Mensagem de Fé

Santidade na adoração

Anísio Renato de Andrade


IGREJA BATISTA DA LAGOINHA
TRABALHO DA ESCOLA DE LÍDERES

Aluno: Anísio Renato de Andrade
Professoras: Lana e Adélia.
Turma de segunda e sexta-feira.
12 de julho de 2004.

INTRODUÇÃO

Louvor e adoração são temas de grande destaque nas igrejas atualmente. Sua prática tem sido intensa, constante e realizada por um número cada vez maior de pessoas. Contudo, será que Deus tem aceitado tantos cânticos e palavras de exaltação?

No tempo do Antigo Testamento, os israelitas traziam animais para serem sacrificados como oferta ao Senhor. Alguns tinham a ousadia de trazerem coisas imundas e cordeiros defeituosos, cometendo, assim, grande abominação.

“Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que pensais, que a mesa do Senhor é desprezível. Pois quando ofereceis em sacrifício um animal cego, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou o doente, isso não é mau? Ora, apresenta-o ao teu governador; terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor dos exércitos” (Mal.1.7-8).

O que temos trazido diante do altar? Nosso louvor tem sido agradável ao Pai? O culto musical também acontecia na antiguidade. Em certa ocasião o Senhor repreendeu seu povo, dizendo:

“Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras” (Am.5.23).

Isto não significa que Deus fosse mal humorado ou não gostasse de música. O fato é que aquelas pessoas desobedeciam a lei, viviam no pecado, e ainda esperavam que Deus recebesse seus louvores.

É necessário que conheçamos o Senhor através da sua palavra, procurando descobrir as características de um louvor aceitável diante da sua face, ou mesmo o que ele espera do nosso próprio caráter como adoradores.

Um dos principais atributos de Deus é a santidade. Portanto, ele não aceitará algo que não traga também esta característica. Nosso louvor e adoração precisam ser santos, puros, para que possam ser oferecidos no altar do Senhor.

Este trabalho foi realizado a partir do Seminário de Louvor e Adoração ministrado por Asaph Borba na Igreja Batista da Lagoinha. Foram utilizados os esboços das mensagens do preletor. Os comentários são do aluno Anísio Renato de Andrade.

SANTIDADE AO SENHOR

ESBOÇO

1. Deus é Santo – Is. 6 1 a 4 , 1 Pe. 1:16.
• Jesus é Santo – Mc 1:24, Jo.6:69. At 4:27.
• O Espírito é Santo – Mt- 3:11.
2. Santidade é a vontade de Deus para nossa vida – 1 Tss.4:3; Lv.10:3; 1Cro 16:29.
3. Temos santidade completa em Cristo, mas é uma caminhada de vida – 2Co.7:1, Apc. 22:11.
4. Não existe outro caminho para a Igreja (não é opcional) a não ser o caminho da santidade – Sl.77:3, 1Pe.2:5-9; 1Tss.4, Is.35:8; Is.62:12 (povo Santo).,br> 5. Deus não quer apenas que todos sejam santos, mas também que tudo seja santo – Rom 12:1 - A Bíblia fala de templo santo, cidade santa, monte santo, lugares santos, objetos santos, ósculo santo, ceia santa, temor santo, sacerdócio santo, mandamento santo, procedimento santo, caminho santo.

COMENTÁRIO

1. Deus é Santo – Is. 6 1 a 4 , 1 Pe. 1:16
• Jesus é Santo – Mc 1:24, Jo 6:69. At 4:27.
• O Espírito é Santo – Mt. 3:11.

A questão da santidade começa com o próprio Deus. A bíblia diz que ele é santo. O Pai é Santo. O Filho é Santo. O Espírito é Santo. Vemos, então, um reforço muito enfático sobre a santidade divina. Ser santo é ser separado, de tal modo que não haja possibilidade de mistura e contaminação.

Deus é santo porque ele é separado de sua criação. Os panteístas dizem que Deus é tudo e tudo é Deus. Porém, a bíblia não ensina assim. O livro de Gênesis nos mostra o Senhor como anterior a todas as coisas e seres. Ele não se mistura e não se confunde com nenhum personagem ou elemento do universo.

