A primeira máquina a Vapor

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Em 6 de Fevereiro de 1742 a "Gazeta de Lisboa" publicava a seguinte notícia:
 
«A rainha N.S. com os príncipes e o Sr infante D. Pedro foram a uma das casas reais de campo, do sítio de Belém, a que chamam da praia, e ali viram as operações de duas máquinas as quais por meio do peso do ar e da força do vapor levantavam água, dando o frio ocasião a que o peso do ar pudesse a tornar a reduzir em água os vapores, em que o calor a tinha transformado.
 
El - rei N.S. com o Sr. infante D. António tinham já visto a operação destas máquinas, que são as que os ingleses chamam simples, as quais em terras abundantes de lenha são de grandíssima utilidade.
 
Deve-se a sua primeira origem ao Marquês de Worcester, e invento da sua prática ao capitão Severi ( sic). Coube ao Dr. Bento de Moura Portugal ( mais tarde morreu aferrolhado nas prisões da Junqueira, por ordem de Pombal em 1760), a a montagem destas máquinas»
 
 
Tratava-se da máquina de vapor de Thomas Newcomen, (1663-1729), serralheiro e inventor inglês que em 1698 de parceria com o engenheiro Thomas Savery construíram a primeira máquina a vapor operacional, da qual conseguiram várias patentes. Em 1705 com a ajuda de Jonh Cawley melhora a máquina.

A máquina  usava a pressão atmosférica e vapor de baixa pressão, foi largamente usada na maioria dos países da Europa para bombear água e foi melhorada mais tarde em 1725. A máquina de Newcomen foi exportada para a América do Norte até 1755.

Permaneceu praticamente inalterável até 1769, quando o engenheiro e inventor escocês James What inventou um condensador de vapor que aumentava substancialmente a eficiência da máquina a vapor de Newcomen. Em 1790 esta foi totalmente substituída pela máquina de Watt, já com regulador de velocidade.

 
 
Demorou quase 78 anos, até que a máquina a vapor fosse aplicada industrialmente  em Portugal (1820), ao contrário do que tinha ocorrido na maioria dos países europeus. No entanto a primeira máquina a vapor como força motriz industrial só foi introduzida em 1835, no caminho de ferro em 1864 e na navegação marítima cerca de 1870.
 
Assim, enquanto em Portugal em 1835 havia apenas uma máquina a vapor a indústria ingleses já tinha cerca de 10.000 em serviço num total de cerca de 100.000 cavalos-vapor. Em 1881 Portugal dispunha de 328 máquinas com uma potência instalada de 7.052 cavalos-vapor.
 
Condensado do Dicionário de História de Portugal de Joel Serrão
 
 
 

 

Máquinas a Vapor
É a denominação dada a qualquer motor que funcione pela transformação de energia térmica em energia mecânica através da expansão do vapor de água. A pressão adquirida pelo vapor é utilizada para deslocar êmbolos que permite o movimento das rodas de potentes locomotivas. Pode ainda ser empregada, pela transformação em energia cinética, ou energia de movimento, em imensas turbinas que impulsionam geradores eléctricos e gigantescos transatlânticos. Bombas, bate-estacas e muitas outras máquinas são comandadas por máquinas à vapor.

O desenvolvimento da máquina à vapor no século XVIII contribuiu para a expansão da indústria moderna. Até então, os trabalhadores era executados na dependência exclusiva da potência dos músculos dos operários e da energia animal. Do vento ou da água. Uma única máquina à vapor realizava o trabalho de centenas de cavalos. Fornecia a energia necessária para accionar todas as máquinas de uma fábrica. Uma locomotiva à vapor podia deslocar cargas pesadas a grandes distância em um único dia. Os navios à vapor ofereciam transporte rápido, económica e seguro.

