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Beatas e Santas Portuguesas

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Beata Sancha de Portugal

Sancha de Portugal, ou Sancha Sanches, O. Cist. (c. 1180 - Mosteiro de Celas, Coimbra, 13 de Março de 1229) foi a segunda filha do rei Sancho I de Portugal, sendo também conhecida como Rainha Santa Sancha.

Por morte de Sancho I de Portugal, Sancha deveria receber, segundo as disposições testamentárias do pai, o castelo de Alenquer, com o resto do termo da vila, e todos os rendimentos aí produzidos, podendo usar o título de rainha enquanto senhora desse mesmo castelo.

Isto gerou uma luta com seu irmão Afonso II de Portugal, que desejando centralizar o poder, obstou à prossecução do testamento do pai, impedindo a infanta-rainha de receber os títulos e os réditos a que tinha direito - de facto Afonso II temia que esta pudesse passar a eventuais herdeiros o vasto património que o testamento lhe legava, criando assim um problema à soberania do rei de Portugal e dividindo quase o país ao meio.

Devotada à vida religiosa, fundou o mosteiro de Celas, no qual viveu a maior parte da sua vida; o seu corpo foi depois depositado no Lorvão, regido pela sua irmã Teresa.

A 13 de Dezembro de 1705 Sancha foi beatificada pelo Papa Clemente XI, através da bula Sollicitudo Pastoralis Offici, juntamente com a sua irmã Teresa. A Igreja celebra-a no dia 11 de Abril.

 

 

Beata Mafalda de Portugal

Mafalda de Portugal, ou Mafalda Sanches O. Cist. (c. 1200 - Amarante, 1 de Maio de 1256), infanta de Portugal e rainha de Castela por um breve período de tempo, sendo ainda considerada beata pela Igreja Católica, e venerada sob o nome de Rainha Santa Mafalda.

Por morte de Sancho I de Portugal, Mafalda deveria receber, segundo as disposições testamentárias do pai, o castelo de Seia, com o resto do termo da vila, e todos os rendimentos aí produzidos, podendo usar o título de rainha enquanto senhora desse mesmo castelo; recebia também o mosteiro de Bouças.

Isto gerou uma luta com seu irmão Afonso II de Portugal, que desejando centralizar o poder, obstou à prossecução do testamento do pai, impedindo a infanta-rainha de receber os títulos e os réditos a que tinha direito - de facto Afonso II temia que esta pudesse passar a eventuais herdeiros o vasto património que o testamento lhe legava, criando assim um problema à soberania do rei de Portugal e dividindo quase o país ao meio.

Mais tarde, tornou-se monja cisterciense, e fundou a abadia de Arouca. Faleceu no mosteiro de Rio Tinto, nas proximidades do Porto. Quando o seu corpo foi mais tarde exumado para ser trasladado para a abadia de Arouca, foi descoberto incorrupto, o que gerou uma onda de fervor religioso em torno do corpo da infanta.

A 27 de Junho de 1793 foi beatificada pelo Papa Pio VI, acompanhando assim aos altares as suas irmãs Teresa e Sancha, já declaradas beatas no início desse século. É festejada no dia 2 de Maio pela Igreja Católica.

 

 

Beata Teresa de Portugal ou Teresa Sanches, O.S.B.

(Coimbra, 1181 Lorvão, 18 de Junho de 1250), também chamada, ao tempo de Tarasia ou Tareja, e mais tarde, a Infanta-Rainha ou Rainha Santa Teresa, era a filha mais velha de Sancho I de Portugal, e esposa de Afonso IX de Leão.

Teresa foi mãe de três filhos de Afonso (Sancha, Dulce e Fernando), mas devido ao facto de serem primos, o casamento foi declarado inválido; Teresa regressou então a Portugal, ao Lorvão, onde viria a fundar um convento beneditino ao qual se recolheu; pouco tempo mais tarde, transformou o mosteiro em abadia cisterciense, com mais de trezentas monjas.

Por morte de Sancho I de Portugal, Teresa deveria receber, segundo as disposições testamentárias do pai, o castelo de Montemor-o-Velho, com o resto do termo da vila, e todos os rendimentos aí produzidos, podendo usar o título de rainha enquanto senhora desse mesmo castelo.