A santidade do Pai é maravilhosa, mas muito distante do homem. Por isso, Jesus veio ao mundo e trouxe a santidade para ser contemplada pelos olhos humanos. Jesus é a expressão visível da santidade de Deus. Em sua vida terrena, ele mostrou o que é ser santo. Ele estava perto dos pecadores, mas nunca se contaminou com o pecado. Podemos ver como exceção o momento da crucificação. Não digo que Cristo cometeu pecado, mas tomando sobre si os nossos pecados, ele se sujou de tal forma que o Pai o abandonou por alguns instantes.

Ele assim o fez, tornando-se semelhante a nós na cruz, para que nós um dia pudéssemos nos tornar semelhantes a ele em santidade.

A continuação daquele processo iniciado na cruz é realizada hoje pelo Espírito Santo. Um dos aspectos de sua obra na vida do cristão chama-se santificação, que pode ser vista como uma caminhada em direção à santidade plena.

2. Santidade é a vontade de Deus para nossa vida – 1 Tss. 4:3, Lev 10:3, 1Cro 16:29.

Muitos perguntam a respeito da vontade de Deus. Ficam confusos e não sabem que rumo tomar. Paulo escreveu aos Tessalonicenses: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição” (ITss.4.3).

Em qualquer assunto a ser decidido, um dos aspectos a serem examinados é a santidade de cada alternativa. A vontade de Deus estará sempre na opção que puder ser considerada santa. É assim, por exemplo, na hora de escolher um emprego, um cônjuge, um curso, uma viagem, etc. Se estivermos diante de duas opções igualmente puras, devemos orar para que o Senhor nos ajude a escolher a melhor. Em muitos casos, temos liberdade para decidir, mesmo sem recebermos uma resposta específica de Deus. Afinal, ele nos deu o livre-arbítrio. Contudo, a questão da santidade deve ser examinada sempre.

Paulo podia ter escrito sobre tantas coisas que Deus quer para nós. Podia ter mencionado questões materiais, ministeriais, realizações pessoais, etc, mas ele tocou no ponto principal. De que adianta termos tudo na vida, se não formos santos? Este é o foco da vontade de Deus para nós. O resto é acessório.

3. Temos santidade completa em Cristo, mas é uma caminhada de vida – 2Co.7:1.

“Quem é santo santifique-se ainda” Ap.22.11.

Cristo representa e traz para nós tudo o que podemos ser ou ter diante de Deus. Ele é a nossa “apólice celestial”.

Em Cristo, Deus já nos vê perfeitos. Nele nós somos plenamente santos. Deus já vê o que seremos no futuro e assim nos considera hoje.

Na prática, porém, estamos caminhando. Caminhar é trocar os passos, de fé em fé, de glória em glória, buscando um nível de santidade cada vez mais profundo. Como isto é possível?

Vemos que, passando do Velho para o Novo Testamento, Deus trouxe para o seu povo um novo nível de santidade a ser alcançado. “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo;” (Mt.5.21-22). Assim, Jesus veio trazer um novo desafio. Muitos que já se consideravam justos ficaram escandalizados com essa nova visão que o Senhor trouxe.

Não importa em que patamar estamos. Temos um novo nível a ser alcançado, de modo que sejamos mais santos, cada vez mais semelhantes ao nosso modelo: Jesus Cristo.

4. Não existe, outro caminho para a Igreja (não é opcional) a não ser o caminho da santidade – Sl.77:3; 1 Pe.2:5-9; 1 Tss 4; Is.35:8; Is.62:12.

Deus não tem um outro padrão para o seu povo. Não se pode viver um cristianismo permissivo, onde o pecado seja algo natural e normal. Esse tipo de caminho não é o do Senhor. Ele não abre exceções. Se somos ovelhas que seguem o Senhor Jesus, haveremos de passar pelo caminho por onde ele passa, haveremos de viver conforme o exemplo que temos nele. Se andarmos por outro caminho, não estaremos seguindo o Sumo Pastor.

A santidade não é algo opcional. O Senhor nos ordena que sejamos santos (Lv.11.44).

5. Deus não quer apenas que todos sejam santos, mas também que tudo seja santo – Rom 12:1 - A Bíblia fala de templo santo, cidade santa, monte santo, lugares santos, objetos santos, ósculo santo, ceia santa, temor santo, sacerdócio santo, mandamento santo, procedimento santo, caminho santo.

