A Grande Guerra -
Portugal
na 1ª Guerra Mundial
Veja este site também em
http://es.geocities.com/atoleiros
|
-
-
|
-
- ..."Nós somos
soldados. É uma grande irmandade, que junta à camaradagem das canções populares, o
sentimento de solidariedade e uma lealdade deses-perada de uns para os outros, de homens
condenados a morrer"...
- Erich Maria Remarque
-
- A Oeste Nada de Novo
|
Aníbal
Augusto Milhais |
-
- Aníbal Augusto Milhais " O Milhões"
-
- Ficou conhecido como «o soldado
Milhões»- ,na 1ª Guerra
Mundial. Aníbal nasceu em Valongo, concelho de Murça, em Trás-os-Montes. Agricultor
durante toda a vida, com excepção do tempo que fez dele um herói medalhado e celebrado.
-
- Na tropa foi incorporado no
Regimento de Bragança e mais
tarde no do Chaves. Em 1917 «partiu para a frente de combate». Um ano depois, chegava o
«grande momento, o da batalha de La Lys», na Flandres.
-
- O dia preciso: 9 de Abril. Rezam as crónicas que uma força
portuguesa se viu atacada pelos alemães. A nossa força chegou a ser destroçada e a
situação era «a pior possível».
-
- Muitos portugueses foram mortos e os sobreviventes obrigados
a retirar. O soldado Milhais viu-se sozinho numa trincheira e, então, ergueu-se, de
metralhadora Lotz, e varreu uma coluna de alemães que vinham em motocicletas.
-
|
|
-
- E, segundo conta a lenda (ou terá
sido mesmo verdade), terá feito o mesmo às colunas de 'boches' que entretanto surgiram.
Parece que os alemães terão julgado que, em vez de um camponês sozinho, enfrentavam um
fortíssimo regimento de portugueses e ingleses.
-
- O acto isolado deste soldado
permitiu aos aliados tomar posição trinta e tal quilómetros mais atrás. Milhais, esse,
continuou sozinho, a vaguear pelos campos, tendo apenas «amêndoas doces» para comer.
-
- Chegado ao acampamento, Milhais foi
efusivamente abraçado pelo seu comandante ( Ferreira do Amaral ):
-
- «Tu és Milhais, mas vales milhões».
-
- Por
causa desse feito Milhões recebeu a Ordem de Torre e Espada de Valor, Lealdade e Mérito,
em Isberg.
-
|
|
-
1ª
Guerra Mundial ( 1914 - 1918 )
-
- Durante este período, com o começo da 1ª
Guerra Mundial, Portugal proclamou a sua adesão à sua aliança com a Inglaterra (7
de Agosto de 1914) e pediu para entrar nas operações militares contra a Alemanha.
Em 17 de Setembro partiu uma primeira expedição para reforçar as colónias em África,
que lutaram no noroeste de Moçambique, na fronteira com o Tanganica,
e no sudoeste de África, na fronteira com a África Sul-ocidental alemã.
-
- Em Fevereiro de 1916 Portugal apresou os barcos
alemães que estavam nos seus portos , e a Alemanha declarou-lhe guerra ( 9 de
Março ). Um submarino alemão bombardeia a cidade do Funchal na ilha da Madeira em
Dezembro de 1916, o que causou grande emoção em Lisboa.
-
|
1ª Guerra
Mundial - Soldados portugueses treinando-se com as máscaras de gás
(
Fotografia da www.ukans.edu
)
|
-
- Uma expedição portuguesa ( o CEP
)partiu para a frente ocidental em 1917, sob o comando do General Tamagnini de Abreu;
em 9 de Abril de 1918, ficaram debaixo de forte ataque alemão na batalha de
La Lyz. Pelo tratado de Versalhes (1919) Portugal recebeu 0,75 porcento
das indemnizações pagas pelos alemães e o Quionga área de Moçambique capturada
pelas forças portuguesas na África Oriental.
