As Traduções Bíblicas

No tempo de Jesus, o aramaico era a língua falada nas aldeias e vilas. Escrita quase toda em hebraico, a Escritura judaica foi sendo traduzida para o aramaico, já que era necessária transmitir a Palavra de modo compreensível a todos. Essas traduções eram ao mesmo tempo comentários aos textos, e cada uma delas era chamada Targum. Elas foram muito utilizadas na época de Jesus.

Mas alguns séculos antes de Jesus houve judeus que, por várias razões, passaram a viver em outras terras além de Israel, onde se falava principalmente o grego. Por isso foram feitas traduções da Escritura para esta língua.

Costuma-se dar a essa tradução o nome de Septuaginta ou tradução do setenta. Isso porque, segundo uma lenda, a tradução da Escritura, ou de parte dela, foi feita por setenta (e dois) sábios judeus, em setenta (e dois) dias. Mas, deixando a lenda de lado, deve-se destacar a grande importância que teve essa tradução. As pessoas que escreveram o Novo Testamento provavelmente se serviram dela em seus livros, que também foram escritos em grego. Os primeiros escritores cristãos também a utilizaram.

Outra tradução importante foi para a língua latina. Ela foi feita por Jerônimo, que viveu no final do século IV e início do século V de nossa era. Ele traduziu a Bíblia inteira, e sua tradução recebeu o nome de Vulgata, que quer dizer divulgada, A tradução de Jerônimo teve grande aceitação, tendo sido utilizada até hoje, particularmente em meios católicos. Em português ainda temos Bíblias que são traduções da Vulgata de Jerônimo.

Atualmente, a tendência tem sido a de dar maior valor àquelas traduções que partem do texto original hebraico, aramaico e grego. Esse esforço é importante, para se garantir a maior fidelidade possível. Afinal de contas, tradução é algo muito difícil de se fazer: deve ser fiel ao texto traduzido e deve adotar uma linguagem adequada àquelas pessoas que vão ler. Existem algumas boas traduções em português disponíveis nas editoras católicas. Não há razão de não ler!

(Pesquisado na Coleção "A Caminho do Novo Milênio" - Revista Família Cristã - Pág. 27)