A lei de Moisés determinava a santificação de lugares, pessoas e objetos. Tudo era santificado mediante o sangue do sacrifício, a água e o azeite. Tal santificação pode ser vista como sinônimo de purificação e consagração. O que era santificado pertencia exclusiva e definitivamente ao Senhor. Como diz a bíblia: “coisa santíssima é” (Ex.30.29,36; Lv.2.3,10; 6.17,25,29; 7.1,6; 10.12,17; 14.13; 24.9; 27.28). O uso do superlativo chama a nossa atenção para algo extremamente importante. Não poderia ser diferente em hipótese alguma e não seria aceito um nível inferior de santidade, se é que pode existir algo “meio santo”.

Os objetos santificados não podiam ser tocados por qualquer pessoa nem usados para outra finalidade. Os lugares sagrados não podiam ser pisados por qualquer um e nem de qualquer jeito. Por exemplo, o santíssimo lugar, ou santo dos santos, no tabernáculo, só podia ser visitado pelo sumo sacerdote, uma vez por ano. E ele não podia entrar ali de qualquer maneira, pois, caso contrário morreria naquele lugar. Ao entrar deveria estar limpo, com roupas limpas e feitas exclusivamente para aquele fim.

Tais situações e prescrições do Velho Testamento são úteis para que possamos ter uma idéia da santidade de Deus e sua abominação contra o pecado.

Entre as pessoas que eram santificadas no tempo da lei estavam os sacerdotes e levitas. Sem a santificação não podiam exercer seus ministérios diante de Deus. Da mesma forma, hoje, os que se apresentam diante do Senhor não podem fazê-lo de qualquer maneira, pois correm o risco de terem suas ofertas rejeitadas como aconteceu com Caim (Gn.4). Podem também ser destruídos, como foi o caso de Nadabe e Abiú (Lv.10).

O CAMINHO DA SANTIDADE SEGUNDO JESUS
MT.5. 1-12

ESBOÇO

1. Caminho de humildade - reino dos céus.
2. Caminho de choro – quebrantamento pela nossa condição – consolo (consolador – Espírito Santo).
3. Caminho de mansidão – herdará a terra.
4. Caminho de fome e sede de justiça – (implantação da vontade e da justiça de Deus) serão fartos.
5. Caminho de misericórdia – tirar os olhos de si mesmo e olhar para as necessidades dos outros – alcançarão misericórdia.
6. Caminho de coração limpo – verão a Deus.
7. Caminho de paz – caminho dos filhos de Deus.
8. Caminho de perseguição e sofrimento por amor a Deus – deles é o reino dos céus – (2 Cor 4.17 – eterno peso de glória) – caminho de alegria – Tg.1.2.

COMENTÁRIO

1. Caminho de humildade - reino dos céus

O Sermão da Montanha foi o discurso inaugural do ministério de Jesus. Pelo menos, é o primeiro apresentado pelos evangelhos. Assim como Moisés subiu ao monte e trouxe a lei para Israel, Jesus também subiu a um monte e trouxe a “nova lei”, tomando a antiga por base e dando-lhe um sentido mais profundo e abrangente.

O sermão começa com as bem-aventuranças, que enfocam aspectos do caráter do cristão enquanto cidadão do reino que Jesus veio estabelecer. A santidade, portanto, estará permeando cada uma dessas características.

“Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus”.

Cada aspecto positivo mencionado por Jesus está contraposto a um ou mais pecados. O “pobre de espírito” é o humilde. Ser santo envolve humildade. O pecado subentendido aqui é a soberba, o orgulho exacerbado, a altivez, a inflexibilidade.

Buscar a santidade é tratar cada um desses itens de forma objetiva. Cada um de nós precisa fazer um exame da vida e da consciência para ver onde a santificação ainda não foi aplicada.

