Cavaleiros
portugueses |
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- Resumo
- No começo do Outono de 1340, Afonso IV de
Portugal dirigiu-se a Sevilha, em auxílio de Afonso XI de Castela, donde seguiram os dois
monarcas cristãos para Tarifa, cercada então pelos fortes exércitos sarracenos.
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- A batalha travou-se junto ao rio Salado,
cabendo às tropas portuguesas a tarefa de defrontar as do rei de Granada, que se
encontravam do outro lado do rio.
- É salientada a coragem de D. Afonso IV, que
a esta batalha ficou a dever o cognome de o Bravo, e também o seu desinteresse
pela riqueza, bem como a dos combatentes portugueses que o acompanharam, que não quiseram
aceitar a oferta de Afonso XI para que colhessem, do opulento espólio deixado no campo de
batalha pelos Sarracenos vencidos, tudo o que lhes aprouvesse.
- A Batalha do Salado foi o remate da última
tentativa de vulto realizada pelos Muçulmanos e pelo remanescente reino de Granada para
restabelecer ou, pelo menos, alargar o seu domínio na Península.
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- História da Batalha
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- Ao romper da alva de 28 de Agosto de
1340, as longas cristãs e os tambores mouriscos acordaram os acampamentos, chamando ao
combate. Os Mouros foram muitos postos ao longo do rio Salado para defenderem o passo aos
cristãos. Estes, depois de confessados e comungados, foram ocupar as suas posições - os
castelhanos em frente das tropas africanas de Abdul-Hassan, e os Portugueses defronte do
exército granadino do rei Yussuf.
- Iniciou a peleja Afonso XI à testa
da cavalaria castelhana, forçando a passagem do rio e arremessando-se contra a flor da
cavalaria moura que ao seu encontro viera. Logo ali se feriu entre as duas lustrosas
cavalarias a mais feroz refrega.
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Entretanto, na ala esquerda, a hoste portuguesa, com Afonso IV à frente, entoando o
psalmo Exurgat Deus e tocando as caixas e trombetas, investia pela planura contra os
esquadrões granadinos, que, em disciplina, táctica e resistência, se avantajavam às
tropas africanas. Transposto o rio, sob um chuveiro de flechas, com tal fúria Afonso IV
acometeu os de Granada que em breve os forçou a recuar lentamente.
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Já na ala direita, castelhana, a cavalaria de Afonso XI levava de vencida a cavalaria
moura, e, pondo-a em fuga, ia levar a confusão às tropas de reserva mouriscas. Neste
mesmo momento, Afonso XI, ao tomar uma colina que dominava o campo de batalha, teria
perdido a vida se o pronto e denodado socorro dos seus melhores cavaleiros lhe não
tivesse então valido.
- Quando já em toda a linha os
sarracenos recuavam, a guarnição de Tarifa, reforçada durante a noite com 1000 lanças
e 4000 peões, fez uma audaciosa sortida que, surpreendendo pela retaguarda os corpos
mouros de reserva, acabou de os pôr em desordenada fuga e decidiu da vitória.
- Começou então a perseguição
«seguindo os reys catolicos o alcance com muyta parte de cavalaria e aquela infantaria
que os poude acompanhar por distancia de duas leguas sem levantar as lanças nem abater as
espadas». Os acampamentos do emir de Marrocos e do rei de Granada, com todas as suas
riquezas - tendas de seda e ouro, alfanges com pedras preciosas, vasos lavrados, etc.-,
caíram em poder dos cristãos e «então os soldados a sangue frio cortaram por hum e
outro sexo, por huma e outra idade...».
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- A mortandade foi, com efeito,
enorme. Tal terror se apoderou dos mouros, que Abdul-Hassan, tendo-se acolhido a
Gibraltar, passou logo à África, e o rei Yussuf, receando-se da viagem por terra,
recolheu aos seus estados por mar.
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