Uma Pequena Introdução
Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei
Em 1962 aconteceu meu primeiro contato
com Thêlema, através "CHAMANDO OS FILHOS DO SOL", de Marcelo
Ramos Motta.
A partir desta data trocamos correspondência
até 1975 quando nos separamos.
Em 1963, Marcelo Motta e eu nos
conhecemos pessoalmente e nossos elos se fortaleceram.
Daí em diante foi intensa
nossa convivência pessoal, colocando-me sob sua Disciplina em meus
estudos e práticas no Sistema Thelêmico. Em 1968 mudei-me
para a Cidade de Paraiba do Sul onde, em 1973 fui Patenteado, por Frater
Parzival XIº com os Três Primeiros Gráus da O.T.O. e
atingi o Grau de Neófito 1º = 10 A.'.A.'.
Nesta cidade fundamos a Sociedade
Novo Æon como centro de um núcleo do qual daríamos
partida à fundação da O.T.O. no Brasil.
Foi exatamente em finais do ano
de 1963 que Marcelo Motta, sabendo ser eu um iniciado maçom, entregou-me
cópia (carbono) do original mm, de CARTA A UM MAÇOM para
leitura e estudo. Nesta época eu era apenas um Aprendiz Maçom
e não soube dar o devido valor ao texto. Cinco anos depois
eu me afastava definitivamente do Trabalho Maçônico Osiriano,
mas mesmo assim tentei divulgar a CARTA à outros irmão. Minhas
tentativas foram um total fracasso. Nenhum maçom teve interesse
em, sequer, elaborar algumas questões sob seu conteúdo. Percebendo
a inutilidade de meus esforços abandonei qualquer
outro contato com meus antigos "irmãos",
afastando-me completamente da Ordem.
O mm. original contém várias
correções feitas a mão pelo próprio Marcelo
Motta, e se desenvolve em 41 páginas.
Na terceira versão publicada
pela Loja Nuit existe um adendo no qual constam referências à
minha pessoa.
Mas as considerações
alí expostas não correspondem à verdade. Eu jamais
tive qualquer contato com o Dr. Luiz Gastão Costa Sousa.
Nesta mesma "terceira versão"
existe um segundo Adendo datado de 20 de agosto de 1987, supostamente escrito
por Marcelo Motta.
Tenho minhas dúvidas quanto
a autenticidade desta afirmativa porquanto além do texto não
apresentar características do estilo de Marcelo Motta, o atestado
de óbito registra seu falecimento em de 26 de agosto de 1987 na
Cidade de Teresópolis.
E, nesta época Marcelo Motta
estava praticamente afastado da Loja Nuit, localizada em Ribeirão
Preto, S.P.
Amor é a lei, amor sob vontade
Equinócio Primavera, 1997
Frater Aster IXº O.T.O.
Frater D.S. 2º = 9 A.'.A.'.
Euclydes Lacerda de Almeida
Rio de Janeiro, 9 de julho de 1963.
Caro Dr. G.:
Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.
Li, com maior prazer, a entrevista
concedida ao Diário de Notícias, através da qual o
Grande Oriente do Brasil manifesta à nação a sua intenção
de, finalmente, fazer com que a Maçonaria venha a ocupar na vida
brasileira o papel que lhe cabe e sempre lhe coube desde a Independência
-- que, como todos sabemos, foi feita por mações.
Relembrei nessa ocasião minha
conversa com o senhor, e as nossas palavras de despedida, nas quais buscou
o senhor gentilmente trazer à minha atenção o fato
de que (na sua opinião) a Igreja Católica Romana é
uma boa introdução à vida adulta para crianças.
Eu lhe disse então: "Mas a Maçonaria é infinitamente
melhor", e aproveito esta oportunidade para repetir e ampliar estas palavras.
Eu não quis discutir a validade
ou falta de validade da Igreja Romana como campo de treino para crianças,
porque não é assunto que se possa, propriamente, discutir.
É assunto que deve -- repito, deve -- ser pesquisado por todo homem
consciencioso e responsável, principalmente por maçom de
alto grau e no Brasil, onde essa Igreja teve tanta influência na
formação psíquica do povo -- com os resultados que
estamos vendo no presente.
Para esta pesquisa, vitalmente necessária
a todos os maçons neste momento de transição, é
necessário uma análise cuidadosa da evidência espalhada
pelas obras de muitos pesquisadores imparciais e fidedignos; e isto não
pode ser resumido numa breve discussão. Eu estou a par dos fatos;
o senhor não estava, na ocasião; e afirmativas de minha parte
teriam forçosamente de parecer ao senhor opiniões arbitrárias
e caprichosas, principalmente por o senhor, com certeza, suspeitar de mim
e de minhas intenções.
Telemitas não são
mais benquistos no momento do que o foram os gnósticos e os essênios
em seu tempo! A finalidade desta carta é expor, de maneira mais
ordeira e clara, minhas conclusões, e citar as obras nas quais me
baseio; de forma que o senhor possa, se quiser, consulta-las e tirar suas
próprias conclusões, que podem ou não virem a coincidir
com as minhas. Peço-lhe apenas que, tendo lido a minha carta; examinado,
se lhe aprouver, as fontes nela citadas; e chegado, porventura, à
conclusão de que são ambas de valor a seus irmãos
maçons, transmita-lhes a carta assim como as fontes, para que, por
sua vez, tenham a oportunidade de examinar, ponderar, e julgar. Devo começar
por repetir-lhe o que lhe disse por ocasião de nossa conversa, e
que tanto chocou seus bons sentimentos e sua honesta devoção:
que o homem chamado "Jesus Cristo" nos Evangelhos nunca existiu.
Suas peripécias são
fictícias; não padeceu sob nenhum Pôncio Pilatos; não
foi nem poderia jamais ser a única Encarnação do Verbo;
e qualquer Igreja, seita ou pessoa que diga o contrário ou está
enganada ou enganando.
Não quero dizer com isto
que um homem assim não pudesse ter nascido, pregado, e padecido.
Pelo contrário: tais homens nascem continuamente, e continuarão
a nascer por todos os tempos: Encarnações do Logos, Templos
do Espírito Santo, Cruzes de Matéria coroadas pela chama
do Espírito.
Direi mais: houve, em certa ocasião,
um homem que alcançou no mais alto grau a consciência de sua
própria Divindade; e este homem morreu em circunstâncias análogas
(porém não idênticas!) àquelas narradas nos
Evangelhos. Seu nascimento perdeu- se na noite dos tempos: ele foi o original
do "Enforcado" ou "sacrificado" no Taro, e os egípcios o conheciam
pelo nome de Osiris. Foi esse Iniciado quem formulou na carne a fórmula
do Deus Sacrificado. Esta é a fórmula da Cerimônia
da Morte de Asar na Pirâmide, que foi reproduzida nos mistérios
de fraternidades maçônicas da tradição de Hiram,
das quais o exemplo mais perfeito foi o Antigo e Aceito Rito Escocês.
O Graus 33º desse rito indicava uma Encarnação do Logos;
a descida do espírito Santo; a manifestação, na carne,
de um Cristo; a presença do Deus Vivo.
Para os fatos que servem de base
às asserções acima, indico ao senhor as seguintes
obras, de maçons ilustres e merecedores:
LA MISA Y SUS MISTERIOS, de J.M.
Ragón.
THE ARCANE SCHOOLS, de John Yarker.
DO SEXO À DIVINDADE, do Dr.
Jorge Adoum.
CURSO FILOSÓFICO DE LAS INICIACIONES
ANTIGUAS Y MODERNAS, de J.M.Ragón.
ISIS DESVELADA, de Helena Blavatsky,
seção sobre o Cristianismo. Mme Blavatsky não era
dos vossos, mas era dos Nossos...
Na minha opinião, dr. G.,
um maçon de alto grau, com tempo a seu dispor, faria um grande
benefício a seus irmãos ao traduzir para o português
as obras acima citadas, principalmente as duas primeiras.
Os documentos incluídos no
assim-chamado "Novo Testamento" (a saber, os Quatro Evangelhos, os Atos,
as Cartas e o Apocalipse) são falsificações
perpetradas pelos patriarcas da Igreja Romana na época de Constantino,
por eles chamado "o Grande" porque permitiu esta contrafação,
colaborando com ela. Constantino não teve sonho algum de "In Hoc
Signo Vinces". Tais lendas são mentiras desavergonhadas inventadas
pelos patriarcas romanos dos três séculos que se seguiram,
durante os quais todos os documentos dos primórdios da assim-chamada
"Era Cristã" existentes nos arquivos do Império Romano foram
completamente alterados. O que realmente aconteceu na época de Constantino
foi que, aliados, os presbíteros de Roma e Alexandria, com a cumplicidade
dos patriarcas das igrejas locais, dirigiram-se ao Imperador, fizeram-lhe
ver que a religião oficial era seguida apenas por uma minoria de
patrícios, que a quase totalidade da população
do Império era cristão ( pertencendo às várias
seitas e congregações das províncias ); que o Império
se estava desintegrando devido à discrepância entre a fé
do povo e a dos patrícios; que as investidas constantes das seitas
guerreiras essênias da Palestina incitavam as províncias contra
a autoridade de Roma; e que, resumindo, a única forma de Constantino
conservar o Império seria aceitar a versão Romano-Alexandrina
do
Cristianismo. Então os bispos
aconselhariam o povo a cooperar com ele; em troca, Constantino ajudaria
os bispos a destruirem a influência de todas as outras seitas cristãs!