2. Caminho de choro – quebrantamento pela nossa condição

“Bem-aventurados os que choram porque serão consolados”

Há muitas pessoas incapazes de chorar. Os motivos podem ser diversos, mas um deles pode ser um coração duro, ou mesmo efeito da altivez mencionada anteriormente. Se alguém quer crescer em santidade, deve começar reconhecendo sua situação de pecador. Deve arrepender-se e suplicar pela misericórdia do Senhor. Isto sempre envolve lágrimas. Tiago escreveu: “Senti as vossas misérias, lamentai e chorai; torne-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg.4.9-10). A palavra miséria normalmente tem sido relacionada à pobreza extrema, à mais arrasadora necessidade material. Contudo, a bíblia se refere à miséria espiritual, à condição daquele que está perdido no pecado, longe de Deus e de toda a glória da sua presença. Quem está em tal condição, tem motivos de sobra para chorar. E mesmo aqueles que já se converteram, continuam quebrantados na presença do Senhor, prontos para se arrependerem quando pecam.

3. Caminho de mansidão

“Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a terra”. O Senhor está falando indiretamente contra a violência, a estupidez, a grosseria, o desrespeito, o desamor. A santidade afeta a nossa maneira de tratar as pessoas. De que adianta louvar ao Senhor, se agredimos nossos irmãos? Tiago coloca a mansidão como um dos sinais da sabedoria. O verdadeiro sábio é manso.

4. Caminho de fome e sede de justiça

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”.

Ninguém será santo sem querer ou por acidente. A vontade é aqui representada pela fome e pela sede. Justiça significa retidão. Querer justiça não é primeiramente querer vingança ou correção sobre os outros. É, antes de tudo, querer ser justo, ser reto.

A fome e a sede não dão sossego enquanto não são saciadas. Da mesma forma, o nosso desejo pela justiça nos empurra em direção à fonte que é o Senhor e a sua palavra.

5. Caminho de misericórdia – tirar os olhos de si mesmo e olhar para as necessidades dos outros.

A santidade não é egoísta. Seria uma contradição. Quanto mais santos formos, mais atentos estaremos ao nosso próximo, no sentido de percebermos suas necessidades e procurarmos ajudá-lo da forma como estiver ao nosso alcance. A santidade implica também em misericórdia. Misericórdia é sentir, de coração, a miséria do outro. Isto se manifesta também no ato de perdoar. O misericordioso perdoa e também será perdoado porque a misericórdia do Senhor o alcançará.

Esse versículo contém o princípio da semeadura e da colheita. Quem semeia misericórdia a favor do seu próximo colherá misericórdia divina para si mesmo.

6. Caminho de coração limpo

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”.

A palavra santidade está muito relacionada à pureza. Quem é puro aos olhos de Deus? Em princípio, ninguém, mas o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado (IJo.1.7). Ele nos torna limpos de coração. Não haverá santidade sem que se passe pela cruz, sem que se experimente o lavar purificador do sangue do Cordeiro.

7. Caminho de paz

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.

A santificação nos tornará cada vez mais parecidos com o Pai, de tal forma que as pessoas se lembrarão dele quando olharem para nós. Para isso, será necessário que o nosso caráter se molde pelo Espírito e pela palavra do Senhor, fazendo com que seus atributos morais nos sejam conferidos.

Segundo as Escrituras, um dos nomes de Deus é Javé-Shalom, o Deus de paz. Ele quer que também sejamos da paz. Não seremos pacíficos com o Diabo e seus anjos, mas, por outro lado, não seremos contenciosos com o nosso próximo nem incentivaremos as guerras ou divisões.

Essa bem-aventurança nos adverte contra o pecado da maledicência, da intriga, e outros que se colocam como empecilhos à paz.

8. Caminho de perseguição e sofrimento por amor a Deus

“Bem-aventurados sois vós quando vos perseguirem e injuriarem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa, porque é grande o vosso galardão nos céus, porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós”.

Os santos serão perseguidos e muitos morrerão pelo reino de Deus. Este talvez seja o lado mais difícil da questão da santidade. Era de se imaginar que, quanto mais santos fôssemos, mais queridos seríamos por todos. Porém, não é assim. Jesus foi o homem mais santo que já pisou nesta. Entretanto, foi odiado e crucificado.

A santidade atrai a inveja de muitos, atrai a oposição, pois perturba o Diabo e seus comparsas.

Aquele que é santo torna-se odiado pelos que têm prazer na iniqüidade. Entretanto, o coração de Deus fica satisfeito com os que se santificam.

