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- Os Padres
Soldados
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Conquistada
pelos cristãos na Primeira Cruzada, em 1098, Jerusalém estava de novo cercada pelos
árabes em 1116. Foi quando os nobres franceses Hugues de Payens e
Geoffroi de Saint-Omer
juraram, na Igreja do Santo Sepulcro (o templo dos cristãos), viver em perpétua pobreza
e defender os peregrinos que vinham à Terra Santa.
Nascia a
Ordem dos Cavaleiros Pobres de Cristo, renomeada, em 1119, Ordem dos Cavaleiros do Templo
- a Ordem dos Templários,
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Na época, várias
organizações católicas congregavam devotos sob regimento próprio. A dos
Templários,
entretanto, era diferente: seus membros eram monges - guerreiros. As normas da Ordem eram
secretas e só conhecidas, na totalidade, pelo comandante- em-chefe (o grão-mestre) e
pelo papa.
Desde o início, os
Templários foram desobrigados de obedecer aos reis. Podiam, assim, ter interesses
próprios. Ao entrar na companhia, o novato conhecia só uma parte das regras que a
guiavam e, à medida em que era promovido, sempre em batalha, tinha acesso a mais
conhecimentos, reservados aos graus hierárquicos superiores.
Ritos de iniciação
marcavam as promoções. Foi essa estrutura que permitiu, mais tarde, à Ordem de Cristo
manter secreto os conhecimentos de navegação no Atlântico.
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Religiosos
e Banqueiros
"Os inventores
do Cheque "
Enquanto as cruzadas
empolgaram a Europa, os templários receberam milhares de propriedades por doação ou
herança e desenvolveram intensa actividade económica. Nos seus feudos, introduziram
métodos racionais de produção e foram os primeiros a criar linhagens de cavalos em
estábulos limpos.
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Jacques de Molay |
Uma rede de
postos bancários logo se espalhou por vários países. Peregrinos a caminho da Terra
Santa depositavam seus bens no ponto de partida e ganhavam uma carta de crédito com o
direito de retirar o equivalente em moeda local em qualquer estabelecimento templário,
estava inventado o cheque, devido as suas habilidades com o manejo de riquezas e bens,
somado a honestidade comprovada, foram os mesmos encarregados de gerir as fortunas de
vários nobres, Daí para gerirem as finanças dos Reis como o da França foi um passo.
Mas a sua
exuberância gerou inveja. Enquanto houve cruzadas, os templários exibiram orgulhosamente
o manto branco com a cruz vermelha - a mesma que depois as naus portuguesas usariam. Com a
queda da Cidade Santa, em 1244, e a expulsão das tropas cristãs da Palestina, em 1291, a
mística se dissipou e a oposição monárquica tornou-se explícita.
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Nas décadas
seguintes, a confraria seria vitima de articulações palacianas, fomentada pela cobiça
rei de França, que visava se apossar dos bens dos Templários, o que efectivamente
ocorreu, sendo a mesma extinta em toda a Europa. Com a excepção de Portugal, onde D.
Dinis, com a habilidade que lhe era peculiar, a consegue transformar, com a autorização
do Papa, na nova Ordem de Cristo.
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O Caminho da Índia
No dia 8
de
Março de
1500, Lisboa. Terminada a missa dominical, o Rei D. Manuel I sobe ao altar, montado no
cais da Torre de Belém, toma a bandeira da Ordem de Cristo e a entrega a
Pedro Álvares
Cabral.
O capitão vai içá-la
na principal nave da frota que partirá daí a pouco para a Índia. Era uma esquadra
respeitável, a maior já montada em Portugal, com treze navios e 1 500 homens. Além do
tamanho, tinha outro detalhe incomum.
O comandante não
possuía a menor experiência como navegador. Cabral só estava no comando da esquadra
porque era cavaleiro da Ordem de Cristo e, como tal, tinha duas missões: criar uma
feitoria na Índia e, no caminho, tomar posse de uma terra já conhecida, o Brasil.
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A presença de
Cabral à frente do empreendimento era indispensável, porque só a Ordem de Cristo, uma
companhia religiosa - militar autónoma do Estado e herdeira da misteriosa Ordem dos
Templários, tinha autorização papal para ocupar - tal como nas cruzadas - os territórios
tomados dos infiéis (no caso brasileiro, os índios).
