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Resumo da História do Brasil   Descobrimento -  Colonização - Independência - Tecnologia

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INTRODUÇÃO

O Brasil (oficialmente República Federativa do Brasil) é uma república federativa presidencialista, localizada na América do Sul, formada pela união de 26 estados federados e pelo Distrito Federal. O país conta com 5.565 municípios, 191.480.630 habitantes, bem como uma área de 8.514.876,599 , equivalente a 47% do território sul-americano.

Em comparação com os demais países do globo, dispõe do quinto maior contingente populacional e da quinta maior área. Nona maior economia do planeta e maior economia latino-americana, o Brasil tem hoje forte influência internacional, seja em âmbito regional ou global. Encontra-se na 39ª posição entre os países com melhor qualidade de vida do planeta, além de possuir entre 15 e 20% de toda biodiversidade mundial, sendo exemplo desta riqueza a Floresta Amazónica, com 3,6 milhões de quilómetros quadrados, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Cerrado.

Faz fronteira a norte com a Venezuela, com a Guiana, com o Suriname e com o departamento ultramarino da Guiana Francesa; ao sul com o Uruguai; a sudoeste com a Argentina e com o Paraguai; a oeste com a Bolívia e com o Peru e, por fim a noroeste com a Colômbia. Os únicos países sul-americanos que não têm uma fronteira comum com o Brasil são o Chile e o Equador. O país é banhado pelo oceano Atlântico ao longo de toda sua costa norte, nordeste, sudeste e sul.

Além do território continental, o Brasil também possui alguns grandes grupos de ilhas no oceano Atlântico como exemplo: Penedos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha (território especial do estado de Pernambuco) e Trindade e Martim Vaz no Espírito Santo. Há também um complexo de pequenas ilhas e corais chamado Atol das Rocas (que pertence ao estado do Rio Grande do Norte).

Apesar de ser o quinto país mais populoso do mundo, o Brasil apresenta uma das mais baixas densidades populacionais. A maior parte da população se concentra ao longo do litoral, enquanto o interior do país ainda hoje é marcado por enormes vazios demográficos.

De colonização portuguesa, o Brasil é o único país de língua portuguesa do continente americano. A religião com mais seguidores é o catolicismo, sendo o país com maior número de católicos nominais do mundo, havendo parcela significativa da população de confissão evangélica, além do expressivo aumento da desfiliação religiosa nos últimos anos. A sociedade brasileira é uma das mais multirraciais do mundo, sendo formada por descendentes de europeus, indígenas, africanos e asiáticos,

 

 

Pedro Álvares Cabral

 

Descobrimentos Portugueses (1487 - 1497)

 

Nos séculos XV e XVI, Portugal era um reino ibérico com somente um milhão de habitantes, cercado pelo Oceano Atlântico e por uma Casa de Castela hostil na retaguarda. Depois de anos de luta contra a ocupação árabe, os portugueses voltaram sua atenção e energia para o mar e o que viesse d'além mar.

 

Enquanto os espanhóis partiram em busca de uma rota para o Oriente, viajando em direcção ao oeste, os portugueses optaram pela chamada "Rota do Sul", ao longo da costa africana. Alcançado o Cabo da Boa Esperança, em 1487, os portugueses foram dirigidos por  Vasco da Gama, através do Oceanos Atlântico e  Índico, para descobrir a rota marítima para o longínquo Oriente, em 1497.

 

Eles já sabiam da existência de terras através do Atlântico e haviam feito algumas expedições a oeste antes da descoberta das Antilhas, por Colombo, em 1492. Guardaram esse conhecimento em segredo, entretanto, de maneira a evitar a ambição da Espanha, Inglaterra e França. Para uma nação pequena, o segredo era o único método disponível para salvaguardar as recompensas das explorações corajosas e bem sucedidas da ambição de rivais marítimos mais poderosos, mas menos conhecedores das técnicas de navegação, em alto mar.

 

O Tratado de Tordesilhas (1494) definiu a questão da posse das novas terras entre Espanha e Portugal. Foi feito um acordo no qual os territórios compreendidos a leste de um meridiano situado 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde pertenceriam a Portugal, enquanto as terras localizadas a oeste dessa linha ficariam com a Espanha. Tal linha imaginária, de pólo a pólo, atravessou a parte oriental da América do Sul e constituiu a primeira fronteira do Brasil, embora a descoberta formal, por Pedro Álvares Cabral, só tenha acontecido seis anos mais tarde, em 1500. 

