Duplamente Anti-Carismático


- Muito bem, Goku. Você conseguiu executar a Genki-Dama com perfeição. Agora sim, já está pronto para enfrentar os Saya-jins.

- Puxa, muito obrigado, senhor Kaioh! Graças ao seu treinamento eu me sinto bem mais forte! A propósito senhor Kaioh, quanto tempo falta para os Saya-jins chegarem à Terra?

- Vejamos... - senhor Kaioh estende suas antenas e começar a rastrear os Saya-jins durante alguns segundos. Não demora muito para encontrá-los. - Encontrei, Goku! Segundo meus cálculos, eles chegarão na Terra dentro de um dia!

- Um dia? Ora, então ainda temos tempo, senhor Kaioh!

- Não está se esquecendo de nada, Goku?

- Hmm... do que eu estou me esquecendo, senhor Kaioh?

- Você ainda tem que percorrer todo o caminho da serpente de volta!

- O quê? Quer dizer que eu terei que percorrer todo esse caminho novamente? Mas que droga! Preciso contatar os outros o mais rápido possível para que me ressuscitem!!!

- Mestre Kame! Mestre Kame! O senhor está me ouvindo, Mestre Kame?

- Hã? O que? Essa voz... não pode ser! Goku, é você? De onde está falando?

- Agora não tenho tempo, Mestre Kame! Ouça, os Saya-jins estão se aproximando da Terra, e preciso que me ressuscitem imediatamente!

- Está certo, Goku. Reunirei os outros.

- Conto com o senhor, Mestre Kame.

- Sheng-Long, saia daí e realize o nosso desejo!!!

- UUUAAAAHHHHH (Voz cavernosa)!!! VOCÊS, QUE REUNIRAM AS SETE ESFERAS DO DRAGÃO E ME INVOCARAM, FAÇAM LOGO O SEU DESEJO, E EU O REALIZAREI! PODEM PEDIR QUALQUER COISA!

(Bulma) - Está certo, pessoal. Vou pedir para que ele ressuscite Goku!

(Kame) - Faça isso rápido, Bulma. Pelo que ele me contou, os Saya-jins estão bem próximos de nós.

(Oolong) - Puxa, mestre Kame... será que não dava pra gente pedir pro Sheng-Long pra ele acabar com os Saya-jins?

(Bulma) - Mas é claro, que não, Oolong! E o Goku, como é que fica?

(Oolong) - A gente deixava isso pra depois, não é? Pelo menos a gente se livrava deles primeiro....

- AQUELES AOS QUAIS VOCÊS SE REFEREM... ESSES TAIS SAYA-JINS QUE SE APROXIMAM, NÃO POSSO CUMPRIR O SEU DESEJO, POIS OS PODERES DELES SUPERAM OS DO MEU CRIADOR!!! PEÇA OUTRA COISA!!!

(Oolong) - Ah, que droga.... mas... será que você... não podia... desviar o curso deles... ah, sei lá , você não podia mandá-los para outro lugar, para que nós não tivéssemos que nos preocupar com eles?

(Bulma) - Oolong, quer parar? Não temos tempo para isso!!!

(Mestre Kame) - De qualquer forma, sei que podemos contar com Goku. Mais do que isso, podemos contar com Kuririn e os outros, que treinaram arduamente para esse dia. Tenho certeza de que eles conseguirão...

- DESEJO REALIZADO!!!!

(Mestre Kame) - Oh! Oh!

(Oolong) - Yes!!!!

 

 

Aquilo era estranho. Totalmente.

Não que ele já não estivesse acostumado com essas coisas. Ele já havia estado em diversos planetas, e visto coisas realmente estranhas.

