Eça de Queirós
formou-se em Direito em 1866 na Universidade de Coimbra e depois vai para Lisboa. É aqui que o seu pai o
ajuda na sua carreira como advogado. No entanto, o verdadeiro interesse de Eça de Queirós reside na literatura,
e escreve pequenas histórias - irónicas, fantásticas, macabras, e bastante chocantes -- e ensaios, com uma
variedade de temas na Gazeta de Portugal.
Em 1871
associou-se a um grupo de intelectuais rebeldes portugueses inclinados ás
reformas sociais e artísticas conhecida como a Geração dos 70. Eça de Queirós denuncia a literatura
portuguesa contemporânea como hipócrita e com falta de originalidade.
Serviu como Cônsul, primeiro em Havana (1872-74), depois na
Inglaterra -- em Newcastle (1874-79) e em Bristol (1879-88). Durante este tempo escreveu as novelas pelas quais é mais conhecido,
e tentou reformar através da literatura , a vida social em
Portugal, expondo o que ele chamou de escuro e absurdo na ordem social tradicional.
A sua primeira novela,
O Crime do Padre Amaro (1876), descreve os efeitos destrutivos do celibato num padre de fraca
personalidade e os perigos do fanatismo religiosos numa vila provincial portuguesa.
Um pouco de sátira num ideal de paixão romântica - se é paixão
romântica o que se poderá chamar à leviandade da "prima"
Luísa - aparece na sua seguinte novela, O
Primo Basílio (1878).
A sátira cáustica caracteriza a
novela que é considerada a obra prima de Eça de Queirós, Os Maias (1888), um apanhado em detalhe,
da classe média alta e aristocrática da sociedade portuguesa. O tema é a degradação de uma
família tradicional envolvida numa série relações sexuais enredadas entre parentes, e que tentam mostrar a
decadência da sociedade portuguesa daquela altura.
Eça de
Queiroz já tinha tentado este tema, mas de forma mais atrevida e audaz na Tragédia da Rua das Flores, que
ficou cerca de 100 anos na gaveta do esquecimento ( Publicado em 1980 ).
A Relíquia,
o Mandarim, a Ilustre Casa de Ramires, O Conde de Abranhos, A Capital, a sua
tradução das Minas de Salomão - a única tradução no mundo que é melhor que o original - são
outras das muitas obras de Eça de Queiroz. São dignas de leitura, e esclarecedoras da
universalidade do seu espírito, as suas Cartas de Inglaterra, de Paris
e as cartas de Fradique Mendes.
O problema da Irlanda
, o Israelismo , e o Afeganistão eram problemas no século XIX, que Eça relata
com mestria e que continuam a ser problemas no século XXI.