HOMENS
RÚSTICOS
Homens rústicos,
Homens que não souberam escolher as armas para a batalha da vida.
Homens rústicos, histórias de desavenças...
Homens sem paz, envolvidos em amores e guerras:
Amores que rasgam a alma, amores que dóem. Amores alimentam a vida.
Guerras que brotam da intolerância, da inobservância do amor. Tiram o
fôlego da vida.
Homens rústicos.
É o conflito da escolha.
Qual caminho percorrer?
Um é o da doação, outro é o do saque.
O amor pode ser uma guerra, mas o conflito é outro. Não há baixas. Há
acréscimos.
Noutro sentido, outro conflito, entre os brutais, em última volta, último
golpe, separação.
Homens rústicos,
Mais que a dor física, a dor da palavra má, cortante, se estende.
Mais que a força de agredir, é o medo de se expor.
Não receiem, homens rústicos, a ternura escondida mostrará a
verdadeira força. A coragem.
Coragem, homens rústicos! Não é mais possível estender a loucura
Do desatino das palavras malditas, dos sentimentos agressivos...
Homens rústicos,
Em seus sorrisos ainda há um certo traço de sarcasmo.
Aprisionar as pessoas, ainda que queridas, ainda que amadas, em calabouços,
por quê?
Calabouços da desatenção, da aspereza, do egoísmo, da opressão, do
pouco caso...
Seria melhor correr o risco, abrir a porta e deixar a livre escolha de
ir e ficar. Pelo amor.
Se há coragem para tanto?
Homens rústicos,
A força bruta não é nada.
A estupidez é fraqueza. O que há por detrás dessa agressividade? Quem
sabe fragilidade.
Sejam corajosos e amem livres e libertários.
Glória, ao vê-los estender a mão e nela a alma despida, sem truques.
É a ternura de ser.
Vitória, homens rústicos, vitória!
|