Mas o que o confundia ainda mais era o fato deles terem chegado à Terra horas antes do previsto. Há pouco ainda estavam em pleno espaço sideral, e logo em seguida suas naves já haviam pousado na Terra. Mas... e daí? Quem se importa com isso? Era só mais um planetinha em seu caminho. Um pouco bonito, mas já havia visto vários outros melhores. Não que se importasse com isso, claro. A única coisa que o fazia permanecer ali eram as malditas esferas do dragão... e aquele idiota traidor do Kakarotto...

Lá estava ele, ajoelhado na rocha, quase que caindo no precipício. Mais uma vez, ele pressionava seu braço contra a pedra, numa espécie de ritual que era repetido durante vários dias. Na verdade, ele fazia isso para tentar voltar a sentir a mobilidade total do braço, visto que se encontrava bastante ferido. Depois de dias executando o mesmo procedimento, ele começara a sentir novamente a mobilidade do mesmo. Não era cem por cento, mas era um começo. De qualquer forma, não podia esperar pela total recuperação, pois tinha que recuperar o tempo perdido.

Ele fita os olhos numa pedra, e uma chama negra surge dela. A chama continua queimando, aumentando um pouco de tamanho. Com um olhos extremamente frios, ele coloca a mão machucada na chama, soltando um gemido quase que imperceptível. Mas ele sentia toda a dor. Muita dor. Mas era necessário. Tinha que fazer aquilo. Tinha que aperfeiçoar o golpe. Não podia se dar ao luxo de ficar à mercê de uma desvantagem tão grande. Aos poucos, ele já não sentia tanto a dor. Ainda doía, mas começava a suportá-la um pouco. Súbito, ele ouve um barulho vindo de trás. Durante os poucos instantes em que coloca toda a sua atenção na fonte do ruído, ele se esquece por completo da chama, e paga o preço por isso. Uma dor enorme percorre seu braço, e só não o destrói por completo pelo fato dele retomar a concentração, absorvendo parte da dor, mesmo que temporariamente. Com um comando, as chamas se apagam, dando-lhe a chance de olhar para trás e descobrir o que havia chamado a sua atenção: Era um humano. Ou melhor, um Oni, como ele. Afinal, o número de humanos na ilha era raro, e ele conhecia praticamente todos, e os que não conhecia com certeza não estariam num lugar daqueles. Mas, de qualquer forma, humanos não costumavam ser gigantes... tampouco tinham um rabo!!! Isso era fácil de perceber, devido à maneira que aquele estranho cinto parecia se enroscar.

- Onde estão as esferas do dragão?

- Como é que é?

- Onde é que estão as esferas do dragão, seu verme? Vamos, responda! Onde é que vocês as guardam? Diga logo, antes que eu perca a paciência com você e o mate!!!

- Eu não sei do que você está falando - dizia ele com uma voz extremamente fria - mas eu gostaria de ver você cumprir sua promessa...

- Seu humano idiota! Acha que pode me vencer?

- Hunf! Tolo.

Irritado com a falta de respeito que vinha daquele terráqueo, Nappa dirigiu-se até ele, como uma cara de pouquíssimos e raros amigos.

Foi quando ele fez aquilo. Nappa simplesmente concentrou toda a sua energia num só ponto, e a liberou, criando uma redoma de energia que se estendeu por um bom pedaço, atingindo toda a área em que ambos estavam; instantes depois, quando cessa o ataque, a área se resumia a alguns destroços, incluindo pedras pulverizadas e árvores reduzidas a cinzas.

Observando da copa de uma árvore, Hiei resolvera entrar em ação. Puxando sua espada quebrada, a qual estava fincada em um dos troncos, ele salta do lugar onde se encontrava. Nappa fica intrigado ao ver aquele terráqueo surgir na sua frente , dar as costas e começar a se afastar.

- Maldito inseto!