Constantino aceitou este pacto político,
tornando a versão romano- alexandrina de Cristianismo na religião
oficial do Império. Consequentemente, a liderança religiosa
passou às mãos dos patriarcas romano-alexandrinos, que, auxiliados
pelo exército do Imperador, começaram uma "purgação"
bem nos moldes daquelas da Rússia moderna. Os cabeças das
seitas cristãs independentes foram aprisionados; seus templos, interditados;
e congregações inteiras foram sacrificadas nas arenas das
províncias de Roma e Alexandria. Os gnósticos gregos, herdeiros
dos Mistérios de Eleusis, foram acusados de práticas infames
por padres castrados como Orígenes e Irineu (a castração
era um método singular de preservar a castidade, derivado do culto
de Atis, do qual se originou a psicologia romano-alexandrina). Os
essênios foram condenados através do hábil truque de
fazer dos judeus os vilões do Mistério da Paixão;
e com a derrota e dispersão finais dos judeus pelos quatro cantos
do Império, a Igreja Romano-Alexandrina respirou desafogada e pode
dedicar-se completamente ao que tem sido sua especialidade desde então:
ajudar os tiranos do mundo a escravizarem os homens livres.
Para o escrito acima, indico ao
senhor os seguintes livros:
ISIS DESVELADA, de Blavatsky, seção
sobre o Cristianismo
OUTLINES ON THE ORIGIN OF DOGMA,
de Adolf von Harnack.
DECLINE AND FALL OF THE ROMAN EMPIRE,
de Gibbon.
THE AGE OF CONSTANTINE THE GREAT,
de Burckhardt.
Quanto às falsificações da Igreja Romano-Alexandrina, indico ao senhor as palavras do grande erudito americano Moses Hadas, em suas notas à tradução do livro de Burckhardt, à página 367, que passo a traduzir:
"A História Augusta apresenta
biografias de imperadores, cézares e usurpadores, de Afriano a Numério
(117-284), com uma lacuna no período de 244 a 253. Pretende ser
o trabalho de seis autores (Aelius Spartianus, Vulcacius Gallicanus, Aelius
Lampridius, Julius Capitolinus, trebellius Pollius e Flavius Vopiscus),
e ter sido escrita entre os reinados de Diocleciano e Constantino, ou cerca
de 330. Alguns estudiosos creêm tais asserções verdadeiras,
mas outros mantêm que a obra foi escrita um século mais
tarde, e por uma só pessoa. Em tal caso o nome dos seis autores
terá sido adicionado para tornar mais convincente o que foi escrito.
Trocando em miúdos, o que ele quer dizer é o seguinte: os
patriarcas romanos, ansiosos por esconder seus crimes (especialmente a
perseguição a cristãos de outras seitas ou igrejas)
e por se declararem os únicos cristãos verdadeiros, destruíram
todos os documentos autênticos nos quais conseguiram por as mãos.
(Isto lhes era particularmente fácil já que, desde a era
de Constantino, eles foram os guardiães de tais manuscritos.) Feito
isto, substituíram os destruidos por outros, forjados, que descreviam
a sua clique como oprimida pelos imperadores e outras seitas cristãs
como inexistentes ou obscenas. (Na realidade, ela bajulara os imperadores
desde o começo:
o culto de Átis era o único
em Roma ao qual os patrícios podeiam ir legalmente.) Um pouco mais
tarde, Romanos e Alexandrinos brigaram. Isto porque cada facção
queria fazer de sua cidade o centro político e religioso do Império.
Foi então que um dos poucos historiadores pagãos que escaparam
à atenção dos Patriarcas escreveu: "As atrocidades
dos cristãos uns contra o outros ultrapassa a fúria das bestas
selvagens contra o homem."(Ammianus Marcellinus) O capítulo final
da disputa foi a divisão do Império em Romano e Bizantino.
Desde então, a Igreja Romana
tem se chamado "Católica", e a Bizantina, "Ortodoxa".
Ambas, é claro, um amontoado
de mentiras. Qual o motivo, o senhor perguntará, para essa perseguição
impiedosa às seitas gnósticas e essênias? No caso dos
essênios, as razões foram políticas e dogmáticas.
Aproximadamente um século antes do assim-chamado "Ano Um" nascera
na Palestina um rabi, cujo nome é desconhecido (embora alguns estudiosos
presumam ter sido Ionas, ou Jonas). Ele criou um novo sistema de
Essenismo, fundando muitos ramos dessa fraternidade judeo-cóptica,
e adquirindo um grande número de seguidores na Ásia Menor.
Muitos documentos foram escritos acerca dos incidentes de sua vida e doutrina.
Foi um Adepto Cristão, ou seja, defendeu a tese de que todo homem
é um Templo do Deus Vivo; deu testemunho do Logos e do Espírito
Santo, e tal foi seu impácto no pensamento religioso de sua época
que os patriarcas romano-alexandrinos, ao escreverem a "história
de Jesús Cristo", foram forçados a incluí-lo, para
evitar suspeitas. Chamaram-no de "João Batista"... Acerca deste
THE DEAD SEA SCROLLS, AN INTRODUCTION, de R.K.Harrison.
Também este livro deveria
ser traduzido para o português por um maçon! Abaixo, cito
uma passagem atribuída a esse iniciado, extraída de um manuscrito
cóptico intitulado "Evangelho de Maria", apócrifo,
desde 1896 no Museu de Berlim. Depois de haver explicado vários
pontos de sua doutrina, ele se despede de seus discípulos: "...
Quando o Abençoado havia dito isto, ele saudou a todos, dizendo:
'Paz seja convosco. Recebei minha paz para vós mesmos. Cuidai-vos
de que nenhum vos desvie com as palavras "olha alí" ou "olha lá",
pois o Filho do Homem está dentro de vós. Seguí-o:
aqueles que o buscam o encontrarão. Ide, pois, e pregai a Boa Nova
do Reino. Eu não vos deixo nenhuma regra, salvo o que vos recomandei
(Amai-vos uns aos outros), e eu não vos dei nenhuma lei, qual fez
o legislador (Moisés), para evitar que vos sentísseis
obrigados por ela.' E uando acabou
de dizer isto, ele foi embora." (Gnosticism, An Anthology, ed. Robert M.
Grant, Collins, London, pp. 65-66, "The Gospel of Mary") Esta passagem
pode ser comparada a muitas outras nos Evangelhos nas quais, quando interrogado,
"Jesús" diz explicitamente: "O Reino de Deus está dentro
de vós." E que razão tinham os Romanos e Alexandrinos para
perseguir e exterminar os gnósticos gregos? Desta feita o motivo
era puramente dogmático. Na época posteriormente atribuída
pelos patriarcas ao "nascimento de Jesús Cristo", um iniciado grego
deu vida nova aos mistérios de Apolo e Diôniso, restabeleceu
o culto ao Sol Espiritual e ao Logos, praticou maravilhas taumatúrgicas
e, em suma, causou tal impressão que os Romano- Alexandrinos foram
forçados a incorporar diversos "milagres" em sua miscelânia
evangélica, de forma que o seu "Jesus" pudesse igualar os prodígios
atribuídos a Apolônio de Tyana. Ao mesmo tempo, afirmaram
que Apolônio de Tyana havia sido enviado por "Satã" para reproduzir
os milagres de "Jesús" e assim desviar as pessoas do "verdadeiro
Cristo". destruiram também, sistemáticamente, todos os documentos
autênticos da vida de Apolônio, salvo um, a fantástica
e inacreditável Vita, atribuída a um pretenso "discípulo"
desse grande Adepto. Novamente lhe indico ISIS DESVELADA, e o artigo
"Apollonius" na Enciclopédia Britânica. Devo aqui, Dr. Gastão,
apender um parêntese um pouco prolongado, de forma a estabelecer
a maneira pela qual o Catoliscismo Romano difere do verdadeiro Cristianismo.
Para este fim, começarei por apresentar um dos poucos textos que
nos chegaram quasi sem alterações cometieas pelos patriarcas
de Roma e Alexandria. As moificações relevantes vão
comentadas entre parenteses, e o texto, apresento o original, intato. É
o Intróito do Evangelho de "São João":
"No princípio era o Verbo.
E o verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. "Ele estava no princípio
com Deus. "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem
ele nada do que foi feito se fez. "A vida estava nele, e a vida era a luz
dos homens. "A luz resplandece nas trevas, e as trevas não o escondem
( isto é, não escondem o fato que a luz brilha nelas!).
"Houve um homem enviado por Deus,
cujo nome foi Jonas (Johannes no original em grego).
"Ele veio como testemunha da luz,
a fim de todos virem a crer por intermédio dele.
"Ele não era a luz, mas veio
para dar testemunho da luz: a saber, a verdadeira luz que, vinda ao mundo,
ilumina todo homem. "Estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio
dela, mas o mundo não a conheceu ( no masculino na Vulgata, para
sugerir "Jesús"). "Veio para o que era seu, e os seus não
a receberam ( idem). "Mas, a todos quanto a (idem) receberam, deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus ( e aqui os Romanos-Alexandrinos
acrescentaram:
a saber, os que crêem no seu
nome, isto é, no "Jesús" que eles inventaram para servir
aos seus propósitos), os quais não nasceram do sangue, nem
da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. "E o Verbo se
fez carne, e habitou em nós ( a Vulgata aqui põe "entre",
o que muda totalmente o sentido da passagem) cheio de graça e verdade,
e vimos a sua glória, glória como a do primogênito
do Pai ( o primogênito do Pai é, claro, Chokmah, o Verbo Espiritual,
a Primeira Emanação do Ancião dos Dias, Kether. "Primogênito"
também traz à lembrança o "mais velho dos filhos de
Deus", Lúcifer ou Satã." Na versão acima, original,
desse documento cristão, e nas interpolações introduzidas
pelos romanos-alexandrinos, Dr. G., tem o senhor o sumário e a base
do dógma católico romano. Jonas, Apolônio, Simão
( Simão Pedro e Simão o Mago; a isto aludiremos depois),
Adeptos cristãos, ensinaram todos os três: "Vós sois
o Templo do Deus Vivo. Contemplai
a Luz dentro de vós, e sabei que sois Filhos da Luz!"
