PRIMAVERAS
Dezoito anos para lhe conhecer,
dezoito minutos para escrever,
o que ficou depois do amanhecer?
O riso que se alarga na boca inocente,
da face adolescente,
que encanta a gente.
O amor que veio meio de esguio,
buscando afagar os anseios,
apertando a emoção contra os seios.
Na incerteza concreta,
que o dia a dia decreta,
fica-se andando sem rumo, em estado de alerta.
Contudo o desejo aumenta,
buscando a boca faminta,
que com carinho o amor se contenta.
Fica em mim a distância das épocas,
fica em mim a lembrança da mulher,
que agora tem um tesouro em seus braços:
um filho que a cada dia lhe faz renascer.