Ignorando o comentário, Hiei continuou andando, como se ignorasse-o. Quando estava prestes a atingi-lo, Nappa sente uma irritação no pescoço. Ela aumenta, a ponto de ele colocar a mão no pescoço para sentir do que se tratava. Sangue. Muito. Escorrendo cada vez mais. Num rápido olhar, ele percebe que aquela arma que o terráqueo usava estava manchada de vermelho. Apesar de estar quebrada, apesar de só possuir metade da lâmina, a metade que continuava estava toda manchada de vermelho , e ele logo imaginou de onde tinha vindo...

- N-não pode ser... c-como é que esse terráqueo... só pode ter sido aquela arma... ela... ela é muito... afiada.

Nappa não teve nem tempo de desmaiar para o sono eterno. Seu enorme corpo caiu, duro, sem vida. Hiei se aproximou dele e ficou observando. Havia algo errado com aquele sujeito, e ele pressentia que descobriria logo. Súbito, ele percebe que um estranho objeto que se encontrava no rosto de Nappa começara a fazer um estranho barulho. Ao pegar o objeto, percebe que surgiam números, os quais pareciam aumentar mais e mais...

Independente do aparelho, ele sentiu algo se aproximando. Era uma energia. Forte. Muito forte. Mas havia algo estranho: era similar à do idiota que ele havia acabado de despachar.

Hiei não precisou esperar muito, pois instantes depois, um homem surgia no ar. Ele estava voando. Seria um integrante do time Ninjas das Trevas? Impossível. Kurama, Urameshi e aquele outro idiota haviam exterminado o time por completo.

Mas não era isso que preocupava Hiei. O que o preocupava realmente era que aquele homem não era um Oni.

Mas como isso era possível? Pelo que se lembrava, humanos não tinham rabo. E aquela energia... tão... maligna... há! Ele mesmo não acreditava que havia pensado isso. Essa história de energia positiva e negativa era mais uma invenção dos humanos. Sua energia, e dos outros Onis, demônios, fantasmas ou seja lá qual for o nome que os humanos preferiam chamá-los, a energia deles pulsava de maneira diferente dos humanos. Devido a alguns fatos, era chamada de Youki, contrário à energia dos humanos, o Reiki. Mas, de qualquer forma, havia uma quantidade de emoções pesadas na energia daquele sujeito, algo incomum para um humano. Era como se o Reiki dele estivesse cheio de "maldade". Ou melhor, era como se houvesse a ausência de emoções e outros valores criados pelos humanos, como consciência e humanidade, presentes nos humanos mas inexistentes dos Onis. Muito estranho.

Vejita olhou para Hiei, percebendo o corpo caído de Nappa e a espada ensangüentada.

- Foi você quem o matou, seu verme?

- Não preciso ficar respondendo a perguntas imbecis, seu idiota.

- Idiota? Como ousa? Sabe quem eu sou? Eu sou o príncipe dos Saya...

- Pouco me importa.

Hiei dá as costas pra ele e vai andando, para a surpresa de Vejita. Irritado, Vejita aponta o dedo para ele, e lança um pequeno disparo. Tamanha é a potência que o chão em que Hiei se encontrava deixa de existir.

- Aonde pensa que vai, seu verme? - Dizia Vejita, enquanto dirigia sua voz para uma árvore a sua esquerda, onde Hiei se encontrava. - Ainda não terminei com você! Onde estão as esferas do dragão? Vamos, responda! E onde está aquele verme do Kakarotto?

Ótimo, ele pensava. Mais um idiota para matar.

Usando de sua velocidade, Hiei parte para o ataque. Quando sua lâmina estava prestes a decepar o pescoço de Vejita, é detida pela mão do mesmo. Aquilo já fora o suficiente para surpreender Hiei, visto a velocidade de reação de seu adversário, o qual havia atingido um soco no estômago dele, fazendo-o diminuir um pouco a sua velocidade. Foi o suficiente.

Deslocando-se incrivelmente rápido, Hiei se afasta de Vejita, mas se surpreende quando vê o mesmo acompanhando-o velozmente. Aquele humano era rápido.

