República das Oligarquias
O período que vai de 1894 a 1930 foi
marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao sector agrário. Estes
políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e
Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as
eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da
elite agrária do país. Dominando o poder, estes presidentes implementaram
políticas que beneficiaram o sector agrário do país, principalmente, os
fazendeiros de café do oeste paulista.
Política do Café com Leite
A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São
Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam
o cenário político da República. Saídos das elites mineiras e paulistas, os
presidentes acabavam favorecendo sempre o sector agrícola, principalmente do
café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café com leite sofreu
duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão
neste período.
Se por um lado a política do café com leite privilegiou e favoreceu o
crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro,
acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões
Nordeste, Norte e Centro Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e
tiveram seus problemas sociais agravados
.
Política dos Governadores
Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política
visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores
políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os
candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos
davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do
governo.
O coronelismo
A figura do "coronel" era muito comum
durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do
interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu
poder económico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era
usado o voto de cabresto, onde o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até
mesmo de violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem
nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram
pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos
candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos"
para
conseguir seus objectivos políticos, tais como: compra de votos, votos
fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.
O Convénio de Taubaté
Essa foi uma fórmula encontrada pelo
governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise.
Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o
excedente de café e armazenava. Esperava-se a alta do preço do café e então os
stocks eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal
produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros
de café.
A crise da República Velha e o Golpe de 1930
Em 1930 ocorreriam eleições para
presidência e, de acordo com a política do café com -leite, era a vez de
assumirem político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do
presidente Washington Luís indicou um político paulista,
Júlio Prestes, a
sucessão, rompendo com o café com leite. Descontente, o PRM junta-se com
políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal )
para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de Abril de 1930, deixando descontes
os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados
por
Getúlio Vargas, políticos da Aliança
Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da
República Velha e início da Era Vargas.