No dia 26 de
abril de 1500, quatro dias depois de avistar a costa brasileira, o cavaleiro Pedro
Álvares Cabral cumpriu a primeira parte da sua tarefa. Levantou onde hoje é Porto Seguro
a bandeira da Ordem e mandou rezar a primeira missa no novo território. O futuro país
estava sendo formalmente incorporado às propriedades da organização.
O escrivão Pero
Vaz de Caminha, que reparava em tudo, escreveu para o rei sobre a solenidade: "Ali
estava com o capitão a bandeira da Ordem de Cristo, com a qual saíra de Belém, e que
sempre esteve alta." Para o monarca português, a primazia da Ordem era conveniente.
É que atrás das
descobertas dos novos cruzados vinham as riquezas que faziam a grandeza e a glória do
reino de Portugal. tornando assim a pequena nação ibérica em um império espalhado
pelos quatro cantos do planeta.
Portugal que a
época era um reino pobre. As nações ricas eram, Itália, Alemanha (dividida em
pequenos principados) e Flandres ( hoje dividida entre Holanda e Bélgica), buscava meios
de aumentar suas fontes de riquezas, afim de sair da condição precária que vivia suas
finanças, e vislumbrou que dominado o caminho das Índia pelo mar poderia comercializar
as suas especiarias,
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Para a consecução desse
intento foi importantíssima a participação da Ordem de Cristo, pois, os mesmos também
tinha o objectivo de circunavegar a África e daí chegar à Índia, uma vez que os
caminhos por terra estavam dominados pelos muçulmanos, quando, em 1416 o Infante D.
Henrique, 3º filho do Rei D. João I, se tornou Grão-Mestre,
Assim, acharam que
era hora de por em execução o desejo, tanto da Ordem como do reino de chegar à Índia,
a ideia pareceu uma loucura, pois não havia conhecimento de navegação em mar aberto,
uma vez que os marujos daquela época tinham experiência no mar mediterrâneo, que é um
mar fechado, muitos acreditavam que o mar do hemisfério sul estava infestado de monstro
terríveis.
Mas sabia-se que os
Templários detinham o conhecimento necessário para alcançarem o objectivo de chegar a
Índia e também tomar posse das novas terras além-mar. Essa empreitada recebeu o aval do
Papa Martinho V, que em 1418, na Bula Papal Sane Charissimus, deu um carácter de
cruzada ao empreendimento, as terras tomadas dos infiéis passariam à Ordem de Cristo,
que teria sobre elas o poder temporal, de administração civil e religiosa, isto é, o
controle religioso e a cobrança de impostos eclesiásticos.
Entre o lançamento
oficial da empreitada e a conquista do objectivo último decorreria um longo tempo,
precisamente oitenta anos. Apenas em 1498, o cavaleiro Vasco da Gama conseguiria chegar à
Índia. Morto em 1460, D. Henrique não assistiu ao triunfo da sua cruzada. Mas chegou a
ver como, no rastro dela, Portugal ia se tornando a maior potência marítima da Terra.
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Tecnologia
de navegação
A Ordem de Cristo
controlou o conhecimento das rotas e o acesso às tecnologias de navegação enquanto
pôde. Mas com o ouro descoberto na Guiné, em 1461, o monopólio da pilotagem passa a ser
cada vez mais desafiado.
A partir de
então, multiplicaram-se os contratos com comerciantes e as cessões de domínio ao Rei
para exploração das regiões descobertas. Aos poucos, a sabedoria secreta guardada em
Tomar foi sendo passada para mercadores de Lisboa, Flandres e Espanha. Portugal naquela
época fervilhava de espiões, especialmente espanhóis e italianos, que procuravam os
preciosos mapas ocultados pelos cruzados.
Enquanto o
tesouro de dados marítimos esteve sob a sua guarda, a estrutura secreta da Ordem garantiu
a exclusividade para os portugueses. Em Tomar e em Lagos, os navegadores progrediam na
hierarquia apenas depois que a sua lealdade era comprovada, se possível em batalha.
Só então eles
podiam ler os relatórios reservados de pilotos que já haviam percorrido regiões
desconhecidas e ver preciosidades como as tábuas de declinação magnética, que
permitiam calcular a diferença entre o pólo norte verdadeiro e o pólo norte magnético
que aparecia nas bússolas.
