DIA
DOS PAIS
Olá! Hoje
vou falar, aqui na escola, sobre o dia dos pais, na verdade dia do
papai. Do papai de cada um, do papai de todos. Todo
mundo tem um pai. Ele pode
até ter viajado, se ausentado, se assustado, sido substituído,
mas sempre há um pai. Pai-homem, pai-mãe, pai-amigo, pai-carrancudo,
pai-mimado, pai-fujão, pai-encarcerado, pai-amado, pai-imaginado,
não importa, toda figura de pai é sempre amada, é sempre
esperada. Vocês sabem, eu sou ainda uma menininha. Cada pessoa adulta pode ver as coisas de maneira diferente, quem sabe? A vantagem de ser criança – dizem – é ter a infância por companhia. A imaginação fica à solta. Comecei
a pensar o que falar sobre o dia do papai. Adormeci com essa preocupação.
Logo comecei a sonhar, mas tudo era tão nítido, tão clarinho, que
fico em dúvida se foi Neste
sonho, um anjinho veio falar comigo. Gozado, anjinho não tem asas. Era
uma criança igual a mim. Só que ele voava, sem capa de super-homem, ou
super-qualquer-coisa. -
Oi, amiguinha – disse ele. Eu
estava vendo daqui de cima sua preocupação em querer saber mais sobre
o dia do papai. Bem,
para começar, você sabe, todo mundo tem um pai. -
Todo mundo? – perguntei. -
Sim, todo mundo – confirmou ele. O
pai de todo mundo é DEUS. Por isso ninguém deve se sentir órfão, ou
sozinho, ou abandonado... -
E onde fica Deus? – quis logo saber. -
A morada de Deus é todo o universo; a morada de Deus é em todas as
coisas e seres que Ele criou. -
Puxa! Como ele é grande! – respondi, rapidinho. -
É verdade. Mas Deus é grande não de tamanho, mas de princípio. Princípio
que rege a tudo e a todos de maneira boa, evolutiva... mas isto é para
uma outra conversa nossa. E
o anjinho continuou falando, com alegria: -
Você sabe que Deus construiu muitas escolas? Cada planeta é uma
escola. Mesmo os planetas que os olhos dos homens não alcançam. Mas são
escolas, ah, são, sim. -
Chiiii!!!! Esse papai do céu não podia criar quintais pra gente
brincar em vez de escola? As escolas são legais, mas os quintais... são
ótimos! O
anjinho riu muito do que eu disse sobre os quintais. -
Mas afinal, vamos falar ou não, sobre o dia do papai? – eu e o
anjinho perguntamos um ao outro, ao mesmo tempo. - Você não vai à escola aprender as lições? Conhecer novos amiguinhos? Socializar-se? Tem até lanchinho – começou a explicar o anjinho. Então,
é por isso que o Deus, o papai do céu, fez os planetinhas. Para todos
nós, seus filhos, irmos aprender novas lições, conhecer novos amigos,
ou reencontrar os amigos dos outros anos passados, aprender a conviver
uns com os outros... -
Ah! mas sempre tem “um” que é chato ou chata, e eu me chateio –
falei, emburrada. -
Pense bem, da mesma forma que você acha isso de alguém, outra pessoa
também poderá ter o mesmo juízo, o mesmo sentimento sobre você, ou
seja, poderá achá-la uma chata
– falou, com paciência, o anjinho. Pensei
bem. E não é que ele tem razão? E
o meu novo amigo continuou: - Por isso o papai do céu fez as escolas da vida. Para cada um de nós aprendermos coisas que são do espírito, da consciência,... Veja
bem, seu papai e mamãe aí nesse planetinha chamado Terra, não
trabalham em teatro? -
Sim, respondi. -
Eles atuam em peças teatrais. Cada um conta uma historinha diferente.
Conforme o roteiro, eles podem ser marido e mulher; podem ser mãe e
filho; podem ser irmãos; podem ser primos; podem ser patrão e
empregada; podem ser vizinhos; podem ser desconhecidos um de outro; pode
um ser branco, outro negro; podem ser um rico, outro pobre,... tantas
coisas, não é mesmo? Tudo conforme o texto. É uma ciranda em que se
vai trocando de papéis de tempos em tempos, peça após peça. -
Sim, sim, tudo é teatro.
