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Os Filhos do Concelho:
Soeiro Pereira Gomes
 
Joaquim Soeiro Pereira Gomes (1909-1949)
 
     Filho de proprietários rurais, nasceu em 14 de Abril de 1909 no lugar de Vilar, em Gestaçô, onde passou a infância. Frequentou a Escola Agrícola de Coimbra, fazendo o curso de regente agrícola. Depois emigrou para Angola, exercendo a  sua profissão por cerca de um ano. Voltando a Portugal fixou-se em Alhandra, em 1932, onde trabalhou no escritório da Fábrica de Cimentos Tejo. Lá desenvolveu uma intensa actividade de dinamização cultural junto aos operários. 
      Mas sua grande vocação como escritor foi que o tornou ilustre. Foi um dos fundadores do neo-realismo em Portugal. Lutou pela liberdade hoje desfrutada por nós, o que custou a ele muitos anos (da sua curta vida) na clandestinidade.

     A partir de 1939 seus primeiros textos são publicados no O Diabo, semanário que contribuiu para a formação de uma consciência neo-realista.
      Da sua obra constam dois romances, onde a crítica social é profunda, e vários contos, que são uma exaltação do comunismo e dos seus militantes. 
 
     Militante comunista, Soeiro Pereira Gomes foi membro do Comité Central do Partido Comunista Português, o que o levou a entrar na clandestinidade em 1943, condição em que viria a morrer seis anos depois, vítima de tuberculose, impossibilitado de receber o tratamento médico de que necessitava. 
ilustração de Álvaro Cunhal 
     A sua obra maior é Esteiros, publicado em 1941, com ilustração de Álvaro Cunhal. "Dedicado aos "filhos dos homens que nunca foram meninos" o romance acompanha (...) as deambulações de um grupo de míudos (...), cuja condição social lhes impõe, em vez da escola, o trabalho numa rudimentar fábrica de tijolos à beira-Tejo. É certo que algum primarismo de processos construtivos, bem como algum esquematismo, são reconhecíveis no romance (...). Tudo isso, porém, Esteiros transcende pela terrível verdade humana de um grupo de crianças que responde à violência do sistema social através de uma solidariedade alimentada por uma permanente derrogação à moral social dominante (...)"(idem) 
     Engrenagem "é igualmente uma obra central do nosso neo-realismo, antes de mais por ser uma das muito poucas abordagens do universo do capitalismo industrial, de facto quase ausente da produção neo-realista" portuguesa.(idem) 

Engrenagem, romance publicado em 1951, já depois da sua morte, foi escrito na clandestinidade, assim como os Contos Vermelhos, Última Carta e Refúgio Perdido, também publicados postumamente. 


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Páginas Criadas e Mantidas por Marcos F. R. Ferraz                  Última atualização 23ABR1999
 
 
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