A Religião Católica na História de Portugal

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Da Independência à Restauração
 
1ª - Fase - D. Afonso Henriques encontra hábil colaboração em D. João Peculiar e em D. Telo, que pelas relações amistosas que tiveram com os papas Inocêncio II, Lúcio II e Alexandre III que acabou por conceder  a Portugal a bula "Manifestis Probatum" assegurando a nossa independência. 
 
D. Dinis elabora a Concordata dos 40 Artigos que Nicolau IV aprova em 1289 na bula"Cum olim". D. Pedro I estabelece o Beneplácito Régio nas cortes de Elvas para restringir a publicação sem controlo régio de documentos pontifícios que por vezes não asseguravam a sua veracidade.
 
A vida monástica desenvolve-se muito neste período. Fundamentalmente por questões de Fé, mas também por motivo da colonização de terras e cultura das populações, como no caso da Ordem de Cister. Foram também fermento da obra civilizadora que Portugal havia de realizar no Mundo.
 
Foram grandes centros de cultura Santa Cruz de Coimbra, Alcobaça, Guimarães, S. Vicente de Fora, sendo elas que educaram o povo, adestrando-o até no cultivo das terras.
 
Pela lei orgânica dessas ordens, tornava-se-lhes fácil manter contacto com os maiores centros de cultura europeia, onde possuíam residências para aí darem uma formação especializada aos frades que viriam a ser mestres nos seus mosteiros e conventos nacionais.
 
Merecem especial referência os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho que se estabeleceram em Santa Cruz de Coimbra, a Ordem Franciscana introduzida em Portugal no tempo de D. Afonso II, fundando conventos em Lisboa, Guimarães, Coimbra, etc. A Ordem de São Domingos que teve a sua primeira comunidade em Chelas. A Ordem da Santíssima Trindade que se estabeleceu em Santarém e Lisboa e se consagrou à remissão de cativos. Os Cónegos de Santo Antão.
 
Os Cónegos do Santo Sepulcro, os Carmelitas, os Eremitas de Santo Agostinho, os Eremitas da Serra de Ossa, etc., também se estabeleceram em várias regiões do País, ficando a dever-se-lhes uma actividade muito benéfica.
 
Vivendo-se num tempo de cruzada e de insegurança, aparecem naturalmente ordens em que a cruz e a espada se uniram para, em comum, defenderem a Fé e a tranquilidade dos povos cristãos. Assim aparecem a Ordem de Calatrava, a de Sant'iago, a da Espada e a de Cristo, que é originária e tipicamente portuguesa, substituindo a Ordem dos Templários ou Cavaleiros do Templo que tinha sido suprimida pelo Papa.
 
Ainda hoje os aparelhos da Força Aérea portuguesa,  aviões ou helicópteros, como há cinco séculos o faziam as caravelas das descobertas, têm a Cruz de Cristo nas asas e fuselagens.
 
 
Em 12 de Novembro de 1288, os superiores das principais ordens religiosas portuguesas, solicitaram ao Papa que confirmasse a criação de um Estudo Geral de Ciências e assim D. Dinis instituiu a Universidade e o papa Nicolau IV confirmou-a por bula de 9 de Agosto do mesmo ano.
 
Neste período destacaram-se além de Santo António, brilhante orador, no campo da cultura, Pedro Julião ou Pedro Hispano (depois papa João XXI), médico famoso, autor de várias obras científicas, como as "Summulae Logicales" e o "Thesaurus Pauperum", e Álvaro Pais, que escreveu o " De Planctu Ecclesiae", em que preconizava uma reforma geral da Igreja.
 
Das valiosíssimas obras existentes nas muitas bibliotecas, especialmente de mosteiros, quase todas desaparecidas, ( talvez roubadas e vendidas  a bibliotecas e colecções particulares estrangeiras, durante os períodos históricos de perseguições às ordens religiosas). No entanto ainda conservámos o Livro das Aves e o Comentário do Apocalipse, dois códices iluminados de Lorvão e um velho Testamento de Santa Cruz de Coimbra, todos do século XII.
 

 

 

Mosteiro de Alcobaça
 
Durante a Idade Média, o mosteiro de Alcobaça rivalizou em dimensões e prosperidade com as grandes Abadias Europeias.
 
 
Na arquitectura e na estatuária, o que melhor que se encontra em Portugal é de inspiração religiosa, bastando lembrar as Sés de Braga, Coimbra, ou românico de transição de Alcobaça, e o gótico de Santa Clara de Coimbra e de Leça de Bailio. Na estatuária tivemos mestres notáveis como Diogo Pires o Velho, João de Ruão etc.
 
Na pintura sobressaiu o mestre Nuno Gonçalves, pintura de estatura universal. Entre os santos deste período salientam-se Santo António, as beatas Teresa, Sancha e Mafalda e a rainha  Santa Isabel, aos quais o povo português sempre manifestou muita devoção.
 
( Condensado de Dicionário de História de Portugal de Joel Serrão )
 
 
 

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Painel do Arcebispo no Políptico de S. Vicente, pintura portuguesa do século XV, atribuída a Nuno Gonçalves.
 
Embora não se confirme a história que correu mundo, de que estes painéis estavam a servir de andaimes numas obras do Paço Patriarcal de São Vicente de Fora, em 1882, cabe a Columbano Bordalo Pinheiro, o mérito de os ter descoberto e anunciado para o público esclarecido e conhecedor.
 
 
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Incgeracao.jpg (8925 bytes) Da Independência à Restauração - 2ª Parte

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