Países Lusófonos -
Timor Leste
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N. Sra. de Timor
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Primórdios
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De acordo com alguns
antropólogos, um pequeno grupo de caçadores e agricultores já habitava a
ilha de Timor por volta de 12 mil anos a.C. Há documentos que comprovam a
existência de um comércio esporádico entre o Timor e a
China a
partir do
século
VII, ainda que esse comércio se baseasse principalmente na venda de
escravos, cera de abelha e
sândalo,
madeira nobre utilizada na fabricação de móveis de luxo e na perfumaria, que
cobria praticamente toda a ilha. Por volta do
século
XIV, os habitantes de Timor pagavam tributo ao
reino de Java. O nome Timor provem do nome dado pelos
Malaios à
Ilha onde está situado o país, Timur,
que significa Leste
A colonização
Os
portugueses
foram atraídos pelos recursos naturais em
1514, trazendo
os missionários e a
religião católica que actualmente é predominante. Com a chegada do
primeiro
governador, vindo de Portugal em
1702, deu-se
início à organização colonial do território, criando-se o
Timor Português. Em
1914, a
Sentença Arbitral assinada entre
Portugal
e os
Países Baixos para terminar com os conflitos entre os dois países,
fixando as fronteiras que hoje dividem a
ilha.
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Xarana Gusmão
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Durante a
Segunda Guerra Mundial, os
Aliados
(australianos
e
holandeses) envolveram-se numa dura guerra contra as forças
japonesas
em Timor.
As forças japonesas entraram em Timor-Leste em Fevereiro de 1942 para
expulsar as forças australianas que tinham ocupado o território em
Dezembro de 1941, violando a neutralidade da então colónia portuguesa.
Algumas dezenas de milhar de timorenses deram a vida lutando ao lado dos
Aliados,
entre os quais se encontrou o célebre régulo
Dom Aleixo.
Em
1945, a
Administração Portuguesa foi restaurada no
Timor Português. Seguiu-se um período de quase três décadas em que
não se manifestaram movimentos independentistas.
As guerras nas colónias africanas não encontraram eco
na longínqua Timor. A razão para a ausência de sentimentos ou movimentos
defensores da independência da colónia poderá residir no facto de o
domínio português ter funcionado, ao longo de séculos, como aglutinador
de vários povos e defensor da identidade étnica, cultural e política da
região face aos vários expansionismos em acção na
Insulíndia; além disso, a presença portuguesa não assumiu um
carácter de exploração económica, visto que a precária economia
timorense era dominada por uma pequena burguesia de origem chinesa, há
muito estabelecida no território.
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Invasão da Indonésia
A
28 de Novembro de
1975, após uma
breve
guerra civil, a
República Democrática de Timor-Leste foi proclamada. Apenas uns dias
depois, a
7 de Dezembro de
1975, a nova
nação foi
invadida pela Indonésia que a ocupou durante os 24 anos seguintes. Timor
mergulhou na violência fratricida e o governador
Mário Lemos Pires, destituído de orientações precisas de
Lisboa e
sem forças militares suficientes para repor a autoridade portuguesa,
abandonou a capital e refugiou-se na ilha de
Ataúro.
A Indonésia justificou a invasão alegando a defesa contra
o comunismo, discurso que lhe garantiu as simpatias do governo dos
EUA
e da
Austrália, entre outros, mas que não impediu a sua condenação pela
Comunidade Internacional.
A invasão indonésia seguiu-se uma das maiores tragédias do
pós II Guerra Mundial. A Indonésia recorreu a todos os meios para dominar a
resistência: calculam-se em duzentas mil as vítimas de combates e chacinas;
as forças policiais e militares usavam de forma sistemática e sem controlo
meios brutais de tortura, a população rural, nas áreas de mais acesa disputa
com a guerrilha, era encerrada em "aldeias de recolonização",
procedeu-se à
esterilização forçada de mulheres timorenses.
Simultaneamente, a fim de dar ao facto consumado da
ocupação um carácter irreversível, desenvolveu-se uma política de
descaracterização do território, quer no plano cultural (proibição do ensino
do português e a islamização), quer no plano demográfico (javanização),
quer ainda no plano político (integração de Timor na Indonésia como sua 27ª
província). A esta descaracterização há que acrescentar a exploração das
riquezas naturais através de um acordo com a Austrália para a exploração do
petróleo
no
Mar de Timor.
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Ximenes Belo, |
No terreno, a guerrilha não se rendeu, embora com escassos
recursos materiais, humanos e financeiros e apesar de ter sofrido pesados
desaires, como a deserção de dirigentes e a perda de outros, pela morte em
combate de
Nicolau Lobato ou por detenção de
Xanana Gusmão.
Embora reduzida a umas escassas centenas de homens mal
armados e isolados do mundo, conseguiu, nos tempos mais recentes, alargar a
sua luta ao meio urbano com manifestações de massas e manter no exterior uma
permanente luta diplomática, para o que contou, em muitas circunstâncias,
com a compreensão e o apoio da
Igreja Católica local, liderada por D.
Carlos Ximenes Belo, bispo de Díli. (Prémio
Nobel da Paz-1996)
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Independência
Em
30 de Agosto de
1999, os timorenses votaram por esmagadora maioria pela
independência, pondo fim a 24 anos de ocupação
indonésia,
na sequência de um
referendo
promovido pelas
Nações Unidas. Em
20 de Maio de
2002 a
independência de
Timor-Leste foi restaurada e as
Nações Unidas entregaram o poder ao primeiro Governo Constitucional de
Timor-Leste.
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