T E R E Z A D O C E N T R O .

Santos Dumont, ponte Rio - Niteroi, Perimetral, carros indo e vindo, c�u azul, mar tamb�m, segui com o olhar as manobras do Electra ...desisti da janela...peguei o elevador, t�rreo, aguardei, criei coragem, parti, o calor bateu forte, comecei a suar, contornei o banco Safra, rua da Candel�ria...lixo, catadores de restos, me irritei, detestava mendigos...acendi um cigarro, dobrei na Buenos Aires , contornei o edif�cio da Sul Am�rica...rua da Quitanda...mar de gente, esbarr�es, cutucadas...desculpa!...n�o h� de que!...v� � merda!...saco!...ploc na careca, pingos dos aparelhos de ar condicionado, nojo, usei a manga da camisa para limpar...arrombado!...arrombado tua m�e! chutei o tabuleiro do camel�, mercadorias se espalharam no ch�o, briga? ..encostei numa parede, carro forte tirou um fino...rua de pedestres, puta que pariu!...dobrei na 7 de Setembro, camel�dromo, um escracho, empurr�o...n�o pode ficar parado a�, mo�o !...n�o enche ! a velha n�o ligou, segui caminho, acendi outro cigarro, tropecei numa moto estacionada, merda! o joelho doeu, chutei as outras quatro enfileiradas, nada aconteceu, nenhuma tombou...efeito domin�? porra nenhuma...fedor, liquido cinzento aos meus p�s, peda�os amarronsados navegando, pulei por cima, metros adiante a Rio Branco, segui com calma, a camisa colada �s costas, parede humana, aguardei o sinal verde, � minha frente um cara de terno, chap�u...n�o parava de sacudir a cabe�a, o cacoete me hipnotizou, estendi o bra�o...um peteleco no chap�u, ele p�ra? recolhi o bra�o...lembran�a da piada do excepcional e o sorvete me impediu...droga, nada engra�ado!...office - boy � frente, monte de papel debaixo do bra�o...quantos bancos tu j� foi?...tr�s, dois ainda pra batalhar...sorriso, tapa amig�vel nas costas...v� em frente, garoto!...relaxei, olhei ao redor...ela...cabelos escorridos, tez morena, pesco�o de cisne...meu olhar fixo na nuca...vai virar a cabe�a, vai...olhares cruzaram...que corpo bonito / que pele morena / que amor de pequena... virou - se em dire��o � Avenida...ela tem nariz levantado / os olhos verdinhos, bastante puxados / cabelos castanhos / e uma pinta do lado / ela � a minha Tereza...espremido, sufocado...essa merda de sinal que n�o...me olhava, sorria...ela � minha Tereza...me aproximar ? imposs�vel...sinalizei com a m�o, soletrei mudo, exagerei o movimento dos l�bios...te en - con - tro do ou - tro la - do...ela riu...um olhar , um sorriso, um aperto de m�o...verde...empurrado, me levaram para o outro lado da Avenida...virei a cabe�a, n�o a vi...droga, ningu�m some assim, ilus�o?...rodei pi�o...n�o posso perder minha Tereza do Centro...nada...vamos a Tereza da praia deixar / nos beijos do sol /aos abra�os do mar...vontade de desabar em choro, minha vida uma merda, rotina safada, medo...muito medo...arrebentar o chefe, perder emprego...caf� e cigarro, cigarro e caf�, um bosta in�til, exilado ...Tereza, Tereza, preciso de voc�...me aprumei, segui at� � galeria da Casa Masson, entrei, desci ao sub - solo da Gramophone, ar condicionado...

� gosta de m�sica?

� Tereza !

� como sabia?

�........... !

...o ver�o passou todo comigo, o inverno...tamb�m!

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