   

 

Brasil em Resumo - História

Primeiras Colónias (1530 - 1549)

 

A viagem de Cabral foi logo seguida por outras expedições portuguesas. A riqueza mais explorável que os primeiros colonizadores aqui encontraram foi um tipo de madeira, o pau-brasil, que produzia uma tintura vermelha e roxa, do qual deriva o nome do País.

 

A ocupação organizada só teve início em 1530, quando Portugal enviou os primeiros colonizadores, com animais domésticos, plantas e sementes, para o estabelecimento de colónias permanentes. As colónias implantadas no Nordeste foram consolidadas. São Vicente, no litoral do actual estado de São Paulo, foi fundada em 1532, e a cidade de Salvador, mais tarde escolhida como sede do Governo Geral, foi fundada em 1549. O território era esparsamente habitado por tribos indígenas, algumas pacíficas e outras, especialmente no interior, hostis e ameaçadoras.

 

À medida que se expandia a colonização, tornou-se necessário o estabelecimento de um sistema administrativo. Como primeiro passo, a Coroa Portuguesa criou as Capitanias Hereditárias. Catorze dessas Capitanias - algumas maiores que Portugal - foram instaladas em meados do século XVI, e seus beneficiários, chamados donatários, tornaram-se responsáveis pela sua defesa e desenvolvimento. O sistema de Capitanias durou tempo suficiente para influenciar a configuração territorial e política do Brasil moderno.

 

 

O Período Colonial

 

O litoral húmido e fértil do que é hoje o estado de Pernambuco mostrou-se adequado para plantação de cana-de-açúcar e também convenientemente localizado como porto para embarcações que viajavam de Portugal para o oeste da África e para o oriente. A cana e a técnica para seu cultivo alcançaram o Brasil provenientes da Ilha da Madeira.

 

Um próspero comércio triangular logo se desenvolveu, baseado na importação de trabalho escravo do oeste da África para as plantações canavieiras. O açúcar era exportado para o mercado europeu, cuja demanda crescente começava a superar os suprimentos das fontes tradicionais.

 
 

União da Espanha e Portugal (1580 - 1640)

 

Esse desenvolvimento foi interrompido por alguns eventos ocorridos na Europa. Quando o Rei Sebastião de Portugal morreu em 1578, Felipe II da Espanha o sucedeu no título para o trono em Lisboa. De 1580 a 1640, os dois reinos peninsulares foram unidos sob a Coroa Espanhola. Assim, pelo período que durou a união dos dois países, todo o território da América do Sul tornou-se parte do mundo hispânico. Paradoxalmente, a união de Portugal com Espanha, que durou 60 anos, conferiria vantagens inesperadas para sua colónia transatlântica. Na ausência de fronteiras, tanto portugueses como brasileiros começaram a entrar no vasto interior do País.

 

O ponto inicial dessa exploração foi a capitania de São Vicente. A partir de sua base em São Paulo, os pioneiros avançaram a fronteira no sentido do litoral para o interior.

 

Expedições (conhecidas como Bandeiras) à procura de escravos índios abriram seu caminho por entre as florestas, subiram com dificuldade pelas serras e avançaram em direcção ao interior. Os expedicionários (bandeirantes) ficaram conhecidos por terem capturado índios de missões jesuítas que se encontravam dispersos pelo interior do País. Os bandeirantes expandiram os limites do futuro Brasil independente.


 

D. João IV

 

Expansão Territorial (1600)

 

Em 1640, quando os portugueses, no reinado de D. João IV, recobraram sua independência, recusaram-se a abandonar as terras ocupadas e colonizadas a oeste da linha original de Tordesilhas. Contestando o que tinha sido reconhecido, desde então, pelas leis internacionais, como o uti possidetis - o direito derivado não só do título, mas também da "posse pelo uso" -, os portugueses se estabeleceram como os donos legais das terras.

 

A segunda metade do século XVII viu Portugal livre do domínio espanhol, o nordeste do Brasil liberado de 24 anos de ocupação pelas forças holandesas e o enfraquecimento da economia da produção de açúcar do Brasil. O declínio da produção de açúcar foi seguido por um movimento das regiões produtoras em direcção aos territórios inexplorados.

 


 

Descoberta do Ouro (1690 - 1800)

 

A descoberta do ouro foi a mais importante consequência das expedições que partiram de São Paulo para o interior. A corrida ao ouro atraiu milhares de pessoas provenientes das plantações do litoral, além de novas levas de imigrações de Portugal. Outras consequências foram o crescimento da criação de gado no interior, para prover carne e couro para os centros de mineração, e o surgimento de novas cidades no que é hoje o estado de Minas Gerais.

