I N S A C I � V E L

Perdera uns tr�s, talvez quatro quilos, hemorragia g�strica, quase batera a bota l� no cafund� de judas, agora em Salvador gra�as ao amigo Madame...apelido desde a faculdade, sorri, ele tinha um tralala saliente...me olhei no espelho...ainda dava pro gasto, dois meses na caatinga ainda n�o apagara o bronzeado ipanemense...me vesti..

...esperavam, colegas de viagem...vamos biritar?... lembrei - me da �lcera, hesitei ...entramos na boate, vazia, escura, som ensurdecedor, sentamos, pedi �gua mineral, os outros garrafa de u�sque...um ma�o de Hollywood tamb�m! gritei pro gar�om...vou tomar porre, mulher ou n�o mulher! um deles...eu idem! falou o outro...acendi cigarro, gole d'�gua, tentei relaxar, tenso demais...a porta se abriu, apareceram risonhas, alegres, caminharam �s mesas num requebrar ritmado...oba! gritaram eles...colegiais em f�rias, excurs�o, caba�udas, a coroa feroz toma conta, falei...e da�? voc� � brochante!...dei de ombros, meu pensamento fugiu de volta para Aracaju, Madame, ele tamb�m s� pensava naquilo...homens s�o insaci�veis, eu sou, dissera...no caso dele indiscut�vel, casado pela terceira vez, me convidara pra sair a noite...vamos ca�ar!...seguira relutante, deixava o destino decidir, hipocrisia de quem jurara fidelidade, se pintasse oportunidade, n�o rejeitava...t� bolando! escutei, garota dessa idade tem fogo no rabo...detestei a grosseria...ele se levantou...vou bailar, abro caminho pra voc�s ot�rios!...o outro seguiu, fiquei, acendi mais um cigarro, bebi mais �gua...n�o dan�a? escutei...jovem, bela, atrevida...n�o moderninho!...me puxou pela m�o...Solange! e voc�?...quantos aninhos?...dezesseis! e voc�?...podia ser seu pai...mas n�o �!...quente, macia, d�cil, tentei afast� - la, resistiu...� carioca? charme, eleg�ncia, sem grossura...a eleg�ncia devo � �lcera, o charme � timidez, a n�o grossura � educa��o...adoro, paulistas sempre com m�o na braguilha...o som parou, segurei o cotovelo dela...qual a pressa?...a deixei � mesa, exagerei o aflorar dos l�bios na m�o, a mesura � professora, voltei ao meu lugar...se deu bem, heim?...� uma crian�a!...me levantei, deixei dinheiro na mesa...amanh� no aeroporto!...olhei , estava papeando, n�o tomou conhecimento da minha presen�a, sa� desapontado...

...escutei as batidas, olhei o rel�gio, duas horas, acendi o abajur, pulei da cama, abri a porta...Solange?...entrou, sentou na beira da cama...como?...vi o n�mero na chave, tava em cima da mesa...acendi um cigarro, procurei as cal�as...fique como t�! gosto de sua morenice...apaguei o cigarro no cinzeiro...loucura! falei, voc� �?...n�o, n�o sou...retirou a blusa, pequenos seios, abaixou o shorte, tufo alourado, deitou - se, estendeu os bra�os...vem! seja carinhoso...

...escurid�o �mida, mundo estranho, devagar, muito devagar, dif�cil, muito dif�cil, tremendamente dif�cil, perigosamente dif�cil, de repente alegre feliz, seguro, ritmado, segurando o que � dif�cil de segurar, arrastando todos os impecilhos, o clar�o se aproximando, pr�ximo, cada vez mais, perto, perto, muito perto, muito al�m do retorno, prolongado, intenso, cada vez mais, explos�o de prazer quente, muito quente...

...obrigada, muito obrigada!...afastei - me, acendi um cigarro...me enganou !...estou feliz, muito, zangado?...eu quis ser enganado...acariciei seus cabelos, retirei a m�o, nada de chamego, me levantei, apanhei garrafinha no frigobar...� sua sa�.. ! a porta bateu..

Hosted by www.Geocities.ws

1