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O Convento ou Basílica de
Mafra
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Basílica de Mafra
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Convento ou
Basílica de Mafra
Localização : Lisboa, Mafra, Mafra
no Terreiro de D. João V
Este monumental palácio e convento barroco
domina a pequena vila de Mafra. Foi mandado construir por D. João V, em consequência de
um voto que o jovem rei fizera se a rainha D. Mariana da Áustria lhe desse
descendência. ( Assunto tratado em forma de ficção no famoso livro de Saramago - O
Convento ).
O nascimento da princesa
D. Maria Bárbara,
determinou o cumprimento da promessa. Os trabalhos começaram em 1717 com um modesto
projecto para albergar 13 frades franciscanos ( arrábidos ), mas o dinheiro do Brasil
começou a entrar nos cofres, pelo que D. João V e o seu arquitecto, Johann Friedrich
Lwdwig (1670-1752) que estudara na Itália, iniciaram planos mais ambiciosos não se
poupando a despesas.
A construção chegou a ocupar cerca de
50.000 trabalhadores e o projecto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real e
uma das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras
exóticas e incontáveis obras de Arte. Com os seus cerca de 40.000 metros quadrados, é
maior edifício de Portugal.
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Biblioteca de Mafra
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- A magnifica Basílica, que
impressiona pelo seu sofisticado e perfeito acabamento
( Como se poderia acabar assim, sem
máquinas naquela época ? ), foi consagrada no 41º
aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730,
com festividades que duraram oito dias. O palácio nunca foi um local
favorito da família real, excepto para os que gostavam de caçar na tapada.
As melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para
onde partiu a família real quando das invasões francesas em 1807.
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- O Mosteiro foi abandonado em 1834,
após a dissolução das ordens religiosas, e dali também saiu
D. Manuel II, para o
exílio em Inglaterra. O maior tesouro de Mafra é a Biblioteca com o chão em mármore,
estantes rococó e uma colecção de 40.000 livros
com encadernações em couro, gravadas a
ouro, incluindo uma primeira edição dos Lusíadas impresso
em 1572.
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- Os trabalhos começaram a
17 de Novembro de
1717 com um modesto projecto para
abrigar 13
frades
franciscanos, mas o dinheiro do ouro do
Brasil começou a entrar nos cofres, pelo
que D. João V e o seu arquitecto,
Johann Friedrich Ludwig que estudara na
Itália, iniciaram planos mais ambiciosos.
O palácio só era popular para os membros da
família real, que gostavam de caçar na tapada. Como já se disse, as
melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde
partiu a família real quando das
invasões francesas, em
1807. Desconhece-se, no entanto, o
destino da maior parte desse património, visto que não constam eO
mosteiro foi abandonado em
1834, após a dissolução das
ordens religiosas. Durante os últimos
reinados da
Dinastia de Bragança, o Palácio foi
utilizado como residência de caça e dele saiu também em 5 de Outubro de
1910 o último rei
D. Manuel II para a praia da Ericeira,
onde o seu
iate real o conduziu para o
exílio.
No palácio pode-se visitar, a
farmácia, com belos potes para
medicamentos e alguns instrumentos
cirúrgicos, o
hospital, com dezasseis cubículos
privados de onde os pacientes podiam ver e ouvir missa na
capela adjacente, sem saírem das suas
camas. No andar de cima, as sumptuosas salas do palácio estendem-se a todo
o comprimento da fachada
ocidental, com os aposentos do rei numa
extremidade e os da rainha na outra, a 232 m de distância.
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Mafra - Escadaria
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- Ao centro, a imponente fachada é
valorizada pelas torres da basílica coberta com uma
cúpula. O interior é forrado a mármore e
equipado com seis
orgãos do princípio do
século XIX, com um repertório
exclusivo que não pode ser tocado em mais nenhum local do mundo.
O átrio da basílica é decorado por belas
esculturas da Escola de Mafra, criada por
D. José I em
1754, foram muitos os artistas
portugueses e estrangeiros que aí estudaram sob a orientação do escultor
italiano
Alessandro Giusti. A sala de caça exibe
troféus de caça e cabeças de javalis.
O Palácio possui ainda dois
carrilhões, mandados fabricar em
Antuérpia por
D. João V, com um total de 92 sinos
que pesam mais de 200 mil quilos e são considerados dos maiores e
melhores do mundo.
Contudo o maior
tesouro de Mafra é a
biblioteca, com chão em
mármore, estantes
rococó e uma colecção de mais de 40
000 livros com encadernações em couro gravadas a
ouro, incluindo uma segunda edição de
Os Lusíadas de
Luís de Camões.