Repetidamente esta mensagem é
encontrada nos Evangelhos; mas sempre deformada, condicionada ou "explicada"
pelas interpolações e teologismos romano-alexandrinos. O
resultado é que, algumas vezes, "Jesús" fala como um santo,
como uma verdadeira Encarnação
do Verbo; o mais das vezes, porém,
como fanático e sectarista. Contradições deste tipo
abundam. Este é o resultado das alterações a interpolações
dos romanos e alexandrinos. Copiaram, adaptando-os às suas necessidades
político-financeiras, os documentos essênios que descreviam
as pregações de Jonas ( entre outros, o "Sermão da
Montanha"). Inseriram "milagres" do tipo atribuído a Apolônio
de Tyana. Arranjaram um Mistério da Paixão em drama nos moldes
dos cultos de Mitras, de Adonis, de Átis, de Diôniso
e de Oannes -- o que era necessário para tornar o seu "Jesús"
numa Encarnação do Logos do Aeon de Osiris, o Deus Sacrificado.
Tão cuidadosamente misturaram a verdade e mentira que durante quase
mil e
seiscentos anos todo cristão
que procurou encontrar o Verbo em si mesmo -- o único lugar onde
pode ser encontrado -- deparou, nos portais de sua alma, com este fantasma
insidioso, esta blásfema quimera, este pesadelo teológico:
"Nosso Senhor Jesus Cristo". "Adora-me!" -- diz o Egrégora -- "Eu
sou o filho de Deus. Tu não és nada mais que uma criatura
sem valor e pecadora, condenada desde o nascimento e destinada ao inferno
não fosse por meu sacrifício; e sem mim nunca alcançarás
o céu." Talvez o senhor comece a compreender agora, Dr. G., a natureza
daquilo a que nós chamamos a Grande feitiçaria? Após
mil e seiscentos anos de vitalização por multidões
de adorantes, e a absorção das cascas vazias de padres, freiras
e fanáticos que se deixaram vampirizar por ele, o Egrégora
existe no assim-chamado plano astral; e é um demônio, quer
dizer, uma entidade ilusória. Não é um verdadeiro
Microcosmo, mas uma gestalt de cascões vitalizados, um foco para
tudo que há de negativo, derrotista, piegas,
preconceituoso e introvertido na
natureza dos cristãos: um lodaçal completamente hostíl
ao progresso e á evolução espiritual deles. E, no
entanto, nada há mais sagrado ou puro do que está oculto
neste nome, "Jesus Cristo"... É um híbrido dos títulos
pelos quais os cabalistas essênios e os gnósticos gregos,
respectivamente, chamavam o Iniciado que alcançasse a esfera de
Tiphareth, o Filho -- ou seja, a "sephira", ou "plano" de consciência
que em Nosso sistema corresponde ao grau de Adeptus Minor, e, no Rito Escocês,
ao 33º grau. Cristo, Chrestos, significa "Bom" e "ungido". Este era
um título nobre nos Mistérios de Eleusis. O Iniciado tem
sempre sido um sacerdote-rei desde a antiguidade; a superstição
absurda do "direito divino hereditário" dos reis foi outra adulteração
dos romanos-alexandrinos para ajudar aos tiranos que os apoiavam. Seria
realmente fácil se a verdadeira realeza, dura recompensa da Iniciação,
pudesse ser transmitida por métodos
dinásticos, ou conferida por um papa! Para fazer justiça
a este tema um volume inteiro seria necessário; diremos apenas que
os símbolos tradicionais da realeza são os símbolos
da completa iniciação. O Cetro representa o Falo, a imagem
material
do Verbo; o Globo e a Cruz são
formas da Cruz Ansata, o símbolo da imortalidade conferida pela
Iniciação ( mostra a mulher "dominada" pelo homem, ou seja,
satisfeita pelo homem....); a Coroa é Kether, o Sahashara Cakkram
em completo funcionamento, a Primeira Sephira,
o Ancião dos Dias, o Pai;
o Manto Púrpura ornado de estrelas ou flores representa o Céu
Noturno, a Aura do Sacerdote de Nuit; e finalmente, as roupagens rubro-douradas
são o símbolo do Corpo Solar, o Corpo de Glória do
Iniciado -- vermelho e ouro sendo as cores
heraldicas do sol. Quanto ao nome
"Jesús", é escrito em hebraico IHShVH ( pronuncia-se Jehêshua).
Note que isto é IHVH ( Tetragrammaton ) com Shin (Sh) intercalada.
Shin é a letra que representa a um só tempo os elementos
Fogo e Espírito, e, estando no centro de IHVH, equilibra as Quatro
Forças Elementais Cegas do Demiurgo. Jeová -- a Palavra de
Moisés -- torna-se Jeheshua -- a Palavra de Jonas. Nesta Palavra
o senhor tem o Deus Crucificado, Dr. G.: nela o Pentagrama, o Sinal do
Homem, a Estrela Flamejante do Santuário; nela a chave cabalistica
do Tetragrammaton Cristão, INRI, que significa, entre outras coisas,
Igne Natura Renovatur Integra, ou seja: Pelo Fogo (do Espírito Santo)
a natureza se Renova Inteiramente...
A diferença básica
entre o Cristianismo e as religiões que o precederam é que
o Mistério de Osíris, até então revelado apenas
a aspirantes cuidadosamente selecionados nos mais profundos recônditos
dos mais remotos santuários, foi abertamente oferecido ao mundo.
Antes
do Aeon de Osíris, no Aeon
de Isis, os homens adoravam a Deus em uma de Suas múltiplas imagens
(adaptadas à visão espiritual de indivíduos diversos
em nações diversas) da mesma forma que uma criança
ama e adora sua mãe: como Alguém que protege, alimenta,
conforta e ocasionalmente corrige e castiga, mas sempre como alguém
exterior a si mesmos. Foi a revelação do Mistério
da Morte de Osíris que acordou os homens para a consciência
de que eles, em si mesmos, são a divindade encarnada. Tampouco
podemos ir muito longe neste assunto, pois é matéria para
outro volume. O Aeon de Virgo-Pisces, com suas vibrações,
adaptava-se às idéias de devoção e auto-sacrifício,
tornando a Iniciação Racial possivel em larga escala; mas
é necessário que o senhor compreenda, Dr.G., que o Mistério
de Osíris data da mais remota antiguidade. O Deus Sacrificado é
fórmula anterior à destruição da Atlântida,
quando o verdadeiro significado dos símbolos, até então
geralmente conhecido, tornou-se o privilégio de alguns poucos iniciados.
Um sacrifício humano anual, para ajudar a colheira, era um rito
genérico entre todas as tribos agricultoras da Europa e da Ásia
Menor há cinco mil anos atrás; e mesmo nos primórdios
do Romanismo ainda era praticado por tribos indo-européias.
O sacrificado era, originalmente,
o rei da tribo; reinava durante o ano, e era executado nos Ritos da Primavera,
ou Páscoa (em ingles Easter, corruptela de Ishtar). Era tratado
como encarnação do deus tribal, e adorado até o momento
de sua morte. Com seu sangue os campos de cultivo eram salpicados; sua
carne era comida por nobres e sacerdotes; e o povo tinha de contentar-se
em respirar a fumaça de certas partes queimadas e oferecidas à
divindade que ele havia encarnado (estas partes variavam: algumas tribos
queimavam os órgãos sexuais, outras o coração).
Eventualmente, com o desenvolvimento da inteligência, a fórmulas
tornou-se mais conveniente para os reis: algum gênio tribal concebeu
a idéia de um vicário; e desde então, um rei substituto
era simbolicamente ungido para a ocasião, para ser sacrificado no
lugar do rei verdadeiro. Primeiro usaram voluntários, depois velhos
e doentes ou criancinhas, a seguir inimigos, e por último animais.
Em muitas tribos os pais, em vez de se sacrificarem, sacrificavam seus
primogênitos (neste caso eram os pais os chefes ou patriarcas das
tribos).
Na Bíblia, a história
do primogênito de Abraão é uma hábil fábula
que marca a transição, entre os primeiros judeus, do sacrifício
dos primogênitos a Jeová para aquele dos bodes expiatórios.
Sacrifícios humanos, acompanhados
de antropofagia ritual, eram costume no continente indoeuropeu, na Austrália,
no continente africano e no Novo Mundo. A presença universal de
tal rito, numa época em que a arte da navegação era
praticamente nula, indica uma origem comum na Antiguidade, Esta foi a Atlantida,
se bem que o senhor deva notar que seus habitantes não praticavam
sacrifícios humanos.
Foi precisamente a destruição
desta civilização (devida não a "castigo divino",
mas a um dos grandes movimentos periódicos da crosta terrestre a
intervalos de vinte mil anos) que, havendo deixado apenas algumas colônias
em outras terras, resultou na volta à barbárie que ali ocorreu
quando o símbolos passaram a ser interpretados da forma mais grosseira.
Alguns mais avançados da cultura atlante mantiveram o verdadeiro
significado. Entre eles, o Egípto, onde os Mistérios Menores
( de Isis e Osíris ) eram celebrados com pleno conhecimento de seu
significado verdadeiro (é suficiente que o senhor recorde que no
Livro dos Mortos a alma do morto ou da morta é sempre chamada Osíris),
e os Mistérios Maiores ( de Nuit-Hadit-Hoor ) preservados com o
máximo segredo. Foi do Egito que veio a Corrente de Osíris,
a qual, devido à diversidade de povos e linguas, e às dificuldades
de comunicação no plano material, manifestou-se em pontos
diferentes do continente indoeuropeu sob formas diversas, embora seguindo
sempre a fórmula do Deus sacrificado. A corrente começou
aproximadamente no ano 500 A.C. Um estático da Ásia Menor,
cujas aventuras tornaram-se lendárias, e que eventualmente ficou
conhecido pelo nome de Diôniso, viajou pela Grécia, Ásia
Menor e India, ensinando a nova fórmula de Iniciação
Racial. Este iniciado, o original verdadeiro do "Jesús Cristo" evangélico,
foi um filho espiritual de Krishna, ou antes, de Vishnu, de quem foi Krishna
o principal avatar; e sua Palavra era INRI, que é uma modificação
da Palavra de Krishna, AUM. Citamos aqui o Capítulo 71 de LIBER
ALEPH, um dos mais profundos trabalhos do Mestre Therion: "Krishna tem
inumeráveis nomes e formas, e não conheço seu verdadeiro
Nascimento humano. Pois sua Fórmula é de alta Antiguidade.