 

Ao todo, aproximadamente 1.000 toneladas  de ouro e 3 milhões de quilates de diamantes foram extraídos da região entre 1700 e 1800. A crescente extracção de ouro no Brasil trouxe um ciclo de desenvolvimento importante, que influenciou o curso dos acontecimentos não só na Colónia como na Europa.

 

Embora o ouro fosse controlado por Portugal e embarcado para Lisboa, ele não permanecia lá. A Inglaterra, de acordo com o Tratado de Methuen, de 1703, supria Portugal com produtos têxteis, que eram pagos com o ouro das minas brasileiras. O ouro brasileiro que ia para Londres ajudou a financiar a Revolução Industrial.

 

Os produtos ingleses dominaram o mercado brasileiro, acabando com qualquer oportunidade de competição e desencorajando qualquer actividade industrial no Brasil.

 

 

 

             

  • Convento de Mafra - D. João V utilizou as receitas do ouro do Brasil
  • Café

     

    O sucesso da mineração de ouro e diamantes, assim como o do plantio da cana-de-açúcar, foi seguido pela ascensão de uma fonte de riqueza ainda mais importante - o café. Assim como a mineração provocou a migração de gente de Pernambuco e da Bahia rumo ao sul, para Minas Gerais, o crescimento das plantações de café fez avançar o povoamento de terras desabitadas mais para o sul.

     

    O café chegou pela primeira vez ao Brasil, via Guiana Francesa, no século XVIII. A primeiras plantações foram feitas em regiões bem providas de mão-de-obra escrava no interior do estado do Rio de Janeiro. A abolição da escravatura e a imigração europeia para o estado de São Paulo, no final do século XIX, entretanto, fizeram com que as plantações de café fossem formadas mais para o sul, em regiões nas quais as condições do solo, de clima e de altitude combinaram-se para criar condições ambientais ideais. O ambiente favorável, por sua vez, fez do Brasil o maior produtor de café do mundo.

     

    Outro acontecimento importante da metade do século XVIII foi a transferência da sede do Governo Colonial. Após mais de 200 anos em Salvador, a capital foi transferida para o Rio de Janeiro, passando a se localizar mais próximo dos centros populacionais em crescimento nas regiões do sul e de onde era possível controlar a principal rota de acesso a Minas Gerais. 

     
     

    A Independência - Sentimento de Nacionalidade

     

    O papel que coube a Portugal durante o período de seu domínio no Brasil foi o de intermediário entre a colónia produtora e os centros económicos europeus consumidores. O facto de ter a Inglaterra permanecido como principal parceira comercial de Portugal durante esse período é bastante importante. Vários acordos comerciais foram assinados entre os dois Governos (1642; 1654; 1661; 1703; 1810; 1826) favorecendo sempre o desenvolvimento do mercantilismo inglês por meio da parcela obtida pelo comércio colonial de Portugal.

     

    Ao monopolizar o comércio com o Brasil, Portugal reteve parte substancial dos lucros, o que levou a um crescente descontentamento entre os colonos. Desde as invasões holandesa e francesa na região Nordeste, no início do século XVII, vinha-se desenvolvendo em território brasileiro um sentimento nacionalista, adquirido na luta para expulsar os invasores.

     

    Os movimentos de inquietação, provocados pelo ímpeto de garantir liberdade política, começaram com mais seriedade no início do século XVIII. Embora o conceito de Independência fosse generalizado, alguns movimentos contra as autoridades portuguesas tinham, claramente, proporções regionais. A Conspiração de Minas (Conjuração Mineira), o mais significativo desses movimentos isolados, aconteceu no centro da região de mineração do ouro. Seu entusiasmado líder era um jovem oficial da cavalaria, Joaquim José da Silva Xavier, apelidado "Tiradentes".

     

     Encontrou apoio principalmente entre os intelectuais, imbuídos dos mesmos ideais de liberdade que inspiraram os Enciclopedistas Franceses e os líderes da Revolução Americana. No entanto, a conspiração foi descoberta e seus líderes receberam sentenças cruéis. Tiradentes foi enforcado em praça pública no Rio de Janeiro. Outros movimentos, alguns dos quais com amplo apoio da população, ocorreram em Pernambuco e Bahia, onde o declínio da economia açucareira agravou os problemas criados pela subordinação a Portugal. Nenhum deles, entretanto, foi suficientemente importante para abalar o domínio de Portugal na época.

