A I Guerra
Mundial assola a Europa. Muitos artistas portugueses regressam a
Portugal: Amadeu Sousa Cardoso, Guilherme Santa Rita, Eduardo Viana, são
alguns deles. Outros são refugiados: Sonia e Robert Delaunay.
Amadeu
decide sair do isolamento em Manhufe. Em 1916 faz duas exposições em
Lisboa e Porto. Almada escreve no prefácio da exposição:
"Amadeu
de Sousa Cardoso é o documento conciso da Raça Portuguesa do séc.
XX". É
o modernismo da arte portuguesa. O movimento não pára: nas letras e
nas artes. Portugal está no século XX.
O Povo
completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as
qualidades e todos os defeitos. Coragem Portugueses, só vos faltam as
qualidades.
Em 1918
morrem Amadeu e Santa Rita. Almada decide ir para Paris no ano
seguinte. Não procura os mestres. Mas faz procuras. "Eu gosto de
procurar sozinho para me encontrar com todos"
Vive numa
mansarda na Rue de Notre Dame de Lorette. Para viver trabalha como
dançarino de salão, bailarino numa boite, empregado de fábrica.
Regressa a
Lisboa em 1920. Dedica-se essencialmente ao desenho. Faz capas de
livros, cartazes, desenhos humorísticos. Escreve textos. Sempre a
multiplicidade.
O café A
Brasileira é o ponto de encontro de artistas. Possui um espaço que
destina aos quadros de artistas. Em 1925 é a vez de Almada. Dois
painéis são expostos. Num deles o auto-retrato, entre amigos.
Em 1927 vai
para Madrid. Colabora em várias publicações espanholas, Cronica, La
Farsa entre outras. Escreve El Uno, tragédia de la Unidad - obra
composta de duas peças que dedica à pintora Sarah Afonso. Há-de vir
a ser sua mulher.
Ainda em
Espanha colabora com arquitectos. Faz murais na Cidade Universitária
de Madrid, nos cinemas Barceló e San Carlos e no Teatro Muñoz Seca.
Estas duas últimas obras hão-de desaparecer durante a guerra.
Em Espanha,
prenúncios de agitação. Melhor será regressar à Pátria.