Vejita pensava algo parecido. Aqueles humanos pareciam ter a capacidade de aumentar seu nível de poder de luta. E aquele humano aumentava cada vez mais. Mas não se comparava com o príncipe da raça guerreira mais poderosa do universo.

Na tentativa de escapar de um golpe de Vejita, Hiei salta, e Vejita vai atrás. Hiei bloqueia os primeiros golpes que recebe, mas logo percebe o erro que havia cometido: Vejita podia voar. Isso ele lembrou quando começou a perder velocidade e foi vitima de vários ataques de Vejita. Aquele humano era muito forte.

Quando viu que ele iria cair, Vejita segurou Hiei, para o azar do mesmo. Os instantes seguintes foram seguidos do som de vários socos sendo atingidos no rosto de Hiei. Aquilo era revoltante. Era humilhante. Não podia agüentar aquilo por muito tempo. E não agüentou.

Num acesso enorme de raiva, ele fez todo o seu Youki explodir, criando uma aura negra em volta de si, que queimou as mãos de Vejita, obrigando-o a soltá-lo. No entanto, ele ainda estava um pouco desnorteado, e começou a cair quase inconsciente.

- Verme miserável! Vai pagar pela afronta!

A voz de Vejita foi o suficiente para despertá-lo, dando-lhe a oportunidade de girar no ar e cair de pé. Não obstante, ele começou a se deslocar rapidamente para o meio da floresta, desaparecendo por completo do raio de visão de Vejita.

Vejita estava sobrevoando a área em que Hiei se encontrava, cheio de ódio. Aquele inseto teria que ser castigado.

Enquanto isso, silenciosamente Hiei começava a bolar sua estratégia. Sabia que levava desvantagem em terreno aberto, portanto, teria que atrai-lo até....

Foi quando ele sentiu aquela energia enorme vindo em sua direção. Através de seu visor, Vejita havia conseguido localizar Hiei, e havia lançado um disparo contra ele. Hiei se esquivara, mas Vejita continuava disparando, e disparando, e disparando....

Até que se cansou e resolveu utilizar uma de suas técnicas. Vejita movia cada vez mais rápido os braços, e disparava das mãos pequenos globos de energia contra a floresta. Na verdade, era uma chuva de energia que atingia aquela área.

Hiei, enquanto se esforçava para se esquivar daquela chuva de projéteis, tentava entender o por que de ninguém ter aparecido ainda. Não que ele achasse que precisava da ajuda de alguém para acabar com esse traste, mas provavelmente toda aquela energia utilizada, fora a destruição que a chuva de projéteis estava causando, seriam mais que suficiente para chamar a atenção de alguém. Provavelmente alguém deveria estar lutando em outra parte. Alguém com bastante poder. Mas, se a próxima luta seria entre o Time Urameshi e o Time Toguro, quem é que estava lutando naquele momento?

Pensamentos à parte, ele não podia continuar se esquivando para sempre. Ainda mais que o ataque de Vejita estava destruindo a área, diminuindo cada vez mais o número de locais onde ele poderia se esconder. Ele tinha que agir. E rápido.

Cansado de se esquivar, Hiei resolve partir para o ataque, coisa que faz enquanto se esquiva de mais um projétil. Num rápido movimento, ele prevê o ataque seguinte e se joga para o lado, ganhando uma preciosa vantagem. Ele não a desperdiça.

Concentrando-se durante preciosos segundos, Hiei faz surgir uma chama negra em sua mão. Por breves segundos ele pondera o resultado do treinamento, visto que não havia se queimado, mas resolve voltar sua atenção para assuntos mais importantes...

- En Satsu Rengoku Shou!!!(Purgatório flamejante, mais conhecido como Chamas Negras Mortais)!!!!. Aquilo havia sido demais. Demorou um segundo para Vejita perceber que o rato havia se cansado de ficar se escondendo e resolvera atacar. Um segundo preciso... mas que não havia passado desapercebido. Nos últimos instantes, Vejita ergue um escudo de energia, bloqueando o ataque. Porem, a onda de fogo não cessaria tão cedo, o que ele percebera ao sentir parte daquela energia ultrapassando sua barreira, lentamente...