     
     
     
     

        D. João VI

     

    Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil (1808 - 1821)

     

    Em 1808, quando as forças de Napoleão começaram a invadir Portugal, tomou-se a decisão de transferir o Monarca e sua Corte para o Rio de Janeiro, onde permaneceram até 1821. O Goveno Britânico envolveu-se nessa transferência, providenciando os navios necessários para a Família Real, e aproveitou-se da difícil situação de Portugal para obter ainda mais privilégios comerciais.

     

    A abertura dos portos brasileiros às nações amigas, em 1808, logo após a chegada de D. João VI, reforçou a dominação inglesa. O acordo deu à Inglaterra o monopólio em novos mercados, com direitos garantidos e preferências comerciais.

     

    O estabelecimento da administração real na Colónia, pelo período de 14 anos, acelerou a marcha em direcção à Independência.

     

     

     A Coroa Portuguesa, consciente ou não, tomou certas medidas que amenizaram a transição para a Independência. A ascensão do Brasil, em 1815, do status de colónia para o de Reino Unido com Portugal, pode ser um exemplo, como também o é o facto de que, embora o domínio de Napoleão tenha terminado em 1815, o rei D. João VI tenha preferido ficar no Rio de Janeiro.

     

    Seis anos mais tarde, em 1821, o Rei D. João VI teve que ceder às pressões políticas de Portugal. Retornou a Lisboa, mas deixou o Príncipe no Rio de Janeiro, com o título de Regente Vice-Rei. Na presença de membros da sociedade colonial, o Rei supostamente o advertiu: "Pedro, meu filho, quando chegar a hora, coloque a Coroa em sua cabeça, antes que um aventureiro o faça"

     

     

    Pedro I

    Proclamação da Independência (1822)

     

    A oposição irritante dos políticos de Lisboa a essa situação e a influência de conselheiros brasileiros atraíram o jovem príncipe para a causa da Independência. Em um período de menos de um ano após o retorno do Rei para Portugal, em 7 de Setembro de 1822, o Príncipe da Coroa proclamou a Independência do Brasil como um Império e se fez coroar solenemente como Imperador Pedro I, em 1º de Dezembro de 1822.

     

    O mentor intelectual da Independência brasileira foi José Bonifácio de Andrada e Silva, um destacado geólogo e escritor brasileiro, que se tornou o mais importante e confiável dos conselheiros do Príncipe.

     

    Enquanto os Vice-Reinos espanhóis na América tiveram que lutar veementemente por sua Independência (terminando em 18 repúblicas distintas), Portugal e Brasil resolveram a questão por meio de negociação, tendo a Grã-Bretanha como mediadora.

     

    A dominação Inglesa, já fortalecida pelas políticas de liberalismo económico, se tornou ainda mais completa após a Independência. Como condição para o reconhecimento da soberania brasileira, o Governo britânico obteve a revalidação e a expansão dos privilégios de 1810, o que confirmaria a dependência da economia brasileira ao centro mundial do comércio. Após um período de turbulência (1822-1824), o Brasil tornou-se Império sob Dom Pedro I que, entretanto, continuou a ser também sucessor ao trono português. 

     

    O Império - Pedro I (1822-1831)

     

    O primeiro administrador do Brasil independente tinha uma personalidade marcante. Ele deu contribuição importante para a evolução política e social do século XIX, propiciando ao Brasil, em 1824, e a Portugal, dois anos mais tarde, constituições extremamente avançadas para a época, as quais quebravam o tabu do direito divino dos Reis. Em 1826, com a morte de D. João VI, Dom Pedro herdou o reinado de seu pai.

     

    Entretanto, abdicou ao trono de Portugal em favor de sua filha, Maria da Glória, ainda criança, que se tornou a Rainha Maria II. Em 1831, abdicou ao trono do Brasil em favor de seu filho, Dom Pedro II, que era menor de idade. Tal decisão, tomada em parte por divergências com o parlamento brasileiro, foi motivada também por um espírito de aventura que o levou de volta a Portugal para destronar seu irmão, Miguel, que havia usurpado o trono da jovem Rainha Maria.

     
     
     
     
     
     
     
     
     
    Pedro II

     

     

    Pedro II (1831-1889)

     

    Diferentemente de seu pai, D. Pedro II cresceu para se tornar um monarca rigoroso, sóbrio e preparado. Durante seu reinado de meio século, o Brasil alcançou maturidade política e cultural e a unidade do vasto país foi firmemente assegurada. Instituições sociais e políticas se desenvolveram tranquilamente e atingiram estabilidade.

