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ALEGRIA, ENERGIA VITAL

Ant�nio Roberto Soares

Um dos aspectos psicol�gicos que mais interesse nos tem despertado nos �ltimos anos � a depress�o. Estima-se que existam no Brasil pelo menos seis milh�es de deprimidos cr�nicos, sem se falar nos v�rios milh�es de deprimidos comuns. A depress�o � uma desvitaliza��o, � uma perda de interesse pelas pessoas e pelas coisas, � um estado de prostra��o e des�nimo diante da vida, � um sentimento de inutilidade e insignific�ncia de tudo. A estafa � o nome mais comum dado �s nossas depress�es existenciais. � uma forma de cansa�o mais agudo, f�sico e mental.
A estafa ou depress�o � a perda da nossa energia. Entenderemos melhor a estafa vinculando-a ao conceito de energia. A aus�ncia de energia � a incapacidade para a a��o. Nos nossos momentos depressivos, a vontade mais clara � a de n�o fazer nada, � a incapacidade para a viv�ncia, para o contato com o mundo em movimento. Modernamente, um dos maiores problemas que acometem o homem � a sua incompet�ncia para lidar com a sua pr�pria energia. � a perda abusiva, cont�nua e excessiva da sua energia.
Na estafa h� dois p�los: h� uma perda e, por isso, se diz que a pessoa est� esgotada, mas h� tamb�m um p�lo de satura��o e de excesso. Excesso de preocupa��es, explicitado sobretudo atrav�s da ansiedade, da pressa e das tens�es. A pressa � uma movimenta��o excessiva do nosso corpo em busca do futuro; � a vontade de que o mundo fa�a acontecer algo para ver no que vai dar; � a vontade no corpo de que o desconhecido se torne conhecido antes da hora; � a tens�o corporal para um perigo que possa vir, a prepara��o do corpo para uma luta.
Na estafa h� um m�ximo e um m�nimo, as tens�es e preocupa��es e a sua correspondente posterior, que � a depress�o, em maior ou menor grau. Todos n�s possu�mos uma energia de vida, uma energiza��o pessoal, que nos move � a��o e que possibilita estarmos presentes � realidade viva da exist�ncia, tornando-nos aptos para a rela��o com o mundo. Quando, eventualmente, devido a alguns fatores, perdemos contato com essa energia individual, sentimo-nos deprimidos e estafados. E qual � o nome desta energia vital que, se � perdida constantemente e n�o � recuperada, nos faz cair em estafa? Qual � o nome desta energia individual que nos foi dada de gra�a, de presente, que nos � inata, e cuja perda nos conduz a um estado de sofrimento?...
Alguns a chamam de paz, de vida interior, de harmonia, de amor, de entusiasmo, de motiva��o, de equil�brio, de espontaneidade, de simplicidade ou de naturalidade. Mas, h� um nome que congrega todos estes aspectos, um nome que � a s�ntese de todos estes modos de estar. Esta nossa energia vital chama-se Alegria.
Alegria � a nossa energia de vida e, se a perdemos constantemente e n�o sabemos recuper�-la, isto nos faz cair em estafa. Todas as pessoas estafadas apresentam algo em comum: est�o tristes, perderam a alegria de viver, a alegria de estar na exist�ncia, a alegria de saborear o movimento do mundo. Alguns dir�o: Mas n�s ficamos alegres ou n�o de acordo com as circunst�ncias, de acordo com os acontecimentos!... A� � que est�... Numa sociedade competitiva, transferirmos para os outros a determina��o da nossa energia vital, � convidarmo-nos ingenuamente para o caminho depressivo, � entregarmos nossa alma ao diabo! A alegria � um processo interior, �ntimo, de dentro para fora e n�o de fora para dentro. A alegria � um processo pessoal, inalien�vel e intransfer�vel. Cada um de n�s � o �nico respons�vel pela administra��o da sua pr�pria energia. E a alegria n�o cai do c�u, n�o � algo que aconte�a por acaso. Ela tem de ser plantada, adubada, regada, tratada e colhida. E novamente plantada, adubada , regada, tratada e colhida.