TRANSPARÊNCIA DE VIDA

ESBOÇO

1. Arrependimento – Arrependei-vos – Mt 4:17.
2. Confissão – todo pecado oculto e escondido é terreno do diabo
• Transparente a Deus - 2 Cor. 3:18 – refletir em tudo na nossa vida a glória de Deus
• Confissão a Deus – Ed. 10:1, 10:11 – fazei confissão - 1 Jo.1:9.
• Confissão a Deus traz limpeza espiritual.
• Transparente aos homens – Tg.5:16.
3. Perdão – pedir perdão – Mc.11:25; Lc.6:37.
• Perdoar – Col. 3:13.
4. Restituição – 1 Sm.12:3; Lc.19:8; Pv.6:30,31 – (7x mais).

COMENTÁRIO

1. Arrependimento – Mt. 4:17

O caminho da santidade começa com o arrependimento. Foi esta a primeira pregação de João Batista e também de Jesus: “arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus” (Mt.3.2; 4.17).

Ninguém pode se tornar um adorador sem se arrepender de seus pecados. O sacerdote do Velho Testamento, antes de entrar no santuário, lavava suas mãos na pia de bronze e sacrificava um animal para perdão dos pecados. Esse sacrifício simbolizava a morte de Cristo no Calvário. O arrependimento é um dos requisitos para o perdão.

2. Confissão

O arrependimento deve ser seguido pela confissão. Confessar implica em reconhecer a culpa e assumi-la expressamente. Quem não reconhece sua culpa não pode ser perdoado. É como o doente que não reconhece sua doença. O tratamento fica deveras impedido.

Não podemos esconder o nosso pecado. Não podemos “fazer de conta” que ele não aconteceu. Devemos confessar como fez o filho pródigo quando disse: “Pai, pequei contra o céu e contra ti” (Lc.15.21). Deus já conhece os nossos pecados antes mesmo que os cometamos. Entretanto, ele quer ouvir de nós a confissão. A confissão é um modo de se ter transparência diante de Deus. Não desejamos ocultar coisa alguma, mesmo porque nada se esconde dele.

No momento da conversão, é necessária uma confissão geral. A bíblia não exige que o pecador confesse cada um de seus pecados para que sejam perdoados. Temos como exemplo o ladrão ao lado de Cristo na cruz. Depois de convertidos, passamos a confessar cada pecado, pois não vamos esperar que se acumulem para fazer uma confissão “no atacado”.

A confissão deve ser feita de acordo com o pecado cometido. Todo pecado é contra Deus, então todos devem ser confessados a ele. O pecado que for contra o irmão, deve ser confessado também ao irmão. Os pecados por pensamento devem ser confessados somente a Deus, pois só ele conhece os nossos pensamentos. Quem se aventura a confessar pensamentos a outra pessoa, pode acabar pecando em suas palavras ao dizer algo que nunca deveria ser dito. É claro que existem situações diversas em que um pensamento pode ser confessado para que obtenha ajuda e conselho, mas esse caso seria uma exceção.

3. Perdão – pedir perdão – Mc.11:25, Lc. 6:37.
• Perdoar – Col. 3:13

Quando confessamos, o Senhor nos perdoa (IJo.1.9). Ele está pronto para perdoar (Ne.9.17). O Senhor não nos pede uma hora ou um dia de prazo para pensar. Ele nos perdoa imediatamente. Assim também devemos perdoar o nosso próximo. Perdoados, crescemos em santidade, deixando para trás o fardo cheio de pecados. Perdoando, permitimos que o nosso irmão se santifique também.

4. Restituição – 1 Sm.12:3; Lc.19:8; Pv.6:30,31 – (7x mais)

Sempre que possível, devemos reparar o erro cometido. É uma questão de consertar o que foi danificado. Em alguns casos, isto não pode ser feito. Por exemplo, uma vida tirada não pode ser devolvida. Entretanto, quando estiver ao nosso alcance, devemos ressarcir àquele a quem causamos dano ou prejuízo. É uma questão de justiça. Isto agrada ao Senhor e promove um bom testemunho para os que estão à nossa volta.