     

    Uma administração competente foi criada, a escravidão progressivamente eliminada, até sua completa abolição em 1888. Promoveu-se a imigração europeia e planos de renda e de saúde foram levados a efeito em escala nacional. A influência exercida pelo Imperador sobre o povo e instituições do País contribuiu para que a transição de Monarquia para República, que ocorreria mais tarde, se desse sem derramamento de sangue. 

     

    A República - Fim do Império: Abolição da Escravatura (1888)

     

    A abolição da escravatura é frequentemente citada como a causa mais imediata para a queda da Monarquia. Com o imperador na Europa, sua filha, a Princesa Isabel, actuava como Regente. No dia 13 de Maio de 1888, diante do colapso da escravatura como um sistema funcional e cedendo a pressões dos abolicionistas, ela assinou a chamada "Lei Áurea", que aboliu a escravatura no Brasil. A abolição foi, na realidade, resultado da antiga política britânica de pressionar o Governo brasileiro para encerrar o comércio de escravos.

     

    A luta contra esse comércio ocorreu em função dos planos de expansão das produções nas colónias britânicas (açúcar), favorecendo, portanto, o crescimento do capitalismo industrial britânico. Convém notar que, ao final do século XIX, a escravidão no Brasil declinou sob pressão dos trabalhadores imigrantes, cujos salários custavam menos que manter escravos. Entretanto, a "Lei Áurea" desencadeou uma reacção entre os donos de escravos, que rapidamente abalou as bases políticas da Monarquia.

     

    Após alguns meses de crise no Parlamento, o Imperador foi deposto no dia 15 de Novembro de 1889, por um movimento militar que proclamou o fim da Monarquia e o estabelecimento da República. A transformação institucional, embora profunda, foi sem derramamento de sangue. Embora tratados com merecido respeito, o Imperador e sua família foram convidados a deixar o País.

     

    Acompanhados por alguns amigos mais próximos, foram para o exílio na França. Muitos líderes do País emprestaram seu apoio e colaboração ao novo regime, entre eles um dos maiores estadistas do Brasil, o Barão do Rio Branco. Sua sabedoria e habilidade diplomática capacitaram o País a encerrar, por tratados ou arbitragem, praticamente todas as suas disputas de fronteiras.

     

    Federação e Sistema Presidencialista

     

    A República recém-criada adoptou um sistema federativo de governo, que mantém as mesmas características até os dias de hoje. Na federação, as províncias do Império foram transformadas em estados. O sistema parlamentarista foi substituído pelo presidencialista. O Governo do Estado passou a ser exercido pela acção de três poderes constituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário. A mesma estrutura foi adoptada em nível estadual. Os Presidentes eleitos sob as leis do sistema constitucional vigente governaram sucessivamente até 1930.

     

     

     

       

    Getúlio Vargas

     

     

    Revolução de 1930 e o "Estado Novo" (1930-1937)

     

    A chamada "República Velha" durou até 1930, quando, pela primeira vez, o Governo foi tomado à força. O principal objectivo do vitorioso movimento revolucionário encabeçado por Getúlio Vargas era a reforma de um sistema eleitoral e político que, na falta de partidos nacionais fortes, havia eleito presidentes apoiados pelos governadores dos estados líderes de São Paulo e Minas Gerais.

     

    Os governadores, por sua vez, asseguraram as eleições de representantes no Congresso, que fossem empenhados em perpetuar a política do Governo central. Getúlio Vargas, que governou o Brasil durante os 15 anos seguintes, conquistou o poder numa época difícil. O País sentia os efeitos da recessão mundial, que reduziu drasticamente o preço do café. A cena política interna viu-se afectada não somente pela crise financeira resultante mas, também, à medida que a década avançava, por choques entre minorias militantes inspiradas pelas ideias trazidas, por um lado, da Alemanha nazista e da Itália fascista e, por outro, pela ideologia comunista oriunda da União Soviética.

     

    Autoridade e Mudança

     

    Em 1934, após a consolidação do regime de Vargas, foi elaborada uma nova Constituição que ampliou o direito de voto e passou a permitir o voto feminino. No final de 1937, antes das eleições presidenciais, o clima político exaltado e as actividades desagregadoras levaram o Presidente Vargas a declarar estado de emergência no País. À declaração se seguiu a dissolução do Congresso, com Vargas assumindo poderes extraordinários para governar por decreto, sob uma Constituição autoritária.

