Faze o que queres há de ser toda a Lei


A Lei da Liberdade
Sub figura
DCCCXXXVII

A.'.A.'.
Publica��o em Classe E.
Imprimatur:
N. Fra. A.'.A.'.

I

Eu sou geralmente perguntado porque come�o minhas cartas desta forma. N�o importa se Eu estou escrevendo para minha senhora ou para meu a�ougueiro, sempre come�o com estas onze palavras. Por que, de outra forma eu deveria come�ar? Que outro cumprimento poderia ser t�o alegre? Olhe, irm�o, somos livres! Regozija comigo, irm�, n�o existe lei al�m de Faze o que tu queres.

II

Eu escrevo isto para aqueles que n�o leram nosso livro sagrado, o Livro da Lei, ou para aqueles que, lendo-o, existem muitos assuntos neste Livro, a as Boas Novas est�o ora aqui, ora ali, espalhadas atrav�s do Livro como estrelas est�o espalhadas pelo campo da noite. Regozija comigo, todos v�s povo! Bem no in�cio do livro est� a carta magna de nossa divindade: "Todo homem e toda mulher � uma estrela". N�s somos todo livre, todo independente, todo gloriosamente brilhante, cada um um universo radiante. Isto n�o s�o boas novas?

Ent�o vem a primeira chamada da Grande Deusa Nuit, senhora do para�so estrelado, que tamb�m � a mat�ria em seu mais profundo sentido metaf�sico, que � o infinito no qual todos n�s vivemos e nos movemos e temos nossa exist�ncia. Ou�am a primeira convoca��o dela � n�s homens e mulheres: "Venham adiante, � crian�as, sob as estrelas, e tomem sua satisfa��o de amor! Eu estou sobre voc�s e em voc�s. Meu �xtase est� no seu. Meu gozo � ver teu gozo". Mais tarde ela explica o mist�rio da afli��o: "Pois eu estou dividida pelo prop�sito do amor, pela chance de uni�o".

"Esta � a cria��o do mundo, que a dor da divis�o � como nada, e o gozo da dissolu��o tudo".

� mostrado mais tarde como isto pode ser, como a pr�pria morte �, um �xtase como o amor, por�m mais intenso, a reuni�o da alma com seu verdadeiro si-mesmo.

E quais s�o as condi��es deste gozo e paz, e gl�ria? � nosso o ascetismo melanc�lico do crist�o , e do budista, e do hindu? Estamos caminhando em temor eterno que algum "pecado" nos afetaria de "gra�a"? De forma alguma.

"Sejais distintos portanto: vesti-vos todos em trajes finos; comam comidas ricas e bebem vinhos doces e vinhos que espumam. Tamb�m tomem sua satisfa��o e vontade de amor como v�s quiserdes, quando, onde e com quem quiserdes! Por�m sempre a me."
Este � o �nico ponto a se ter em mente, que todo ato deve ser um ritual, um ato de adora��o, um sacramento. Vivam como os reis e pr�ncipes, coroados e n�o-coroados, deste mundo, tenham sempre vivido, como mestres sempre vivem, por�m que n�o seja auto-indulg�ncia; fa�a de sua auto-indulg�ncia sua religi�o.

Quando voc� bebe e dan�a e usufrui del�cias, voc� n�o est� sendo "imortal"; voc� est� realizando os preceitos de nossa sagrada religi�o, providenciado apenas que voc� se lembre de encarar suas a��es nesta luz. N�o rebaixe-se e destrua e vulgarize o seu prazer por omitir o gozo supremo, a consci�ncia da paz que ultrapassa a compreens�o. N�o abranjas apenas Mariana ou Melusine; ela � a pr�pria Nuit, especialmente concentrada e encarnada numa forma humana para lhe dar amor infinito, para proclamar que voc� saboreie mesmo na Terra o elixir da imortalidade. "Por�m �xtase seja teu e gozo na Terra: sempre para mim! para mim!"

Novamente ela fala: "Amor � a Lei, amor sob vontade." Mantenha puro seu mais elevado ideal; lute sempre em dire��o a ele sem permitir que algo lhe pare ou lhe desvie, como uma estrela percorre seu incalcul�vel e infinito curso de gl�ria, e tudo � amor. A Lei de nosso ser torna-se Luz, Vida, Amor, e Liberdade. Tudo � paz, tudo � harmonia e beleza, tudo � gozo.

"Pois ou�a, qu�o graciosa � a Deusa; "Eu dou inimagin�veis gozos sobre a Terra: certeza, n�o f�, enquanto em vida, sobre a morte; paz impronunci�vel, descanso, �xtase; nem eu reclamo algo em sacrif�cio."

Isto n�o � melhor que a morte-em-vida dos escravos dos Deuses-escravos, indo oprimidos pela consci�ncia de "pecado", cansativamente buscando ou simulando fatigantes e tediosas "virtudes"?

Com tais, n�s que temos aceito a Lei de Thelema n�o temos nada a fazer. N�s temos ouvido a voz da Deusa-estrela: "Eu amo voc�! Eu desejo voc�! P�lido ou p�rpura, velado ou voluptuoso, Eu que sou todo prazer e p�rpura, e embriagues do senso mais �ntimo, desejo voc�. Ponha as asas e ergue o esplendor enroscado dentro de voc�: venha em mim!", e ent�o ela termina:

"Canta a voluptuosa can��o de amor em mim! Queima � mim perfumes! Usa � mim j�ias! Bela � mim, pois eu amo voc�. Eu amo voc�. Eu sou a filha do poente de p�lpebras azuis; Eu sou o brilho nu do voluptuoso c�u noturno. � mim! � mim!", e com estas palavras "A manifesta��o de Nuit est� em um fim".

