pouco tempo tudo será esclarecido!

Em seguida o milionário, protegido por dois seguranças sob os incansáveis flashes das câmeras, entrou no prédio da Lex Corp. Fazendo algumas anotações, Clark murmurou:

– Se eu não conhecesse o Lex, diria que ele está falando a verdade...

– Sem dúvida alguma o passado dele o condena, mas por que ele eliminaria os executivos de sua própria empresa? - indagou Lois, confusa.

– Não sei, mas algo me diz que ele tem algo a ver com o que aconteceu...

Tendo em mente tais suspeitas, os dois repórteres do Planeta Diário se aproximaram da porta do edifício na esperança de poderem entrar para fazer perguntas aos funcionários do local sobre a polêmica explosão.


Capítulo 2

Prólogo

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