Mas Sua Palavra espalhou- se por muitas terras, e hoje a conhecemos como
INRI com o IAO secreto aí oculto. E o significado desta Palavra
é a Maneira de Trabalho da Natureza em Suas Mutações:
isto é, é a Fórmula de Magia pela qual todas as Coisas
se reproduzem e recriam a si mesmas. Porém, esta Extensão
e Especialização foi antes a Palavra de Diôniso; pois
a verdadeira Palavra de Krishna era AUM, implicando antes numa asserção
da Verdade da Natureza do que numa Instrução prática
sobre Operações Detalhadas de Magis. Mas Diôniso, pela
palavra INRI, estabeleceu a fundação de toda Ciência,
da forma como hoje entendemos a palavra Ciência em seu senso particular,
ou seja, o de causar a Natureza externa a mudar em Harmonia com nossas
Vontades."
Este Iniciado, cujo nome carnal
é hoje desconhecido, mas que conhecemos por Diôniso (o qual
pode ter sido seu nome, pois se tornou bastante comum na Ásia e
na Grécia depois de sua morte), viveu e trabalhou aproximadamente
quinhentos anos antes da assim-chamada
"era cristã". Foi mencionado
por um dos profetas judeus -- Isaias -- em várias passagens do Livro
de Isaías. Estas eram estudadas com veneração profunda
pelos velhos Essênios, que sabiam do seu sentido oculto. A passagem
principal é citada aqui (parênteses meus):
"Quem acreditou em nossa pregação?
A quem foi mostrado o braço de Adonai? (braço é um
eufemismo para o falo, o órgão material do Verbo. Coxa, braço,
quafril, chifre, etc., são eufemismos para penis, usados tanto no
Novo quanto no Velho Testamento para apaziguar as mentes prurientes dos
tradutores que, projetando seus próprios traumas psíquicos,
acharam que o povo ficaria chocado ao ouvir uma pica chamada de pica. Este
tipo de "censura bem intencionada" ainda hoje é praticado: os cristãos
todos parecem achar-se capazes de "proteger a virtude" de seus semelhantes!)
. Porque foi subindo como um rebento novo ( ou seja, como uma Palavra nova,
necessáriamente mal-entendida e temida a princípio) perante
Ele, e sua raiz em uma terra seca; não tinha presença nem
formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza tinha ele que nos agradasse. "Foi
desprezado, o mais rejeitado entre os homens; homem que sofrera, e sabia
o que é padecer; como um de quem os homens se desviam, foi desprezado,
e dele não fizemos caso. "Em verdade ele tomou sobre si nossas mazelas;
as nossas dores carregou sobre si; e por isto o considerávamos,
aflito, ferido de Deus, e opresso. "Ele foi golpeado, mas por nossas
transgressões; moído, mas por nossas iniquidades; o castigo
que nos trouxe a paz caíu sobre ele, e pelas suas pisaduras
nós fomos sarados. "Andávamos todos desgarrados, como ovelhas;
cada um se desviava do caminho, mas Adonai fez caír sobre ele a
iniquidade de nós todos".
"Ele foi oprimido e humilhado, mas
não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e como
ovelha, muda perante seus tosquiadores, manteve silêncio. "Por decreto
tirânico nos foi arrebatado, e sua linhagem, quem dela cogitou? Pois
ele foi cortado da terra dos vivos; por causa da transgressão do
meu povo foi ele ferido. "Deram-lhe sepultura com os perversos, mas com
o rico habitou em sua morte; pois nunca fez injustiça, nem dolo
algum se achou
em sua boca. "Todavia, a Adonai
agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando ele deu a sua alma (a
Vulgata tem der , para sugerir que isto é uma profecia sobre --
claro -- "Jesús Cristo") como oferta pelo pecado, viu a sua posteridade
( isto é, seus filhos mágicos) e prolongará
seus dias; a vontade de Adonai prosperará
em sua mãos. "Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua
alma, e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com a sua compreensão
( isto é, Binah; a
"entrega da alma" corresponde à
Passagem do Abismo ) justificará a muitos, porque as iniquidades
deles levará sobre si. "Por isso eu lhe darei muitos como a sua
parte ( isto é, como seus discípulos ), e com os poderosos
(isto é, os Reis ou Potestades -- uma das hierarquias celestiais
) repartirá ele os despojos; porquanto derramou a sua alma ( isto
é, o seu sangue -- vinho de IAO -- na Taça de BABALON,
que contém o sangue dos santos ) na morte; foi contado com os transgressores
( isto é, considerado malígno ); contudo levou sobre
si os pecados de muitos, e pelos transgressores ( isto é, os malígnos
entre os quais foi contado, os quais
eram na realidade os que o condenavam
) intercedeu."
LIVRO DE ISAÍAS, III, vv.
1 - 12.
Talvez o senhor compreenda melhor
o acima se eu citar aqui alguns raros versos de um dos Livros Santos de
Télema:
"46. Ó meu Deus, mas o amor
em Me rebenta sobre os laços de Espaço e Tempo; meu amor
derramado entre aqueles que não amam o amor.
"47. Meu vinho é servido
àqueles que nunca provaram vinho.
"48. Os fumos dele os intoxicarão,
e o vigor do meu amor engendrará bebês pujantes em suas virgens."
LIBER VII, vii, vv. 46 - 48.
Há certos segredos iniciáticos,
Dr. G., que não podem ser revelados pela simples razão que
apenas aqueles que os experimentaram
em si mesmos são capazes
de compreender referências a eles feitas. Portanto limitar-me-ei
a dizer que a história simples contada nos
versos de Isaías descreve
a carreira de todo Adepto Cristão. Isto, em teoria, seria também
a história de todo maçom do grau 33º;
mas na prática, embora não
tenham os srs. perdido a Palavra, mantêm a letra mas não o
espírito. Os senhores maçons caíram bem
aquém do que era intencionado
por seu sistema -- isto principalmente devido ao constante ataque da Igreja
de Roma.
Os patriarcas romanos-alexandrinos
que escreveram o Novo Testamento copiaram palavras de verdadeiros Iniciados;
resulta que,
encerradas em seus evangelhos adulterados,
ainda há várias chaves que aqueles que "tiverem ouvidos de
ouvir" (isto é, percepção
espiritual: o sentido da audição
corresponde ao Akasha hindu, o Elemento do Espírito) podem usar
para encontrar a Medicina
Universal e o Elixir da Vida ...
No entanto, os romanos-alexandrinos
erraram tristemente ao tentar usar de métodos profanos para expandir
um cristianismo
viciado por interpretações
dogmáticas e ambições temporais de poder político
e financeiro. Falharam por não fazerem o preconizado
por Jonas aos essênios: "Dar
a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus."
Invariavelmente, quando quer que na história
da humanidade um sistema de teurgia
é conspurcado e se torna uma religião organizada, sofrem
os elos entre o sistema e sua fonte
espiritual. Os planos não
podem ser misturados, e acreditando-se
movidos pelas melhores intenções, os romanos-alexandrinos
foram na verdade impelidos por vaidade
e orgulho -- sentimentos enraizados no ego, precisamente a faculdade que
o homem deve
destruir na passagem do Abismo.
O resultado foi que, perdendo contato
com o Logos do Aeon de Osíris, a igreja romano-alexandrina tornou-se
instrumento de forças
demoníacas -- isto é,
de forças ilusórias, egóicas -- e deu-se desde então
a erros espantosos, a crueldade indizíveis.
Consequentemente, os verdadeiros
cristãos retiraram-se daquela igreja no momento mesmo em que ela
triunfava sobre suas "rivais"
gnósticas e essênias,
e aliava-se aos príncipes do mal deste mundo. Retiraram-se, e silenciosamente
continuaram seu trabalho através
de todo o abuso e perseguição
que se seguiram; e eventualmente, para contrafazer mais eficientemente
os efeitos da Grande Feitiçaria,
criaram a Maçonaria.
O senhor sabe, é claro, que
o Rito Antigo, ou melhor, a Grande Loja da Inglaterra, foi organizada (
e o Rito inteiro reformado ) por um
certo Elias Ashmole, judeu, e Irmão
da R.C. A R.C. (que só existe neste mundo com este nome desde que
o grande iniciado que se
ocultou sob o nome de "Cristian
Rosenkreutz" começou o movimento que resultou na Renascença,
na Reforma e nas revoluções
Francesa e Americana ) é
responsável pelo Mistério do Logos -- o Mistério do
cristo. É tarefa dela zelar para que este Mistério
jámais seja perdido pela
humanidade. Quando quer que, por erros humanos, por oscilações
do karma terrestre, ou pelas leis do
acaso, a transmissão da Palavra
e do Sinal (isto é, a sucessão apostólica) é
ameaçada, é a R.C., sob um de seus muitos véus
(ela nunca usa abertamente o nome
de R.C.!), através de um ou mais de seus Irmãos, que lembra
a humanidade o significado
espiritual da Encarnação;
da promessa da Ressurreição; da Grande Obra, isto é:
o estabelecimento do Reino de Deus sobre a Terra.
A R.C. nunca interfere de forma
alguma com a organização ou direção de ritos
maçônicos; nem seus Adeptos, necessáriamente,
ingressam em tais ritos. Apenas,
informação em quantidades suficientes é outorgada,
e fontes de pesquisa são sugeridas ao
exame dos maçons, para que
o significado espiritual dos ritos seja reestabelecido pelos próprios
maçons.
