O Tratado de Salvaterra de Magos

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Mestre de Aviz.

 

O Tratado de Salvaterra de Magos

D. Fernando estava envolvido em várias guerras com Castela, por se julgar com direito ao trono. No entanto, após algumas tentativas (1369 e 1381), assina em 1383 em Salvaterra de Magos um tratado de paz, que implicava o casamento de D. João I de Castela, com a sua única filha D. Beatriz. Neste tratado constavam ainda determinadas disposições respeitantes ao sucessor do trono de Portugal, para que a independência não fosse posta em causa.

A crise deflagrou nesse mesmo ano com a morte de D. Fernando. O tratado de casamento previa que, enquanto D. Beatriz não tivesse um filho varão maior de 14 anos, a regência seria exercida pela rainha viúva, D. Leonor Teles

Aliados a esta situação surgiram outros problemas como a grave crise agrícola causada pelas más condições atmosféricas que deixava senhores e camponeses descontentes, a guerra e a peste.

 
 
A rainha viúva  tinha como conselheiro e amante o Conde Andeiro, situação que causou grande agitação entre os populares. Para impedir a perda de independência que se adivinhava, Álvaro Pais planeia uma conspiração para matar o Conde Andeiro e para tal pede a participação do Mestre de Aviz. Após a morte do conde, D. Leonor Teles foi obrigada a sair da cidade e pede ajuda aos reis de Castela.

Temendo a invasão, o povo de Lisboa reconhece o Mestre como Regedor e Defensor do Reino e a burguesia apoia-o financeiramente de modo a suportar as despesas de guerra.

Esta situação divide o país: de um lado o povo, a burguesia, uma parte da nobreza e do clero apoiam o Mestre de Avis pois temiam a perda de independência; do outro, grande parte da nobreza e do clero que receando perder os privilégios não aceitavam o Mestre de Avis por ser filho ilegítimo de D. Pedro I.

 


 

Perante esta situação, a reacção do rei de Castela, que queria fazer valer os seus direitos não se fez esperar, ao decidir invadir Portugal e ocupando a cidade de Santarém.

No Alentejo, a 6 de Abril de 1384, D. Nuno Álvares Pereira, venceu os castelhanos, utilizando a famosa táctica do quadrado, naquela que ficou conhecida como a Batalha dos Atoleiros.

O rei castelhano avançou e cercou a cidade de Lisboa, em 29 de Maio de 1384. No entanto, o povo não se rendeu e o cerco foi levantado, em 3 de Setembro do mesmo ano, quando D. Beatriz contraiu a peste que já atingia também os soldados. Após o regresso, D. João de Castela preparou um poderosíssimo exército para uma nova investida.

Perante esta situação, as cortes reuniram-se em Coimbra, onde se distinguiu o Doutor João das Regras, conhecido legista que provou, através dos seus discursos, que de todos os candidatos ao trono, eram por igual filhos ilegítimos. Assim sendo, competia aos representantes nacionais a escolha do rei, o qual devia ser o Mestre de Avis, pelas notáveis qualidades que tinha revelado. Este foi aclamado D. João I, Rei de Portugal.

 

 
Ao tomar conhecimento desta decisão, o rei de Castela invadiu de novo Portugal. A 14 de Agosto de 1385, as tropas portuguesas novamente lideradas por D. Nuno Álvares Pereira, derrotam os castelhanos na batalha de Aljubarrota.

Finalmente, para garantir a independência e reforçar o poder de D. João I, os apoiantes do Mestre foram recompensados, ganhando a burguesia grande influência na vida política. A nobreza que apoiou D. Beatriz foi obrigada a fugir para Castela. Finalmente, assina-se um tratado de amizade com a Inglaterra onde os dois países prometiam ajudar-se mutuamente. Este acordo foi reforçado com o casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre.

Para concluir, será importante assinalar a paz com Castela que foi conseguida em 1411.

 

 
 
 
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