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Mafra -
Fachada principal
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Cronologia
- 1712 - Deliberação de D. João V
no sentido de se edificar um convento de religiosos da província da Arrábida, no local
denominado Alto da Vela;
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- 1713 - Aquisição dos terrenos;
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- 1717 - Lançamento da 1ª pedra do
edifício, a 17 de Novembro, o qual tinha visto o seu programa alterado (sendo
sucessivamente aumentado o nº de religiosos que albergaria, acrescentando-se uma área de
residência régia e uma zona hospitalar) e obedecia a um projecto do Arq. João Frederico
Ludovice;
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- 1728 - Conclusão da basílica (à
excepção do zimbório), quanto à obra fundamental de arquitectura, lançamento dos
alicerces do convento que se destinava então a acolher 300 religiosos;
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- 1729 - Trabalhavam no estaleiro de
Mafra 47.836 operários;
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- 1730 - Realização, em Antuérpia,
dos carrilhões da basílica (57 sinos para cada uma das torres), por Nicolau Lepache e
Guilherme Withlockx;
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- 1730 - Sagração da basílica, a 21
de Outubro, os trabalhos prosseguem num ritmo mais lento e sob a direcção do Arq.
Custódio Vieira (c. 1690 - 1744);
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- 1731 / 1733 - Realização em
Itália da componente escultórica da basílica (estátuas destinadas à fachada, galilé
e a todas as capelas do interior);
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- 1734 -Inauguração do refeitório
conventual;
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- 1735 - Conclusão de importantes
detalhes do zimbório da basílica, sendo a obra exterior do convento também dada por
concluída;
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- 1744 - São considerados concluídos
os trabalhos do complexo arquitectónico de Mafra, ainda que muitos pormenores se
encontrem por realizar, o convento é então habitado por 342 religiosos, 203 sacerdotes,
45 coristas, 10 noviços, 60 leigos e 24 donatos;
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- 1750 - Celebração das exéquias
fúnebres de D. João V na basílica; 1754 - celebração das exéquias fúnebres da
rainha D. Mariana de Áustria na basílica;
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- 1755 - Conclusão do retábulo dos
Santos Bispos, pelo escultor italiano activo em Portugal Alessandro Giusti (1715 - 1799);
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- 1765 - Uma descarga eléctrica
atinge o zimbório destruindo as colunas de mármore do interior;
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- 1770 - Breve pontifício
determinando a ocupação do convento de Mafra por uma comunidade de cónegos regrantes de
Santo Agostinho;
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- 1771 - Os religiosos arrábidos são
obrigados a abandonar o convento, o qual passa a ser ocupado pelos cónegos regrantes de
Santo Agostinho, que aí assegurarão o funcionamento de um colégio, sob a supervisão do
Cardeal da Cunha e que encomendarão ao Arq. Manuel Caetano de Sousa (1742 - 1802) a
conclusão da obra da biblioteca;
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- 1772 - Chegam ao denominado Colégio
Real de Mafra 54 alunos;
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- 1772 - Cerimónia de inauguração
do colégio; 1792 - por determinação de D. Maria I, os agostinhos abandonam Mafra,
regressando os arrábidos ao convento;
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- 1806 / 1807 - O palácio funciona
como residência real principal de D. João VI e D. Carlota Joaquina, registando-se
variadas obras de beneficiação e redecoração dos interiores do palácio;
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- 1807 - Conclusão da reconstrução
dos 6 órgãos da basílica;
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- 1807 - Tem lugar na basílica o
baptismo da infanta D. Ana de Jesus Maria, filha de D. João VI;
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- 1808 - Instalação, em parte do
edifício, uma pequena fracção do exército aliado inglês;
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- 1820 - Encerramento do Real Colégio
de Mafra, a comunidade arrábida não ultrapassava os 40 religiosos;
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- 1828 - Retira-se do edifício a
fracção do exército inglês aí instalada desde 1808;
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- 1833 - Fuga da comunidade religiosa,
constatando a aproximação das tropas liberais;
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- 1834 - Com a expulsão das ordens
religiosas, o convento de Mafra é incorporado na Fazenda Nacional;
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- 1835 - A basílica funciona como
igreja paroquial da vila;
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- 1841 - Á excepção dos
compartimentos do palácio, da Sala dos Actos, refeitório, cozinha e botica dos
religiosos, o edifício de Mafra fica à disposição do Ministério da Guerra (para
aproveitamento conforme sua vontade);
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- 1848 - O Real Colégio Militar é
transferido de Carnide para o edifício de Mafra;
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- 1859 - O Real Colégio Militar deixa
Mafra;
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- 1868 - Depois de apeada é conduzida
para o real Museu de Belas-Artes de Lisboa, a grade de ferro da entrada da capela-mor da
basílica;
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- 1870 - O Real Colégio Militar
abandona Mafra.
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Mafra
- Carrilhões |
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Utilização
Inicial : Devocional / Cultual / Residencial / Assistencial
Época de Construção : Séc. XVIII
Arquitecto/Construtor : Arq.
João
Frederico Ludovice (c. 1670 - 1752)
Tipologia : Arquitectura religiosa e
civil, barroca joanina. Reconhece-se a influência de modelos italianos que marcam
genericamente as edificações do denominado barroco joanino.
Características Particulares : O
monumento de Mafra constitui-se como um exemplo da articulação harmoniosa de 3
componentes funcionais distintas - residência real, área conventual e respectiva igreja,
área assistencial - que raramente se encontra mas cuja principal referência é o
complexo de São Lourenço do Escorial (Espanha).
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Condensado da DGMN e
Dicionário de História de Portugal-Joel Serrão
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