     

    Embora fossem tempos difíceis, algumas políticas importantes foram adoptadas, como a da introdução de uma legislação avançada de bem-estar social e a reforma do sistema educacional, além de se verificar progresso substancial da industrialização, que incluiu a construção da primeira fábrica de aço do Brasil (1942-1946).

     

    Quando a Segunda Guerra Mundial começou, o governo de Vargas não poderia ignorar a preferência espontânea da maioria dos brasileiros pelos aliados. O sentimento popular, aguçado pelas acções hostis das embarcações alemãs fora da costa do Brasil, forçaram o Presidente a abandonar a neutralidade. Em Agosto de 1942, Vargas declarou guerra às potências do Eixo.

     

    O Brasil equipou 25.000 homens da Força Expedicionária que, juntamente com o 5º Exército Americano, lutaram na Itália. O Brasil foi o único país americano, fora os Estados Unidos e o Canadá, a enviar forças armadas para o campo de guerra europeu. 

     

     

    Brasil Pós-Guerra - Brasil Moderno

     

    Com a aproximação do fim da guerra na Europa, Vargas foi forçado a renunciar, tendo sido marcadas eleições para a escolha de seu sucessor. Comparecendo às urnas pela primeira vez em 15 anos, o eleitorado deu a maioria de seus votos ao General Eurico Gaspar Dutra, que havia sido Ministro do Exército no Governo Vargas durante a guerra. Uma nova Constituição foi aprovada pela Assembleia Constituinte em 1946, mantendo-se em vigor até 1967. O mandato de Dutra durou até 1951.

     

    Durante esse período, Vargas, que estava exilado em sua fazenda no Rio Grande do Sul, preparou-se para as eleições, vindo a colher os méritos de suas medidas progressistas no campo do bem-estar social e legislação trabalhista. Ao final do mandato de Dutra, Vargas foi constitucionalmente eleito Presidente da República. Em 1954, em meio a intensa crise política, Vargas suicidou-se com um tiro de revolver no peito.

     

    Assume a Presidência o Vice de Vargas, João Café Filho, governando de 24/8/1954 a 9/11/1955, quando deixa o cargo por motivo de saúde. Carlos Luz governa, então, durante poucos dias e é deposto pelo ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott. O Presidente do Senado Nereu Ramos assume o cargo até a posse do Presidente eleito Juscelino Kubitschek de Oliveira, a 31/1/1956.

    Juscelino Kubitschek

    O Brasil viveu expansão económica acelerada durante os cinco anos do governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), o fundador de Brasília. Foi sucedido pelo Presidente Jânio Quadros, que renunciou com menos de um ano de mandato. Assumiu a Presidência o então Vice-Presidente João Goulart, que prestou juramento como Presidente somente após o Congresso aprovar, em carácter de urgência, o sistema parlamentarista de governo, que reduzia drasticamente os poderes presidenciais.

     

    Em plebiscito ocorrido quatro meses mais tarde, os eleitores decidiram pela volta do antigo sistema presidencialista. Uma inflação muito alta e a polarização política entre esquerda e direita levaram a dois anos e meio de instabilidade social e política e crise económica. Temendo a postura ideológica de Goulart, que contrariava os interesses da elite, os militares tomaram o poder em 31 de Março de 1964.

     

     

    Movimento de 1964

     

    O período de 1964 a 1985 foi de domínio militar, amenizado após 1979. Nesse período, cinco presidentes militares governaram o País. O primeiro, Castello Branco, chegou ao poder com o apoio de uma onda de sentimento anticomunista. Seu principal desafio foi estabilizar a situação política e económica do País. Com esse objectivo o Governo conquistou poderes e mecanismos adicionais através de emendas complementares à Constituição. Durante os 15 anos que se seguiram, de 1968 a 1983, o Governo baixou vários Actos Institucionais que eram, na realidade, decretos presidenciais.

     

    Muitos dos direitos colectivos e individuais foram suspensos. Medidas de austeridade afectaram a vida política e económica. As negociações colectivas foram eliminadas, greves tornaram-se ilegais e manifestações da classe trabalhadora foram proibidas.

     

    Por volta de 1968, no mandato do Presidente Arthur da Costa e Silva, as estratégias económicas pareciam funcionar. A inflação foi contida e firmas estrangeiras começaram a fazer novos investimentos, confiantes na estabilidade do Governo. Politicamente, entretanto, em virtude do contínuo arbítrio, o Governo foi-se tornando cada vez mais repressivo.