A R.C. está abaixo do Abismo:
a Grande Ordem que não tem nome é simbolizada pelo Olho no
Triângulo, e este é o Collegium
Summum, ou a S.S., da A.'.A.'.
A A.'.A.'. é apenas uma das
Fraternidades Iniciáticas, e abaixo do Abismo é das mais
novas. Foi organizada em sua forma presente
na primeira década deste
século.
Quanto à S.S., é a
mesma para todas as fraternidades iniciáticas. Isto é fonte
de surpresa, às vezes, para iniciados de graus mais baixos,
pois, chegando a certas consecuções,
verificam que Mestres que pareceram pregar doutrinas completamente opostas
( como, por
exemplo, Maomé e Jonas )
estão sentados lado a lado no Areópago dos Adeptos.
Recapitulando:
Quem é "São João
Batista"? É Jonas, Ionas, Jon, Johannes, João, o Mestre de
retidão dos essênios, cujos sermões são postos
nos Evangelhos na boca de "Jesús".
Quem é "Jesús"? É
qualquer indivíduo que tenha atingido o Conhecimento e Conversação
do Sagrado Anjo Guardião, o Paracleto.
Quem é "Jesús Cristo"?
É o nome dado pelos Romano-Alexandrinos à sua versão
fictícia do Logos do Aeon de Osíris, cuja
Palavra foi INRI, e a quem Nós
conhecemos por Diôniso.
Quem é o "Pai" a quem "Jesús"
sempre se refere nos Evangelhos? É o Logos, a LVX, o Verbo, cuja
Sephira é Chokmah, o Primogênito
de Kether.
Quem é o Cristo? Tecnicamente
é todo e qualquer Adepto, desde que, no simbolismo grego, o nome
corresponde ao essênio Jeheshua;
mas na prática o título
é usado para designar o LOGOS AIONOS.
Do ponto de vista místico, "ninguém atinge o Pai a não
ser pelo Filho"; consequentemente,
desde que todo Adepto Cristão é uma Encarnação
do Verbo, a distinção entre o Cristo Solar e
o Cristo Interno é mera ilusão
do profano. Ego sum qui sum, diz o Iniciado: AHIH, EU SOU O QUE SOU.
Quando Aleister Crowley estava sendo
"julgado" (foi nesta ocasião que o juiz presidindo o chamou de "o
pior homem do mundo"),
o promotor lhe perguntou: "Não
é verdade que o senhor se chama a si mesmo de A Besta do Apocalipse?"
Crowley, que já estava
acostumado a esperar o pior de seus
semelhantes, respondeu com a paciência e agudeza de humor que lhe
eram característicos: "Esse
nome significa apenas O Sol. O senhor
pode me chamar de Raio-de-Sol, se quizer." Isto é: chamá-lo
de Adepto, ou seja, Jeheshua,
ou seja, Maçom 33º,
Dr. G.: Sol em miniatura, isto é, Tiphareth...
Esta confusão entre o Adepto
e seu Pai aparece até em "João Batista", quando ele diz:
"Eu sou a Voz (ou seja, o Verbo) que clama
no Deserto ( isto é, no Abismo)."
O mais antigo símbolo conhecido
para o Logos é o Olho dos Egípcios; e o Olho está
no Abismo; este é o Olho no triângulo, e este
é o verdadeiro Baphomet,
o Chefe Secreto de todos os maçons.
Abaixo do Abismo, Ele é representado
por dois Adeptos, um do Pilar Branco, o outro do Pilar Negro. O do Pilar
Branco é o Adepto
Exempto, e ele promulga a Lei; o
do Pilar Negro é o Adepto Maior, e ele faz com que as promulgações
do Adepto Exempto sejam cumpridas.
Os judeus, depois que pararam de
sacrificar primogênitos, tinham dois bodes sagrados para os festivais,
um branco e outro negro.
O branco era sacrificado a IAO (
o nome mais antigo de Jeová); o negro, carregado com as maldições
dos sacerdotes, era impelido para o deserto...
Compreende o senhor melhor agora,
Dr. G., por que razão a Sala dos Maçons é chamada
a Sala do Bode Preto?
O Olho no Abismo é o Olho
do Sol, o Olho de Hoor, que, por certas razões ocultas, é
identificado com o anus. É por isto que se dizia,
dos iniciados de Satã, que
eles "beijavam o anus de um bode preto".... No Egito antigo, em certo ritual
onde cada parte do corpo do
Iniciado era colocada em relação
com cada parte correspondente de algum ser divino, o Iniciado dizia em
dado momento: "Minhas
nádegas são as Nádegas
do Olho de Hoor."
Mas quem diabo -- perdoe o trocadilho
-- é na verdade este notório Satã que os padres romanos
nos acusam de adorar, e a quem eles
culpam por seus fracassos (ao invés
de culparem a sua estupidez preconceituosa)?
Quando a Igreja Romana começou
a "catequização" das provincias, encontrou continuamente
deuses locais. Aprendendo as peripécias
lendárias de tais deuses,
os engenhosos pafres romanos fabricavam um "santo" com as mesmas proezas,
e diziam aos ignirantes pagãos:
"Esse seu deus não é
mais que um demônio que tenta lhes desviar de Nosso Senhor Jesús
Cristo, e para este fim imita as façanhas de
nosso amado mártir Fulano.
E se voces não me acreditam, ouçam a história da vida
de nosso santo mártir..."
Desta forma, aIgreja Romana assimilou
em sua liturgia um panteão inteiro de deuses pagãos que ram
transformados em santos e santas
e mátires imaginários
-- os únicos mártires criatãos do início do
cristianismo foram os essênios e os gnósticos, a quem os
romanos-alexandrinos acusaram, caluniaram,
e denunciaram aos imperadores.
Exemplos: aqueles que adoravam o
Cristo sob a forma de um asno ( Príapus ), os que adoravam o Cristo
sob a forma de um peixe ( Oannes );
os que adoravam o Cristo sob seu
nome de Baco ou Diôniso...
Mas houve um deus pagão que
os romanos não conseguiram absorver, porque suas preripécias
eram por demais virís para serem
atribuídas a um "santo romano",
que era necessáriamente um castrado, no corpo ou no espírito.
Por outro lado, seus ritos eram tão vitais,
tão universalmente populares
nas provincias, que era impossievel esperar que o povo o esquecesse: depois
de seis séculos de tirania
romano-alexandrina, ele ainda era
conhecido e adorado: o deus PÃ, o deus de chifres e de cascos de
bode...
Portanto, não podendo fazer
dele um santo, Dr.G.'fizeram dele o diabo. Uma profusão de dados
sobre tudo o que foi escrito acima
pode ser encontrado nos seguintes
livros:
THE GOD OF THE WITCHES, de Margaret
Murray
O LIVRO DOS MORTOS, trauzido do
egípio por Sir Wallis Budge.
THE GOLDEN BOUGH, de Sir James Frazer,
na edição completa em vários volumes. Neste trabalho
manumental o senhor encontrará
um estudo detalhado dos deuses pagãos
tornados em "santos" e "mártires" do calendário romano...
Mas voltando ao deus PÃ:
a igreja Romana lutou contra os ritos deste deus durante vários
séculos. Os festivais de Pã eram orgiásticos --
daí sua popularidade -- e
celebrados nos Equinócios e Solstícios. Eventualmente, a
Igreja Romana foi forçada a incorporar estes rituais
em sua liturgia, visto ser impossivel
eliminá-los; e sabiamente fez deles os festivais mais importantes
do culto a "Nosso Senhor Jesus Cristo":
a Páscoa ( com Corpus Christi
), o "Natal", o dia de "São João Batista" e o dia de "São
João Apóstolo". Eventualmente, a reforma
gregoriana mudou o "Natal", que
a princípio era oscilável como a Páscoa e Corpus Christi,
e caía no Solstício; e tendo finalmente
absorvido o rito orgiástico
que então tinha lugar, os padres fixaram a data de 25 de dezembro
(dava muito na vista, um aniversário oscilante...).
Emtão os católicos
romanos, seus derivados posteriores e muitas ordens ocultistas espúreas
celebram nessa data a "ressurreição"
ou "nascimento" do Sol: isto porque
o solstício de inverno é o momento em que o Sol, tando alcançado
seu máximo declínio meridional
na eclítica, começa
sua volta para o Norte, levando o calor que renovará a vida da vegetação
na Primavera.
Mas, do ponto de vista iniciático,
quem era este Pã?
Como qualquer deus de toda e qualquer
terra em todo e qualquer período da história do mundo, era
uma das formas pelas quais ou o
Sol espiritual, que é o Pai
verdadeiro, ou o seu primogênito, que é a "Bêsta", são
adorados. Esta Besta varia segundo a precessão
dos equinócios, pois o Equinócio
de Primavera se move ( devido ao deslocamento de ponto vernal ) de sígno
para sígno no
Zodíaco aproximadamente em
cada dois mil e quinhentos anos; e no Zodíaco os sígnos são
alternadamente representados son a
forma humana e animal.
No Aeon Passado, os pontos vernais
caíam respectivamente em Virgo e Pisces, a Virgem e o Peixe; no
que lhe antecedeu, caíam
em Áries e Libra, o Carneiro
e a Jutiça (a mulher com a espada e a balança dos romanos
antigos); no presente os pontos vernais
caem em Aquarius, ou seja, a Mulher
com a Taça (BABALON) em em Leo, ou seja, a Grande Besta Selvagem
(THERION).
O deus Pã é simplesmente
a fórmula do Logos que data do Aeon de Câncer-Capricórneo.
Aí está o "diabo" dos padres romanos
reduzido a suas verdadeiras proporções.
Reduzido?... Bem, é uma questão de ponto de vista...
Não podemos nos aprofundar
nesta questão do deus Pã, nem no simbolismo dos chifres,
nem mesmo na história completa da luta
da Igreja Romana contra o culto
do "Diabo"; um culto que, diga-se de passagem, Roma jamais conseguiu destruir,
a despeito de
seus esforços sinistros.