Como funciona uma máquina à vapor

Uma máquina à vapor não cria energia, utiliza o vapor para transformar a energia calorífica liberada pela queima de combustível em movimento de rotação e movimento alternado de vaivém, afim de realizar trabalho. Uma máquina à vapor possui uma fornalha, na qual se queima carvão , óleo, madeira ou algum outro combustível para produzir energia calorífica. Em uma usina atómica um reactor funciona como uma fornalha e a desintegração dos átomos gera o calor. Uma máquina à vapor dispõe de uma caldeira. O calor proveniente da queima de combustível leva a água a transformar-se, e ocupa um espaço muitas vezes maior que o ocupado pela água.

Essa energia de expansão pode ser aproveitada de duas formas: (1) deslocando um êmbolo num movimento vaivém ou (2) accionando uma turbina.

Maquina a vapor de êmbolo

As máquinas à vapor desse tipo possuem êmbolos que deslizam com um movimento vaivém no interior do cilindro. Vários sistemas de válvulas permitem a admissão do vapor no cilindro e a consequente impulsão da êmbolo, primeiro em um sentido e depois em outro, antes de deixar escapar o vapor já usado. Estas máquinas são geralmente denominadas máquinas de movimento alternado, ou alternativo, por causa do movimento vaivém, ou alternado de seus êmbolos. Os martelos à vapor utilizados para cravar estacas e os empregados para forjar metais requerem este tipo de movimento. Uma locomotiva, entretanto, necessita de um movimento giratório para accionar suas rodas. Esse movimento giratório é obtido ligando-se um virabrequim às extremidades do êmbolo. Em alguns tipos de máquinas à vapor de movimento alternado, denominado máquina compound, ou de sistema, o vapor flúi através de quatro cilindros de diâmetro e opera quatro êmbolos.

 HISTÓRIA

Herão, matemático e físico que viveu na Alexandria, Egipto, descreveu a primeira máquina à vapor conhecida em 120 a.C. A máquina consistia em uma esfera metálica, pequena e oca montada sobre um suporte de cano proveniente de uma caldeira de vapor. Dois canos em forma de L eram fixados na esfera. Quando o vapor escapa por esses canos em forma de L, a esfera adquiria movimento de rotação. Este motor, entretanto não realizava nenhum trabalho útil. Centenas de anos depois, no séc. XVII, as primeiras máquinas à vapor bem - sucedida foram desenvolvidas.

As primeiras máquinas a vapor

Operavam utilizando-se mais da propriedade de o vapor condensar-se de novo em líquido do que de sua propriedade de expansão. Quando o vapor se condensa, o líquido ocupa menos espaço que o vapor. Se a condensação tem um lugar em um recipiente fechado, cria-se um vácuo parcial, que pode realizar trabalho útil.

 Em 1698, Thomas Savery (1650-1715), mecânico inglês, patenteou a primeira máquina à vapor realmente prática, uma bomba para drenagem de água de minas. A bomba de Savery possuía válvulas operadas manualmente, abertas para permitir a entrada de vapor em um recipiente fechado. Despejava-se água fria no recipiente para resfriá-lo e condensar o vapor. Uma vez condensado o vapor, abria-se uma válvula de modo que vácuo no recipiente aspirasse a água através de um cano.

 Em 1712, Thomas Newcomen (1663-1729), ferreiro inglês, inventou outra máquina à vapor para esvaziamento da água de infiltração das minas. A máquina de Newcomen possuía uma viga horizontal à semelhança de uma gangorra, da qual pendiam dois êmbolos, um em cada extremidade, Um êmbolo permanecia no interior de um cilindro, Quando o vapor penetrava no cilindro, forçava o êmbolo para cima, e acarretava a decida de outra extremidade. Borrifa-se água fria no cilindro, o vapor se condensava e o vácuo sugava o êmbolo de novo para baixo. Isto elevava o outro extremo da viga, que se ligava ao êmbolo de uma bomba na mina. 

Informação retirada do site  http://www.adorofisica.com.br

 

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