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- Entre 1960 e 1974 estiveram
envolvidos nas guerras do ultramar, cerca de um milhão e meio de soldados portugueses.
Infelizmente,
as razões políticas que se opunham a essas guerras, têm tido até hoje
mais força, do que o sacrifício de todos aqueles lhe nelas foram
obrigados a participar, e a vozes que se ouvem contando a origem e a história dessas
guerras , são infelizmente, as daqueles dos que por objecção de consciência ou por
comodidade pessoal, saíram para fora de Portugal e nelas não quiseram participar.
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- Durante os tempos de
Oliveira
Salazar, afixaram-se pelas paredes de Portugal, muitos cartazes de propaganda, em que
entre muito outras coisas se puderam ler de Camões, canto IV, estrofe XXXIII :
"Dizei-lhe que também dos
Portugueses / Alguns traidores houve algumas vezes"
- Claro que Camões não se referia
ao século XX, mas sim àqueles portugueses, que nos tempos de D. João I, se passaram
para o lado de Castela e combateram contra os interesses nacionais de Portugal. É certo
que hoje se pode aceitar que para esses portugueses, a noção de respeito pela
sucessão dinástica era mais importante que a noção de pátria portuguesa, compreendendo
a sua tomada de posição nessas guerras.
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- O que seria inaceitável, era que
esses portugueses que combateram por Castela, tivessem escrito a história lusitana sob o
seu ponto de vista, esquecendo ou minimizando aqueles que realmente, combateram e sofreram
por Portugal.
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- Assim os combatentes das
guerras do ultramar, deverão deixar de se esconder como se fossem criminosos e gritar
orgulhosamente como os espartanos de Leónidas - dizei a Portugal, que morremos, por
obedecer às suas ordens -.
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"Para
lá dessa dimensão de combatentes ao serviço de um regime iníquo eles foram
e são, sobretudo, portugueses que na sua juventude se viram roubados aos
campos e à fome para embarcarem na maior aventura da sua vida.
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Partiram sem pedir nada,
combateram ao serviço do País, morreram ou regressaram em silêncio à
vidinha de sempre, aquela que só puderam reatar depois da interrupção
forçada pela guerra. Não são portugueses de direita nem de esquerda, são
uma geração sacrificada que deve ser respeitada."
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