O Brasil Moderno - A Indústria

 
 
 
 Inspector BR - 1ª máquina de medição tridimensional brasileira

 

Introdução 

 

Enquanto o Brasil foi colónia de Portugal (1500 a 1822) não houve desenvolvimento industrial no país. A metrópole proibia o estabelecimento de fábricas no território do Brasil, para que se consumissem só os produtos manufacturados portugueses. Mesmo com a chegada da família real (1808) e a Abertura dos Portos às Nações Amigas, o Brasil continuou dependente do exterior, porém, a partir deste momento, dos produtos ingleses.

 

Começo da industrialização 

 

Foi somente no final do século XIX que começou o desenvolvimento industrial no Brasil. Muitos cafeicultores passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a exportação do café, no estabelecimento de indústrias, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fábricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais simples. A mão-de-obra usadas nestas fábricas eram, na maioria, formada por imigrantes italianos.

 
 
 

 

Era Vargas e desenvolvimento industrial 

 

Foi durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) que a indústria brasileira ganhou um grande impulso. Vargas teve como objectivo principal efectivar a industrialização do país, privilegiando as indústrias nacionais, para não deixar o Brasil cair na dependência externa. Com leis voltadas para a regulamentação do mercado de trabalho, medidas proteccionistas e investimentos em infra-estrutura, a indústria nacional cresceu significativamente nas décadas de 1930-40. Porém, este desenvolvimento continuou restrito aos grandes centros urbanos da região sudeste, provocando uma grande disparidade regional.

Durante este período, a indústria também se beneficiou com o final da Segunda Guerra Mundial (1939-45), pois, os países europeus, estavam com suas indústrias arrasadas, necessitando importar produtos industrializados de outros países, entre eles o Brasil.

Com a criação da Petrobrás (1953), ocorreu um grande desenvolvimento das indústrias ligadas à produção de géneros derivados do petróleo (borracha sintética, tintas, plásticos, fertilizantes, etc).

Período JK

 

Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) o desenvolvimento industrial brasileiro ganhou novos rumos e feições. JK abriu a economia para o capital internacional, atraindo indústrias multinacionais. Foi durante este período que ocorreu a instalação de montadoras de veículos internacionais (Ford, General Motors, Volkswagen e Willys) em território brasileiro. 

Últimas décadas do século XX

 

Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Brasil continuou a crescer, embora, em alguns momentos de crise económica, ela tenha estagnado. Actualmente o Brasil possui uma boa base industrial, produzindo diversos produtos como, por exemplo, automóveis, máquinas, roupas, aviões, equipamentos, produtos alimentícios industrializados, electrodomésticos, etc. Apesar disso, a indústria nacional ainda é dependente, em alguns sectores, (informática, por exemplo) de tecnologia externa.

 

A Indústria automóvel no Brasil


Volkswagen

 

A Indústria automobilística instalou-se no em 1956, na cidade de Santa Bárbara do Oeste (São Paulo) com o inicio da fabricação da Romi-Isetta. Ainda em 1956 a Vemag colocou no mercado uma camioneta derivada da família F91, produzida pela DKW, montada no Brasil.

 

Em 1958 passou a disponibilizar sedans e camionetas da família F94 montados sob licença da DKW e com crescentes índices de nacionalização. Também produziu uma versão abrasileirada do jipe Munga e, nos anos 60, encomendou uma carroçaria refinada aos Fissore, da Itália, e a montou sobre a mecânica DKW.

 

Em 1959, no município de São Bernardo do Campo, foi instalada a fábrica da Volkswagen, cujo primeiro modelo produzido foi a Kombi, até hoje produzida lá e que precedeu ao famoso Volkswagen Sedan (mais conhecido no Brasil como Fusca). Entretanto, em Rio Bonito (Estado do Rio de Janeiro), já um pequeno empreendedor chamado Sebastião William Cardoso havia montado um pequeno jipe que chamou de "Tupi", movido a partir de um motor de um gerador eléctrico.

 




Fábrica da Fiat em Betim - 2.800 carros por dia - Um carro em cada 30 segundos !

 

A Chevrolet e a Ford, que eram apenas montadoras de peças importadas, deram os seus primeiros passos com a fabricação de caminhões para, mais tarde, iniciarem a produção de automóveis em 1968. A seguir veio a Fiat - (Fábrica Italiana de Automóveis - Turim) instalou-se em 1976 em Betim.