     

     


    Emílio Garrastazu

     

     

    O Presidente Costa e Silva renunciou por motivo de doença, tendo sido imediatamente sucedido pelo General Emílio Garrastazu Médici. Entre os anos de 1967 e 1974, o Brasil desfrutou de uma das maiores taxas de crescimento económico do mundo, tendo o crescimento real medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) alcançado 14% em 1973. Em meados dos anos 70, o General Ernesto Geisel, que era então Presidente, propôs um período de liberalização política que, gradativamente, levaria à democracia. Em 1979, o General João Batista Figueiredo tornou-se Presidente.

     

    Iniciou-se então o processo de "abertura", quando foram resgatados direitos políticos anteriormente revogados. Muitos exilados políticos retornaram ao País. Foi um ano marcado também por grande aumento da pressão popular pela re-democratização. Figueiredo manteve firme o processo de abertura. Em 1982, os governadores de estados foram eleitos directamente pela população, fato que não ocorria desde 1965.

     

    Volta à Democracia (1985-1989)

     

    Em 1984, aconteceram manifestações pelo País inteiro, defendendo o estabelecimento de eleições directas para a escolha do novo Presidente. Em Janeiro de 1985, Tancredo de Almeida Neves foi escolhido Presidente por um Colégio Eleitoral. Sua eleição foi significativa não somente por ser o primeiro Presidente civil eleito após 21 anos, mas também porque foi o candidato de uma coalizão de oposição.

     

    No dia 14 de Março de 1985, na noite anterior à sua posse, Tancredo foi levado às pressas para o hospital em razão de uma doença da qual já vinha sofrendo por vários meses. O Vice-Presidente José Sarney assumiu então a presidência. Com o falecimento de Tancredo, semanas depois, José Sarney fez seu juramento como Presidente, prometendo realizar o que Tancredo Neves havia prometido.

     

    A prioridade do Presidente Sarney foi a de reunir a Assembleia Nacional Constituinte para elaborar uma nova Constituição. Nunca na história do Brasil houve tanta participação popular na elaboração de uma Constituição. Após 18 meses de discussões e deliberações, a nova Constituição foi promulgada em 5 de Outubro de 1988.




    Collor de Mello

    Consolidação da Democracia (1989-1998)

     

    Fernando Collor de Mello foi eleito Presidente em Novembro de 1989, na primeira eleição directa desde 1960. Em 29 de Setembro de 1992, sob alegação de corrupção em seu governo, Collor teve o mandato suspenso pela Câmara dos Deputados por um período de 180 dias, sendo submetido ao "impeachment" pelo Senado, que decidiu removê-lo permanentemente do poder. No dia 29 de Dezembro de 1992, minutos após ser formalmente acusado de corrupção, Collor renunciou.

     

     

    Mesmo assim, a maioria do Senado decidiu pelo "impeachment". Três horas mais tarde, Itamar Franco, o Vice-Presidente, prestou juramento como Presidente, para cumprir os dois anos restantes do mandato de cinco anos de Collor. O "impeachment" de Collor pela Câmara dos Deputados, seu julgamento pelo Senado e sua renúncia marcam um novo capítulo na história política do Brasil.

     
     
    Henrique Cardoso
     
    Em 3 de Outubro de 1994, quase 94 milhões de brasileiros foram às urnas para eleger o Presidente Fernando Henrique Cardoso pelo período de 1995 a 1998, com maioria de 53% de votos.
     
    O Presidente eleito, um dos mais importantes cientistas sociais brasileiros, assumiu o governo com a determinação de manter a continuidade do programa de estabilização económica iniciado durante o período em que foi Ministro da Fazenda no governo do Presidente Itamar Franco, com o desafio de também promover mudanças económicas e sociais como a liberalização da economia e reformas nas áreas fiscal, administrativa e agrária.
     
    No dia 4 de Outubro de 1998, cerca de 106 milhões de eleitores voltaram às urnas no País e reelegeram, também em primeiro turno, o Presidente Fernando Henrique Cardoso, para novo mandato de quatro anos.
     

     

    Lula da Silva

     

     
    O presidente Fernando Henrique tentou manter a base aliada de partidos para as eleições presidenciais de 2002, o que não foi possível. A aliança PSDB-OMDB-PLF-PTB perdeu os dois últimos partidos. O segundo apoiou Ciro Gomes e o PFL não lançou candidatos à presidência da República. Lula da Silva e Serra disputaram o segundo turno em 2002.