A alegria nasce da integral disposi��o �ntima diante da vida. Ela n�o nos � dada por ningu�m, ela j� � nossa, � um dom da vida. Somos n�s mesmos vivendo. � ela o nosso Sim � Vida!. A alegria n�o � simplesmente o riso - o riso � apenas um fruto dela. A alegria � um processo �ntimo de contato com o Universo.
S�o muito elaborados os jogos que aprendemos no relacionamento humano, respons�veis pela perda da nossa energia vital. Um destes jogos � o Jogo da Raz�o. Consiste em nos relacionarmos com as outras pessoas com o objetivo de termos raz�o: Eu tenho raz�o. Voc� n�o tem raz�o. Eu � que tenho raz�o!. Como se a coisa mais importante para n�s fosse ter raz�o. � a disputa constante para ver quem � o melhor, o mais inteligente, o mais entendido, o mais certo, o mais esperto. � a supremacia da discuss�o sobre a reflex�o. � o perde-ganha no relacionamento humano. Este mecanismo mina nossas energias no relacionamento e, no final, um tem raz�o ou os dois t�m raz�o e n�o chegam a nada - est�o tristes e frustrados. Outro jogo � o Jogo da Infelicidade ou o Jogo da V�tima. Ele ocorre quando transformamos nossa vida num muro de lamenta��es, quando usamos a tristeza como forma de manipula��o do ambiente, quando trocamos a nossa alegria pela loucura do controle.
Finalmente, um terceiro jogo, respons�vel pela perda da nossa motiva��o vital, � o Jogo da Ren�ncia. Este jogo consiste em abrirmos m�o das coisas que nos s�o importantes, que s�o adubos para a nossa alegria interior, em favor de algu�m e em nome do amor, para depois, deprimidos, dizermos: Se n�o fosse por voc�, se n�o tivesse feito isto por voc�, eu seria feliz. Voc� � o culpado por eu n�o estar bem!. No jogo da ren�ncia h� uma incapacidade de se dizer N�o!. H� um desejo onipotente de se dizer sempre Sim!, ainda que seja falso. H� um desejo de parecer sempre bom, mesmo n�o sendo verdadeiro.
Existe uma grande diferen�a entre o amor e o favor. No amor, fazemos para os outros o que n�s podemos e queremos fazer, tirando alegria do pr�prio ato de querer e de fazer, pois estamos realizando nossa op��o. A doa��o, neste caso, nasce dentro de n�s, como transbordamento, expressando a nossa maneira de estar naquele momento. � um ato de devo��o. O favor, por outro lado, ocorre quando fazemos ou deixamos de fazer algo, sacrificando-nos. � quando nos matamos para satisfazer algu�m, quando a opini�o de algu�m � mais importante do que a nossa ao determinar o que queremos e o que podemos. Atrav�s do sacrif�cio, transformamos o ato espont�neo de amor numa obriga��o, para sermos adorados por aqueles a favor de quem renunciamos.
Quando agimos por amor, jamais algu�m ser� ingrato conosco na nossa vida, pois no amor verdadeiro n�o h� espa�o para a ingratid�o. Mas no amor falso da ren�ncia, h� sempre a figura da ingratid�o. Chamamos de ingrata �quela pessoa a quem prestamos um favor e que, na hora de cobrar, n�o nos quer pagar. Ingratos para n�s t�m sido aqueles que n�o se venderam, que n�o se prostitu�ram por nosso favor.
A ren�ncia, que se pretendia constituir amor, � uma distor��o cultural. Diz Milbert Newman no seu livro Seja Voc� Mesmo Seu Melhor Amigo: Voc� pode ver claramente a diferen�a entre amor e o que aparentemente � amor nas rela��es entre pais e filhos. O pais sempre afirmam que est�o agindo por amor aos filhos. Mas � f�cil ver que n�o est�o. Quando um dos pais se sacrifica por um filho, voc� sabe que h� algo errado, pelo modo como a crian�a reage. Ela se sente culpada, porque o que obteve n�o foi por amor, mas por abnega��o. Ningu�m na verdade quer os frutos do sacrif�cio de outra pessoa. O sacrif�cio � um dos piores tipos de comodismo, � alimentar aquela parte de voc� que se sente sem valor. Ningu�m se beneficia com isso, o que n�o quer dizer que voc� n�o possa �s vezes decidir desistir das coisas. Mas esta � uma escolha que voc� faz e � feita por amor. � feito por amor a si mesmo e n�o por auto-avers�o.