Concentrando uma dose maior de seu poder, Vejita dispara uma onda de energia que bate de frente com o disparo de Hiei , dispersando-o.

Exatamente o que ele queria.

Hiei só teve alguns segundos. Rápido como nunca, ele tomou distância, correu e saltou bem atrás de Vejita, tão rápido que o próprio nem havia percebido. Hora de agir.

- Ja Ou En Satsu Ken (Espada flamejante)!!!

Aquilo lhe era estranho. Não estava acostumado a agir daquela forma. E pensar que usara esse golpe pela primeira vez há pouco tempo, durante a luta contra o time Urautog, quando enfrentava aquele outro imbecil que se adaptava aos golpes. Embora tivesse o mesmo nome de sua doutrina, esse golpe era diferente, pois não se tratava de um disparo, mas de uma espécie de espada. Na verdade, ele estava usando o cabo de sua espada quebrada para criar uma outra feita de pura energia. Mas, de certa forma, ele sabia que só estava criando versões mais fracas da doutrina. Podia sentir que faltava algo para que ele pudesse usar todo o poder da doutrina Ja Ou En Satsu Ken (Fogo Assassino do Rei Maligno, mais conhecida como Chamas Negras do Inferno).

Mas aquilo não importava naquele instante. O que importava era que ele havia pego Vejita desprevenido. O que importava era que sua velocidade lhe permitia atingir o adversário várias vezes com aquela espada de fogo negro. O que importava era que ele o estava cortando... totalmente...?

Aquilo era outra surpresa. De certa forma, aquele humano usava uma espécie de armadura, a qual o protegia dos golpes. Claro, ela não havia escapado ilesa, visto que depois da seqüência de Hiei ela se desmontava por completo do corpo do Vejita. Mas o próprio não havia sentido quase nada!!! A não ser por alguns pequenos cortes no peito, ele estava lá, ileso.

Agora, era a hora de Vejita ficar realmente furioso.

Por estar no meio de um salto, Hiei não teve a menor chance de se esquivar da fúria de Vejita. Com um braço, Vejita o segurou pelo pescoço, apertando-o. Com o outro braço, ele começou a bater em Hiei. Muitas. Várias. Dezenas. Centenas de vezes. E ele não conseguia se soltar. Nem sequer imaginava como.

A fúria de Vejita era enorme. Em toda a sua vida, nada parecido havia lhe acontecido. Aquele terráqueo... aquele verme... como... como ele teve a audácia de feri-lo? Como ele teve a audácia de derramar sangue real?

Hiei não havia percebido, mas também havia atingido de raspão o rosto de Vejita, o qual não deixou de perceber. A fúria... o ódio... aquela sensação de orgulho ferido... e tudo por causa daquele terráqueo miserável, aquele infeliz que um dia ousara em pensar na possibilidade de tocar o rosto do príncipe dos Saya-jins com aquela arma imunda. Não, ele pensava, isso era algo que ele não podia suportar. Algo que ele não podia tolerar. Não. NÃO!!!!

- EU JAMAIS VOU TE PERDOAR!!!!! JAMAIS!!!!

E aquelas palavras ecoavam incessantemente pela sua cabeça, enquanto ele perdia suas forças, tentando se livrar daquele humano idiota....

Que maneira estúpida de morrer. Nem sequer sabia quem era o imbecil que o atacava. E isso era algo que ele não podia admitir. Tinha seu orgulho e não podia ser morto assim, de maneira tão estúpida.

Nesse instante, o olho que ele possuía na testa, o Jagan, se abriu. Vejita parou de atacá-lo, imobilizado, embora continuasse apertando seu pescoço.