    O candidato Luís Inácio Lula da Silva, do PT, foi eleito presidente do Brasil com aproximadamente 61% dos votos válidos.


    Brasil país do futuro - Ciência e tecnologia



    Síncroton do Laboratório Nacional de Luz - Campinas-São Paulo




    Alcântara - Centro de Lançamento

    Ciência e tecnologia

    A produção científica brasileira começou, efectivamente, nas primeiras décadas do século XIX, quando a Família Real Portuguesa, chefiada por Dom João VI, chegou no Rio de Janeiro, fugindo da invasão do exército de Napoleão em Portugal, em 1807.

    Até então, o Brasil era uma pobre colónia portuguesa, sem universidades e organizações científicas, em flagrante contraste com as ex-colónias americanas do império espanhol, que apesar de terem uma grande parte da população analfabeta, tinham um número considerável de universidades desde o século XVI.





    Construção aeronáutica no Brasil - Embraer 190

     

    A pesquisa, a tecnologia e a engenharia aplicadas são realizadas também pela maior parte nas universidades e nos sistemas dos centros de pesquisa, em contra-partida, mais países desenvolvidos tais como os Estados Unidos, a Coreia do Sul, a Alemanha, o Japão, etc. As razões são muitas, mas principais são:

    • Poucas companhias particulares brasileiras são competitivas e bastantes ricas para ter seu próprio R&D&I, desenvolvem geralmente produtos por meio de transferência de tecnologia de outras companhias, as geralmente estrangeiras;
    • O sector privado altamente tecnológico no Brasil é dominado pelas grandes companhias multinacionais, que têm geralmente seus centros de RDI no ultramar, e, com algumas excepções, não investem em suas filiais brasileiras.

    Entretanto, há uma tendência significativa que inverte esta agora. As companhias tais como Motorola, Samsung, Nokia e IBM estabeleceram centros grandes de RDI no Brasil, começando com IBM, que tinham estabelecido um centro de pesquisa IBM no Brasil desde os anos 70. Um dos factores de incentivo para este, além do custo relativamente mais baixo, a sofisticação e as elevadas habilidades da força de trabalho técnica brasileira, foi a chamada de lei da Informática ou da Ciência da Informação, que dispensa de determinados impostos até 5% do rendimento bruto da elevação - companhias de manufactura da tecnologia nos campos das telecomunicações, dos computadores,, da electrónica digital, etc.

    A lei atraiu anualmente mais de 1.5 bilhão de dólares do investimento em companhias multinacionais brasileiras de RDI. Descobriram também que alguns produtos e tecnologias projectados e desenvolvidos por brasileiros têm um competitividade agradável e estão apreciados por outros países, tais como automóveis, avião, software, fibras ópticas, dispositivos eléctricos, e assim por diante.

    Durante os anos 80, o Brasil perseguiu uma política do proteccionismo na computação. As companhias e as administrações foram obrigadas a usarem o software e a ferragem brasileiras, com o assunto das importações à autorização governamental. Isto incentivaram o crescimento de companhias brasileiras mas, apesar de seu desenvolvimento dos produtos como MSX clones e o SOX Unix, os consumidores brasileiros de computação eram prejudicados por causa da pouca oferta comparada aos concorrentes estrangeiros.

    O governo pouco a pouco foi autorizando mais e mais importações até as barreiras serem removidas. As indústrias brasileiras IT conseguiram algumas façanhas notáveis, particularmente na área de software. Em 2002, Brasil encenou a primeira eleição 100% electrónica do mundo com 90% dos resultados obtidos dentro de 2 horas. O sistema é servido, particularmente, a um país com taxas relativamente elevadas de analfabetismo desde que pisca acima de uma fotografia do candidato antes que um voto esteja confirmado.

     

    O ClassMate PC Brasil.

    O presidente Luís Inácio Lula da Silva recentemente (2005) lançou o "computador pessoal" para promover o inclusão digital, com as finanças de governo disponíveis e uma configuração mínima fixa. Rejeitando o sistema operacional da Microsoft (Windows XP Starter Edition), está sendo enviado com um sistema brasileiro configurado de Linux que oferece funções básicas tais como processar texto e navegar pela Internet.  O ClassMate PC Brasil.
    A distribuidora CIASupri vem vendendo o notebook educacional, que está sendo avaliado pelo Governo Federal como opção para equipar escolas públicas a partir de 2008, por cerca de 392 reais.
    Um projecto para fazer acesso livre e barato à Internet não saíram ainda do papel.
     
     

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