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As Enfermeiras Pára-quedistas - Os "Anjos do Céu"

Veja este site também em http://es.geocities.com/atoleiros

 

 
Origem das Enfermeiras pára-quedistas portuguesas

A partir de 1956, as tropas pára-quedistas portuguesas marcaram presença em Portugal, na Guerra de África no longínquo Timor e mesmo nos países balcânicos. Em 1961, Kaúlza de Arriaga leva o Governo a criar no âmbito do Batalhão de Caçadores de Pára-quedistas, o quadro de enfermeiras, que vão participar no auxílio a quem sofre, vestidas de uniforme camuflado.

A Força Aérea, em Março de 1961, desafiou enfermeiras voluntárias, já experientes, para prestarem assistência a feridos/doentes, evacuados por via aérea nas zonas de combate em Angola. Houve adesão imediata de 11 candidatas nas quais 6 alcançaram o respectivo "brevet", sendo 5 delas antigas enfermeiras da Escola de Enfermagem Franciscanas Missionárias de Maria e uma da Escola de Enfermagem de S. Vicente de Paulo.

 

 

 

As candidatas a Enfermeiras Pára-quedistas tinham que ser solteiras ou viúvas sem filhos, e ter um  curso .civil de enfermagem. A obrigatoriedade do estado civil de  solteiras ou viúvas sem filhos, tem sido modernamente muito criticada pelas ignorantes feministas ou  "anti-salazaristas" profissionais, mas ignoram que esse era o requisito fundamental em países na altura muito mais "para a frentex" que Portugal.

Em França por exemplo as" Infirmières du ciel" ou "Des convoyeuses de l’Air à l’escadrille aéro-sanitaire de la Force aérienne de projection", A legislação militar francesa dizia:  «"En juin 1946, l’armée de l’Air organise le premier concours de recrutement de convoyeuses, ouvert aux infirmières diplômées d’État, âgées de moins de 30 ans, aptes physiquement, célibataires ou veuves et sans charge de famille". »

Portanto, traduzindo para português - Solteiras ou viúvas sem encargos de família. E a França era um dos países mais adiantados no mundo  na matéria. Para melhor informação, ver o site:

http://www.servicehistorique.sga.defense.gouv.fr/01decouverte/expovirtuel/expoair/page11.htm

 

Quem eram      

As Enfermeiras Pára-quedistas foram um grupo de 46 mulheres portuguesas que, entre 1961 e 1974, durante o confronto entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação das antigas províncias ultramarinas Angola, Guiné e Moçambique, marcaram a Guerra do Ultramar  com o seu  trabalho de recuperação e evacuação de feridos do campo de batalha

 A Ideia

Isabel Rilvas (a primeira mulher portuguesa em saltar em pára-quedas), uma amante da aviação na década de 50, foi a principal impulsionadora do aparecimento das enfermeiras pára-quedistas em Portugal. Enquanto civil, ela esteve em França a frequentar um curso de pára-quedismo em Biscarrosse, e lá teve contacto com enfermeiras que também eram pára-quedistas e que a incentivaram a trazer a ideia para Portugal. O tenente-coronel kaúlza de Arriaga, então sub-secretário de Estado da Aeronáutica, apoiou a iniciativa e começou a pensar-se na introdução, pela primeira vez, de mulheres nas Forças Armadas Portuguesas..

Primeiro Curso de Enfermeiras pára-quedistas

As Primeiras                  

Foi feito o convite a enfermeiras que se julgava reunirem condições de idoneidade, de capacidade para iniciar esse corpo. O 1º Curso de Enfermeiras Pára-quedistas teve início a 6 de Junho de 1961 no Aeródromo Militar de Tancos. As 11 candidatas que iniciaram a formação, tiveram uma instrução técnica e física para o pára-quedismo e uma forte preparação militar em tudo idêntico à dos homens, para poderem ser integradas na respectiva hierarquia. A 8 de Agosto do mesmo ano, concluía-se o 1º curso de enfermeiras pára-quedistas. As "Seis Marias", como lhes chamaram então porque todas tinham o nome "Maria", receberam em Tancos a Boina Verde e o "Brevet" de Pára-quedismo, sendo graduadas na patente de Alferes.

