História da Cidade
de Coimbra Condensado
da página da Internet www.uc.pt/Coimbra
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Coimbra -
2000 Anos de História
Localizada na sua magnífica colina, em posição altiva, encontra-se a
bela Coimbra, terra de história
e tradição. A seus pés correm em calmaria as águas do Mondego,
formando como que um espelho onde a cidade reflecte toda a sua
graciosidade.
A cidade viu crescer o seu primitivo núcleo de povoamento no cimo da
frondosa colina da Alta que, além de fornecer uma excelente posição
estratégica à cidade, constituía também um local de passagem quase
obrigatório entre o Norte e o Sul.
Relativamente à ocupação pré-histórica do burgo, permanece um
silêncio inquietante. Continua-se no campo conjectural a que somente
uma aturada investigação arqueológica poderá dar algumas certezas.
Certezas essas que já encontramos no período romano.
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- Aeminium -
nome romano de Coimbra - tornou-se efectivamente uma cidade. O seu
centro vital emanava do fórum, construido sobre uma plataforma que
assentava num magnífico criptopórtico (pode ver-se esta espectacular
obra de engenharia arquitectónica sob o actual Museu Nacional Machado
de Castro).
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- Além do fórum, sabe-se
que o povoado viu emergir no seu perímetro urbano outros edifícios:
arcos honoríficos, um aqueduto e, para gáudio dos espectadores das
corridas de cavalos, embora as certezas nos escapem neste aspecto, um
circo. Junto à via Olissipo- Braccara Augusta, actual Santa
Cruz, é provável que se tenham construído umas termas ou banhos públicos.
Os bárbaros haveriam de trazer com eles fortes perturbações, se bem
que o esplendor da civilização romana tivesse atingido o seu termo. Os
visigodos, meio romanizados, e sob os reinados de Recaredo, Liuva II,
Sisebuto e Chintila, entre 586 e 640, conduziriam novamente a
cidade, agora Emínio, ao equilíbrio e prosperidade. Em 711, os
muçulmanos entram na Península e Coimbra não é esquecida.
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- Transforma-se então sob o
domínio árabe numa cidade mourisca e moçárabe. A vida decorre
tranquilamente e, podemos dizer, que a região foi valorizada com esta
presença de além-mar. Com efeito, a permanência destes homens de tez
escura trouxe inovações importantes, não só ao nível da introdução
de novas sementes e árvores, como nos próprios processos de cultivo e
exploração agrária.
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- Em 878 começam as
primeiras tentativas de reconquista do território. O comando coube ao
conde Hermenegildo Mendes que viu a glória esvanecer-se em
fumo perante a grandiosa investida de Almançor em 987 para em
1064 ser, novamente, restituída aos cristãos chefiados por Fernando
Magno.
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- Coimbra renasce e
transforma-se na cidade mais importante a sul do Douro e é capital de
um vasto condado governado pelo moçárabe Sesnando. O conde D.
Henrique e a rainha D. Teresa fazem dela sua residência e,
na segurança das suas muralhas, nasce aquele que viria ser o primeiro
rei de Portugal - D. Afonso Henriques.
- Com efeito, parece que a qualidade a elegeu como berçoiro, senão vejamos: aqui
nasceram também
D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso
III, D. Afonso IV, D. Pedro I e D. Fernando.
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- A política nacional
teve aqui também lugar de eleição. Em Coimbra reunem- se as cortes,
sendo de destacar as de 1385 onde João das Regras - legítimamente ou
não - leva ao trono D. João I, Mestre de Avis.
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- Á cidade ficou também
ligada a tragédia, tantas vezes cantada em verso, da morte de Inês
de Castro.
O Românico e o Gótico viriam a erguer em Coimbra
construções de inegável beleza: Sé Velha, Santiago, S.
Salvador, Santa Clara-a-Velha.
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- Os artistas elegem
Coimbra e aqui desfilam nomes como: Mestre Roberto, Domingos
Domingues, Mestre Pero, Diogo Pires o Velho e o Moço, Diogo de
Castilho e tantos outros.
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- O século XVI
trouxe a Coimbra a instalação definitiva da Universidade e a
fundação de inúmeros colégios que funcionavam como alternativa ao
ensino oficial. É de salientar também neste período, a renovação
que se registou no mosteiro de Santa Cruz, sob a chefia e a visão
culta de Frei Brás de Braga.
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- O seu nome haveria de
ficar ligado à abertura da Rua da Sofia, sua obra capital,
onde se concentraram inúmeros colégios: de S. Miguel, de
Todos-os-Santos, de S. Bernardo, do Carmo, da Graça, de S. Pedro, de
S. Boaventura, etc.
Estrangeiros há que nesta época trabalharam em Coimbra e a eles se
deve as primícias da nova arte que então se fazia: Nicolau
Chanterene, João de Ruão e Hodarte, são os mais
significativos.
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O aspecto desta Coimbra de Quinhentos pouco irá mudar até
finais do século XIX. É certo que novas casas, colégios, igrejas se
edificarão, a Universidade crescerá, mas o traçado urbano sofrerá
poucas alterações.
No século XVII lançaram-se as primeiras pedras das igrejas
dos Jesuítas (actual Sé Nova), de S. Bento e do
mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
O reinado de D. João V deixou em Coimbra marcas que em muito a
dignificaram: a torre da Universidade, a Biblioteca Joanina,
o Parque de Santa Cruz e o início da construção do Seminário.
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- Há que contar, contudo,
com uma excepção: as reformas operadas por o Marquês de Pombal.
Sob a orientação deste estadista, desaparecem as muralhas do
castelo, cria-se o Jardim Botânico, rasga-se a praça que tem
hoje o seu nome e riscam-se os edifícios do Museu de História
Natural e o Laboratório de Química.
Coimbra sentiu na centúria de Oitocentos profundas transformações.
Numa primeira fase, sofre as agruras das Invasões Francesas
aquando da ocupação da cidade por as tropas de Junot e Massena,
posteriormente a guerra civil entre absolutistas e liberais e, na década
de trinta, a extinção das ordens religiosas retirou à cidade grande
parte das casas religiosas que então dispunha.
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- Na segunda metade do século
XIX, Coimbra recuperaria o alento perdido. 1856 traz-lhe o telégrafo
eléctrico e a iluminação a gás, em 1864, é inaugurado
o caminho-de-ferro e, em 1875, constrói-se a ponte férrea.
Temos assim no final do século, uma cidade milenar que abraça o
progresso da era moderna.
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- Todavia o progresso, por
vezes, paga-se caro e Coimbra pagou um preço imerecido. Já no nosso
século, na década de 40, uma parte da história da cidade é
irremediavelmente amputada. Com efeito, a destruição quase completa
da Alta para edificação dos novos edifícios universitários
retiraram a Coimbra muito da sua história, da sua tradição, da sua
poesia.
Actualmente, Coimbra não pára a sua marcha em prol do
desenvolvimento e do progresso. Fazemos votos para que este progresso
e o bem estar populacional não seja feito à custa de barbaridades
como as que foram acima focadas e Coimbra possa olhar o futuro sem
nunca tirar os olhos do seu passado e da sua história.
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