VIDA DE SANTIDADE E DE PURIFICAÇÃO
LEV 14:14 – O LEPROSO

ESBOÇO

1. Sobre a orelha direita – Fil.4:8.
• o que ouvimos e vemos será a base do nosso pensamento – música secular?
• santificar nossas motivações – os porquês de nossa vida.
• Lc.11:34 – “São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas”.
2. Sobre o polegar direito – nossas obras – mãos limpas – Sl 24, Sl 15.
• Aonde temos colocado nossas mãos? – 1 Tim: 2:8 – mãos santas.
• Santidade está em tudo que fazemos – nosso trabalho estudo, ministério, quarto arrumado, organização.
3. Sobre o pé direito – nosso caminhar – Is 35: 8 – Ex. 30:19 a 21
• Jesus lavou os pés dos discípulos – por onde andamos?
• Santidade está na maneira em que andamos – nossa postura nossos passos – SL 119:105 – “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meu caminho”.
• Impureza nos afasta do Reino dos céus - 1 Tim 1:10 – 1 Cor 6:9, Heb.13:4, Tito 1.15.

COMENTÁRIO

1. Sobre a orelha direita – Fil.4:8

Levíticos 14.14 nos fala sobre o procedimento do sacerdote em relação ao leproso curado. Ele seria “ungido” com o sangue do animal sacrificado para perdão do pecado. O sangue seria passado em sua orelha, em sua mão direita e em seu pé direito.

O sangue do animal simboliza o sangue de Cristo. Em seu esboço, Asaph Borba relacionou o “sangue sobre a orelha” com a santidade naquilo que ouvimos. De fato, o cristão não pode ouvir qualquer coisa. É preciso haver um controle, quando possível, sobre o que ouvimos. É verdade que algumas vezes temos nossos ouvidos invadidos por um som que vem de uma casa, de um carro ou da boca imunda de alguém, mas quando pudermos controlar, devemos evitar determinadas músicas e determinadas conversas, pois elas “corrompem os bons costumes” (ICor.15.33). O que ouvimos influenciará nossos pensamentos que, por sua vez, influenciarão nossas ações, o nosso caráter e a nossa vida.

2. Sobre o polegar direito

O sangue sobre a mão foi relacionado à santificação das mãos e daquilo que elas fazem.

A santidade afeta todas as áreas da nossa vida. Não podemos ser parcialmente santos. Se somos santos, o que fazemos também deve ser. Precisamos fazer somente o bem e da melhor maneira possível.

3. Sobre o pé direito

Borba comparou o “sangue sobre o pé direito” com a santidade do nosso caminhar. Não podemos ir a lugares onde sabemos que Jesus não iria. Nossos pés são santos.

“Quão formosos são os pés do que anuncia boas novas” (Rm.10.15).

COMO CONSERVAR-SE EM SANTIDADE

ESBOÇO


- Vivendo de acordo com a palavra - Salmos 119:9 - “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra”.
- Vivendo em comunhão com o Espírito Santo – Col.3:15 - paz – árbitro. - Vivendo debaixo de pastoreio, discipuladoo e conselho.
(Salmo 1.1-2) - Abandonando o conselho dos ímpios.
2 Crônicas 10:6-16 - conselho dos jovens e dos anciãos (o reino foi dividido).
Pv.15:22 – “Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos
conselheiros há bom êxito”.
- Vigiar constantemente as portas do coraçãão - 1 Cor 16:13.
1 Pe 2.8-9 – Mateus 26:41 – “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
- Compromisso com a verdade – Salmo 15, Jo.. 17:17 – “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” - (sem fermento sem mel) – autenticidade.
- Cortando fora tudo que nos faz tropeçar -- Mateus 18:8 -
“Portanto, se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida manco ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno”. (radical segundo Jesus).

COMENTÁRIO

Em relação a diversos propósitos na vida, temos duas etapas muito importantes, difíceis e complementares entre si: a conquista e a conservação. Assim é a questão da santidade. O processo de santificação pode ser comparado a uma escada. Cada parte santificada em nós seria um degrau que subimos em direção à santidade. Contudo, precisamos ser cuidadosos para não perdermos o que já alcançamos. “Guarda bem o que tens para que ninguém tome a tua coroa” (Ap.3.11). Se subimos um degrau e descemos dois, estamos sempre piorando e enganando a nós mesmos. Se, depois de subirmos vários degraus, cairmos ao chão, perdemos todo o progresso anterior. Aliás, é bom lembrarmos que a subida é demorada, mas a queda é repentina. Uma boa reputação, construída ao longo de décadas, pode ser destruída num instante com um ato ou uma palavra.