As Funções que Desempenharam

Fazia parte das funções das enfermeiras pára-quedistas assistir feridos nos locais de combate, tendo estado, por isso debaixo de fogo com muita frequência. Efectuaram centenas de evacuações aéreas entre as ex-Províncias Ultramarinas e a Metrópole, dentro do próprio território africano para os hospitais e também de Goa e de Timor, acompanhando os feridos de guerra, doentes, familiares e crianças.

Trabalharam no Hospital Militar Principal, Hospital da Força Aérea na ilha Terceira, Açores, e, quando este foi extinto, no Hospital da Força Aérea em Lisboa, nos Hospitais de Luanda, Lourenço Marques, Nampula, Guiné e nos postos médicos das tropas pára-quedistas, das Bases Aéreas, nas respectivas Províncias e na Metrópole. A sua acção era prestada aos três Ramos das Forças Armadas, bem como aos civis.

O Fim

Nos últimos anos em que exerceram funções, estiveram mais activas na Giuné Bissau, território em que a luta armada era mais violenta. Com a Revolução dos Cravos e a independência das antigas províncias ultramarinas, terminou o trabalho das enfermeiras pára-quedistas fora de Portugal. Em 15 anos realizaram-se 9 cursos, constituídos por um total de 46 enfermeiras.

Suporte Audiovisual

Existem várias imagens e filmes da década de 60 e 70, recolhidos durante o conflito nos arquivos audiovisuais do Exército, Força Aérea e RTP. Em Agosto de 2007, o The History Channel exibiu um documentário dedicado à história destas mulheres intitulado "Entre o Céu e o Inferno - As Enfermeiras Pára-quedistas".

 Documentário do Canal História (6 filmes) - Entre o Céu e o Inferno

                                                             

 
As mulheres nas Forças Armadas

Não foi pacífico, no seio das Forças Armadas, o aparecimento de mulheres com patente oficial e sargento, tais os preconceitos da época. No caso das tropas pára-quedistas, após alguma curiosidade inicial, o facto foi aceite com alguma naturalidade. À cautela, saiu uma ordem de serviço recordando que o pessoal feminino com graduação militar prestava e tinha direito às honras e saudações militares correspondentes aos seus postos.

Em Agosto de 61, duas enfermeiras partiram para Angola, actuando em zonas de combate, em inúmeras missões de acompanhamento de feridos e doentes evacuados de África para Lisboa. As enfermeiras foram plenamente aceites, alvo de respeito e carinho, o autor cita testemunhos de jornalistas acerca da solicitude por elas demonstrada.

Os boletins militares da época saudavam as “digníssimas enfermeiras pára-quedistas”, exteriorizando o orgulho que sentiam na sua colaboração e missão. Estas enfermeiras estiveram presentes nas missões de evacuação dos militares portugueses aprisionados pela União Indiana, em 1961 e 62, tendo recebido louvores pelo seu espírito de sacrifício e devoção.

 
 
Honor ao Mérito    

Estas enfermeiras estiveram nas frentes de combate com desvelo, como tantos feridos e sinistrados recordam. Uma perdeu a vida, num lamentável sinistro. Outra ficou marcada por uma bala traiçoeira.

Foram boinas verdes abnegadas, cuja coragem foi escrita nalgumas das páginas mais ilustres e dignificantes das nossas Forças Armadas.

 

 

Em 20 de Junho de 2006, as ex-enfermeiras pára-quedistas foram homenageadas pelo chefe do Estado Maior da Força Aérea, General Taveira Martins. A Capitão Enfermeira Pára-quedista Maria Ivone Reis recebe uma carta de agradecimento em nome de todas as colegas.
 
Estiveram presentes 10 Capitães, 4 Tenentes, !5 Alferes, 6 1ºSargentos, 4 2º Sargentos e 5 Furriéis Enfermeiras Pára-quedistas.
   

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