O senhor encontrará os dados fundamentais para tal estudo num livro
precioso, publicado pela primeira
vez no Século XVIII, mas
recentemente republicado nos Estados Unidos e Inglaterra:
TWO ESSAYS ON THE WORSHIP OF PRIAPUS, de Payne Knigth.
Limitar-nos-emos a dizer aquí
que este era o deus adorado por "bruxos" e "feiticeiros", que preservaram
seus ritos orgiásticos
apesar de toda a perseguição
implacável, das calúnias absurdas e do terrível risco
de tortura e morte na fogueira, alem de outras
punições impostas
pela Igreja de Roma não só na Idade Média como até
ao Século XVIII -- e que só não são impostas
até hoje
devido ao trabalho paciente e silencioso
dos maçons, representantes dos verdadeiros cristãos...
Depois que Romanos e Alexandrinos
estabeleceram seu domínio teológico no Concílio de
Nicéia (disto falaremos depois) e
instituiram o dógma de "Jesus
Cristo" como personagem histórico e "unica" encarnação
do Verbo, os poucos essênios e gnósticos
que sobreviveram à "purgação"
continuaram, sob o maior segredo, a tradição pura e original
dos Mistérios Menores do Egito e
da Fórmula de Diôniso.
Várias vezes, no curso destes
mil e quinhentos anos, os Iniciados tentaram reconstituir abertamente os
ensinamentos essênios
e gnósticos. Em toda ocasião
em que isto aconteceu, a Igreja Romana interveio com fúria demoníaca,
assassinando homens,
mulheres, velhos e até criancinhas,
sem a mínima compunção; ao ponto mesmo ( como no caso
dos Albigenses ) de capitães medievais,
homens supostamente embrutecidos
pela violência das batalhas selvagens da época, terem ficado
tão fartos da chacina que foram
perguntar ao papa se, proventura,
não estariam exterminando inocentes com os culpados (essa gente
morria tão virtuosamente,
o senhor compreende!). E foi em
tal ocasião que o Bispo de Roma honrou a tradição
cristã de sua igreja com as seguintes palavras:
"Matai a todos; Deus distinguirá
os seus."
A matança, Dr. G.. incluía até recém-nascidos.
E não é que se
tratasse de fé cega, por parte do Bispo de Roma, na crassa teologia
do seu credo. Não é que ele acreditasse realmente
na existência de um "salvador"
chamado "Jesus", e no fato dos Albigenses serem "criaturas do Diabo". Não,
DR. G., não havia sequer
a justificativa do fanatismo - se
de justificativa podemos chama-la - pois os papas romanos sabem, e sempre
souberam, que nunca
houve nenhum "Jesus Cristo!".
Talvez lhe seja difícil crer
no que digo? Pois lembre-se das palavras históricas, proferidas
num momento de descuido por um dos mais
cínicos e mais prósperos
dos papas, Leão X:
"Quantum nobis prodeste haec fabula
Christi!". Ou seja: "Quanto nos ajuda esta fábula de Cristo!".
O senhor deve se lembrar de
que os documentos originais daquilo
que os Romanos chamavam de "Cristianismo "estão preservados na Biblioteca
Secreta, do
Vaticano. É bastante simples
para os pouquíssimos prelados a quem a Cúria dá acesso
aos documentos mais antigos, verificarem
onde acabam os fatos e começa
a ficção.
Creio que já falamos suficientemente
da história passada da Igreja de Roma. Não deve ser necessário
que eu lhe lembre Joana D'Arc,
nem Gilles de Rais (contra o qual
foram feitas as acusações mais horrendas, mas contra o qual
jamais apresentaram evidências - nem
sequer um ossinho! - das centenas
de crianças que ele havia, supostamente, sacrificado; e seus acusadores,
e juizes, dividiram
entre si, seus consideráveis
bens), nem os Templários, nem o Imperador Frederico Hohenstaufen,
nem João Huss, nem Michel Servent,
nem Henrique IV (assassinado por
ordem dos Jesuítas), nem os
Cátaros, nem os Albigenses, nem os Huguenotes, nem os Judeus
e Árabes de Portugal e Espanha,
nem os Gnósticos franceses, alemães, escoceses, irlandeses
e ingleses que foram chamados de
"feiticeiros" e forçados
a confessar obscenidades sob torturas diabólicas, nem Cagliostro,
nem uma quantidade imensa de Maçons
cujos ossos branquejam a estrada
que leva à Roma. Creio que, a um Maçon, não deve ser
necessário falar mais do passado dessa igreja infame.
Falemos então do presente
- desta época de "reforma" e do "Papa da Paz". Mudou a Igreja de
Roma? Dr. G., o senhor acha, certamente
que essa propalada reforma romana,
que esse muito
propagandizado concílio ecumênico, que as duas bulas de João
XXIII
(na realidade João XXIV:
houve uma época, entre outras da história do papado, em que
havia três papas. Um deles chamou-se
João XXIII, foi forçado
a renunciar ao papado quando os dois outros fizeram um pacto contra ele,
e pouco após morreu envenenado -
por quem, deixamos ao senhor ponderar)
- o senhor acha que tudo isso fará da Igreja de Roma algo mais humano,
mais próximo de Deus e
do Seu Logos?
Muito bem; tenho diante de mim,
neste instante em que lhe escrevo, um catecismo católico romano
chamado "Doutrina Cristã".
É publicado pelas Edições
Paulinas e leva o nº. 1; é destinado, portanto, ao condicionamento
das mais tenras criancinhas.
O senhor me disse que, na sua opinião,
a Igreja Romana era uma boa introdução à vida adulta
para crianças. Se assim é,.
Considere as seguintes passagens
que transcreverei desse livreto infame (os parênteses são
meus):
"Eu gosto do meu catecismo." (Auto-sugestão
inconsciente).
"O catecismo me ensina o caminho
do céu."(Do outro lado, o inferno).
"O caminho do céu é:
conhecer a Deus"(pela boca dos padres), "amar a Deus" (de acordo com a
definição de "amor" por parte dos homens
que evitam todas as manifestações
sadias desse sentimento), "e obedecer a Deus"(pela boca dos padres, seus
únicos representantes
legítimos; os demais são
servos do diabo, e se alguém tentar definir por si mesmo a obediência
a Deus, esse alguém na Idade Média era
queimado vivo, e hoje em dia é
culpado de orgulho, um dos pecados mortais).
"Eu irei sempre ao catecismo para conhecer o
caminho do céu" (a ameaça
velada é que, se a criança não for ao catecismo para
aprender o caminho do céu, acabará no inferno).
"Estudarei sempre direitinho o meu
catecismo"(e há quem diga que os comunistas inventaram a lavagem
cerebral!).
Isto, apenas como introdução.
Seguem-se as seguintes notáveis "verdades": "Jesus morreu na cruz
para nos salvar" (falsidade histórica;
mas a implicação dogmática
é que, desde que somos criaturas condenadas ao inferno desde o nascimento
não fosse por "Jesus",
precisamos, mesmo na infância,
de salvação. Que distância entre isto e "Deixai virem
a mim as criancinhas, pois delas é o reino dos céus...".
"As criancinhas gostam muito de
Nossa Senhora" (se isto fosse uma cartilha usa, e em vez de "Nossa Senhora"
estivesse Lênin, nós
chamaríamos este tipo de
propaganda de atentado contra a mente humana; no entanto, Lênin,
pelo menos, realmente existiu!...)
"Nossa Senhora é a mãe
de Jesus". (De fato, BABALON é a Mãe de Adepto; mas não
é assim que eles interpretam!...)
Mais adiante, o "Credo", com a nota:
"O Credo é o resumo da religião que Jesus nos ensinou."
Isto é uma mentira deslavada,
pois nem Jon nem Dioniso, os originais de "Jesus Cristo" evangélico,
ensinaram religiões. Buda não pregou
o Budismo, nem Lao-Tsé o
Taoísmo, nem Maomé o Islamismo; nenhum guia espiritual de
vulto estabeleceu qualquer dogma formal,
com exceção de Moisés;
e ele, ao menos, tinha a desculpa de precisar criar uma cultura do nada,
de fazer uma nação daquela multidão
de ex-escravos superticiosos e rebeldes
que o seguia. São sempre os sucessores dos Magos (diga-se de passagem,
os falsos sucessores)
que organizam religiões e
dissociam o Espírito da Letra, mais cedo mais tarde comportando-se
de forma completamente oposta aquela
recomendada pelo Instrutor.
No entanto, no caso presente, a
mentira é dupla; pois além do fato de que Jon não
deixou "religião" a ser seguida, o Credo de Nicéia, que
é o credo a que o catecismo
em questão se refere, não era sequer um sumário da
religião que começava a se cristalizar em redor dos
ensinamentos de Jon. Este credo
era antes um códice dos dogmas que os Romano- Alexandrinos consideravam
essenciais ao
estabelecimento de sua dominação
política, material, temporal, sobre as muitas congregações
- igrejas - fundadas na Ásia Menor e
na península romana por seguidores
e discípulos de Jon, cada qual com
variações de doutrina e temperamento determinadas
por condições locais
e idiossincrasias do discípulo fundador. Estes discípulos
foram os originais dos "apóstolos" dos "Atos" (os "Atos"
são uma antologia cuidadosamente
censurada; e deturpada pela introdução de incidentes e nomes
altamente imaginários, de alguns dos
discípulos de Jon. As mais
gritantes falsidades lá se encontram misturadas a fatos históricos.
O propósito de tais falsificações foi a afirmação
da autoridade da Igreja
Romana, a qual, longe de ser a mais velha das igrejas Cristãs, era
a mais nova e certamente a menos Cristã, de
todas. Um exemplo interessante é
"Simão Pedro", que é o mesmo "Simão o Mago" que a
ele se opões nos Atos... Era um Gnóstico a quem
a Igreja Romana teve que atribuir
a sua fundação, pois ele pregara em Roma e era universalmente
respeitado por todas as congregações;
mas ao mesmo tempo, teve que ser
atacado devido as doutrinas que tinha em comum com os Gnósticos
Gregos e os Essênios Hebreus.