E, à medida que
as conquistas avançavam no Atlântico, eram feitos novos mapas de navegação
astronómica, que forneciam orientação pelas estrelas do Hemisfério Sul, a que também
unicamente os iniciados tinham acesso.
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Tratado de Tordesilhas. |
Disputa acirrada
Mas o sucesso atraía a
competição. A Espanha, tradicional adversária, também fazia política no
Vaticano para
minar os monopólios da Ordem, em acção combinada com seu crescente poderio militar. Em
1480, depois de vencer Portugal numa guerra de dois anos na fronteira, os
Reis Fernando,
de Aragão, e Isabel, de Castela, começaram a interessar-se pelas terras d'além- mar.
Com a viagem vitoriosa de
Colombo à América, em 1492, o papa Alexandre VI, um espanhol de Valência, reconheceu em
duas bulas, as Inter Caetera, o direito de posse dos espanhóis sobre o que
o navegante genovês havia descoberto. E rejeitou as reclamações de D. João II de que
as novas terras pertenceriam a Portugal. O Rei não se conformou e ameaçou com outra
guerra.
A controvérsia induziu os
dois países a negociarem, frente a frente, na Espanha, em 1494, um tratado para dividir o
vasto novo mundo que todos pressentiam: o Tratado de Tordesilhas.
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A origem do nome
Brasil
Diz a tradição
que o nome Brasil vem de pau-brasil, madeira cor-de-brasa. Mas a tradição é
insuficiente quando se sabe que, desde 1339, o nome Brasil aparece em mapas. No século
XIV, os planisférios dos cartógrafos Mediceu, Solleri, Pinelli e Branco mostravam uma
Ilha Brasil, sempre a oeste dos Açores. O historiador brasileiro Sérgio Buarque de
Holanda acreditava que a origem do nome é uma lenda céltica que fala de uma "terra
de delícias", vista entre nuvens.
A primeiro carta
geográfica onde aparecem referências seguras ao Brasil real é o mapa de Cantino. Nele
se podem ver papagaios, florestas e o contorno do litoral desde o norte até o sudeste. O
trabalho foi encomendado pelo espião italiano Alberto Cantino, em 1502, a um cartógrafo
de Lisboa e enviado ao seu senhor, o duque de Ferrara.
É um mistério
como ele foi feito. Afinal, as únicas viagens oficiais de espanhóis e portugueses ao
Brasil até 1502 foram as de Vicente Pinzón, ao estuário do Amazonas, e Pedro Álvares
Cabral, até onde hoje é a Bahia. Como explicar, então, a presença, na carta, do
desenho do litoral desde Cabo Frio até o Amazonas?
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Duarte Pacheco
Pereira |
Quem teriam
sido os primeiro visitantes?
Fruto provável do
suborno do cartógrafo, a se julgar pela conta salgada apresentada por
Cantino ao duque, o mapa deixa claro que já havia conhecimento
profundo das terras a oeste do Atlântico. Além de 4 000 quilómetros de
litoral brasileiro aparecem no mapa a Florida, a Terra Nova (hoje
Canadá) e a Groenlândia.
Historiadores
portugueses modernos, como Jorge Couto e Luciano Pereira da Silva,
acham que Duarte Pacheco Pereira, o navegador que negociou
Tordesilhas e autor do importante livro Esmeraldo de Situ Orbius,
sobre as navegações portuguesas, escrito em 1505, deixou indicações de
que esteve no Brasil.
Teria visitado a costa do
Maranhão e a foz do Amazonas, em 1498, quatro anos depois de
Tordesilhas. Mesmo assim há
questões do mapa de Cantino não respondidas. A única certeza é que entre a versão e o
facto agiam em sigilo os cavaleiros da Ordem de Cristo - cuja documentação jamais foi
encontrada.
Devido a documentação
existente, fica mais do que claro que o dia 22 de Abril de 1500 ocorreu a tomada de posse,
por parte de Portugal, das novas terras, uma vez que eles sabiam o que iria encontrar,
não sendo, portanto uma descoberta, mesmo assim devemos comemorar o 22 de
Abril do ano
2000 como os 500 anos do descobrimento, pois essa é a data que costa em todos os
compêndios oficias existentes.
- Condensado da página da Internet, Ordem
dos Cavaleiros do Templo, de Edson Fernando da Silva Sobrinho. publicada para
comemorar os 500 anos do Descobrimento do Brasil.
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