Cada dia é um desafio para o cristão. Além dos nossos passos a serem dados, os anteriores precisam ser mantidos válidos. O inimigo nunca desiste. Ele sempre estará diante de nós com suas propostas tentando nos derrubar.

Vivendo de acordo com a palavra

A palavra de Deus nos faz avançar e também nos sustenta para não retrocedermos. É como se, ao subirmos, estivéssemos segurando em uma corda. Ela é útil tanto no apoio para a subida como para evitar a queda.

Precisamos buscar o constante crescimento na palavra, procurando sempre recapitular aquilo que já pensamos saber. Somos como o advogado e o juiz que precisam sempre estudar as leis. Nunca podem achar que já sabem tudo. Não podem confiar apenas na memória. Suas funções exigem que estejam com o conhecimento sempre nítido para que usem a legislação da forma mais eficaz possível.

Vivendo em comunhão com o Espírito Santo

O Espírito Santo é o melhor intérprete da palavra de Deus, pois foi também o seu autor. Ao lermos e estudarmos a bíblia, precisamos buscar sua iluminação para nós.

Além disso, ele também nos sonda e nos convence do pecado. Não podemos depender apenas da nossa consciência. Ela é um instrumento útil, mas pode ser condicionada e enganada por idéias humanas. O Espírito Santo nos mostra o pecado de acordo com o ponto de vista de Deus. Assim, a santidade será mantida. Estaremos limpos e brilhantes diante do Senhor.

Vivendo debaixo de pastoreio, discipulado e conselho

Pode ser que, em determinada circunstância, algum de nós fique insensível à voz do Espírito Santo. Então, ele usará outra pessoa para nos falar, principalmente nossos líderes, nossos pastores. Portanto, uma vida de santidade está diretamente ligada a uma vida de submissão e obediência.

Aquele que se posiciona contra as autoridades constituídas está bloqueando uma fonte de bênçãos para a sua vida. A santidade que porventura poderia ter ficará comprometida.

Por outro lado, não precisamos ficar apenas esperando que o líder tome a iniciativa de nos admoestar ou repreender ou orientar. Podemos e devemos procurá-lo para pedir o seu conselho em relação a qualquer área da nossa vida em que haja um problema, uma dúvida ou dificuldade.

Não é bom buscar o conselho de ímpios em questões relacionadas à santidade. Seria como procurar orientação financeira com um agiota.

O conselho deve ser buscado de pessoas maduras, cristãos exemplares e experientes.

Todo conselho deve ser confrontado com a palavra de Deus. O próprio conselheiro deve estar apto a demonstrar o fundamento bíblico de sua proposta. O aconselhado pode pedir a opinião de outras pessoas em caso de dúvida. O conselho não serve para tirar a responsabilidade individual. O líder aconselha, mas não tem o poder de decidir no lugar de suas ovelhas quando se tratar de problema pessoal. O líder manda quando a questão é ministerial, projetos da igreja ou do grupo. Na vida particular, o conselho pode ser dado, mas a decisão é de cada um.

Vigiar constantemente as portas do coração

Algumas cidades antigas eram cercadas por muros muito largos e altos. Eram verdadeiras fortalezas. Contudo, de nada valia uma muralha se alguém abrisse a porta para o inimigo. As portas são os pontos fracos das muralhas e nelas será concentrado todo o ataque.

As principais portas do nosso coração são nossos olhos e ouvidos. Aquilo que vemos e ouvimos alcança nossa mente, afetando nossos pensamentos e sentimentos. Depois de processadas, tais informações podem sair de nós através de palavras e ações, boas ou más. Vemos, portanto, quão perigoso pode ser aquilo que recebemos. Precisamos fazer uma seleção, sempre que possível. Não deixamos qualquer pessoa entrar em nossos lares. Da mesma forma, não podemos deixar qualquer coisa entrar em nossa mente.

“Guarda com toda diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv.4.23).

FRUTOS DA SANTIDADE

ESBOÇO

- Comunhão com Deus e com os Irmãos - 1Jo.11:5-7- “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.

- Transmissão de vida – João 17.19 – Jesus,, por amor deles, se santificou.