"Pedro" e "Paulo" são, possivelmente
a mesma pessoa, mas só pesquisas futuras, empreendidas por investigadores
sem preconceitos
que tenham acesso a verdadeira documentação,
poderão esclarecer tal ponto). A história da maneira pela
qual os Romano-Alexandrinos
forçaram o Concílio
de Nicéia a votar neste Credo é um pântano de horrores.
Tal era a situação que os patriarcas visitantes não
ousavam
andar pelas ruas de Nicéia,
Roma ou Alexandria, sem terem ao menos uma
dúzia de guarda-costas, por medo de serem assassinados
por ordem dos patriarcas Romano-Alexandrinos.
(Vide OUTLINES ON THE ORIGIN OF DOGMA, DECLIEN AND FALL OF THE ROMAN
EMPIRE e LA MESSE ET SES MYSTERES
para uma discussão detalhada deste assunto).
Mas examinemos esse "resumo da religião
que Jesus nos ensinou"!
"Creio em Deus Pai Todo-Poderoso,
Criador do Céu e da Terra..." (Já começa deturpado,
pois o "Pai" a quem Jon se refere em seus sermões
era Dionísio, o Logos do
Aeon, o pai espiritual de Jon. O Criador do Céu e da Terra" era,
na verdade, "Criadores", no plural. A Gênese, um
trabalho cabalístico, é
sempre mal traduzida. Os "Elohim", criadores do céu e da terra,
eram literalmente "deuses macho-fêmea", ou seja,
uma hoste divina andrógina.
Então, o senhor talvez perguntará, quem era Jeová?
Era o Pai de Moisés, da mesma
forma que Dionísio era o Pai de Jon!...) Mas continuemos:
"...e em Jesus Cristo, um só
seu filho, Nosso Senhor..." (Estas dez palavras causaram mais mortes no
Concílio de Nicéia do que quaisquer
outras. Houve ocasiões em
que patriarcas Romano-Alexandrinos provocaram com insultos pessoais outros
patriarcas que se opunham a
este "um só seu filho" ou
a este "Nosso Senhor" até que os ofendidos reagissem - e fossem
imediatamente apunhalados por assassinos
previamente instruídos. Quanto
a parte de "Jesus Cristo" ninguém a ela se opôs seriamente,
visto que os verdadeiros Iniciadores Cristãos
nem sequer se deram ao trabalho
de ir ao Concílio, sabendo tratar-se de caso fraudulento, como quaisquer
outros concílios convocados
pelos Romano-Alexandrinos antes
ou depois deste. Os Iniciados Cristão já começavam
a organizar (prevendo a necessidade premente
que para eles haveria) as irmandades
secretas que apareceriam abertamente na Idade
Média, como Franco-Maçonaria - o grêmio
maçon que construiu as grandes
catedrais Góticas. Esses franco-maçons formavam uma classe
social a parte, pois, não sendo nobres
nem padres nem militares, não
eram camponeses ou vassalos, tampouco. A Igreja Romana os protegia porque
deles precisava para a
construção - sendo
ela, até hoje, incapaz de construir coisa alguma... E foi através
dessas associações de pedreiros que o verdadeiro
Cristianismo foi transmitido de
reino a reino, de cidade a cidade, e isto, ironicamente, sob a proteção
dos romanos... Veja-se THE
ARCANE SCHOOLS,
ou qualquer bom compêndio de história da maçonaria
para maiores detalhes).
"...o qual foi concebido do Espírito
Santo..." (Outra fonte de muitos assassinatos foi este dogma. Sobre ele
não faremos comentários:
padres romanos certamente lerão
esta carta, e não temos qualquer intenção de dar a
eles quaisquer dados sobre a natureza do Espírito
Santo. Já que eles o invocam
tanto, devem saber o que Ele é!...)
"...nasceu da Virgem Maria..." (esta
Virgem Maria é também a Grande Puta do Apocalipse. É
a Grande puta porque Ela se dá a tudo o que
vive; e é a Virgem porque
permanece intocada por tudo a que se entrega. Quem é Ela? É
a Casa de Deus, a Natureza, a Grande Mãe, e as
leis naturais são as únicas
leis realmente divinas... Ísis- Urânia, NUIT, Nossa Senhora
das Estrelas, é a concepção dessa Mãe Grande
e
Eterna, copulando desavergonhadamente
e avidamente com todas as suas criaturas, pois em cada uma delas Seu Senhor
se manifesta e
A ocupa. É também
a mais alta e mais verdadeira forma de PÃ.
A Ísis eternamente inviolada e esta Virgem Imaculada, e as imagens
de
Virgem com o Menino Jesus nas Igrejas
Romanas são cópias das múltiplas imagens de Ísis
com o Menino Hoor, que podem ser examinadas
na seção de Egiptologia
de qualquer museu).
"...padeceu sob o poder de Pôncio
Pilatos..."(pessoa altamente questionável esse Pôncio Pilatos,
do ponto de vista histórico. Recentemente
foram "descobertas" e "reveladas"
nos E.U.A umas "cartas da mulher de Pilatos a uma amiga". Estas relatem
como a vida do casal tornou-se
pulo melodrama depois de haverem
lavado as mãos no caso "Cristo Jesus". Mais conversa fiada jesuítica,
sem dúvida...)
"...foi crucificado, morto e sepultado,
desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos, está
sentado a mão de Deus Pai Todo
Poderoso donde há de vir
julgar os vivos e os mortos" (Tudo isto tem um significado esotérico,
e é verdade de todo Cristo, de todo
Adepto; mas os padres de Roma profanam
estes símbolos quando os interpretam da forma mais crassa).
"Creio no Espírito Santo...
(eles nem sabem o que Ele é, não tendo merecido Sua presença
sequer uma vez, ao longo de mil e seiscentos
anos!)
"...na Santa Igreja Católica...
" (esta é a única e verdadeira Igreja acima do Abismo, e
inclui todos os cultos dos homens; mas os padres
romanos querem aludir, naturalmente
a igreja de Roma).
"...na remissão dos pecados..."(esta
"remissão dos pecados", que faz da humanidade uma raça suja
e maldita é, de todas as blasfêmias
deste credo, a menos perdoável.
Esta é precisamente a razão pela qual a Igreja de Roma nunca
mereceu a manifestação do Espírito Santo!)
"...na ressurreição
da carne..." (isto se refere a doutrina da regeneração, isto
é, da Medicina Universal; mas tendo este e outros segredos
do Cristianismo primitivo sido perdido
pelos romanos, eles interpretam esta frase da forma mais grosseira. Veja-se
o RITUAL DA
MAÇONARIA EGÍPCIA
de Cagliostro para maiores detalhes.)
"...na vida Eterna..."(isto se refere
ao Elixir da Vida, novamente mal interpretado).
"...Amém".
Agora, por favor, atente bem para
esta passagem que se segue:
"Um dia, alguns anjos fizeram pecado."
(Mais adiante explicam o que é pecado.)
"Os anjos maus são chamados
demônios."
"Os anjos maus foram para o inferno."
(É necessário que haja inferno. Pondere como essas criancinhas
eram felizes,
sem saberem que havia inferno antes
de entrarem em contacto com a Igreja de Roma!...)
"Para que Deus nos criou? Deus nos
criou para conhecê-Lo... (na versão de Roma)
"...para amá-lo e serví-lo
neste mundo... (os pais têm filhos porque precisam de admiradores
e escravos, nenhum ser sobrehumano
poderia ter outra motivação...)
"... e depois ir com Ele ao Céu."
(todo cachorro bem treinado merece uma recompensa)
Convenhamos: a versão romana
do Criador mostra bem pouca imaginação criadora!
Mas a insensatez continua:
"Adão e Eva eram felizes no
Paraíso.
"Um dia, porém, fizeram pecado.
"Que é pecado?
"O pecado é uma desobediência
voluntária à lei de Deus ou LEI DA IGREJA." (a ênfase
é nossa. Note, por gentileza, que os astuciosos
roupetas estão duplamente
assegurados: primeiro, porque foram eles que escreveram "a lei de Deus";
segundo, porque são eles que escrevem
a lei da igreja!)
"Jesus morreu na cruz para nos salvar
do pecado." (eles nem sabem mais o que é "Jesus", e nunca souberam
o que é a Cruz)
"Deus dá o prêmio aos
bons e o castigo aos maus.
"O prêmio para os bons é
o céu.
"O castigo para os maus é
o inferno.
"O céu e o inferno NÃO
TERÃO FIM. (a ênfase é nossa. Deus não é
apenas destituído de imaginação, é também
destituído de misericórdia,
para não falar em senso de
humor. Este "Deus" é um demônio --- feito à imagem
daqueles que o promovem!)
"Quem vai para o céu?
"Vai para o céu quem morre
sem pecado grave."
Note que não é necessário
ser virtuoso, alegre, corajoso, honrado, para ir para o céu.
As virtudes positivas não
têm sentido para as criancinhas "cristãs" à moda romana:
é
suficiente "morrer sem pecado grave".
Veja o senhor, no Apocalípse,
o que o Amém tem a dizer à Igreja em Laodicéia, Cap.
III, vv. 14-22.
"Quem vai para o inferno?
"Vai para o inferno quem morre em
pecado grave."
Desta forma, os cavaleiros de Roma
podem manter seu bolo e comê-lo ao mesmo tempo. Se o senhor não
é batizado ( por eles ) ao nascer,
está destinado ao menos ao
purgatório (favor lembrar que o purgatório é uma invenção
relativamente recente, promulgada quando o povo
começou a reclamar que Roma
mostrava pouca caridade para com os homens: no começo, o inferno
era a única alternativa para o céu).
A vida do senhor, do nascimento
à morte, é completamente subordinada a eles: comunhão,
sacramento, confirmação, casamento, confissão....