De faz-de-conta. É só pra realizar uma história que o autor criou –
disse eu, com certeza –, pois desde mais criancinha eu já ia ver meus
pais lá no teatro. Eu até os ajudei:
na saída do público, ao final do espetáculo, os atores
passaram o “chapéu” para arrecadar fundos, ou seja, dinheirinho
para pagar as contas da produção. Adivinha quem segurou também um dos
chapéus? Eu, ora. -
Isto mesmo. Você já está entendendo – o anjinho falou em voz alta,
contente. Então
pense que neste planetinha Terra todos os que aqui habitam estão, de
uma forma ou outra, desempenhando o seu papel, conforme um roteiro. Como
os artistas do teatro, mesmo os mais bem ensaiados, também podem errar,
ou fazer tudo diferente. Tem
que prestar muita atenção para não falhar. Para não sofrer
desnecessariamente. -
Ah! mas é Deus quem escreve esses roteiros? –arrisquei uma pergunta
ao anjinho. -
Não. Deus prepara os cenários, mas os roteiros (as historinhas) são
escritos pelos próprios atores, ou seja, cada um escreve o seu
“papel” a desempenhar; e as histórias coletivas, em conjunto. Por exemplo, se uma pessoa perseguiu e fez mal aos pobres numa vida anterior, aqui na Terra, ele vem, em novo papel, numa próxima vida, pobre, para saber como é ruim ser perseguido e maltratado; se uma pessoa numa vida anterior, no roteiro passado, ele era rico fazendeiro e enterrou ou tocou fogo na plantação só para ganhar mais dinheiro, em próxima vida, em novo papel, ela vai querer comer alimentos iguais e não conseguirá. Tudo isso para aprender que quando se faz o mal, recebe-se em troca o mesmo mal. É
claro, também vamos à escola para fazer o bem, estar com as pessoas
que amamos. Por isso pode-se vir papai e mamãe para receber uma
filhinha boazinha e bonita igual a você. -
Não fui eu quem disse isso de mim. Foi o anjinho. - Você quer ver como nasce alguém? – convidou-me o anjinho. -
Legal, vamos lá. O
anjinho já foi mostrando. -
Tá vendo aquele casal de apaixonados? É ali mesmo – apontou com o
dedo. Então,
algumas horas atrás eles se deram abraços, beijos, fizeram carinhos um
no outro. Eles
namoraram... assim como homem e mulher. Ou artistas nas novelas. O
anjinho foi correndo na frente e disse: -
Vamos entrar dentro do corpo da mulher e ver o que está acontecendo,
venha! -
Mas anjinho, como poderei entrar dentro de uma pessoa? Você ficou
maluco? -
Você esqueceu que estamos em sonho? Vamos logo! Tá
vendo aqueles milhões de bichinhos microscópicos engraçadinhos? São
chamados espermatozóides. É o homem, quando namora a mulher, que os
produz. Correm, correm, melhor dizendo, nadam, nadam, tão rápido em
direção ao óvulo. Não tá vendo o óvulo? É aquele negocinho
redondinho lá dentro da barriga da mulher. Muitos acham que os
espermatozóides são concorrentes entre si. Chega ao final o mais
forte. É nada. Todos os espermatozóides fazem a corrida de
revezamento, ou seja, cada um corre bastante até não mais agüentar
facilitando para os outros irem avante. É uma corrida de equipe. Mas
somente um chega e entra no óvulo. Neste óvulo fecundado podemos dizer
que eclodirá, germinará, a vida. Uma nova pessoa nascerá. Formará,
assim, o corpinho do nenê. -
Foi assim que eu fui feita? Pelo papai e a mamãe? – perguntei ao
anjinho. -
É claro. Foi assim mesmo. Com todo mundo é assim. O
anjinho sorriu e perguntou-me: -
Então, tá gostando de saber sobre o dia do papai? - Puxa, quanta coisa... Quer
dizer que eu, papai e a mamãe quando estávamos no céu, combinamos que
viríamos neste planetinha Terra para aprender muitas coisas juntos,
numa mesma família? -
Bingo! Isto mesmo! – festejou, o anjinho. Por isso o papai do céu, que é chamado Deus, por uns, Jeová, por outros – são tantos nomes -, permite aos homens serem pais. Aprenderão e ensinarão sobre amar, educar, orientar e encaminhar suas crianças para um futuro sempre melhor. Assim como faz Deus
com todos nós. -
Puxa, gostei tanto desse dia dos pais... –falei ao anjinho, quando de
repente ouvimos uma voz tão forte como trovão, vinda lá do céu: -
EU TAMBÉM, EU TAMBÉM... |
|