O testamento previa também terras e castelos para as suas irmãs Sancha e Mafalda, tendo-se formado um partido de nobres afectos às infantas, liderado pelo infante D. Pedro (que se acolheu a Leão sob a protecção de Teresa e tomou algumas praças transmontanas), mas que acabaria por sair derrotado; só com a morte de Afonso II, o seu filho Sancho II resolveu o problema, concedendo os rendimentos dos castelos às tias, nomeando os seus alcaides de entre os nomes que estas propusessem, pedindo-lhes apenas que renunciassem ao título de rainhas - assim se estabeleceu enfim a paz no reino, em 1223.

Após esta querela dinástica, Teresa retornou ao Lorvão e finalmente tomou os votos conventuais após anos de vivência como monja. Aí morreu em 18 de Junho de 1250 de causas naturais.

A 13 de Dezembro de 1705 Teresa foi beatificada pelo Papa Clemente XI, através da bula Sollicitudo Pastoralis Offici, juntamente com a sua irmã Sancha.

É festejada pela Igreja Católica a 17 de Junho.

 
Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal
 
Isabel de Aragão, OSC (ou, usando a grafia medieval portuguesa, Helisabeth; Saragoça, 1271 - Estremoz, 4 de Julho de 1336), foi uma infanta aragonesa e, de 1282 até 1325, rainha consorte de Portugal.

Passou à história com a fama de santa, tendo sido beatificada e posteriormente canonizada. É popularmente conhecida como a Rainha Santa Isabel ou, simplesmente, A Rainha Santa.

Origens

Isabel era filha do rei Pedro III de Aragão e de Constança da Sicília. Por via materna, era descendente do grande Imperador Romano-Germânico Frederico II, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohhenstauffen, rei da Sicília, filho de Frederico II. Teve cinco irmãos, entre os quais os reis aragoneses Afonso III e Jaime II, para além de outro monarca reinante, Frederico II da Sicília. Para além disso, por via materna estava também relacionada com a sua tia Santa Isabel da Hungria, também considerada santa pela Igreja Católica.

 

 

Casamento

Casou-se por procuração com o soberano português D. Dinis em Barcelona, aos 11 de Fevereiro de 1288, tendo celebrado a boda ao passar a fronteira da Beira, em Trancoso, em 26 de Junho do mesmo ano. Por esse motivo, o rei acrescentou essa vila ao dote que habitualmente era entregue às rainhas (a chamada Casa das Rainhas, conjunto de senhorios a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam as prebendas destinadas à manutenção da sua pessoa, e entre as quais se encontravam, por exemplo, as vilas de Óbidos, Alenquer, Torres Vedras, bem como outras povoações da região hoje conhecida como Oeste).

O rei não lhe teria sido inteiramente devotado, e parece que visitaria damas nobres para os lados de Odivelas. A rainha, ao saber do sucedido, ter-lhe-á apenas respondido: Ide vê-las, Senhor. Com os tempos, de acordo com a tradição popular, uma corruptela de ide vê-las originou o moderno topónimo Odivelas (versão, contudo, que não é sustentada pelos linguístas).

Apesar de tudo, Isabel parece ter sido muito piedosa e passou grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a sua morte.

As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. D. Isabel de Aragão recebeu como dote, em 1281, Abrantes, Óbidos e Porto de Mós. Posteriormente deteve ainda os castelos de Vila Viçosa, Monforte, Sintra, Ourém, Feira, Gaia, Lamoso, Nóbrega, Santo Estêvão de Chaves, Monforte do Rio Livre, Portel e Montalegre, para além de rendas em numerário e das vilas de Leiria e Arruda (1300), Torres Novas (1304) e Atouguia (1307). Eram ainda seus os reguengos de Gondomar, Rebordões, Codões, para além de uma quinta em Torres Vedras e da lezíria da Atalaia.

Rainha da paz

Na década de 1320, o seu filho e herdeiro, Afonso IV de Portugal, sentindo em perigo a sua posição em favor de um filho bastardo do rei Dinis, também chamado Afonso, declarou abertamente a guerra a seu pai, chegando-se quase à luta na peleja de Alvalade. No entanto, a intervenção da rainha conseguiu serenar os ânimos – pela paz assinada em 1325 nessa mesma povoação dos arredores de Lisboa, foi evitado um conflito armado que teria ceifado muitas vidas inutilmente.

