Supõe-se que Camões nasceu em Lisboa, de ascendência galega, entre 1524 e 1525.,
quando a expansão portuguesa no Oriente estava no seu auge. A tradição diz que Camões estudou em Coimbra,
mas embora isso nunca tenha podido provar-se, não deixa de ser verdade que pouco poetas Europeus tinham na altura
um conhecimento de cultura clássica e filosófica que se pudesse comparar à de Luís de Camões.
Supõe-se também que serviu como soldado em Ceuta, em
1550, aí perdendo um olho. Em 1552, de regresso a Lisboa, esteve preso durante oito meses por ter ferido, numa rixa,
Gonçalo Borges, um funcionário da corte. Data do ano seguinte a referida
"Carta de Perdão".
Nesse mesmo ano, segue para a Índia. Nos 17 anos seguintes, serviu no Oriente, ora como soldado, ora como funcionário, pensando-se que esteve mesmo em território chinês, onde teria exercido o cargo de provedor dos defuntos e ausentes, a partir de 1558.
Em 1560 estava de novo em Goa, convivendo com algumas das figuras importantes do seu tempo (como o vice-rei
D. Francisco Coutinho ou Garcia de Orta). Em
1567 iniciou o regresso a Lisboa. No ano seguinte, o historiador
Diogo do Couto, amigo do poeta, encontrou-o em Moçambique, onde vivia na penúria; juntamente com outros antigos companheiros, conseguiu o seu regresso a Portugal, onde desembarcou em 1570.
Dois anos depois, D. Sebastião concedeu-lhe uma tença, recompensando os seus serviços no Oriente e o poema épico que entretanto publicara -
Os Lusíadas. Camões
parece que morreu a 10 de Junho de 1580 - ao que se diz, na miséria. No entanto, é difícil distinguir aquilo que é certo, e aquilo que é mito e lenda romântica, criados em torno da sua vida.
Trabalhos Literários
Os trabalhos poéticos de Camões podem ser divididos em três categorias : lírico, épico e dramático
A primeira edição das Rimas de Camões foi publicada em 1595, 15 anos depois
da sua morte. O editor, Fernão Rodrigues Lobo Soropita, teve um imenso cuidado em reunir os poemas dos
manuscritos, mas mesmo assim não pode evitar introduzir alguns poemas apócrifos.
A imensa fama dos épicos de Camões durante o século XVII também ajudaram a lançar as
líricas à fama, e nesse mesmo esforço, não sempre recompensado, foram aparecendo mais poemas. Proeminente
nesta tarefa, mas numa maneira condenada pela crítica moderna, foi Manuel de Faria e Sousa. Mesmo no
século XIX, o Visconde de Juromenha acrescentou a já abundante colecção de poemas líricos,
introduzindo
na sua edição de 1860-69 muitos poemas dos manuscritos, que ainda não estavam estudados.
Como resultado os sonetos aumentaram de 65 na primeira edição para 352 na edição de
Juromenha; o número total de poemas, incluindo sonetos, sextetos, odes, octetos, e as formas portuguesas conhecidas como canções,
redondilhas, motos, esparsas,
e glosas aumentaram de 170 na primeira edição para 593 em 1860.
Com os trabalhos de Wilhelm Storck e Carolina Michaelis de Vasconcelos
nos finais do século XIX e começos do século XX, começou uma reacção
critica que levou a eliminação de muitos poemas apócrifos.
Condensado da informação da Enciclopédia
Britânica