 

Instalada em Betim (MG), desde 1976, a Fiat Automóveis opera actualmente em três turnos com ritmo de produção diária de, aproximadamente, 2.800 carros. A fábrica Fiat em Betim é a maior instalação da empresa fora de seu país natal, a Itália.

Somadas, estas quatro empresas ganharam o apelido de As Quatro Grandes, que dominaram o mercado brasileiro, até o final da década de 1990; até então as importações eram proibidas.

Vieram outras montadoras e fabricantes as seguiram, como a , Peugeot, , que montaram fábricas no Brasil, enquanto outras marcas iam sendo incorporadas, como a pela Chrysler do Brasil. A Mercedes-Benz, que já fabricava caminhões, estabeleceu em São Bernardo uma fábrica, a Daimler Benz do Brasil, inicialmente fabricante de carroçarias de caminhão e autocarros, inaugurando a sua unidade montadora veicular em 1998, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Diversos foram os fabricantes de automóveis genuinamente brasileiros como Puma Miura, entre outros. Muitos não sobreviveram a reabertura das importações no inicio dos anos 90 e à competição com modelos importados.

 

A fábrica entrou em processo de falência após ter lançado no mercado brasileiro o Gurgel BR-800(o primeiro automóvel genuinamente brasileiro) e posteriormente o Gurgel Spermini, mas o governo federal estendeu a isenção do IPI (antes exclusiva para o modelo nacional) à todos os modelos de veículos existentes no Brasil com menos de 1000 cilindradas e negou um empréstimo já acertado há tempos para a instalação do projecto Delta (que incluía a construção de um complexo industrial para a fabricação do mesmo no estado do CEARÁ), o que não aconteceu, culminando na consequente queda do preço das acções.

Actualmente, o fabricante brasileiro de maior destaque é a Troller, com os veículos e Pantanal. Nos últimos anos ,a indústria automobilística no Brasil têm crescido bastante, atraindo grandes investimentos das principais empresas. .No ano de , a produção automobilística no Brasil cresceu cerca de 14% em relação à , chegando a 3 milhões de veículos, o que torna o país o sexto maior produtor mundial de automóveis.

 

 

 

 

Construção aeronáutica no Brasil - Embraer 190

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    A Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, posição alcançada graças à busca permanente e determinada da plena satisfação de seus clientes.

    Com mais de 39 anos de experiência em projecto, fabricação, comercialização e pós-venda, a Empresa já produziu cerca de 4.995 aviões, que hoje operam em 78 países, nos cinco continentes. A Embraer tem uma base global de clientes e importantes parceiros de renome mundial, o que resulta em uma significativa participação no mercado.

     

    A Embraer foi a maior exportadora brasileira entre os anos de 1999 e 2001, e foi a segunda maior empresa exportadora nos anos de 2002, 2003 e 2004. Actualmente sua força de trabalho totaliza mais de 17.389* empregados, 87,7% baseados no Brasil.

     

    *Número não inclui empregados de suas subsidiárias não-integrais, OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico) em Portugal e HEAI.

     

     

    Tecnologia

     

    A Embraer investe em tecnologia direccionada à implementação de tecnologias de ponta que agregam valor, seja na engenharia, manufactura ou como parte de seus produtos. A assimilação dessas novas tecnologias chegam aos nossos fornecedores brasileiros, além de existir cooperações com instituições académicas e de pesquisa.

     

    O uso intensivo do Centro de Realidade Virtual - CRV, permite o aperfeiçoamento de metodologias de execução rápida de arranjos de peças e componentes em três dimensões, assim como a visualização em tamanho real das aeronaves, incluindo a estrutura de componentes, simulações de fabricação e montagem, e simulações de análises de engenharia

     





    Alcântara - Centro de Lançamento

    Ciência e tecnologia

     

    A produção científica brasileira começou, efectivamente, nas primeiras décadas do século XIX, quando a Família Real Portuguesa, chefiada por Dom João VI, chegou no Rio de Janeiro, fugindo da invasão do exército de Napoleão em Portugal, em 1807.

     

    Até então, o Brasil era uma pobre colónia portuguesa, sem universidades e organizações científicas, em flagrante contraste com as ex-colónias americanas do império espanhol, que apesar de terem uma grande parte da população analfabeta, tinham um número considerável de universidades desde o século XVI.