Pouco depois da morte do marido, Isabel recolheu a um convento franciscano em Coimbra (Santa Clara-a-Velha) vestindo o hábito de Clarissa mas não fazendo votos (o que lhe permitia manter a sua fortuna usada para a caridade). Só voltaria a sair dele uma vez, pouco antes da morte, em 1336. Nessa altura, tendo Afonso declarado guerra ao seu sobrinho, o rei de Castela, Afonso XI, filho de Constança, infanta de Portugal, e, portanto, neto materno de Isabel, pelos maus tratos que este infligia à sua esposa D. Maria (filha do rei português), a rainha Santa Isabel, não obstante a sua idade avançada e a sua doença, dirigiu-se a Estremoz, onde mais uma vez se colocou entre dois exércitos desavindos (entre o seu filho e seu neto materno) e de novo evitou a guerra.

 Falecimento e legado

Isabel faleceu pouco tempo depois, em Estremoz, em 4 de Julho de 1336 tendo deixado expresso em seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, (onde hoje em dia, após ter estado por 400 anos parcialmente submerso pelo Mondego, decorre uma escavação arqueológica) sendo a viagem demorada havia o receio do cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calor abrasador começou o ataúde a abrir fendas e por elas escorria um líquido, que todos supuseram provir da decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que na vez do mau cheiro esperado saída do ataúde um aroma suavíssimo. O rei Dinis, seu marido, repousa em Odivelas no Convento de São Dinis.

Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625. É reverenciada a 4 de Julho, data do seu falecimento.

Com a invasão progressiva do mosteiro de Santa-Clara-a-Velha de Coimbra pelas águas do Mondego, houve necessidade de construir um mosteiro novo (Santa-Clara-a-Nova) no séc. XVII, para onde se procedeu à transladação da Rainha Santa.

No século XVII, a Rainha D.Luísa de Gusmão, Regente em nome de seu filho D.Afonso VI, transformou em Capela o quarto em que a Rainha Santa Isabel havia falecido no castelo de Estremoz.

Actualmente, inúmeras escolas e igrejas ostentam o seu nome em sua homenagem. É ainda padroeira da cidade de Coimbra, cujo feriado municipal coincide com o dia da sua memória (4 de Julho).

 

Milagre das rosas

A lenda do milagre das rosas

Conta-se que, certa vez, numa manhã de Inverno, a rainha, decidida a ajudar os mais desfavorecidos, teria enchido o regaço de seu vestido com pães, para os distribuir. Tendo sido apanhada pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha exclamou: São rosas, Senhor!, ao que este, com desconfiança, inquiriu: "Rosas, no Inverno?". Com efeito, ao abri-lo, teriam brotado rosas do regaço do vestido da soberana, ao invés dos pães que ocultara. Este evento ficou conhecido como milagre das rosas.

Observe-se que esta lenda é versão de outra, que se conta a propósito da sua tia, também canonizada

 
 

Santa Beatriz da Silva, OFM (Ceuta, 1424 Toledo, 9 de Agosto de 1492), nobre portuguesa e santa católica.

Beatriz era a oitava filha de Rui Gomes da Silva, alcaide da vila fronteiriça de Campo Maior, e de Isabel de Menezes, filha de D. Pedro de Menezes, conde de Vila Real; assim, por via materna, descendia não só dessa casa senhorial, como também das dos condes de Ourém e Barcelos, linhagens antiquíssimas que tinham em D. Sancho I o seu remoto antepassado. D. Pedro de Menezes teria dado a mão da sua filha Isabel ao cavaleiro Rui Gomes da Silva, após este participar com bravura na tomada de Ceuta, tendo aí permanecido a cumprir o serviço militar. Pensa-se, por isso, que a jovem Beatriz terá nascido naquela praça-forte magrebina.

Descendente de reis e neta de senhor tão influente, foi desde cedo foi preparada para a vida na Corte, tornando-se dama da infanta D. Isabel, filha do infante D. João, o penúltimo dos filhos de D. João I, a qual era quatro anos mais nova que Beatriz.

Ao que parece, Beatriz da Silva seria uma jovem de grande beleza, conforme testemunha um relato da época: «além de vir de sangue real, era mui graciosa donzela e excedia a todas em formosura e gentileza».

Em 1447, contava a infanta D. Isabel dezanove anos, o seu tio Pedro, Duque de Coimbra, regente do reino, promoveu os seus esponsais com João II de Castela, que então se achava viúvo. Uma vez rainha, Isabel, ambiciosa, começou por afastar a influência do todo-poderoso condestável de Castela, D. Álvaro de Luna, e não tardou a criar intrigas na corte, algumas das quais envolvendo a jovem Beatriz, cuja beleza não passara despercebida. Embora fosse ama e confidente da rainha, tal não impediu que Isabel se enciumasse daquela, maquinando contra a sua própria vida.