Infelizmente a tentativa de Hiei não havia funcionado tão bem quanto ele esperava, pois não demorou muito para Vejita se livrar da hipnose. Como ele fez aquilo? Hiei não teve tempo para perguntar.Tamanha era a fúria de Vejita que este bateu tão forte em Hiei, que ele foi lançado em direção ao chão numa velocidade espantosa, gerando um pequeno tremor ao atingi-lo. Depois disso, ele não se levantou mais.

O ódio de Vejita não parecia ter fim. Primeiro, da altura em que estava, ele abriu bem os braços. Depois, ele os uniu, apontando-os para a frente.

Hiei despertou ao sentir toda aquela energia. Com certeza não era um humano comum. Nunca havia sentido um Rei Ki tão diferente, tão... raivoso. Parecia mais um Youki. Mas aquilo não fazia diferença, uma vez que ele não conseguia se levantar. Olhando para o alto, a única coisa que conseguia ver era aquele humano voando e concentrando uma quantidade de energia...

- Seu miserável!!! Você ainda vai sair ganhando, pois conseguiu atingir o meu rosto!!! Você teve a audácia de ferir o rosto do príncipe dos Saya-jins!!! E a única coisa que eu vou poder fazer é te matar!!! Seu miserável!!! Todos vocês vão pagar por essa afronta, eu juro! Jamais vou perdoar vocês pelo que fizeram! Jamais!

Embora quase inconsciente, Hiei havia escutado aquilo. Teria ouvido corretamente? Ele disse que todos iriam pagar?

Improvável.

Por mais que fosse forte, nunca conseguiria matar a todos, sejam eles humanos ou onis. E, mesmo que tentasse, provavelmente alguém ficaria em seu caminho, seja um humano ou um oni. O próprio Koenma mandaria alguém para detê-lo, muito provavelmente aquele idiota do Urameshi.

Será? Teria aquele imbecil poder suficiente para tanto? Se ele próprio não conseguira, por que aquele estúpido conseguiria?

Com um pouco de sorte, esse tolo que quer matar todos acabaria encontrando os irmãos Toguro e...

Mas espere, o que ele estava pensando? Desde quando ele acreditava na sorte? Desde quando ele acreditava no acaso? Tudo o que havia conseguido foi com muito esforço, persistência. Em momento algum ficou a mercê de seus "aliados". Jamais. Desde quando ele encarregava os outros de executarem seu serviço?

Jamais. Jamais. Jamais. JAMAIS! JAMAIS!!! JAMAIS!!!!!

Nesse instante, ele se levantou. Sua forças não haviam retornado, pelo contrário, ele se levantava com muita dificuldade. Mas seria necessário muito mais do que isso para derrotá-lo. Mas não era o ódio que o mantinha de pé. Não era a angústia. Não era a raiva. Não era a ira.

Eram os outros. Não aquele imbecil do Urameshi, aquele inútil imprestável do Kuwabara ou aquela tal de mascarada. Ele se mantinha pelas únicas pessoas com as quais ele se importava: Yukina e Kurama.

Ela era sua irmã. Era o motivo pelo qual ele havia passado por tudo aquilo. O motivo pelo qual ele havia implantado aquele olho na testa, correndo o risco de morrer no processo. Ele não sabia definir qual era o seu objetivo de vida, mas sabia que era sua a obrigação protegê-la, e de mais ninguém.

Quanto a ele... ele era seu amigo. Embora não demonstrasse com palavras, ambos sabiam disso. Embora fosse frio, embora não demonstrasse nenhuma emoção, Hiei sabia que Kurama era seu amigo. Para alguém que passou a maior parte da vida se escondendo nas sombras e atacando furtivamente, ele sabia perfeitamente o risco de deixar de olhar para o lado e correr o risco de morrer, só por que depositou sua confiança em alguém.

