Países Lusófonos - Macau

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Templo de A-Má.

 

Antes da chegada dos portugueses

Através de estudos arqueológicos, foram descobertos muitos artefactos que indicam que os chineses já se tinham estabelecido em Macau entre quatro e seis mil anos atrás e em há cinco mil anos atrás.

Durante a Dinastia Ming, muitos pescadores oriundos de Cantão e de Fujian estabeleceram-se em Macau e foram eles que construíram o famoso Templo de A-Má. Uma das maiores e mais importantes povoações chinesas localizava-se em Mong-Há. Pensa-se que o templo mais antigo de Macau, o Templo de Kun Iam , localizava-se precisamente nesta região do Norte de Macau.

 
 
 

Jorge Álvares

 

Os primeiros tempos da colónia portuguesa (séc. XVI)

Macau, mesmo naquela altura já povoada por um número considerável de chineses (na sua maioria pescadores), só floresceu com a chegada dos portugueses. Eles estabeleceram-se em Macau entre 1553 e 1554, sob o pretexto de secar a sua carga. O primeiro português a chegar ao Sudeste da China foi Jorge Álvares, em 1513. A esta visita seguiu-se o estabelecimento ilegal e temporário na área de inúmeros comerciantes portugueses construindo edifícios de apoio. A eles ainda não tinha sido dada permissão para permanecer em Macau.

Em 1557, as autoridades chinesas deram finalmente autorização para os portugueses se estabelecerem em Macau, concedendo-lhes um considerável grau de auto-governação. Contudo, elas defendiam que Macau era parte integrante do Império Celeste, motivo pelo qual os portugueses foram obrigados a pagar aluguer e certos impostos às autoridades chinesas, desde de 1573. Esta é uma das versões mais aceites sobre o estabelecimento dos portugueses em Macau.

Para supervisionar o estabelecimento português em Macau, nomeadamente no que diz respeito à recolha de impostos, as autoridades chinesas de Cantão enviavam um grupo de funcionários chineses, os mandarins, e estes exerciam uma grande influência na administração de Macau.

 
 

 

Porto importante de comércio

O estabelecimento comercial português tinha um valor imenso, especialmente quando as autoridades da China proibiram o comércio directo com o Japão por mais de cem anos, ao mesmo tempo os portugueses ganharam o monopólio do comércio entre a China, o Japão e a Europa. Nestas circunstâncias, Macau tornou-se num porto importante de comércio entre estas 3 regiões

Assim nasceu Macau, o primeiro entreposto comercial europeu (depois cultural e religioso) entre o Ocidente e o Oriente. O seu nome parece ter origem no nome do templo da deusa A-Má; Amagau (Baía de A-Má), Amacao, Macao e, por fim, Macau.

Catolicismo

Para além de ser um entreposto comercial, Macau desempenhou também um papel activo e fulcral na disseminação do Catolicismo, ao tornar-se num importante ponto de formação e de partida de missionários católicos para os diferentes países do Extremo Oriente, principalmente para a China. Por este motivo, o Papa Gregório XIII criou, em 1576, a Diocese de Macau, com sede obviamente em Macau. Estes missionários desempenharam também um papel importante no intercâmbio cultural, científico e artístico entre a China e o Ocidente, e no desenvolvimento da cultura e da educação de Macau.

O Leal Senado

Em 1583, foi criada o Leal Senado, a sede e o símbolo do poder e do governo local, pelos moradores portugueses, mais precisamente pelos comerciantes, de Macau. Este organismo político, considerado como a primeira câmara municipal de Macau, foi fundada com o objectivo de proteger o comércio controlado por Macau, de estabelecer ordem e segurança para esta cidade e de resolver os assuntos e problemas quotidianos. Apesar de a partir de 1623 Macau passar a ter um Governador português, o Leal Senado, até à primeira metade do século XIX, continuou a manter uma grande autonomia e a exercer um papel fundamental na administração da cidade.

Ataques dos holandeses

Macau foi atacada pelos holandeses (inimigos de Espanha e simultaneamente inimigos de Portugal) no dia 22 de Junho de 1622, por oitocentos soldados que desembarcaram na praia de Cacilhas. Após dois dias de combate, no dia 24 de Junho, a guarnição militar de Macau (composta por aproximadamente 200 soldados e por algumas fortalezas, nomeadamente a Fortaleza do Monte e a Fortaleza da Guia) derrotou as forças invasoras. Segundo os registos portugueses, morreram algumas dezenas de portugueses e cerca de 350 holandeses. Para Macau, desprevenida, a vitória foi considerada um milagre.

 

 

Do século XVII ao XVIII

Após esta tentativa de invasão holandesa, o Governo de Lisboa, a partir de 1623, passou a enviar um Governador português para Macau. Antes da sua chegada, esta pequena cidade era administrada e governada directamente pelo Leal Senado, a primeira câmara municipal de Macau. A pequena guarnição militar de Macau foi também reforçada. Mas, mesmo assim, o poder local, residido no Leal Senado, continuou a manter uma grande autonomia relativamente ao poder central metropolitano de Lisboa, representado em Macau pelo Governador, e continuou a exercer um papel fundamental na administração da Cidade.

De todas as colónias e territórios que o império português teve ao longo da história, Macau foi a única a ter sempre a bandeira portuguesa içada, mesmo durante a ocupação filipina em Portugal (1580-1640). Por isso D. João IV, Rei de Portugal, recompensou este acto de confiança e lealdade gratificando Macau, em 1654, com o título de Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal.