Assim, segundo reza a lenda, teria fechado Beatriz num estreito baú, onde eventualmente a falta de oxigénio acabaria por ceifar lhe a vida. Durante três dias andou desaparecida, até que o seu tio, D. João de Menezes, que também se achava na corte, estranhando a sua ausência, teria questionado a rainha sobre o paradeiro da sobrinha, tendo esta conduzindo-o ao baú onde a encarcerara, certa de encontrar já um cadáver.

Para seu grande espanto, Beatriz tinha sobrevivido – segundo se diz, por haver invocado a Virgem Maria, tendo esta aparecido-lhe e comunicado que a salvaria, se esta fundasse uma ordem religiosa que celebrasse o mistério da Imaculada Conceição.

Beatriz acabou por perdoar à rainha, que se arrependera, e retirou-se da Corte, ingressando num mosteiro em Toledo. Aí viveu monasticamente, sem contudo tomar as ordens sacras, preparando-se a ela mesma, e a um pequeno grupo de outras monjas, para ingressar na nova ordem que planeava fundar.

Não foi fácil criar a Ordem, mas com o apoio da rainha Isabel, a Católica, filha da rainha portuguesa D. Isabel, conseguiu enfim estabelecer a Ordem da Imaculada Conceição, ou das Concepcionistas Franciscanas, um ramo da Ordem dos Frades Menores, trajando de azul e branco (as cores de Nossa Senhora da Conceição), destinado unicamente à contemplação. A bula Inter Universa, que autorizava a constituição das Concepcionistas, foi expedida enfim pelo Papa Inocêncio VIII em 1489.

Beatriz faleceu em Toledo três anos mais tarde. Cedo ganhou foros de santa, sendo cultuada pelo povo mesmo antes ainda de a Santa Sé a santificar. De facto, a Igreja Católica só a elevou aos altares já no século XX, quando o Papa Pio XI, em 28 de Julho de 1926, lhe reconhece o título de beata e aprova enfim o culto que já lhe era devido, desde há muito, pelos leigos. Por fim, em 3 de Outubro de 1976, o Papa Paulo VI canonizou-a, declarando-a santa. É celebrada no dia 1 de Setembro], sendo particularmente reverenciada em Campo Maior e Espanha, onde instituiu a sua obra e faleceu; só aí se situam mais de 90 conventos da Ordem, que conta com cerca de 120 casas monásticas espalhadas pela Europa e América Latina.

 

 

Santa Joana

 

 

Santa Joana, Princesa de Portugal

Santa Joana de Portugal, OP (também chamada Santa Joana Princesa) (6 de Fevereiro 1452 12 de Maio 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei D. Afonso V e de sua primeira mulher, a rainha D. Isabel. Joana, foi jurada Princesa herdeira da Coroa de Portugal, título que manteve atá ao nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II.

Joana foi regente do reino em 1471, por altura da expedição de D. Afonso V a Tânger. Após recusar veementemente várias propostas de casamento, Joana professou votos de freira dominicana no Convento de Jesus de Aveiro, em 1475. Foi também uma grande apoiante do irmão, o rei João II de Portugal. Joana foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII.

 

 

Alexandrina de Balasar

 
Beata Alexandrina Maria da Costa
 
Alexandrina Maria da Costa, mais conhecida como Alexandrina de Balasar ou Santinha de Balasar, declarada beata pela Igreja Católica em 25 de Abril de 2004, nasceu no lugar de Gresufes, freguesia de Balasar (Póvoa de Varzim), em Portugal, no dia 30 de Março de 1904, e faleceu no lugar do Calvário, da mesma freguesia, em 13 de Outubro de 1955.

Nascida no meio católico e rural de Balasar, para frequentar a escola primária, a Alexandrina mudou-se em 1911 para Póvoa de Varzim, onde viveu na pensão de um marceneiro, na Rua da Junqueira. Ao fim de dezoito meses, regressou à aldeia natal, para o lugar do Calvário.

Começou a trabalhar cedo na lavoura, como era usual na altura. Era uma menina vigorosa, a ponto de afirmar na Autobiografia que a equiparavam aos homens no que diz respeito ao rendimento do trabalho. Aos 12 anos adoeceu, provavelmente de febre tifóide, ficando a sua saúde, a partir desse momento, algo comprometida.