    Síncroton do Laboratório Nacional de Luz - Campinas-São Paulo
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    Centro de Realidade Virtual (CRV): Inaugurado em Fevereiro de 2000, o Centro de Realidade Virtual é uma moderníssima ferramenta de trabalho que permite reduzir o tempo de desenvolvimento de novas aeronaves. Um exemplo da eficiência dessa tecnologia: com o CRV, o EMBRAER 170 completou seu desenvolvimento em 38 meses, enquanto foram necessários 60 meses para desenvolver o ERJ 145.

    Além deste, existem apenas quatro outros CRVs no Brasil. Somente uma empresa absolutamente voltada para o desenvolvimento tecnológico e com grande know-how em engenharia como a Embraer, pode investir e operar um sistema como este.

    O CRV está equipado com um avançado computador gráfico, o que garante aos engenheiros da empresa a capacidade de visualizar, em três dimensões, por meio de modernos modelos electrónicos, toda a estrutura de uma aeronave em fase de projecto.

     


    Energia Nuclear no Brasil



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    A procura da tecnologia nuclear no Brasil começou na década de 50, com o pioneiro nesta área, Almirante Álvaro Alberto, que entre outros feitos criou o Conselho Nacional de Pesquisa, em 1951, e que importou duas ultra-centrifugadoras da Alemanha para o enriquecimento do urânio, em 1953

     

    Era de se imaginar que o desenvolvimento transcorreria numa velocidade maior, porém ainda são obscuras as reais causas que impediram este avanço, e o país não passou da instalação de alguns centros de pesquisas na área nuclear.

     

    A decisão da implementação de uma usina (central) termonuclear no Brasil aconteceu de fato em 1969, quando foi delegado a Furnas Centrais Eléctricas SA a incumbência de construir nossa primeira usina (central) nuclear. É muito fácil concluir que em nenhum momento se pensou numa fonte para substituir a energia hidráulica, da mesma maneira que também após alguns anos, ficou bem claro que os objectivos não eram simplesmente o domínio de uma nova tecnologia.

     


     

     

     

    Estávamos vivendo dentro de um regime de governo militar e o acesso ao conhecimento tecnológico no campo nuclear permitiria desenvolver não só submarinos nucleares mas armas atómicas. O Programa Nuclear Paralelo, somente divulgado alguns anos mais tarde, deixou bem claro as intenções do país em dominar o ciclo do combustível nuclear, tecnologia esta somente do conhecimento de poucos países no mundo.

     

    Em Junho de 1974, as obras civis da Usina Nuclear de Angra 1 estavam em pleno andamento quando o Governo Federal decidiu ampliar o projecto, autorizando Furnas a construir a segunda usina.

     

    Mais tarde, no dia 27 de Junho de 1975, com a justificativa de que o Brasil já apontava escassez de energia eléctrica para meados dos anos 90 e início do século 21, uma vez que o potencial hidroeléctrico já se apresentava quase que totalmente instalado, foi assinado na cidade alemã de Bonn o Acordo de Cooperação Nuclear, pelo qual o Brasil compraria oito usinas nucleares e obteria toda a tecnologia necessária ao seu desenvolvimento nesse sector.

     

    Desta maneira o Brasil dava um passo definitivo para o ingresso no clube de potências atómicas e estava assim decidido o futuro energético do Brasil, dando início à Era Nuclear. Angra 1 encontra-se em operação desde 1982 e fornece ao sistema eléctrico brasileiro uma potência de 657 MW. Angra 2, após longos períodos de paralisação nas obras, inicia sua geração entregando ao sistema eléctrico mais 1300 MW, o dobro de Angra 1.

     

    A Central Nuclear de Angra, agora com duas unidades, está pronta para receber sua terceira unidade. Em função do acordo firmado com a Alemanha, boa parte dos equipamentos desta usina já estão comprados e armazenados no canteiro da Central, com as unidades 1 e 2 existentes, praticamente toda a infra-estrutura necessária para montar Angra 3 já existe, tais como pessoal treinado e qualificado para as áreas de engenharia, construção e operação, bem como toda a infra-estrutura de canteiro e sistemas auxiliares externos. Desta maneira, a construção de Angra 3 é somente uma questão de tempo.

     

     

     

     

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