- Autoridade - 1Tm.4:12 “Ninguém despreze aa tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza”.

- Poder – Rm.1:4 – “E foi designado Filho dde Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor”.

- Unção – 1 João 2:20 – “E vós possuís a unnção que vem do Santo e todos tendes conhecimento”.

Hb 12:14 – “Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor”!

COMENTÁRIO

A santidade não é estéril. Pode ser vista como um alvo, mas não é um fim em si mesma. Podemos compará-la à boa condição de uma árvore, que esteja bem tratada, adubada, livre de pragas, viçosa e saudável. É um estado excelente, mas o que mais se espera dela é o fruto. Se pudéssemos ser santos e infrutíferos seríamos como plantas ornamentais: bonitas, porém inúteis. Não é este o propósito de Deus para nós.

De fato, ser santo e infrutífero é uma situação hipotética que cremos não existir na prática, pois o verdadeiro santo sempre será produtivo. A árvore que tiver todas as condições citadas acima frutificará inevitavelmente. Não haverá impedimento para que sua natureza frutífera se manifeste de modo abundante.

Comunhão com Deus e com os Irmãos

A santidade consiste no afastamento do pecado e na aproximação de Deus. Conseqüentemente, estaremos próximos de todos os filhos de Deus, pois todos deverão estar perto dele.

Quanto mais santos formos, mais aptos estaremos para a comunhão. Não vamos ao encontro das autoridades públicas sujos ou vestidos de qualquer maneira. Assim, se nossas vestes espirituais estão limpas, sentimo-nos à vontade para nos aproximarmos de Deus e dos irmãos. Não nos envergonharemos, não viveremos nos escondendo, pois nada temos a ocultar.

Transmissão de vida, autoridade, poder e unção

A santidade nos coloca em condição de receber tudo o que o Senhor tem para nós. Não é questão de merecimento, mas apenas de um estado adequado. Quando uma mãe vai entregar um alimento ao filho, ela normalmente olha as mãos da criança. Se estiverem, por exemplo, sujas de barro, a mãe diz: “Vai lavar as mãos primeiro”. Da mesma forma, o Senhor não pode nos dar determinadas bênçãos, dons ou funções ministeriais, se vivermos com as mãos sujas. Ele também não aceitará aquilo que lhe queremos dar, seja louvor, adoração ou oferta (Is.1.15; Mt.5.23-24).

“Quem subirá ao monte do Senhor? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração” (Salmo 24.3-4).

Que o Senhor nos ajude. Que lavemos nossas mãos no sangue do cordeiro e na água da Palavra para que não percamos coisa algumas de todas as riquezas espirituais que o Senhor quer colocar em nossas mãos.

O maior fruto da santificação será o glorioso privilégio de vermos o Senhor face a face. Nada haverá de tão grandioso na existência de qualquer pessoa. “Bem-aventurados os limpos de coração porque eles verão a Deus”. Este é o estágio máximo a ser atingido nesta caminhada da santificação.

CONCLUSÃO

“Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor”! - Hb.12.14.

A santidade é a essência do cristianismo, assim como a impureza é o estado natural do perdido. Assim, todo cristão está diretamente envolvido com essa questão.

O chamado “levita” ou qualquer outro obreiro da igreja, não está mais comprometido com a santidade do que outro cristão qualquer. Contudo quem está em posição de destaque traz sobre o si a responsabilidade de ser exemplo. Se qualquer cristão deve dar um bom testemunho, o obreiro ou líder ainda mais, pois seu estilo de vida influenciará a muitos, podendo auxiliar na salvação ou na perdição dessas pessoas.

Paulo foi enfático ao escrever a Timóteo:

“Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal; Por isso alcancei misericórdia, para que em mim, o principal, Cristo Jesus mostrasse toda a sua longanimidade, a fim de que eu servisse de exemplo aos que haviam de crer nele para a vida eterna”. (ITm.1.16).

“Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza”. (ITm.4.12).

BIBLIOGRAFIA

Bíblia – Versão em português de João Ferreira de Almeida. Esboços de mensagem de Asaph Borba


Em caso de utilização impressa do presente material, favor mencionar o nome do autor:
Anísio Renato de Andrade (com esboços de Asaph Borba)

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