ss DIÁRIO
DE BORDO DO NOSSO AMOR Por
seus instigantes olhos verde-mar, Imaginei
pudesse eu ser alguém, A
navegar por essa imensidão para me perder e amar. Mais
do que um alguém eu teria que ser um homem: Que
reverenciasse a exuberância do seu corpo, E,
sem medo, em seu fogo se queimasse, Cuidando
com atenção de seus sentimentos, Com
a clareza de seu ser, sem nenhum disfarce. Em
suas águas afoito quis pular. Sem
saber nadar, levaram-me as correntezas Até
ao fundo, onde seu canto de sereia pôde me salvar. Livre
para amar, você apagou minhas tristezas. Você
está aprendendo a ser mar, E
eu a navegar; realidade e miragem. Homem,
mulher e prazer, mesmo ar, Juntos
na mesma viagem... Umas
vezes as águas são mansas, Outras
são rebeldes, mesmo por instantes. Se
não tomamos cuidado com nossas manhas, Nos
separamos, ficamos muito distantes. Na
noite escura você é a estrela do meu cruzeiro, E
eu um bruto marinheiro sem curso, Saindo
de mim rumo ao estrangeiro, Em
primeira viagem de longo percurso. Às
vezes a viagem é cheia de sutileza Forçando
o mar a se evaporar. Tudo
se torna deserto, decepção e rudeza, Instigando
o marinheiro a querer voar. Nem
sempre o mar é generoso, Nem
sempre o marinheiro é corajoso. Em
condições de igualdade o marinheiro, Depois
de muito navegar, compreende: Em
rio é necessário se transformar, Para
no mar desaguar e se misturar.
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