Figuras da 1ª República

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Manuel de Arriaga     (n.1840 m.1917)

Foi durante o perído em que estudava na Universidade de Coimbra para se "formar em leis", no contacto com outros estudantes e professores e na leitura de outras formas de pensamento, que aderiu ao ideário republicano. Em 1882 fôra deputado da maioria republicana. 

Foi membro do directório do Partido Republicano depois de 31 de Dezembro de 1891. Mais tarde o governo provisório nomeia-o Procurador-Geral da República. Tomou posse como reitor da Universidade de Coimbra a 17 de Outubro de 1910. Em Agosto de 1911, já com 71 anos, é eleito Presidente da República. 

Governou durante um período conturbado, marcado por agitação social e movimentos monárquicos.

 

 

 Manuel Teixeira Gomes ( 1860 - 1941 )

A sua vida política ao serviço da República começa em 1911 e prolonga-se até 1918, no difícil cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros em Londres. Quando Sidónio Pais ocupa a Presidência, chama-o a Portugal e demite-o do cargo em 1918. É de Paris que Afonso Costa sugere a candidatura de Teixeira Gomes que foi eleito em Agosto de 1923. 

Resignou ao cargo no mesmo ano, aos 65 anos, e parte para a Argélia, onde vem a falecer. A sua acção não se limitou à política tendo colaborado em diversas revistas e jornais entre as quais a Seara Nova. Publicou algumas obras como por exemplo Inventário de Junho, Agosto azul e Gente Singular.

 

 

 

 

 

Bernardino Machado ( 1851 - 1944 )

Matriculou-se nos cursos de Matemática e Filosofia na Universidade de Coimbra, tendo-se doutorado com apenas 28 anos nessas duas especialidades. Foi deputado do Partido Regenerador entre 1882 e 1886 e par do Reino em 1890. Foi também ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria no decorrer do ano de 1893. 

Teve uma acção de destaque na reforma do Ensino Profissional e distinguiu-se no sector agícola, comercial e industrial. Ingressou no partido Republicano em 1903. Implantada a República, na qual não participa directamente, será no Governo Provisório ministro dos Negócios Estrangeiros onde teve um papel de relevo no reconhecimento do novo regime por parte dos países estrangeiros.

Foi primeiro ministro em 1913 num período de agitação política. Vem a ser eleito Presidente da República em 1915. Durante a I Guerra Mundial defende a participação de Portugal no conflito. Em Dezembro de 1917, através do movimento revolucionário de Sidónio Pais é demitido juntamente com o Governo. Foi eleito para um segundo mandato de curta duração,desde Dezembro de 1925 até ao eclodir do movimento de 28 de Maio de 1926. Escreveu A Agricultura em 1899.

 

 

 

 

Sidónio Pais ( 1872 - 1918 )

Após o 5 de Outubro de 1910 é senador , fazendo parte do Ministério de Manuel de Arriaga. Em 1912 está em Berlim como ministro dos Negócios Estrangeiros, regressando em 1916. Em 1917 lidera um movimento revolucionário para derrubar o Governo de Afonso Costa que depois de regressar do estrangeiro é preso no Porto e mais tarde exilado. 

Sidónio demite o Presidente Bernardino Machado e toma conta do poder. Sidónio Pais faz-se eleger Presidente da República por sufrágio universal em Abril de 1918 à revelia da Constituição de 1911. Instaura uma ditadura, em que vários jornais monárquicos, republicanos, socialistas, católicos, anarquistas ou independentes foram suspensos. 

O historiador António Reis considera o Sidonismo como uma " mescla de poder pessoal, repressão e perseguição política, confusão administrativa e medidas dogmáticas com um único objectivo: recuo e progressiva anulação da participação de Portugal na Guerra e construção de uma nova ordem institucional, a chamada "República Nova" alicercada na mística do chefe, em antecipação das experiências fascistas que irromperam na Europa dos anos 20".

 Foi alvo de dois atentados, um em 5 de Dezembro de 1918 e outro em 14 de Dezembro do mesmo ano que seria de consequências fatais.

 

 

 

 

 

Teófilo Braga ( 1843 - 1924)

Apesar de ter iniciado os seus estudos universitários em Teologia, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Foi escolhido para presidir ao I Governo Provisório saído do 5 de Outubro de 1910 até à eleição de Manuel de Arriaga, tendo depois, por deliberação do Congresso, exercido o mandato de 29 de Maio a 5 de Outubro de 1911. 

Foi seduzido pelas ideias positivistas de Comte, as quais defendeu. A sua produção literária ligada à investigação histórica é vasta ,entre as quais História da Poesia Popular Portuguesa, História do Teatro Português . No campo doutrinário escreveu História das Ideias Republicanas em Portugal. 

Uma das mais polémicas do ponto de vista científica foi História do Romantismo em Portugal . Ainda considerada obra de valor é História da Universidade de Coimbra.

 

 

António José de Almeida ( 1826 - 1929 )

Estudou Medicina na Universidade de Coimbra. Liga-se desde muito novo ao ideário republicano, o que lhe vai trazer bastantes constrangimentos, tendo inclusivamente problemas a nível universitário. Opõe-se frenéticamente ao conservadorismo, acabando por ser julgado e condenado, num processo em que foi defendido por Manuel de Arriaga.

 Exerce a profissão de médico em S.Tomé, Angola e Paris, mas ao regressar a Portugal vai dedicar-se inteiramente à vida política, entrando para a Câmara dos Deputados. É preso de novo em Janeiro de 1908 após uma tentativa de revolução falhada e quatro dias volvidos dão-se os assassinatos de D.Carlos e do príncipe herdeiro.

Vai ser ministro do Interior no primeiro Governo provisório procedendo à reforma da instrução primária e do ensino universitário. Defende a entrada de Portugal na primeira Guerra Mundial se a Inglaterra assim o desejasse. Em 1916/17 é ministro das Colónias, chegando mesmo a chefiar o Governo. Foi líder do Partido Republicano entre 1912 e 1919 e fundador do Partido Evolucionista. 

É eleito Presidente da República a 5 de Outubro de 1919 e foi o único a cumprir o seu mandato de 4 anos sem interrupções. Com a deposição do Governo liderado por António Granjo, pretende resignar ao seu mandato, mas uma enorme manifestação demove-o e ele acaba por ficar. Autor do panfleto Desforra, manteve também um artigo no folheto Ultimatum.. Foi o fundador dos jornais O Raio e a República e colaborador n'O Mundo.

 

 

João de Canto e Castro ( 1862 - 1934 )

Este Almirante foi deputado em 1908 e ministro da Marinha em 1918, sendo eleito Presidente da República a 16 de Dezembro de 1918, após o assassinato de Sidónio Pais e apesar de Bernardino Machado continuar a ser, à luz da Constituição o legítimo Presidente no exílio. 

Apesar de ser monárquico, Canto e Castro exerceu o seu mandato de forma exemplar, abstraíndo-se da sua formação militar e dos seus ideais monárquicos. Num ambiente de tensão e instabilidade socio-política. Surgem várias tentativas de insurreição, chegando-se mesmo a proclamar a monarquia nalguns locais, como o caso do Porto, que ficou conhecido por Monárquico do Porto ou de uma forma depreciativa por Traulitária

Com a visita do Presidente do Brasil a Portugal é António José de Almeida que o vai receber, acto este que o retirou da sombra e o impulsiona de forma decisiva para suceder a Canto e Castro nos destinos do país.

 

 

Condensado do Site sobre o 25 de Abril da Universidade de Coimbra.

 
 
 
 
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