 
 
 
Com 14 anos, no dia de Sábado Santo (antes da Páscoa) de 1918, estando a trabalhar em costura com a sua irmã Deolinda e outra menina, deu um salto do quarto onde estava para se defender de agressores que invadiram a casa, numa atitude semelhante à de Santa Maria Goretti que morreu em defesa da sua virgindade.

Até aos seus 19 anos ainda se conseguia movimentar sofrivelmente, tendo gosto em ir à igreja. Contudo, a paralisia foi-se agravando até 14 de Abril de 1925, data em que ficou, definitivamente, de cama, durante trinta anos.

A sua intenção inicial era tornar-se missionária e, por isso, orava à virgem Maria para que ficasse curada. Em 1928, chegou à conclusão de que a sua vocação era compartilhar misticamente o sofrimento de Cristo, oferecendo-se então como vítima pelos pecadores.

De 3 de Outubro de 1938 a 24 de Março de 1942, todas as sextas-feiras, alegou viver os sofrimentos da Paixão de Cristo: superando a paralisia, descia da cama e, dando mostras de sofrimento físico, repetia, por três horas e meia, as etapas da Via Sacra. Existe um registo filmado de um destes êxtases e um circunstanciado relato de um outro, publicado pelo Pe. José Alves Terças nas páginas de "A Paixão Dolorosa" (este escrito, ilustrado com alguns desenhos, pôs pela primeira vez a Alexandrina nas bocas do mundo, para grande mágoa sua).

O padre jesuíta Mariano Pinho, seu director de 1933 a 1942, exortou-a a ditar as suas vivências místicas. A sua obra escrita (autobiografia, cartas, diário) enche cerca de 5 000 páginas.

Em 1936, por intermédio do mesmo director, fez vários pedidos à Santa Sé no sentido de que o mundo fosse consagrado ao Imaculado Coração de Maria, o que fez despertar o interesse do Vaticano pelo seu caso (houve, mesmo, contactos com o Arcebispo de Braga). A 31 de Outubro de 1942, o Papa Pio XII satisfez esse desejo, numa mensagem transmitida a partir de Fátima (celebravam-se os 25 anos das Aparições), repetindo-se este acto na Basílica de São Pedro no dia 8 de Dezembro do mesmo ano.

A partir 27 de Março de 1942 é alegado que deixou de se alimentar nos seguintes 13 anos de vida, vivendo exclusivamente da comunhão diária.

Para verificar a inédia, em 1943, foi internada no Refúgio de Paralisia Infantil, na Foz do Douro. Foi aí submetida à vigilância de um grupo de médicos, dirigidos pelo Dr. Henrique Gomes de Araújo, membro da Sociedade Portuguesa de Química e da Real Academia de Medicina de Madrid, por um período de 40 dias. No final, asseguraram que era "absolutamente certo" que durante aquele tempo não tinha comido, bebido, defecado ou urinado.

O mesmo Dr. Henrique Gomes de Araújo, a quem o Dr. Azevedo pedira "o estudo das faculdades mentais da doente", descreveu-a nestes termos:

«A expressão de Alexandrina é viva, perfeita, afectuosa, boa e acariciadora; atitude sincera, sem pretensões, natural.

Não há nela ascetismo, nada untuoso, nem voz tímida, melíflua, rítmica; não é exaltada nem fácil a dar conselhos.

Fala de modo natural, inteligente, mesmo subtil; responde sem hesitações, até com convicção, sempre em harmonia com a sua estrutura psíquica e a construção sólida de juízos bem delineados em si e pelo ambiente, mas sempre, repetimo-lo, com ar de espontânea bondade que o clima místico que desde há tempos a circunda e que, parece, não foi por ela provocado, não modificaram.»

Sobretudo nos anos finais da sua vida, começou a desenvolver-se em torno da Alexandrina um fenómeno de popularidade, que levou muita gente em peregrinação até ao seu leito em busca de aconselhamento espiritual.

Entre os estudiosos da sua vida e escritos, que tornaram viável a abertura, desenvolvimento e conclusão do Processo Diocesano para a beatificação e canonização, destacam-se, além do já citado Pe. Mariano Pinho, o italiano Pe. Humberto Pasquale e o Casal Signorile. Os livros escritos por este Casal (os professores Chiaffredo e Eugénia) são referência importante para o conhecimento da obra de Alexandrina (alguns deles, como a recorrentemente citada «Figlia del Dolore Madre di Amore» estão disponíveis on-line).