Lembre-se, dr. G., que toda esta
teologia que ameaça de tormento eterno aos que não a aceitam,
toda esta síndrome de repressão,
de escravidão psíquica
e social, toda esta maquinação, está baseada nas mentiras
deliberadas e conscientes dos patriarcas de Roma e
Alexandria!
Verdadeiramente, eles podem se gabar:
"Quantum nobis prodest haec fabula Christi!"
Mas, infelizmente para eles, Dr.
G., o Cristo não é uma fábula.
E o Verbo se fez carne, e habitou em nós.
Tu que és eu mesmo, além
de tudo meu;
Sem natureza, inominado, ateu;
Que quando o mais se esfuma, ficas
no crisol;
Tu que és o segredo e o coração
do Sol;
Tu que és a escondida fonte
do universo;
Tu solitário, real fogo no
bastão imerso,
Sempre abrasando; tu que és
a só semente;
De liberdade, vida, amor e luz,
eternamente;
Tu, além da visão
e da palavra;
Tu eu invoco, e assim meu fogo lavra!
Tu eu invoco, minha vida, meu farol,
Tu que és o segredo e o coração
do Sol
E aquele arcano dos arcanos santo
Do qual eu sou veículo e
sou manto
Demonstra teu terrível, doce
brilho:
Aparece, como é lei, neste
teu filho!
Os versos acima, Dr. G., foram escritos
por Aleister Crowley, o "pior homem do mundo" de acordo com a opinião
dos padres que organizaram
a campanha difamatória que
o seguiu por toda a vida. Estes versos deveriam ser cantados com orgulho
por todo Filho da Luz, ou seja, por
cada ser humano, cada Filho de Deus!
O senhor ainda acha que a Igreja
Romana pode ser encarregada, por homens responsáveis, honrados e
ajuizados, da educação de crianças?
Dr. G., enquanto esta igreja não
reconhecer publicamente seus crimes contra Deus e a
humanidade; enquanto não renunciar para sempre
a essa ameaça de inferno
e a esse dógma de pecado com os quais forças negativas, que
se opõem à evolução da humanidade, tentam impedir
ao homem e à mulher que se
tornem Deus por meio do ato sexual (veja o Evangelho de "João",
Cap. IV, vv. 13-16); enquanto ela for a
causadora de masturbação
e autismo entre os seus assim-chamados monges e freiras, em vez de permitir
que se expressem livremente
como homosexuais (qual são
frequentemente) ou como heterosexuais (qual são algumas vezes);
enquanto o Bispo de Roma não
admitir que ele é um entre
muitos, e herdeiros de uma história acumulada de erros; em suma,
enquanto a Igreja de Romana existir (pois no
dia em que renunciar a todas as
suas infâmias não será mais "Romana", mas finalmente
parte da verdadeira Igreja Católica, a Humanidade),
a ela se aplicam as palavras de
Jon, o filho da Luz, copiadas por ela em seus assim-chamados "Evangelhos":
"Cuidado com os falsos
profetas, que a vós se mostram
como cordeiros, mas que internamente são lobos vorazes.
"Pelos seus frutos os conhecereis.
"Nem todo aquele que me diz Senhor!
Senhor! entrará no reino dos céus, mas só aqueles
que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.
"Muitos, naquele dia, me dirão:
Senhor! Senhor! Não temos nós profetizado em Teu nome, não
temos expelido demônios em Teu nome, e em
teu nome não realizamos muitos
milagres?
"Então eu lhes direi claramente:
nunca vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquiade."
- Mateus", VIII, vv. 15-23.
Francamente, Dr.G., não posso
entender como um maçom, como um homem sensato e
honrado pode, por um momento, defender uma
instituição que é
uma nódoa na história da humanidade. Nós, verdadeiros
herdeiros do Cristo, temos sido acusados de odiar a Igreja de Roma.
Sabe Deus que não a
odiamos: nós a abominamos e desprezamos com a intensidade devida
àquilo que não só é vil em si mesmo, como
aviltante para tudo que é
sagrado e valoroso no homem. Dizem que o diabo corre da Igreja de Roma,
e é verdade. Mas não é que nós a
temamos: ela nos enoja. É
inútil proclamar o efeito maravilhoso que o Romanismo tem exercido
sobre a civilização ocidental. A verdade
é precisamente o oposto.
Roma tem combatido toda reforma e todo progresso a cada
passo, aceitando-os apenas no último minuto,
e então fingindo -- aos incautos
-- tê-los
inventado. A renovação das artes, das ciências, da
liberdade humana, jamais veio de Roma;
veio dos maçons, dos árabes,
dos judeus, da herança pagã redescoberta na Renascença,
dos protestantes alemães, franceses e ingleses,
das invasões dos piratas
normandos e até das hordas de tártaros e turcos: nunca de
Roma. Considere a evidência histórica, Dr. G.! Durante
mil anos, o sistema feudal, tornado
odioso justamente pelos abusos decorridos da aliança da igreja com
os senhores feudais, oprimiu a
população da Europa.
Veio a reforma -- e em um século o sistema havia praticamente desaparecido.
A Inglaterra católica romana era uma
ilhota insignificante perdida no
mapa da Europa: veio Henrique VIII, expulsou os jesuítas, criou
o Anglicanismo -- e em duas gerações a
Inglaterra derrotava a Espanha católica
romana, tornava-se o maior poder naval do mundo e estava prestes a construir
um império mais
poderoso do que o dos Césares.
A França decaíu com os Valois católicos romanos: veio
Henrique IV, protegeu os huguenotes, foi
assassinado por isto, mas em
um século a França de Luis XIV deslumbraria o mundo. Os protestantes
colonizaram a América do Norte;
compare o progresso da civilização
da América do Norte com a situação das Américas
Central e do Sul, colonizadas por padres jesuítas!
Os países onde, no
momento, prevalece o dógma romano, estão atrasados de cinquenta
a cem anos em progresso material, e moralmente,
em certa áreas, o atraso
é de quinhentos a mil anos. Os países protestantes têm
sina muito melhor. Mas infelizmente, mesmo os
protestantes não estão
livres da mancha do "pecado original" e do complexo de culpa, como tampouco
de crença na necessidade
de "salvação", já
que usam os textos evangélicos fabricados pelos romano-alexandrinos;
e não foi à toa que Ambrose Bierce, por
muitos considerado um dos maiores
iniciados americanos, escreveu, como parte da definição da
palavra "cristão" em seu impagável
e realista "O Dicionário
do Diabo":
"Sonhei-me no alto dum morro, e vejam
só:
Em baixo, pias multidões,
com ar de dó
Triste e devoto, andavam de
cá para lá,
Domingadas em suas roupas
de sabá,
Enquanto na igreja os sinos
gemiam
Solenes, alertando os que
em falta viviam.
Foi então que pessoa
alta e magra eu vi
Vestida de branco, a olhar
para ali
Com a face tranquila, suave,
simbólica,
E os olhos repletos de luz
melancólica.
'Deus te abençoe, estranho!'
-- exclamei.
'Inda que, por teu diverso
traje, bem sei
Que vens sem dúvida de longínquo
cantão,
Espero sejas, como essa gente, cristão.'
Ele os olhos ergueu, com tão
severo ardor
Que senti meu rosto a queimar de
rubor,
E respondeu com desdém: 'Como!
O que é isto?!
Eu um cristão? Na verdade
não! Eu sou cristo.'"
Se o senhor quizer ler um magnífico
estudo psicológico do Romanismo, leia "O Anticristo" de Nietzsche,
e quando quer que o senhor
encontre escrita a palavra "cristão",
substitua-a por "católico romano". O senhor terá a Igreja
de Roma exatamente como é.
Resumindo o conteúdo desta
carta:
Todos os homens são filhos
de Deus. Todos os homens são capazes de realizar sobre a terra o
Reino dos Céus, que está dentro de nós.
Somos todos membros do Corpo de
Deus, todos Templos do Espírito Santo, e basta limpar o Templo --
o que não significa castrar- se física
ou psicologicamente! -- para que
a Presença se manifeste.
Não há nenhum "Jesús,
Folho Único de Deus" para ser adorado; e quaisquer pessoas que afirmem
o contrário ou estão enganadas ou
estão enganando.
Está escrito nos "Evangelhos":
Vós conhecereis a verdade, e a verdade vos fará livres.
E também está escrito,
nos originais santos, blasfemados e traídos pelas perpetrações
romano-alexandrinas, que Jon olhou sorridente
para a multidão e, abrindo
os braços, lhes bradou:
"Vós sois o Caminho, a Ressurreição e a Vida!
Pois é eternamente verdade que o Verbo se faz carne; e neste exato momento, habita em nós.
Amor é a lei, amor sob vontade.
O Atestado de Óbito
registra oficialmente a data de seu falecimento em 26 de agosto. Mas existem
testemunhas que o viram ainda
vivo naquele dia. Seu corpo somente
foi encontrado, em sua cama, em 28 de agosto. Eu somente tive notícias
de seu falecimento
através o Sr. Daniel B. Stone
(Washington,
D.C.). A Loja Nuit jamais se deu ao trabalho emitir nota a respeito do
falecimento.
Segundo investigações
feitas por mim próprio, soube que uma "mulher" foi quem arcou com
as depezas de seu supultamento no
Cemitério de Teresópolis.
Os ossos de Marcelo Motta jazem no ossário daquele cemitério.
Infelizmente a morte de Marcelo Motta
apresenta-se estranha e confusa,
não estando ainda bem definida. O atestado de óbito registra
que ele morreu de enfarto do miocárdio
e "doença". Mas que "doença"?
Por que não foi ele cremado
como era seu desejo? A Loja Nuit deveria ter fundos suficientes para isto.
Por que deixaram de comparecer
a seu sepultamento? E por que deixaram
que seus ossos fossem colocados num ossário exatamente no sub-solo
de uma Igreja Romana?
Amor é a lei, amor sob vontade.