A Egitânia ( Idanha-a-Velha )

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Conhecida pela sua beleza natural e pelos vestígios históricos que encerra, a aldeia de Idanha-a-Velha localiza-se a 15 quilómetros de Idanha-a-Nova (sede do concelho), no Distrito de Castelo Branco, Província da Beira Baixa.
 
Idanha-a-Velha surge dentro de uma larga curva do Rio Ponsul. No mesmo lugar, existiu em tempos uma cidade romana (século I a.C.) chamada "Civitas Igaeditanorum". No período visigótico chamou-se "Egitânia", foi depois a "Exitânia" dos muçulmanos e por fim Idanha.
 
Encontram-se na sua área documentos do paleolítico, da cultura megalítica e castreja, seguindo-se a romanização. Mais tarde passou a ser Diocese sueva e a seguir sofreu a destruição muçulmana.

Veio a reconquista e a sua doação aos Templários. Em 1510, Manuel I mandou restaurar a antiga Sé que se encontrava em parte por terra. Da época romana ainda existe uma parte das muralhas, uma torre semicilíndrica e uma grande porta que estava soterrada.

 Diz-se que Idanha -a Velha foi a terra de nascimento do rei visigótico Wamba, e foi bispado até 1199. Pode ver-se o pelourinho e a igreja Matriz, renascentista. Perto pode ver-se a torre dos Templários.

 

 

Designação : A chamada Catedral e a ponte sobre o rio Ponsul / Estação Arqueológica de Idanha-a-Velha ( Egitânia ) *1

Localização : Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha

Acesso : R. da Sé, R. do Castelo, Lg. da Igreja / entre Alcafozes e Medelim, na EN332 ( ponte )

Protecção : IIP, Dec. nº 40 684, DG 146 de 13 Julho 1956

Enquadramento : Urbano e rural. Povoação fortificada situada na margem direita do rio Ponsul *2, implantando-se nas terras baixas a S. de Monsanto. A Catedral situa-se intramuros junto à Porta S. da muralha. A ponte situa-se extramuros, com acesso através da Porta E..

 
 

 
 
Descrição : Catedral - Planta rectangular com 2 eixos ortogonais, composta por rectângulo principal ao qual se justapõem ao lado maior 2 rectângulos e 1 quadrado. Cobertura diferenciada a 2 águas na nave central e a 1 água nas naves laterais. Fachada principal orientada a NE. com 2 registos, tendo o 1º porta em arco quebrado e porta de lintel recto e o 2º óculo circular e campanário . 
 
Alçado SO. tem, no 1º registo, 2 portas de lintel recto com as ombreiras almofadadas e, superiormente, janelão em arco pleno. Alçado NO. com porta em arco quebrado e rematada por gablete decorado, no 1º registo e, no superior, 7 frestas em arco pleno. Alçado SE. possui janela de lintel recto entaipada e 2 frestas, integrando o aparelho 2 fustes e inscrição romana.
 
 No 2º registo 5 frestas em arco pleno. Interior de 3 naves, uma das quais truncada. Nave central mais elevada do que as laterais, separadas por arcos formeiros ultrapassados, assentando em colunas e pilastras. As paredes SE. e NE. apresentam arcadas cegas em alvenaria de tijolo e a parede NE. arco pleno. Pavimento lajeado, sendo, na nave central, de madeira. Cobertura de vigamento de madeira. 
 
O baptistério encontra-se situado no exterior, com planta cruciforme, apresentando pequenos tanques adjacentes. Ruínas do hipotético Paço Episcopal situadas no exterior com planta complexa de numerosos compartimentos. Ponte sobre o rio Ponsul, sustentada por 4 arcos plenos, 3 talhamares de perfil triangular, a montante, com tabuleiro rampante com 3 faces e parapeito em cantaria. Pavimento de calçada irregular com faixa central lajeada.
 

 
Cronologia : 
 
Época pré-histórica - povoamento documentado na envolvente; 
 
60 a.C. - hipotética fundação do município por Júlio César; 
 
16 a.C. - existência documentada da povoação romana; 
 
1 - 4 d.C. - referência a Civitas Igaeditanorum; 
 
 

séc. 1 - construção da ponte sobre o Ponsul (F. Almeida) e do Templo de Vénus; 
 
105 - referência aos Igaeditani na inscrição da Ponte de Alcântara; 
 
séc 3 / 4 - muralhamento da povoação; 
 
561, c. - criação do bispado da Egitânia; 
 
585, cerca de - edificação da catedral, do baptistério e do hipotético paço; 
 

586 / 711 - cunhagem de moeda; 
 
séc. 9 / 10 - fontes árabes revelam prosperidade económica; construção da mesquita sobre a catedral visigótica; 
 
séc. 10 - hipotética reconstrução da cerca muralhada; 
1165 - doação a Gualdim Pais, Mestre dos Templários, por D. Afonso Henriques; 
 
1197 - doação a Lopo Fernandes, Mestre dos Templários; 
 
1199 - transferência da sede episcopal para a Guarda; 
 
1229 - concessão de carta de foral por D. Sancho II; doação a Mestre Vicente, Bispo da Guarda; reconversão da muralha;
 
1244 - doação a Martim Martins, Mestre dos Templários;
 
1245 - data provável de construção da Torre de Menagem sobre templo romano;
 
1497 - obras de renovação na antiga Catedral por ordem de D. Manuel; 
 
séc. 16 - a igreja encontrava-se já parcialmente enterrada; correcção da orientação do altar-mor, ( C. Torres, 1992 ); 
 
1510 - concessão de carta de foral; renovação das muralhas; 
 
1593 - abertura da porta S. ( Catedral ); 
 
séc. 16 - edificação da Igreja da Misericórdia; 
 
1624 - autorização de D. Filipe III para António de Mascarenhas armar minas nos muros de Idanha; 
 
1708 - estado de ruína das muralhas *4; 
 
séc. 19 - transformada em cemitério da localidade, perdendo a sua função cultual; 
 
1955 - início da prospecção arqueológica, da responsabilidade de Fernando de Almeida.

 

 
Tipologia : Arquitectura religiosa. Catedral visigótica islâmica e manuelina. Planta rectangular com 2 eixos ortogonais e justaposição de rectângulos e quadrado. Três naves. Portas em arco quebrado, uma delas com gablete; portas de lintel recto, uma delas com ombreiras almofadadas; clerestório com vãos em arco pleno. Arcos formeiros ultrapassados. Baptistério de planta cruciforme. Ponte Romana sustentada por arcos plenos, com talha-mares, tabuleiro de 3 faces e parapeito em cantaria. Muralhas Romanas de traçado ovalado. Torre de menagem Medieval de planta rectangular. Malha urbana de tendência regular.

Caracteristicas Particulares : Catedral: ausência de abside; elevação interna; integração de materiais romanos; desadequação entre colunas, capitéis e arcos; portas desniveladas. Ponte: deformação dos arcos plenos. Torre de menagem assente sobre pódio de templo romano. Existência de ruínas romanas extramuros. Coexistência visível de construções e materiais de diferentes épocas.

Dados Técnicos : Estrutura mista, paredes autoportantes

Materiais : Granito; xisto; mármore; cantaria, alvenaria; aparelho isódomo, almofadado e rusticado; revestimento inexistente; telha "romana"

 
 
 
( Condensado da Informação na Net da DGMN)

 


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