O Jubileu: um presente de Deus

À meia noite de 24 para 25 de dezembro de 1999, Sua Santidade o papa João Paulo II abre para o mundo as portas da Redenção. É o Jubileu.

O Jubileu tem suas marcas na história do homem, na história de Deus. Nascido no seio do povo judeu, por divina instituição, fora chamado o Ano do Perdão. Celebrado cada 50 anos, como sinal da visível misericórdia do coração de Deus comunicada aos homens: Amor Supremo tornando amor humano, no perdão das dívidas na volta dos exilados, no descanso da terra. Lv 23,8s.

Jesus, supremo Dom da Divina Misericórdia, retoma o sonho do Pai e perpetua com sua presença redentora o Tempo da Libertação: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar o ano da graça do Senhor". Lc 4,18-19 Assumindo nossas dores lavou com seu sangue nossos pecados e abriu as portas do reino a todos os homens de boa vontade. A Igreja, continuadora da missão de Cristo, revestida dos seus divinos poderes, dá prolongamento à sua obra e proclama a Redenção.

E quando o vento da discórdia assolava o mundo e sacudia, com seu poder maligno, a Barca de Pedro, a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, instituiu o Jubileu no mistério do Ano Santo. Corria o ano de 1300. E o grande Papa Bonifácio VIII, então gloriosamente reinante, convoca o mundo à oração em busca de um tempo novo: Não importam seus duros sofrimentos e perseguições, nele poderiam ser aplicadas as últimas palavras de São Gregório VII: "Amei a justiça e odiei a iniqüidade, por isso morro no exílio", importa sim o sucesso do Jubileu.

Celebrado até hoje, em cada quartel de século, 26 Jubileus, a Igreja e o mundo assistiram, ao longo desses 700 anos, ao maior espetáculo da terra: a salvação oferecida gratuitamente aos homens no Dom do perdão incondicional, nascido no madeiro da cruz. Este é o tempo que estamos vivendo, quando João Paulo II convida o mundo inteiro a entrar com ele na Porta Santa que conduz à verdadeira vida. Sem resposta do Homem, não haverá Jubileu. De nada valem celebrações pomposas, se cada um de nós não se deixar penetrar pelo espírito do Jubileu - conversão. Passando pelos caminhos da Reconciliação, do Perdão e o do Amor o homem chega à plenitude de si mesmo e a vida nova acontece e o mundo verá a Paz.

Cônego Elídio Robaina  (Pároco da Igreja de Nossa Senhora das Dores - Arquidiocese de Niterói)

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