-
- O total de efectivos portugueses enviados
para a França, entre 1917 e 1918, foi de 55.083. Tivemos 2.086 mortos e 5.524
feridos, o custo do baptismo de fogo, que o governo da República insistiu dar
a Portugal para defender o seu Império Colonial.
-
- C.E.P. - Corpo Expedicionário
Português tradução do inglês Portuguese Expeditionary Corps, com que os
ingleses denominaram as forças portuguesas que combateram na Grande Guerra, e que mais
tarde os próprios soldados portugueses denominaram de " Carneiros de
Exportação Portuguesa", pela falta de preparação técnica e ausência de
equipamento militar adequado a essa guerra moderna.
-
|
-
- A Batalha de La Lyz
- Foi na madrugada de 9 de Abril
de 1918 que o fogo dos bombardeamentos alemães (sob o comando do general Ludendorff)
inundou a terra e cobriu os céus de pesadas nuvens negras, onde os homens se submergiam,
mortos ou feridos, na lama espessa. Foi a célebre Batalha de La Lys, que deixou um
saldo aterrador no o sector português: dos 7500 homens destroçados, mais de mil caíram
mortos.
-
- A participação portuguesa na
guerra de 14-18 (que se repartiria entre França, Angola e Moçambique) foi na altura,
tema de batalhas verbais, entre os partidários de Afonso Costa, no Poder, e as alas da
direita republicana, monárquica e clerical, avessas a uma intervenção no conflito.
O primeiro contingente do CEP partiria a 26 de
Janeiro de 1917 em direcção à Flandres francesa, mas os episódios dramáticos da
presença portuguesa culminariam com a tragédia de 9 de Abril de 1918. Num só dia morreu
metade do total dos portugueses caídos em França.
- O golpe militar de 5 de Dezembro de
1917, em Lisboa, protagonizado por Sidónio Pais, parece ter sido a machadada final numa
moral beligerante desde sempre frágil. O CEP ficaria entregue à má sorte, por um novo
poder a braços com uma inflação nunca vista, falta de alimentos, pestes e a
contestação cada vez mais forte de uma guerra distante.
-
- Embora as romagens anuais efectuadas
ao túmulo do Soldado Desconhecido pretendam homenagear «todos quantos lutaram por
Portugal, independentemente de qualquer época ou lugar», nunca poderão compensar o
"crime" de se ter enviado para a morte, em 1917, milhares de portugueses, que
não tinham preparação militar adequada, nem meios materiais e equipamento para uma
guerra moderna.
-
- Nota - Aquilo que os portugueses
denominaram de Batalha de La Lyz, foi realmente o primeiro dia da Ofensiva de La Lyz do
general Ludendorff, denominada Operação Georgette lançada pelo Sexto Exército Alemão
contra a segunda divisão do CEP. Só nesse dia tivemos 7.425 baixas entre oficiais e
soldados.
-
- A 2.ª Divisão
portuguesa, comandada pelo general Gomes da Costa, com um efectivo
aproximado de 20.000 homens, perde cerca de 300 oficiais e 7.000 praças,
entre mortos, feridos e prisioneiros, ao tentar resistir ao embate de
quatro divisões alemãs, com 50.000 homens do 6.º Exército alemão,
comandado pelo general von Quast.
-
- Lutando com bravura, os
soldados desconhecidos de La Lys expiaram culpas dos governantes da República,
que arrastaram o país para um conflito no qual as forças humanas e
tecnológicas em jogo eram muito superiores às capacidades de resposta
nacional.
-
-
|
O único soldado
português sobrevivente dessa batalha, e ainda vivo, é João Maria
Hermano Batista, que nasceu em 1 de Maio de 1895 e que tem
actualmente 107 anos. Ferido numa perna nessa sangrenta batalha, foi
feito prisioneiro pelos alemães. Promovido a sargento quando regressou
a Portugal, foi condecorado com a Legião de Honra pelo governo
Francês.
|
|
-
-
-
|
Nas trincheiras, reinou sobretudo
o desânimo
-
|