 


Farol da Guia
Em Macau, foi construído o primeiro farol do mar do Sul da China, o farol da Guia, situado no monte da Guia (a colina mais elevada da península de Macau). Entrou em funcionamento em 1865.

A importância do porto de Macau foi muito reduzida na Primeira Guerra de Ópio em 1841 quando Hong Kong se tornou no porto ocidental mais importante na China.

Portugal, vindo a já evidenciada fraqueza do Império Chinês e crescente influência (e ameaça ao equilíbrio da região) britânica, começou a preocupar-se finalmente no reforço da soberania portuguesa em Macau, na definição das estruturas político-administrativas da Cidade e no ingresso de Macau na organização administrativa ultramarina portuguesa.

 
 

 Este desejo português de prevenir que Macau caia nas mãos de outras potências europeias foi concretizado no dia 20 de Setembro de 1844, com a promulgação de um Decreto real assinado pela Rainha D. Maria II. Este documento definia que o Governador era o principal órgão político-administrativo da Cidade e não o Leal Senado.

Após este decreto, sucederam-se uma série de acontecimentos: os portugueses radicados deixaram de pagar impostos aos chineses e o aluguer de Macau; Portugal declarou a cidade como um porto franco em 1845; o Governador João Ferreira do Amaral abalou definitivamente o poder dos mandarins sobre Macau; e, finalmente, em 1849, aboliu o Ho-pu, culminando o processo do reforço da soberania portuguesa.

Na primeira metade do século XIX, os portugueses ocuparam a parte Norte de Macau (naquela altura ocupada pelos chineses) e expandiram também o seu domínio para a ilha de Taipa em 1851 e a ilha de Coloane em 1864. Eles começaram também a expandir a sua influência às ilhas vizinhas Lapa, Dom João e Montanha.

Durante a segunda metade do século XIX, o Governo Imperial Chinês da Dinastia Qing tornou-se ainda mais vulnerável e mais submetido à influência das principais potências europeias. Aproveitando-se desta situação, em 1887, Portugal diligenciou junto do Governo Chinês a assinatura do "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português", o qual reconhece e legitima a ocupação perpétua de Macau e das suas dependências pelos portugueses.

 
   

O Clima

No que respeita ao clima,, Macau está na área das monções e o seu clima é considerado subtropical húmido, sendo considerado temperado e chuvoso no Verão, a estação de ano mais longa de Macau. Nesta estação de ano, isto é, entre Maio e Outubro, são frequentes as chuvas intensas, as trovoadas e os tufões (as tempestades tropicais), bem como os elevados valores da precipitação e da temperatura. Quando está hasteado o sinal nº 8 do Código local de Tempestades Tropicais, são interrompidas as ligações marítimas e aéreas com o exterior. A última vez que tal ocorreu foi a 19 de Abril de 2008, na passagem do tufão Neoguri (, em coreano a ciclone tropical e sua aproximação de Macau.

A época mais agradável do ano é o Outono, que começa em Outubro, altura em que o Interior da China começa a arrefecer. Nesta época, o clima é quase sempre ameno e o céu limpo. Mas, infelizmente, esta estação é muito curta e acaba no mês de Dezembro, altura em que, nalgumas vezes, as massas de ar frio vindas do Interior da China (norte de Macau) atingem Macau, arrefecendo a sua temperatura

Demografia

Em 2007, a população de Macau contava com cerca de 538 mil habitantes e é a cidade com maior densidade populacional (18.811 habitantes por km²) do mundo.

Em 2006, cerca de 93,9% da população era de nacionalidade chinesa, sendo a maioria dos restantes (6,1%) de nacionalidade portuguesa (1,7%) e de nacionalidade filipina (2%) . Relativamente à origem da população residente, em 2006, cerca de 94,3% tem uma ascendência somente chinesa e 5,7% de outras ascendências. Nesta última categoria, incluem-se os residentes com uma ascendência chinesa e portuguesa (0,8%); com uma ascendência chinesa, portuguesa e outra (0,1%); com uma ascendência portuguesa (0,6%); e com uma ascendência portuguesa e outra (0,1%).

 

 

 

O Centro Histórico de Macau” 

“O Centro Histórico de Macau” constitui uma representação ainda existente do povoado histórico que marcou os primórdios da cidade, envolvendo legados arquitectónicos entrelaçados no tecido urbano original da mesma, que inclui ruas e praças, tais como o Largo da Barra, o Largo do Lilau, o Largo de Santo Agostinho, o Largo do Senado, o Largo da Sé, o Largo de S. Domingos, o Largo da Companhia de Jesus e o Largo de Camões.




Cerimónia da transferência de soberania, 20 de Dezembro de 1999


Ruínas de S. Paulo

Estas praças principais e ambientes urbanos estabelecem a ligação entre uma sucessão de mais de vinte monumentos, que incluem o Templo de A-Má, o Quartel dos Mouros, a Casa do Mandarim, a Igreja de S. Lourenço, a Igreja e Seminário de S. José, o Teatro D. Pedro V, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, a Igreja de Santo Agostinho, o Edifício do Leal Senado, o Templo de Sam Kai Vui Kun.,

A Santa Casa da Misericórdia, a Igreja da Sé, a Casa de Lou Kau, a Igreja de S. Domingos, as Ruínas de S. Paulo, o Templo de Na Tcha, a Secção das Antigas Muralhas de Defesa, a Fortaleza do Monte, a Igreja de Santo António, a Casa Garden, o Cemitério Protestante e a Fortaleza da Guia (incluindo a Capela e Farol da Guia), sendo conhecidos no seu conjunto como “O Centro Histórico de Macau”.

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