Eram eles. Eram quem importavam. Pouco importava se aquele traste fosse detido depois. Pouco importava a maneira pela qual ele fosse morto. Não podia permitir que ele escapasse e causasse a morte de alguém. Não podia permitir que causasse a morte deles.

Aquilo fervia em seu coração, ou melhor, em seu núcleo. Sentia aquilo pulsar, crescer, expandir, emanar, concentrar... nascer. Finalmente ele havia conseguido. Finalmente ele havia entendido o que era aquele poder. Não era apenas um golpe. Não era apenas um golpe! Era mais do que isso. Era um ingrediente, um componente que se adicionava a sua energia e a aumentava de forma explosiva.

Nisso, Vejita disparou.

- FINAL FLASH!!!!

A onda de energia seguia em direção a Hiei. Parecia seguir em câmera lenta. Ele olhou apenas uma vez para o alto, contemplando o ataque de Vejita.

- EN... SATSU... KOKU... RYU... HAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!! (Onda de fogo assassina do dragão, mais conhecido como Dragão negro e/ou Chamas negras do Inferno).

Hiei vislumbrava o resultado de todo o treinamento. Finalmente havia funcionado. Ele havia disparado um ataque que lembrava muito o En Satsu Rengoku Shou, porém, enquanto este era um turbilhão de fogo negro, este novo ataque tinha a forma um turbilhão de chamas negras gigantescas, terminando na cabeça de um dragão.

Por estar concentrando no disparo, Vejita nem sequer se moveu quando seu visor explodiu. Ele não conseguia acreditar no que estava vendo. O ataque do maldito terráqueo estava batendo de frente com o seu! Impossível!!! Não podia ser!!! Não! Ele não pode me vencer! Eu sou o príncipe dos Saya-jins! Sou o príncipe da Raça guerreira mais poderosa do universo! Eu sou...!!!

Foi o último pensamento de Vejita, pouco depois do ataque de Hiei dispersar o ataque de Vejita e engoli-lo por completo, como se fosse um Dragão de verdade. Não obstante, a onda de energia seguia em frente, cruzando o céu em direção em direção ao espaço, levando Vejita junto. O próprio não aceitava isso, pois não podia. Quem diria que uma raça tão insignificante representaria tanto perigo para um Saya-jin? Seu pensamento naquele instante era apenas um:

- M-m-maldito... maldito... Kakarotto...

E, em seguida, ele morreu. Mesmo morto, o dragão continuou carregando seu corpo, em direção ao espaço. Quando estava à uma altura extremamente grande, toda aquele energia, a qual estava concentrada num único ponto, o corpo de Vejita, explodiu.

Da ilha, Hiei estava quase caindo no chão, respirando bem forte. E caiu, ficando inconsciente no chão, e aquilo duraria horas.

Mas, mesmo ali, desacordado, um fervor brotava em seu peito. Não por derrotar seu adversário, mas por finalmente ter conseguido dominar o Ja Ou En Satsu Ken. Havia se esgotado por completo, mas havia conseguido. No fundo, ele sentia que faltava algo, faltava um pequeno passo, apenas mais um pouco que ele deveria descobrir sobre a doutrina, mas isso já bastava, pois ele tinha certeza de que descobriria. Pois ele havia lutado, não com ódio contra um adversário, não por justiça, mas para mostrar que ninguém, e ninguém poderia tomar o que lhe pertencia, as coisas pelas quais ele se importava.

O sono durou longas horas. Enquanto dormia, ele pensava na luta que viria. Não importa quem seria o adversário. Ele venceria. Preferia enfrentar Toguro, mas em respeito a Genkai, deixaria para Urameshi. Isso por que, enquanto lutava, percebeu duas outras energias se enfrentando. E sabia a quem elas pertenciam, e descobriu logo de quem pertencia a energia que diminuiu tanto a ponto de desaparecer. Portanto, que Urameshi se encarregasse de Toguro.

Só esperava que não se arrependesse de sua decisão.


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