Faze o que queres há de ser toda a Lei


O Corpo

Corpo único, vertiginoso em todo seu momento. Múltiplas personalidades. Corpo que ainda incorpora Duos, no Erótico.

Perde-se em si proprio num ciclo que, quando se completa, se reinicia, uma espiral que aumenta a perda/ganho e que poder-se-ia dizer mais-querer.

É necessário o reinício que unicamente pode substituir a frustração pelo êxtase, como diria Bataille: “ele próprio é a muher já esquecida da presença dele mas excitada no aperto de seus braços” ou, como diria Nietzsche “todo prazer quer eternidade”.

Sim, é este eco que se faz ouvir, no brado do sensível a busca do gozo “impossível”, o gozo do extremo, que ultrapassa o coito. Transgressão: uma busca de um retorno progressivo à situação natural, donde surge um apelo de vida, de morte.

Amor que rege o homem-natural solitário, única chama, acompanhado do impulso erótico que manteria acesa a fornalha da busca da superação “inatingível” do Super- Homem.

“O movimento é figura do amor (...) E o esquecimento que vai condicioná-lo...” Novamente recomeçar-se-á o movimento, assumirá seu ritmo, mantendo a dialética tal qual vida e morte se complementando.

Corpos num furto mútuo de complementação/continuação. Inacabável explosão que exige seu fim para renascer, das cinzas. Esta Fenix interna que alimenta o consciente com sensações e tira sua lógica entregando-o ao outro, incorporado a seu duplo, assim se faria o ciclo, de maneira a se expandir em sí próprio.

Espiral: do fim ao começo; do meio ao começo e ao fim a superação grita seu espaço se expandindo/superando em torno do centro, o imaginário.

Este movimento que se torna mortal numa relação de dependência extrema, onde se recria ou se morre/assassina. A Natureza exige ser recriada sob a pena de recriar.

Órbita de equilíbrio e expansão num regar-se de divino, do homem divino criador e objeto, levado por si próprio à superação consciente ou inconsciente, para transbordar a si e ao outro.

Corpo é a profanação de si mesmo, quando se encontra consigo ou se perde na volúpia da existência, na volúpia “em que reside todo o mal” (Baudelaire), ou se torna a destruição, que reconhece a natureza mas não tem poder sobre ela, sobre si.

Frater Shaddai
01-02/05/92

Amor é a lei, amor sob vontade.



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