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Cada português deve 12,8 mil euros ao
estrangeiro
Só no ano passado, cada
português pagou ao estrangeiro 16,7 mil euros em juros e amortizações de
empréstimos. Nesta conta, claro, estão também incluídos os rendimentos -
de salários e propriedades - transferidos para fora de fronteiras, mas a
parte de leão refere-se aos juros do endividamento das famílias, com a
compra de casas e empréstimos ao consumo.
Cifras que explicam a razão por que o défice externo saltou de 8,1% em
2005 para os 8,7% da riqueza gerada pelo País [produto interno bruto (PIB)]
em 2006, apesar do aumento das exportações. Uma hemorragia imparável
ameaça tornar o País mais pobre, já que estamos a consumir as poupanças
dos estrangeiros e as taxas de juro estão cada vez mais altas. De acordo
com os dados do INE, referentes às contas nacionais, a dívida externa,
no ano passado, aumentou 12% em relação a 2005 (passou de 12,08 mil
milhões de euros para 13,52 mil milhões) e duplicou em três anos. Ou
seja, cada português deve 12,8 mil euros ao estrangeiro.
O que está a acontecer?
No ano passado, os portugueses, através da
banca, liquidaram ao estrangeiro compromissos - em juros de dívidas
contraídas pelas famílias, Estado e em rendimentos - no valor de 17,6
mil milhões de euros (11,3% do PIB) e, em troca, receberam apenas 9,8
mil milhões de euros em rendimentos. Isto resultou num défice de 6,2 mil
milhões de euros (4,0% do PIB), o equivalente ao custo de pelo menos
três pontes Vasco da Gama, sobre o Tejo, em Lisboa.
Contas pintadas a
vermelho, explicadas pela apetência dos portugueses pelos empréstimos,
obrigando a banca a contratar fundos no exterior, já que as poupanças
internas - acumuladas em depósitos bancários - são insuficientes. O
endividamento médio dos portugueses em empréstimos para a habitação e em
consumo ultrapassa em 20% os rendimentos líquidos anuais.
Ou seja, para
as dívidas contratadas - e a serem pagas ao longo de vários anos - é
necessário o equivalente a 120% do salário anual. O endividamento pode
piorar, afectando a carteira doméstica e o défice do País. É que entre
Dezembro de 2005 e Março deste ano (as taxas de juro base passaram de 2%
para os 3,75%) os juros mensais pagos pelos empréstimos na compra de
casa subiram 87,5% e deverão, a curto prazo, subir mais.
Há mais factores que explicam o "tamanho" do défice externo. As remessas
dos nossos emigrantes estão estagnadas e o cheque anual enviado por
Bruxelas a Lisboa (fundos estruturais) é cada vez mais pequeno.
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Nota - É do conhecimento geral, mesmo dos mais acérrimos
anti-salazistas, que o "homem" que chegou de Coimbra no comboio e com mala
de "cartão", perpetuou-se no poder pela sua habilidade em pagar as dívidas
externas e conseguir num ano, passar de um tremendo défice nas contas
públicas a um superavit.
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Um "milagre" nas finanças públicas e logo no exercício económico de
1928-29." Claro que houve que apertar o cinto...mas a verdade que quando
ele chegou ao poder os portugueses já tinham a cintura muito "elegante".
!6 anos de 1ª República tinha-os emagrecido bastante !
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- É por isso que tantos
"choram" por Salazar. E não se iludam, não pensem que são só os
"fascistas"...
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