Os seus devotos consideram-na uma das maiores figuras de toda a história da Igreja, equiparando-a a Santa Teresa de Ávila, Santa Catarina de Siena, etc. Veja-se, por exemplo aqui.

A divulgação da sua vida iniciou-se em Balasar, mas atingiu larga escala a partir do Norte de Itália, onde trabalhou o Padre Humberto Pasquale, e da organização irlandesa «Alexandrina Society», cujo boletim é, ainda hoje, publicado para vários países de todos os continentes. Em Balasar publicou-se um boletim durante duas décadas e meia. Hoje, a divulgação faz-se em larga medida pela Internet. Veja-se por exemplo aqui.

A beatificação de Alexandrina Maria da Costa assentou numa cura ocorrida em Estrasburgo com uma emigrante oriunda da freguesia de Esmeriz, Vila Nova de Famalicão; esta cura foi declarada inexplicável à luz dos actuais conhecimentos da medicina.

As obras do Casal Signorile dedicadas à Beata Alexandrina podem ser encontradas aqui.

O Dr. Manuel Augusto Dias de Azevedo, seu médico assistente desde Janeiro de 1941, até à morte de Alexandrina, foi também um dos seus mais activos defensores e o criador e redactor do boletim que se publicou em Balasar.

 

Jacinta Marto

 

 
Jacinta Marto
 

Jacinta Marto (Aljustrel, Fátima, 11 de Março de 1910 Lisboa, 20 de Fevereiro de 1920) foi uma dos três pastorinhos que viram Nossa Senhora na Cova da Iria, entre 13 de Maio e 13 de Outubro de 1917.

Filhos mais novos de Olímpia e Manuel Marto, Jacinta Marto e Francisco eram crianças típicas do Portugal rural da época. Não frequentaram a escola, e trabalhavam como pastores em conjunto com a sua prima Lúcia. De acordo com as memórias de Lúcia, Francisco Marto era um rapaz muito calmo, gostava de música, e muito independente nas opiniões. Jacinta era mais afectiva e muito mimada, emocionalmente mais frágil.

 

 

 

Texto do Vaticano . «Nasceu em Aljustrel, Fátima, a 11 de Março de 1910. Foi baptizada em 19 de Março de 1910. Vítima da pneumónica, adoeceu em Dezembro de 1918. Esteve internada no Hospital de Vila Nova de Ourém e por fim em Lisboa, no Hospital de D.Estefânia onde morreu às 22.30 horas do dia 20 de Fevereiro de 1920.

 De 21 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 1920, esteve no Orfanato de Nossa Senhora dos Milagres, na Rua de Estrela, em Lisboa, casa fundada pela D.Maria Godinho, a quem a Jacinta chamava "Madrinha".  Foi celebrada Missa de corpo presente na Igreja de Nossa Senhora dos Anjos, em Lisboa, onde o seu corpo esteve depositado até ao dia 24, dia em que foi transportada a urna para o cemitério de Vila Nova de Ourém. Aí, ficou no jazigo da família do Barão de Alvaiázere.  Foi trasladada para o cemitério de Fátima a 12 de Setembro de 1935, data em que a urna foi aberta.

 Em 1 de Maio de 1951 foi finalmente trasladada para a Basílica do Santuário. 

Além das 5 Aparições da Cova da Iria e 1 dos Valinhos, Nossa Senhora apareceu à Jacinta mais 4 vezes em casa durante a doença, 1 na Igreja paroquial numa quinta-feira da Ascenção, e ainda em Lisboa no Orfanato e no hospital. O Poço do Arneiro teve uma visão do Santo Padre, e outra no Cabeço. 

A sua vida foi caracterizada pelo espírito de sacrifício, o amor ao Coração de Maria, ao Santo Padre e aos pecadores. 

Levada pela preocupação da salvação dos pecadores e do desagravo ao Coração Imaculado de Maria, de tudo oferecia um sacrifício a Deus, como lhes recomendara o Anjo, dizendo sempre a oração que Nossa Senhora lhes ensinara:"Ò Jesus, é por Vosso Amor, pela conversão dos pecadores (e acrescentava, pelo Santo Padre) e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria".
 

 

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