III

No cap�tulo seguinte de nosso Livro � dada a palavra de Hadit que � complemento de Nuit. Ele � energia eterna, o eterno movimento das coisas, o �mago central de todo o ser. O universo manifesto surge do casamento de Nuit e Hadit; sem isto coisa alguma poderia haver. Esta eterna, esta perp�tua festa de casamento � ent�o a pr�pria natureza das coisas; e portanto tudo o que �, � uma cristaliza��o do �xtase divino.

Hadit conta-nos sobre ele mesmo: "Eu sou a chama que queima em todo cora��o do homem, e no �mago de toda estrela". Ela � ent�o nossa �ntima ess�ncia divina; � voc� e n�o outro, que est� perdido na constante vol�pia do abra�o da infinita beleza. Um pouco depois ele fala de n�s:

"N�s n�o somos para o pobre e para o triste: os senhores da Terra s�o nossos parentes".

"H� um deus de viver em um c�o? N�o! porem os mais elevados s�o de n�s. Eles h�o de regozijar, nossos escolhidos: quem se aflige n�o � de n�s".

"Beleza e vigor, riso franco e languidez deliciosa, for�a e fogo, s�o de n�s". Mais tarde, a respeito da morte, Ele diz: "N�o pense. � rei, sobre aquela farsa: que tu deves morrer: verdadeiramente tu n�o h�s de morrer, por�m viver. Agora que seja compreendido: Se o corpo do Rei dissolve, ele h� de permanecer em puro �xtase para sempre". Quando voc� sabe isto, o que resta a n�o ser del�cias? E como vamos viver por enquanto?

"� uma farsa, esta loucura contra si mesmo". [ ... ] "Seja forte, � homem! Sente desejo, goza todas coisas de sentido e vol�pia: n�o tema que algum Deus h� de te negar por isto".

De novo e de novo, em palavras como estas, Ele v� a expans�o e o desenvolvimento da alma atrav�s do gozo.

Aqui est� o calend�rio de nossa igreja: "Por�m v�s, � meu povo, erguei-vos e despertai! Que os rituais sejam corretamente executados com gozo e beleza!". Lembre-se que todos os atos de amor e prazer s�o rituais, devem se rituais, "Existem rituais dos elementos e banquetes das esta��es. Um banquete pela primeira noite do profeta e sua esta��es. Um banquete pela primeira noite do profeta e sua noiva! Um banquete pelos tr�s dias da escritura do Livro da noiva! Um banquete pelos tr�s dias da escritura do Livro da Lei. Um banquete para Tahuti e a crian�a do profeta-secreto, � profeta! Um banquete pelo supremo ritual, e um banquete pelo Equin�cio dos Deuses. Um banquete pelo fogo e um banquete pela �gua; um banquete pela vida e um banquete ainda maior para a morte! Um banquete todos os dias em seus cora��es no gozo de minha vol�pia! Um banquete toda noite em Nu, e o prazer da �ntima del�cia! Sim! Banqueteie! Regozije! N�o existe temor daqui em diante. Existe a dissolu��o, e eterno �xtase nos beijos de Nu." Tudo depende em sua pr�pria aceita��o desta nova Lei, e n�o se exige que voc� creia em alguma coisa, que aceite uma extens�o de f�bulas idiotas abaixo do n�vel intelectual de um lenhador e do n�vel moral de um drogado. Tudo o que voc� tem � fazer � ser voc� mesmo, fazer sua vontade, e regozijar.

"Tu falhaste? Tu est�s arrependido? H� medo em teu cora��o?". Ele diz de novo: "Onde eu estou, estes n�o est�o." Existe muito mais do mesmo teor; o suficiente j� foi mencionado para tornar tudo claro. Por�m existe uma injun��o seguinte. "Sabedoria diz: seja forte! Ent�o podes tu suportar mais gozo. N�o seja animal; refina tua vol�pia! Se tu bebes, bebe pelas oito e noventa regras de arte: e se tu amas, excede pela delicadeza; e se tu fazes algo gozoso, que haja sutilidade naquilo! Por�m excede! excede! Lute sempre para mais! E se tu �s verdadeiramente meu � e n�o duvides, e se tu �s sempre gozoso!� morte � a coroa de tudo".

Ergam-se meus irm�os e minhas irm�s da Terra! Ponham sob teus p�s todos os medos, todos Escrupulosos, todas hesita��es! Ergam-se! Venham adiante, livres e gozosos, por noite e dia, para fazer tua vontade; pois "N�o existe lei al�m de faze o que tu queres". Ergam-se! Sigam em frente conosco na Luz e Vida e Amor e Liberdade, tomando nosso prazer como Reis e Rainhas no Para�so e sobre a Terra.

O sol est� erquido; o espectro das eras foi posto a voar. "A palavra de pecado � Restri��o", ou como foi de outra forma dito neste texto: Aquilo � pecado, apresionar teu sagrado esp�rito! Sigem em frente, sigam em frente em teu poder; e que nenhum homem lhe atemorize.

Amor é a lei, amor sob vontade.



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