Existem muitos preconceitos relacionados � alegria, relacionados ao amor a si pr�prio. A �nica coisa real nas nossas rela��es, que caracteriza o amor, � a alegria. O que caracteriza a felicidade conjunta � a comunh�o da alegria. A alegria � a manifesta��o em cada um de n�s do plano humano da harmonia c�smica, da harmonia divina. Quando perdemos nossa alegria, ainda que em nome do amor, n�o estamos de fato em estado de amor. N�o � poss�vel rimar amor e dor.
Muita ren�ncia no relacionamento humano prov�m do medo de sermos chamados ego�stas. Este medo nos faz sair dos nossos limites, dos nossos espa�os de tempo e nos darmos al�m das nossas pr�prias condi��es. H� uma confus�o generalizada sobre o que � o ego�smo. Sempre nos chamou a aten��o o fato de que se algu�m nos chama de ego�sta � porque essa pessoa est� procurando alguma coisa para ela. � sempre a tentativa de nos subtrair algo em favor dela, � sempre uma forma de controlar a nossa vida. E h� ainda nisto uma distor��o religiosa. A B�blia diz: Ama o teu pr�ximo como a ti mesmo, e n�o em vez de ti mesmo!
Fazer as coisas que nos fazem felizes � exatamente o oposto do ego�smo. Significa satisfazermo-nos na nossa totalidade, incluindo os nossos sentimentos, nossas liga��es e responsabilidades para com os outros. Se n�o aprendermos isto, nunca nos importaremos, de verdade, com as outras pessoas. Se n�o nos amamos, se n�o nos respeitamos, se n�o cuidamos de n�s mesmos, de onde vamos tirar o amor por algu�m? No m�ximo, vamos fazer coisas para preencher as outras pessoas. O maior de todos os ego�smos � quando queremos algu�m para n�s, quando queremos que as pessoas pensem, sintam e ajam relativamente a n�s, da maneira que desejamos. � muito f�cil abrirmos m�o das pr�prias coisas, do pr�prio tempo, do pr�prio espa�o, das pr�prias necessidades, para sermos adorados, amados e bajulados pelos outros, para que falem bem a nosso respeito.
Perdemos a alegria quando, atrav�s destes jogos, nos afastamos do presente e nos envolvemos com o fantasma do passado ou com o fantasma do futuro, na culpa do que passou ou no medo do que vir�. Todas as vezes que sa�mos da base s�lida e real do agora, sem coragem de largar o que ficou para tr�s e com medo do que nos pode acontecer no futuro, o nosso vazio interior perde a fertilidade de uma vida plena e se transforma no sentimento de isolamento e de solid�o. A festa do encontro com o que nos cerca, transforma-se numa pris�o cinzenta e viver passa a ser um peso e n�o uma brincadeira.
A culpa e o passado s� se resolvem atrav�s do perd�o, e o medo do futuro atrav�s da esperan�a. Perdoando-nos pelo que j� passou e atrav�s da esperan�a, deixando o futuro entregue ao pr�prio futuro, deixando o futuro para quando for presente, deixando o desconhecido para quando for conhecido, renascer� em n�s o ludismo e alegres cantaremos e dan�aremos � roda da vida.
A Alegria � um processo de comunh�o com as outras pessoas, uma sensa��o �ntima e harm�nica de fazer parte de um todo. � uma maneira calma e inocente de ver o mundo, como sab�amos fazer na nossa inf�ncia. Alegria � quando n�o medimos a vida pelo tempo, mas pela qualidade ou intensidade dela. � quando nos tornamos simples como as �rvores e as estrelas; quando deixamos a vida fluir em si mesma e em n�s, peregrinos da gratuidade; quando acolhemos a exist�ncia como um mundo de louvor; quando estamos em estado de gra�a e achamos gra�a em tudo que existe.
Dai-nos, Senhor, a alegria dos p�ssaros e das crian�as, para que possamos brincar e cantar na gratuidade da vida!
(Texto retirado da fita Rosacruz (AMORC - http://www.amorc.org.br/) - Desenvolvimento Comportamental)
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